Hempada #12 - Canadeu: Duas prisões e Muita Maconha!

Isso permitiu que Bob pudesse não só
ter contato com a realidade da venda
de maconha medicinal, mas também
sonhar e crescer profissionalmente.
“Dentro de um mês fui promovido pra
‘Supervisor e Gerente’, sendo enviado
pra abrir uma das novas lojas deles na
cidade. Tirando o fato de que a rede
era conhecida, foi quase como abrir
uma loja do zero. Antes de topar tudo
isso eu perguntei se a empresa iria bancar
o meu advogado para me defender
na justiça. Depois de uma ligação ao
advogado em que ele me falou para
não trabalhar, eu topei e fui abrir a
loja. O clima no empreendimento apesar
de divertido, era sempre com medo
da polícia chegar a qualquer momento.
Uma relação de amor/stress que é difícil
descrever, até porque eu passava
em média de 10 a 14 horas por dia
na loja”, ou seja, literalmente, nem tudo
são flores, para quem trabalha nesse
ramo. Mas o pior ainda estava por vir...
Durante toda nossa conversa, diversas
vezes Bob lembrou da importância
social de se atender pacientes da maconha
medicinal. Poder oferecer alívio
aos diferentes tipos de dores que as
pessoas sentem, não importa se oriundas
de uma doença grave ou do stress
do dia a dia, é uma satisfação incrível.
Submerso nessa missão de ajudar ao
próximo e completamente inserido no
emprego dos sonhos, com maconha
boa por todo lado, o medo das batidas
policiais foi se diluindo na certeza intuitiva
de que nada de mal aconteceria.
Entre títulos de funcionário do mês e
experiência impagáveis, o trampo durou
alguns bons meses até que surgiu o
convite para abrir um outro dispensário,
mas dessa vez em uma pequena cidade
turística, localizada em outra província.
O clima não era dos melhores pois
a única delegacia da região era da
polícia federal e a recepção dos moradores
à abertura da loja não foi das melhores.
“Cidade pequena todo mundo
sabe de tudo, né... o boca a boca vai
muito mais rápido. Eu sabia que podia
acontecer, mas estava trabalhando há
meses com isso, já tinha escapado de
umas três quatro batidas, uma vez por
minutos até. Lance de estar chegando
e ver a polícia entrando na loja e eu
voltar para casa. Mas também porque
eu acredito no que eu to fazendo, é um
ato de ativismo, de desobediência civil,
e eu acho que isso tem uma importância
para ajudar a acabar com o estigma
da maconha”, acontece que, como ele
mesmo já previa, uma hora a casa caiu.
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