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Linha Direta<br />
Conta-gotas<br />
Por Armando Ferrentini<br />
“A ABA dos nossos dias transformou-se<br />
em uma parceira não<br />
apenas dos anunciantes, mas de<br />
todos os players do mercado”<br />
Embora como um conta-gotas, a economia brasileira dá<br />
sinais de recuperação, o que tem animado os mercados,<br />
com destaque para o da comunicação do marketing.<br />
Trata-se de um segmento da economia que tem no segundo<br />
semestre o seu melhor período, calculando-se que em<br />
épocas normais o investimento total do setor na segunda<br />
metade do ano atinja 60%, ficando os outros 40% para o<br />
primeiro semestre.<br />
Há que se considerar ainda, para aumentar nossas esperanças,<br />
que estamos nos aproximando de mais uma Copa do<br />
Mundo da FIFA, evento sempre muito bem aproveitado pelos<br />
anunciantes não só no Brasil, como em todo o planeta.<br />
Desde já, nossa torcida para que mestre Tite consiga a proeza<br />
de levar o Brasil até a final da Copa, o que fará crescer<br />
ainda mais o investimento publicitário em nosso país.<br />
Voltando aos dias de hoje e aqui no Brasil, é necessário que<br />
determinadas autoridades se compenetrem de que ainda<br />
vivemos um período grave da vida nacional, que a todos<br />
abalou, abala e ainda abalará por mais algum tempo.<br />
O que queremos dizer é que certos revanchismo têm de<br />
ser deixados de lado neste momento que prossegue delicado<br />
da vida nacional. Não nos lembramos, nos últimos<br />
50 anos, de uma tormenta igual a que nos atingiu, transformando<br />
os últimos três anos da vida brasileira em um<br />
verdadeiro inferno.<br />
Se conseguimos chegar até aqui – os que sobreviveram,<br />
pessoas físicas e jurídicas – e já podemos enxergar a famosa<br />
luz no fim do túnel, é necessário que todos nos compenetremos<br />
de que, se já passamos pelo pior, ainda não<br />
atingimos com segurança o chamado ponto de retorno.<br />
Há, sim, como dissemos, sinais de recuperação, mas se não<br />
nos ajudarmos, corremos o risco de um revertério que poderá<br />
ser ainda mais duradouro do que a crise que aos poucos<br />
vai nos deixando.<br />
Para evitarmos que isso aconteça e, ao contrário, o atual<br />
conta-gotas da nossa melhora se transforme em um esguicho,<br />
necessitamos de grandes personagens na condução<br />
do país e na vida política nacional.<br />
Pessoas que possam lembrar, ainda que de longe, grandes<br />
estadistas como Winston Churchill, que no seu discurso de<br />
posse como primeiro-ministro da Inglaterra, em maio de<br />
1940 e sob a ameaça de destruição total do seu país pelo<br />
poder bélico alemão, lapidou a frase que o mundo jamais<br />
esqueceu: “Eu diria à Casa, como disse aqueles que se juntaram<br />
a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue,<br />
trabalho, lágrimas e suor”.<br />
No Brasil, curiosamente, retiraram das traduções a palavra<br />
trabalho, além de inverterem as duas últimas. De qualquer<br />
forma, serve como grande lição do que é um verdadeiro<br />
estadista, que preferiu a sinceridade ao engano.<br />
***<br />
Nesta segunda edição da revista Propaganda com nova<br />
apresentação gráfica, uma homenagem a ABA – Associação<br />
Brasileira de Anunciantes e a sua presidente-executiva,<br />
Sandra Martinelli.<br />
A entidade já foi no passado causadora de grandes preocupações<br />
ao segmento das agências, condenando as bonificações<br />
de volume e até mesmo o disposto na então Lei<br />
4.680, que obrigava os anunciantes a remunerarem suas<br />
agências pelo mesmo valor do desconto então concedido<br />
pela mídia a todo o conteúdo publicitário autorizado através<br />
de agências.<br />
Mas, isso é passado e bem passado. Hoje, a ABA não só vive<br />
em paz com todo o mercado, como tem se esforçado no<br />
sentido de colaborar com o seu aperfeiçoamento, realizando<br />
cursos e promovendo seminários de grande valor para<br />
os novos tempos vividos pelos mercados, aos quais vieram<br />
se juntar a mídia digital e a emblemática filosofia da desrupção,<br />
palavra entendida de muitas formas pelas diversas<br />
forças do mercado.<br />
A ABA dos nossos dias transformou-se em uma parceira<br />
não apenas dos anunciantes, mas de todos os players do<br />
mercado, entendendo que o aperfeiçoamento e a evolução<br />
da atividade publicitária, traz benéficos a todos.<br />
Armando Ferrentini<br />
É diretor-presidente da Editora Referência<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
12<br />
agosto de 2017