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Previz2 - 12.07 VRamalho2

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Lanço mão desta oportunidade para confessar a minha mágoa de me não ter sido possível anuir<br />

ao convite do Senhor Dr. Vitor Ramalho para apresentar o seu livro sobre a pessoa do Senhor Dr.<br />

Mário Soares.<br />

Tendo-lhe respondido com a verdade (estava convidado para Paris, onde teria lugar, nos princípios<br />

de Dezembro de 2017, um encontro/simpósio sobre migrações e lusofonia, cabendo-me<br />

uma Comunicação sobre diálogo inter-religioso), vim a tomar conhecimento, de forma indirecta,<br />

que o tema proposto era dispensado de entrar em cena. Coisas que acontecem…<br />

Guardo na lembrança (irmã-gémea da esperança segundo Leonardo da Vinci) a sensibilidade<br />

do Senhor Dr. Vitor Ramalho às carências sociais, às dificuldades comuns da existência e aos<br />

magnos problemas do mundo e concomitantemente, o seu empenhamento por via de opções<br />

políticas bem concretas, desde a sua vida de estudante universitário, acolhendo, sem pausa,<br />

responsabilidades sempre na luta pelo bem comum.<br />

A Lusofonia, e, singularmente, a sua “herança” angolana, as diferenças culturais e a sua convergência,<br />

a defesa da Dignidade humana, o pesar, indisfarçável em não poucas ocasiões, por<br />

não ter sido seguida uma ponte mais sólida entre o Portugal democrático e outros domínios<br />

estratégicos, a coragem sempre a tempo contra injustiças e desvarios, estes e tantos outros,<br />

constituíram ingredientes de uma personalidade desassossegada, inteligente e comprometida.<br />

Mas, na multidão de afazeres, gostos, ofícios e canseiras, destaco a sua vinculação estreita, senão<br />

familiar, com Maria Barroso e Mário Soares, num misto de estima e respeito, de proximidade<br />

e consideração, de independência e fidelidade, de militância por causas e convicções.<br />

Confesso que, vivendo longe no Porto, minha terra natal, sinto, amiúde, saudades fundas de<br />

Maria Barroso e Mário Soares, tão amigos, tão confidentes, tão batalhadores, e, nesse convívio<br />

e diálogo, lá me surge sempre, afável e fraterno, o Dr. Vitor Ramalho.<br />

No confluir de críticas e ideias tinham que estar sempre presentes as aspirações por um Portugal<br />

sem estigmas de injustiça e pobreza, sem intolerância nem tiques inquisitoriais. Nesta fonte<br />

da velha ágora deve ter-se sempre dessedentado o Dr. Vitor Ramalho, tal a sede que se lhe<br />

pressentia por soluções a serem assumidas, de forma inequívoca, por um Estado de Direito.<br />

Neste mesmo cambiante nunca foram dispensadas a Justiça e a Amizade, da sua prática, nos<br />

jantares de Domingo ou de dias feriado, de pareceria com um outro casal, fazendo sempre companhia<br />

aos residentes do 3º andar da Rua Dr. João Soares, nº 2, em Lisboa.<br />

Ao saudar-se uma Vida com sentido, fica-se com outro sabor!<br />

Januário Torgal Ferreira<br />

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