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Previz2 - 12.07 VRamalho2

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Conheci o Vitor há já mais de 50 anos. Eu frequentava engenharia na Universidade de<br />

Luanda e ele estava quase de “abalada” para Portugal. Iria estudar Direito em Lisboa.<br />

Foi num “Campo de Férias” de estudantes católicos que reuniu jovens de Portugal e<br />

de Angola.<br />

O Vitor deixou marca como pessoa muito interessada, com uma boa base cultural e,<br />

sobretudo, extremamente simpático e de espírito aberto.<br />

Seguimos as nossas vidas, cada um para seu lado, e voltamos a ver-nos mais tarde.<br />

Até que, por força das circunstâncias, ambos parlamentares, obviamente de bancadas<br />

diferentes, fomos mantendo conversas muito mais frequentes, sobre quase tudo<br />

mas com natural preponderância sobre Africa.<br />

Faltam ajustes<br />

Sempre achámos que as necessidades dos Partidos em alimentarem certa militância<br />

os levavam a procurar mais as diferenças e a fixarem-se nelas, em vez de procurarem<br />

aproximar-se, (o que facilitaria a adopção das politicas…). Balizavam-se nas diferenças.<br />

Não é de unanimismos que falávamos, mas sim de diálogo com consequências…<br />

Africa e a Lusofonia eram naturalmente áreas em que surgiam no mesmo espírito a<br />

necessidade da prática dum bom relacionamento, que respeitasse as memórias comuns,<br />

mas que fosse ousado e ambicioso, quanto ao futuro.<br />

Foi essa a idéia de lutar por um consenso político na relação com África que me levou<br />

a aceitar o convite do actual Primeiro-ministro, para ser Secretário-geral da UCCLA.<br />

A UCCLA perdera o fulgor que tivera no passado com o Eng. Abecassis. Entretanto,<br />

surgiram, felizmente, numerosas organizações lusófilas e a CPLP já se havia criado…<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

A Vitor Ramalho deve-se uma constante defesa em artigos, entrevistas etc., de pontos<br />

de vista positivos, não recriminatórios nem discriminatórios em prol de posições lusófonas.<br />

E deve-se também um trabalho marcante na organização dum congresso da diáspora<br />

angolana, que reuniu muitos angolanos do exterior e que a cada dia que passa, mais<br />

me convenço de que foi antes do tempo…. Nota-se cada vez mais a falta que essa<br />

gente fez a Angola…<br />

Porque em recente livro, o Vitor, revelou esse facto, foi para mim normal ter sido grande<br />

defensor da nomeação do Vitor como meu sucessor para Secretário-geral da UCCLA.<br />

Acho que se fiz um trabalho na “frente” interna, ao Vitor cabe o grande mérito de ter<br />

voltado a projectar a UCCLA na opinião pública. Veja-se a grande realização que<br />

constituiu, a evocação do papel que a Casa dos Estudantes do Império teve no processo<br />

para a emancipação dos povos e no conhecimento mútuo e amigo entre os<br />

dirigentes desses países.<br />

Em suma: Um grande e leal camarada, a quem envio um “candando” desejando longa<br />

vida de muito sucesso.<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

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