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clubedoleitor D Jornal da Bairrada<br />
Escreva-nos para:<br />
7 | setembro | 2017<br />
JORNAL DA BAIRRADA - Urba ni zação “O ADRO” - Bloco 5 - n.º 25 - Apart. 121, 3770-909 Oliveira do Bair ro. Ou<br />
então use o email: jb@jb.pt<br />
As cartas, fotos ou artigos, remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas<br />
com o nome e contacto do autor. O JORNAL DA BAIRRADA reserva-se o direito de seleccionar e<br />
eventualmente reduzir os originais. Não se devolvem os originais dos textos, nem fotos.<br />
Aniversários<br />
França<br />
França<br />
Chegam cartas, chegam e-mails<br />
Os incêndios, os incendiários e a justiça<br />
Completou 80 anos, no<br />
passado dia 14 de julho, António<br />
Augusto Figueiredo<br />
da Cruz Ribeiro, residente<br />
em França e natural da Mamarrosa.<br />
É casado com Maria Adelaide<br />
de Oliveira Pereira e<br />
pai de Mário Jorge dos Santos<br />
Ribeiro e de Henrique<br />
Joel Pereira Ribeiro.<br />
É filho de Cassiano<br />
Simões Ribeiro e de Glória<br />
dos Santos Figueiredo (já falecidos).<br />
Jornal da Bairrada apresenta<br />
sinceros parabéns com<br />
votos de muitas felicidades.<br />
Bustos<br />
Os nossos conterrâneos<br />
Manuel Rodrigues Valente,<br />
de 80 anos de idade e sua esposa,<br />
Maria Clélia de Jesus<br />
Lima, de 83, residentes no lugar<br />
da Barreira - Bustos, completaram<br />
os seus 64 anos de<br />
casados e, por isso mesmo,<br />
no final da missa do passado<br />
domingo, dia 27 de agosto,<br />
numa cerimónia adequada, o<br />
pároco celebrante abençoou-<br />
-os dando-lhes os parabéns,<br />
PUB<br />
Aniversário de casamento<br />
A pequena Blandine<br />
Barras completou o seu<br />
primeiro aninho, no passado<br />
dia 8 de agosto.<br />
É filha de Alexandre<br />
Barras e de Vanessa Silva,<br />
residentes em França.<br />
É bisneta de Adélia Mota,<br />
residente em Areeiro, Palhaça<br />
e neta , pelo lado paterno,<br />
de António Silva e<br />
Crisálida Mota, também a<br />
residerem em França.<br />
Jornal da Bairrada associa-se<br />
aos pais e avós da<br />
pequena Benilde, desejando-lhe<br />
muitas felicidades e<br />
uma vida muito feliz.<br />
com votos de longa vida para<br />
que outras comemorações<br />
aconteçam no futuro.<br />
Para assinalar esta bonita<br />
ocasião organizaram um<br />
almoço de confraternização<br />
que juntou muitos familiares<br />
e amigos que aproveitaram<br />
para lhes cantar os merecidos<br />
parabéns e votos de longa<br />
vida.<br />
Da nossa parte muitos parabéns<br />
e felicidades.<br />
Olegário Silva<br />
COMPRO<br />
Todo o tipo<br />
de madeiras<br />
Contactar: 938 982 499<br />
Ex.ma Srª. Diretora:<br />
Há um ano tínhamos<br />
“alinhavado” para publicação<br />
parte de um texto que<br />
não teve o seu seguimento,<br />
por julgarmos na altura que<br />
tal estado de coisas teria o seu<br />
fim.<br />
Hoje, infelizmente para a<br />
maioria de todos nós, estamos<br />
a viver a maior calamidade<br />
que há memória, derivada aos<br />
incendiários assassinos, que<br />
pelo nosso país campeiam,<br />
produto da falta de justiça que<br />
existe e onde quem nos tem<br />
governado e continua a governar,<br />
tem a maior culpa, por<br />
não fazerem leis eficazes, que<br />
ponham fim a esta calamidade.<br />
Fala-se muito em direitos<br />
humanos. Sim, mas como dar<br />
vida àqueles, a maioria jovens,<br />
que lutando sobre algo muito<br />
superior às suas forças, dão<br />
as suas vidas em vão por uma<br />
causa que a maior das vezes<br />
não é de natureza natural –<br />
quase 100% –, mas sim de origem<br />
criminosa?<br />
Jaime Marta Soares – talvez<br />
das poucas pessoas que<br />
mais conhece do assunto – e<br />
Presidente da Liga dos Bombeiros<br />
Portugueses, em data<br />
oportuna apelou à revisão do<br />
Código Penal para uma maior<br />
pena a aplicar aos incendiários.<br />
No nosso modesto entender,<br />
pouco irá resultar e<br />
porquê? Porque tal gente leva<br />
mais um ano ou dois de prisão,<br />
mas como lhe dão “cama,<br />
mesa e roupa lavada”, droga e<br />
algo mais, estão-se “nas tintas”<br />
para o castigo e depois<br />
quando saírem e por vingança<br />
ou outros motivos, temos a<br />
repetição daquilo que já fizeram,<br />
como já foi demonstrado<br />
em alguns dos casos conhecidos.<br />
Assim, não vamos lá<br />
e diariamente, como vemos,<br />
Portugal continua a arder e a<br />
ficar ainda mais pobre.<br />
Na nossa modesta opinião<br />
e para não invocarmos “olho<br />
por olho e dente por dente”,<br />
eis a “receita” para pôr cobro<br />
aos “vingadores”, aos “coitadinhos”,<br />
aos “bêbados”, aos<br />
“drogados” e outros que tais e<br />
que muitas das vezes servem<br />
de “capa” aos incendiários assassinos.<br />
Temos uma força policial<br />
bastante boa – embora carente<br />
de alguns meios – onde se<br />
destaca a Polícia Judiciária,<br />
que é excecional. Dêem-lhe a<br />
força que ela eventualmente<br />
carece e julguem os incendiários<br />
rapidamente, aplicando<br />
as penas que merecem, mas,<br />
aqui é que está o mas. A pena<br />
deve ser cumprida a limpar a<br />
floresta durante o tempo da<br />
condenação, ou seja, diariamente,<br />
faça sol ou chuva, exceto<br />
ao domingo, que é dia de<br />
descanso. Com esta “receita”<br />
estamos certos que os incendiários<br />
diminuiriam drasticamente<br />
e acabava a ignição dos<br />
incêndios postos. Ficávamos<br />
assim e somente, com aqueles<br />
que por outras razões – descuido<br />
ou de origem natural –<br />
possam vir a existir, que cremos<br />
serem de número insignificante.<br />
Se fossemos ouvidos, estamos<br />
certos que a curto prazo<br />
tal calamidade tinha o seu<br />
fim e é para isso que apelamos<br />
aos órgãos competentes<br />
para que tenham força de<br />
vontade e não “deixem correr”.<br />
Muitos dos nossos leitores,<br />
estamos certos, não concordarão<br />
com a “receita”, mas devemos<br />
afirmar que somos do<br />
tempo do “Ti António”, tendo<br />
comido muito “pão que o Diabo<br />
amassou” e hoje faz-nos<br />
pensar com saudade aquilo<br />
que nos foi ensinado pelos<br />
nossos pais, avós e professores,<br />
motivados talvez pelo regime<br />
que nessa altura existia,<br />
onde havia honestidade,<br />
respeito, responsabilidade<br />
e humildade de acatar tudo<br />
aquilo que nos era ensinado,<br />
fatores ainda hoje existentes<br />
para a maioria dos “de aquele<br />
tempo”.<br />
Naquela altura, também<br />
havia fogos, mas numa<br />
quantidade ínfima comparada<br />
com a de hoje, sendo<br />
muitos deles originados pelas<br />
máquinas dos comboios,<br />
que eram movidas a lenha e a<br />
carvão, sendo apagados pelo<br />
Homens da Paz – Bombeiros<br />
– e por todas as pessoas das<br />
redondezas, bastando para<br />
isso que os sinos das Igrejas<br />
“tocassem a rebate”. Provocar<br />
incêndios propositadamente<br />
era algo que não existia,<br />
até porque nos era ensinado<br />
em casa e na escola, que<br />
não o devíamos fazer, estando<br />
espalhados pelos pinhais<br />
– nessa altura praticamente<br />
só existia o pinheiro bravo<br />
– árvores de grande porte,<br />
de onde lhes era extraída<br />
a resina, avisos de “não fazer<br />
lume”. E assim se mantinha a<br />
floresta verdejante.<br />
Hoje tudo mudou e os nossos<br />
políticos quase todos, sentados<br />
nos seus pedestais, falam,<br />
falam, mas não dizem<br />
nada sobre o que é a realidade<br />
das coisas, pois não “sentem<br />
na pele”, talvez por desconhecimento<br />
ou porque ninguém<br />
os ensinou, o que é viver o pão<br />
de cada dia, num esforço em<br />
que não há horários nem férias.<br />
Como já vamos um pouco<br />
longos sobre o tema, queríamos<br />
ainda deixar dito algo<br />
mais que pode contribuir<br />
para aniquilar os incêndios<br />
e os respetivos incendiários:<br />
1. Logo que as temperaturas<br />
começassem a subir, as<br />
nossas forças armadas deveriam,<br />
em consonância com a<br />
Proteção Civil, elaborar um<br />
esquema de modo a serem<br />
“espalhadas” patrulhas pela<br />
floresta, numa ação de simples<br />
fiscalização preventiva,<br />
pois só a sua presença, cremos,<br />
iria contribuir e manteria<br />
com certeza, o respeito por<br />
aquilo que é de todos nós.<br />
2. Incrementar o pastoreio,<br />
especialmente de gado caprino,<br />
pois a cabra é um animal<br />
que tudo come, até o mato,<br />
silvas e cardos entram na sua<br />
alimentação.<br />
Em julho de 2008, o Secretário<br />
de Estado do Ambiente,<br />
Humberto Rosa, talvez pessoa<br />
que conhece da “poda”,<br />
disse sobre o tema “Prevenção<br />
dos Fogos com Pastoreio<br />
Orientado”, “Se é tão caro<br />
combater o fogo, era fácil haver<br />
rebanhos de aluguer”, defendendo<br />
assim a criação de<br />
«rebanhos de aluguer» como<br />
forma de preservar as áreas<br />
protegidas dos parques naturais<br />
e não só. Uma solução<br />
que Nuno Silva Marques,<br />
coordenador operacional dos<br />
fogos do Parque Natural das<br />
Serras de Aire e Candeeiros<br />
considera que pode ser «viável»<br />
para esta área protegida<br />
e que irá servir de “barreira<br />
natural” aos incêndios.<br />
Também e a reforçar a<br />
ideia, quanto a nós eficaz, o<br />
Diário de Coimbra, na sua<br />
edição de 20 de agosto de<br />
2015, diz “Rebanho de Cabras<br />
apaga incêndios há 5 anos”; e<br />
diz mais: “a Junta de Freguesia<br />
de Fátima, criou uma solução<br />
para o problema da falta<br />
da limpeza das florestas,<br />
com a criação de um rebanho<br />
de 270 cabeças de gado, sob<br />
a responsabilidade de duas<br />
pessoas e um cão. O presidente<br />
da Junta disse ainda na<br />
altura que, desde há 5 anos<br />
para cá que não temos tido<br />
problema com os incêndios.”<br />
Da nossa “lavra” e porque<br />
vivemos a nossa meninice<br />
atrás das cabras, na Bairrada,<br />
já lá vão muitas décadas, pastoreando<br />
milhares e milhares<br />
de cabras, queremos deixar<br />
dito que se as nossas florestas<br />
forem “recheadas” com rebanhos<br />
de cabras, toda a floresta<br />
fica limpa, contribuindo<br />
assim para que os incêndios<br />
terminem, dada a limpeza<br />
e também porque os incendiários<br />
têm de levar em linha<br />
de conta que os pastores não<br />
perdoam e os seus cães com<br />
o faro apurado que possuem,<br />
não deixarão de dar o alarme.<br />
Este é um facto, mas passemos<br />
a outro.<br />
A criação de rebanhos tem<br />
ainda outros fatores positivos<br />
que são a produção de muitos<br />
milhares de toneladas de<br />
carne excelente e biológica<br />
para consumo interno e para<br />
a restauração, destacando-se<br />
a de cabrito para as mais diversas<br />
confeções e a de cabra<br />
para a famosa chanfana, tão<br />
apreciada pelas nossas gentes.<br />
Além disso, temos ainda<br />
o leite de cabra que é excelente<br />
para a nossa alimentação<br />
e para fazer queijo. Lembremos<br />
que outrora e quando as<br />
nossas mães não possuíam<br />
leite para os bebés, era com<br />
leite de cabra com que eram<br />
alimentados, por ser o leite<br />
mais equivalente ao leite<br />
materno. Temos ainda as<br />
suas peles que servem para<br />
os mais variados fins e que<br />
também têm o seu valor. De<br />
referir a ocupação de muitas<br />
pessoas, umas pastoreando,<br />
outras ocupando-se das lides<br />
caseiras, contribuindo também<br />
para a diminuição do desemprego.<br />
Não é fácil, mas<br />
vive-se uma vida saudável.<br />
Hoje é possível dar melhores<br />
condições aos pastores na sua<br />
vivência, assim os órgãos estatais<br />
o queiram.<br />
Resumindo, é uma riqueza<br />
que diariamente se está a<br />
perder e que bastante falta faz<br />
à nossa economia. Cremos<br />
que até o Turismo beneficiava,<br />
pois é “giro” ver as cabras<br />
com os seus filhotes atrás.<br />
É um rosário longo, que sabemos<br />
de antemão que não<br />
é minimamente aproveitado<br />
por quem nos governa, mas<br />
fica aqui o desabafo.<br />
Ezequiel Cardoso<br />
27/Agosto/2017