JB_2424

Jornal da Bairrada
6 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO
autárquicas 2017
7 | setembro | 2017
COLIGAÇÃO JUNTOS PELO CONCELHO DA MEALHADA
“É de mudança que este concelho precisa”
Quatro anos depois, a coligação
Juntos Pelo Concelho
da Mealhada volta a
apresentar-se às urnas nas
autárquicas do próximo
dia 1 de outubro. E quatro
anos depois, “quase tudo
mudou para pior”, considera
o candidato à Câmara,
Hugo Alves Silva. “Com
maioria na Câmara Municipal
(CM), na Assembleia
Municipal (AM) e nas Juntas
de Freguesia (JF) e mesmo
com dinheiro em conta,
vão [PS] deixar o poder sem
obra e sem nada de novo. É
de mudança que este concelho
precisa”, exortou o candidato.
Na apresentação oficial
dos candidatos, que decorreu
no Jardim Municipal da
Mealhada, ao final da tarde
de sábado, Hugo Silva elencou
as prioridades da candidatura.
“Eu quero que a
vossa qualidade de vida volte
a melhorar, que haja mais
crianças, que os mais velhos
vivam mais saudáveis
e ativos, que o emprego se
instale no concelho e que
as pessoas, de todas as idades,
sintam que na Câmara
está uma alavanca ao seu
sucesso”, afirmou. Frisou
então que esta “é uma terra
abençoada”, tendo por base
as potencialidades água, vinho,
leitão e o eixo turístico
Luso-Bussaco. No entanto,
na água, “vemos o abandono
e desprezo total pelos recursos
hídricos; na vinha e no
vinho vamos a reboque de
entidades externas; no leitão,
valha-nos a qualidade
dos nossos restaurantes; no
Luso - Bussaco vendemos
tudo a preço de saldo”.
Mas foi mais longe: “Temos
uma via férrea de que
fingem lembrar-se sempre
que há notícias de plataformas
e zonas logísticas, mas
nem da emblemática Locomotiva
a Vapor BA 61 se cuida;
temos um nó de autoestrada
que teimam em associar
à logística, enquanto os
outros, a norte, o desejam
para exportar e criar emprego
em doses massivas –
e estão a fazê-lo mesmo sem
o nó.”
Hugo Silva focou-se ainda
na dificuldade atual de
fixar na Mealhada pessoas
A
Hugo Silva, candidato à Câmara
A
e empresas e sublinhou que
“estamos perigosamente
abaixo dos 20 mil habitantes,
sem perceber que o comércio
vai colapsar e estamos
a afundá-lo ainda mais
com a nova machadada da
mudança do mercado”. Sobre
isso, foi perentório, afirmando
que, com JPCM no
poder, “essa obra não avança
com esse modelo, mas vai
ter solução definitiva e haverá
novo mercado”. Quanto
à nova sede municipal,
os 5 milhões de euros orçamentados
vão “servir para o
mesmo fim mas num projeto
que impulsionará a regeneração
urbana e garantirá
o futuro deste centro, dando
cor ao comércio, à habitação
e aos serviços”.
O candidato garantiu
que, caso seja eleito, será
“um Presidente próximo e
dialogante” e que o seu gabinete
da presidência passará
uma semana, a cada dois
meses, em cada freguesia,
“porque já não basta o Presidente
dizer que tem uma
porta aberta, ele tem mesmo
de estar junto das pessoas”.
Avançou ainda com a ideia
de um Provedor Municipal,
que “ajude na relação com os
serviços e garanta uma informação
transparente e isenta”.
E, no âmbito da transparência,
destacou a ausência
da mesma na EPVL e na
Fundação Mata do Bussaco:
“a 1 de outubro, vão saber o
que acontece ao dinheiro da
Câmara que entra na Escola
Profissional e na Fundação
Mata do Bussaco”. “Desde
2013 que não sabemos nada
sobre contratos da Fundação
e a Escola é hoje uma
caixa negra onde só o Presidente
da Câmara conhece
a realidade, mesmo sendo
esta uma empresa com cerca
de 60% de capital público.
É uma vergonha ter Escola
Profissional da Mealhada,
Fundação Mata do Bussaco
e todas as Juntas de Freguesia
a desprezar a transparência
das contas públicas.
Não publicam nada no
portal da contratação pública,
não dão contas de nada”,
criticou Hugo Silva.
Terminou dizendo que
se propõe “a transformar o
concelho”, chamando, um a
um, os candidatos às Juntas
Gonçalo Vigário Louzada, candidato à AM
de Freguesia: Isaías Gonçalves
para a JF Barcouço; António
Costa, UF Mealhada,
Ventosa e Antes; Sérgio
Gonçalves para a JF Vacariça;
João Sequeira para a JF
de Casal Comba; Jorge Fernandes
para a JF do Luso; e
Marlene Lopes para a JF de
Pampilhosa.
“O concelho parou no
tempo”. O candidato à Câmara
pela JPCM há quatro
anos é hoje o candidato à Assembleia
Municipal. Gonçalo
Louzada continua, como
então, a defender “um novo
rumo para o nosso concelho”.
Durante estes quatro anos,
afirmou, os eleitos da coligação
JPCM “fizeram uma
oposição construtiva, dando
todas as condições para
que aqueles que ganharam
as eleições pudessem governar
conforme legitimamente
estavam mandatados”. “Ao
longo de todo este tempo, fomos
coerentes, coesos, confiáveis
e sérios. Fomos também
questionantes, ativos,
interessados, proponentes, e
por diversas vezes vimos vários
pontos das ordens de trabalhos
das reuniões serem
retirados e readequados para
que pudessem ser validados
por nós.”
Quatro anos volvidos, porém,
verifica-se que “o nosso
concelho parou no tempo,
as nossas freguesias estão
mais abandonadas e não há
nenhuma visão estratégica
da parte do executivo socialista
para o futuro”.
No que respeita ao funcionamento
da Assembleia
Municipal, Gonçalo Louzada
garantiu que, se for eleito,
tudo fará “para que se
garanta uma efetiva aproximação
entre eleitos e eleitores
e entre estes e as instituições”
e que será “reforçada
a importância atribuída
à Assembleia Municipal enquanto
órgão fiscalizador da
Câmara Municipal”.
“Queremos uma Assembleia
Municipal que funcione
com o cumprimento de
regras claras e equilibradas,
e não de forma subserviente
à opinião e à vontade de
um presidente da Câmara”,
frisou. O candidato à AM
considera que com a Coligação
Juntos pelo Concelho
da Mealhada, “passaremos
a ter órgãos autárquicos liderantes,
atentos às pessoas,
conhecedores dos problemas
e das expectativas reais
das populações”.
“Esta terra podia ser
melhor do que é”. Teodomiro
Seabra Pereira, mandatário
da JPCM, entende
que esta é “a candidatura
que melhor responde às
necessidades dos tempos
atuais para a minha/nossa
terra. Uma terra cheia
de potencialidades, com
um associativismo forte,
uma localização privilegiada,
um património natural,
edificado e gastronómico
tremendo, ou seja, tem tudo
para ser um referencial de
qualidade de vida para os
que cá vivem”.
Contudo, disse, “esta terra
podia ser melhor do que
é”. Daí ser “urgente uma
mudança, o nosso concelho
precisa de um projeto
político novo e diferente”.
O projeto atual está gasto,
sem energia, sem visão e
sem capacidade de renovação,
como se comprova pelas
listas que o PS apresentou
recentemente.
Afiançou que aceitou ser
mandatário “pela confiança
nas pessoas que integram as
listas desta coligação: Hugo
Silva é um jovem competente
e com provas dadas; Jacinto
Silva [n.º 2 à CMM] é um símbolo
do amor a esta terra e às
nossas gentes” e, para além
disso, tem “muita confiança
na equipa à Assembleia Municipal,
é muito forte e representativa
das nossas freguesias
e das nossas gentes”.
Quanto aos candidatos
às Juntas de Freguesia, “demonstram
honestidade, dinamismo,
competência,
visão, proximidade e capacidade
para resolver os
problemas”. “Um presidente
de Junta não pode estar
preso a uma lógica partidária,
com receio do presidente
da Câmara. As preocupações
de um presidente
de Junta não podem ser
só com a limpeza de valetas.
Queremos mais para o nosso
concelho e para as nossas
populações”, culminou.
Oriana Pataco