Acervo : Museu da Música <strong>de</strong> Mariana
Órgão do Museu da Música <strong>de</strong> Mariana O órgão do Museu da Música <strong>de</strong> Mariana foi construído por Abel Vargas, a partir do reaproveitamento <strong>de</strong> peças usadas em restaurações do órgão Arp Schnitger da catedral <strong>de</strong> Mariana. Não se trata, portanto, <strong>de</strong> um órgão barroco, <strong>de</strong> uma réplica ou <strong>de</strong> um órgão feito com peças originais do instrumento da catedral, mas sim <strong>de</strong> um órgão totalmente mo<strong>de</strong>rno, que apenas reaproveitou peças das restaurações realizadas anteriormente na catedral. Em fins do século XIX, o órgão Arp Schnitger da catedral <strong>de</strong> Mariana (que foi construído em 1701) havia sido totalmente reafinado um tom acima, e alguns poucos tubos originais <strong>de</strong> metal (apenas meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um registro) haviam sido substituídos por tubos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. No final do ano <strong>de</strong> 1937 o órgão <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> funcionar e, nas décadas subsequentes, foi se <strong>de</strong>teriorando e seus tubos foram sendo avariados, alguns <strong>de</strong>les perdidos. Entre 1980-1984, quando, pela primeira vez, o órgão da catedral foi restaurado, pela firma Beckerath Orgelbau, em Hamburgo, os tubos originais foram reparados e alguns tubos que faltavam foram substituídos por novos. Além disso, foram substituídos os antigos manuais (teclados) por novos exemplares, foi anexado um novo banco para o(a) organista e instalada, pela primeira vez, uma pedaleira. Todo o material removido foi cuidadosamente guardado e reenviado a Mariana. Entre 2000-2002 foi realizada a segunda restauração do órgão Arp Schnitger, <strong>de</strong>sta vez pela firma Edskes Orgelbau, que reconstituiu o tamanho original dos tubos e a afinação do século XVIII. Durante essa restauração <strong>de</strong> 2000-2002 (parte na Suíça e parte em Mariana), foram realizadas outras intervenções técnicas, como a troca daqueles poucos tubos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira do século XIX por novos tubos <strong>de</strong> metal, o retorno dos manuais originais do século XVIII (removidos entre 1980-1984), a troca do banco e da pedaleira por exemplares construídos segundo mo<strong>de</strong>los do século XVIII, bem como a substituição dos tubos instalados pela Beckerath, por tubos mais próximos dos originais. Todo o material inserido pela Beckerath entre 1980-1984 e removido pela Edskes, em 2000-2002, também foi cuidadosamente guardado. Finalmente em 2010, a partir <strong>de</strong> um projeto d a o r g a n i s t a E l i s a F r e i x o , c o m fi n a n c i a m e n t o d a P r e f e i t u r a d e Mariana/Conselho Municipal do Patrimônio Cultural/COMPAT, o luthier Abel Vargas reuniu as peças retiradas pelas firmas Beckerath e Edskes, que estavam encaixotadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002, e construiu o órgão do Museu da Música <strong>de</strong> Mariana, acrescentando apenas o fole, o motor, a caixa externa, mais alguns tubos e algumas outras peças para dar unida<strong>de</strong> ao instrumento. O órgão do Museu da Música é, portanto, um órgão reciclado! Agora ainda faltam os ajustes finos, como o término da afinação e da regulagem dos manuais, o revestimento acústico do motor e alguns outros acabamentos técnicos. Até o final do ano, o órgão estará pronto e, em 2015, já estará disponível para os projetos do Museu da Música, principalmente voltados ao ensino e ao estudo. O ó r g ã o e s t á e m f u n c i o n a m e n t o , atualmente, no coro do Santuário do Carmo <strong>de</strong> Mariana. Foto : Cristiano casimiro O luthier Abel Vargas e equipe afinado o órgão no santuário do carmo em Mariana 35