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Monografia Ozymandias

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Com esta expansão de longo alcance em broadcast, a<br />

televisão também fazia parte do projeto do Estado de servir<br />

como uma estrutura de canal de homogeneização política e<br />

padronização cultural e comportamental. Com isso, a difusão<br />

de informações televisivas adquiria uma característica política<br />

e autoritária, uma vez que os espectadores não tinham a capacidade<br />

de opinar ou intervir na influência sobre a emissão,<br />

tornando as residências privadas em um palco de acontecimentos<br />

públicos sem nenhuma chance de resposta do público.<br />

Este intuito de massificar e uniformizar a população por meio<br />

da transmissão unidirecional gerou alguns impactos sociais<br />

nos quais as pessoas passaram a enxergar a televisão como<br />

um alvo de ataque.<br />

Uma das formas de disseminar o poder de concentração<br />

do monopólio televisual era fragmentar a estrutura televisiva<br />

de produção e diversificar o seu conteúdo cultural afim de<br />

direcioná-los a segmentos específicos da população, acompanhando<br />

diretamente a diversidade e as aspirações de seu<br />

público. Como diz Machado (1997, p. 21), “se entendermos<br />

por democracia a coexistência dialética das diferenças e a<br />

constituição de canais onde as minorias possam ter voz e vez,<br />

é preciso conceber sistemas simbólicos que levem em conta<br />

e permitam florescer essa diversidade, desestabilizando, ao<br />

mesmo tempo, o poder de centralização e controle dos regimes<br />

autoritários.”<br />

Felizmente, com os avanços das técnicas de emissão a<br />

partir dos anos 40, foi possível identificar novas frequências<br />

de recepção, como a UFH (frequência ultra-alta) e transmissão<br />

de sinal e receptores por meio de cabos ou fibra ótica,<br />

que permitiam um número infinito canais. Com isso a tevê a<br />

cabo proclamava a independência das emissoras centralizadas<br />

de caráter político e estatal. Apesar dessa tecnologia ter<br />

sido desenvolvida nos anos 40, somente na década de 60 que<br />

seu potencial foi devidamente praticado nos Estados Unidos.<br />

A proposta de distribuir programas de qualidade para<br />

públicos específicos por diferentes emissoras vinha acompanhado<br />

da independência do grande capital; em outras palavras,<br />

este tipo de tecnologia não teria nenhum tipo de suporte<br />

comercial, sendo inteiramente dependente do interesse do<br />

espectador em pagar para ter acesso ao canal de informação.<br />

(MACHADO, 1997).<br />

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