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Carreira<br />

um projeto inédito. Tive a preocupação de deixar a cidade<br />

mais bonita, com três modelos de abrigos feitos com material<br />

de primeiríssima qualidade”. A licitação foi ganha com<br />

nota técnica de 95, enquanto que a concorrente ficou com<br />

65. De acordo com Violeta, houve diversas contestações de<br />

outras empresas. Por esse motivo, o contrato ficou de julho<br />

a dezembro para ser assinado.<br />

“Ouvi dos acionistas que a possibilidade de assinar o contrato<br />

era zero, porque caso eu conseguisse isso em pleno<br />

mês de dezembro, em fevereiro já precisaria ter os abrigos<br />

na rua. E tem todo um processo de produção. Já era o sexto<br />

ano da lei e não tinha ninguém preparado nesse sentido,<br />

nenhuma fábrica de mobiliário urbano. Eu me lembro<br />

que todo mundo viajou de férias e fiquei sozinha numa<br />

mesa com 20 homens e os convenci a assinarem o contrato<br />

em 16 de dezembro de 2012”. Em seguida, localizou<br />

em Minas Gerais uma fábrica cujo dono estava disposto a<br />

trabalhar no Natal e Réveillon. “Paramos a fábrica dele. No<br />

final, pude colocar tudo na rua antes mesmo do prazo. Foi<br />

uma operação de guerra”, diz Violeta, que ainda vendeu<br />

três cotas de anunciante-fundador, sem conhecer nada<br />

do mercado publicitário. No projeto estavam Ambev, NET<br />

e Visa. O dinheiro propiciou a montagem da empresa, o<br />

pagamento do pessoal, tudo a toque de caixa. “Minha primeira<br />

reunião de conselho era só homem, era casca de<br />

banana o tempo todo. Só após os resultados do primeiro<br />

ano é que houve reconhecimento”.<br />

Mulher, judia, baiana e engenheira, Violeta, 47, já está<br />

acostumada a se destacar. Casada e mãe de dois filhos, é<br />

descendente de família de imigrantes, os avôs maternos<br />

eram romenos. Já o avô paterno era húngaro, a avó nasceu<br />

na Amazônia, o bisavó, no Marrocos. Quando jovem, era<br />

a única judia em Salvador. Formada em 1992 engenheira<br />

civil pela Universidade Federal da Bahia, foi a primeira da<br />

turma e mestre de cerimônia. Uma semana depois estava<br />

se casando. Em janeiro do ano seguinte, veio morar em<br />

São Paulo e fez pós-graduação em administração na FGV.<br />

O primeiro trabalho foi como trainee no banco Sudameris,<br />

após seis meses foi alocada numa agência distante, na<br />

zona sul da capital paulista. “Gosto de fazer diferente. Passei<br />

a visitar os clientes para oferecer produtos e sofisticar<br />

as operações da agência”. Em menos de um ano multiplicou<br />

por cinco o volume de aplicações e foi promovida.<br />

Mas para ter uma nova experiência foi trabalhar em finanças<br />

na categoria de sabonetes da Unilever. Mergulhou na<br />

operação: do consumidor à produção. “Participei de todas<br />

as etapas”. Permaneceu na empresa por dois anos e meio.<br />

Generalista e adaptada às mudanças, foi para o Citibank<br />

criar a área de Middle Market. Montou equipes multifuncionais,<br />

ganhou diversos prêmios no banco. Mas queria<br />

ter uma experiência internacional. “Fazer um MBA era um<br />

sonho desde que saí de Salvador”. Num tempo recorde,<br />

“Gosto de fazer diferente. Passei a visitar os clientes para<br />

oferecer produtos e sofisticar as operações da agência”<br />

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agosto de 2017

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