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Em contraste com as freguesias que apresentaram<br />
altos percentuais de negociações de<br />
engenhos, os lugarejos mais próximo da<br />
Vila/Cidade de Mariana como o Itacolomi<br />
foram pouco representadas nas compras e<br />
vendas de engenhos, tendo ambas as localidades<br />
o percentual de 10,3% dos seus totais<br />
de negociações. Outras nem sequer aparecem<br />
nos dados desse tipo de propriedade<br />
rural, como o distrito de Passagem.<br />
Comparando a referência aos matos virgens<br />
nas localidades apontadas temos que: no<br />
distrito da Passagem, talvez pelo relevo (onde<br />
não houve registro de negociação de engenho)<br />
2,2% das escrituras informaram a presença<br />
desse importante fator da reprodução<br />
agrícola, na área definida como Vila/Cidade de<br />
Mariana apenas 11%, percentuais baixos se<br />
comparados aos de Sumidouro (24,5%) e<br />
Furquim (30,9%), e um pouco menos destoantes<br />
(mas ainda sim inferiores) aos de São<br />
Caetano (14,7%) e de Camargos.<br />
Contudo, é importante lembrar que todas<br />
essas são áreas onde a mineração foi o fator<br />
essencial no processo de conformação do<br />
espaço agrário, que também agia como uma<br />
espécie de fronteira, ou fator limitador, da<br />
expansão da posse do produtor agrícola, o<br />
qual muitas vezes era também minerador.<br />
Conjugando as duas atividades, por mais<br />
benefícios que houvesse nessa diversificação<br />
e sem detrimento de uma pela outra atividade,<br />
poderia haver certa limitação do proprietário<br />
de terras rurais e minerais tanto no acesso a<br />
terras produtivas de plantio nos arredores das<br />
lavras- pois estas estavam quase sempre em<br />
poder de outro minerador/agricultor- quanto na<br />
posse dos escravos, cujo número nem sempre<br />
era força de trabalho suficiente para a ampliação<br />
da sua atividade em diferentes setores<br />
econômicos. Nesse caso, a formação das<br />
sociedades poderia cumprir o importante<br />
papel de fomentar a diversificação/aumento da<br />
produtividade pela divisão de custos e multiplicação<br />
dos investimentos.<br />
Assim, nas áreas onde foi possível expandir o<br />
espaço produtivo por compra de terras próximas,<br />
posse simples delas ou concessão de<br />
sesmaria houve maior registro de negociações<br />
de engenhos. O caso dos engenhos em São<br />
José da Barra Longa possui outro norteamento.<br />
Essa freguesia não sofreu o rápido e intenso<br />
povoamento de outras- como a freguesia da<br />
Vi l a / C i d a d e d e M a r i a n a , F u r q u i m e<br />
Sumidouro- que surgiram no encalço dos<br />
primeiros anos de exploração aurífera. A<br />
participação da Freguesia de São José da<br />
Barra Longa no mercado das propriedades<br />
rurais foi tardia, iniciando-se apenas na década<br />
de 1740. Como área de fronteira aberta<br />
tornou-se viável o acesso às terras ainda não<br />
ocupadas em maiores extensões do que nas<br />
propriedades rurais que se estabeleceram na<br />
circunvizinhança das lavras minerais dos<br />
principais núcleos de mineração.<br />
Fato é que, com maior ou menor presença<br />
pelas freguesias que compuseram o termo de<br />
Mariana no século XVIII, a fabricação da<br />
aguardente nos engenhos ― corrente e<br />
moentes foi uma das atividades produtivas<br />
agrícolas que mais interessou aos moradores<br />
da região. Veja o a tabela baixo entre 1711 e<br />
1790, Mariana teve 2017 engenhos de<br />
cachaça. Hoje o número de alambiques em<br />
Mariana dá para contar nos dedos.<br />
Divulção Dia da Cachaça