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Revista +Saúde - 13ª Edição

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TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ<br />

TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ<br />

A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário<br />

chamado Toxoplasma gondii que tem o gato como<br />

seu hospedeiro definitivo. A sua transmissão pode ocorrer<br />

pela ingestão de oócitos por contato direto com fezes de<br />

gato ou manipulação de água ou alimentos contaminados<br />

como carnes cruas ou mal cozidas. Ainda pode ocorrer a<br />

transmissão vertical transplacentária, ou seja, passagem<br />

do toxoplasma através da placenta para o bebê. Isto pode<br />

ocorrer quando a mulher apresenta infecção aguda durante<br />

a gestação, gerando sequelas graves ao feto, como: surdez,<br />

cegueira, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor,<br />

microcefalia, calcificações intracranianas e catarata.<br />

O risco de infecção fetal e a gravidade do acometimento<br />

estão relacionados a idade gestacional na infecção<br />

aguda materna. Quando acontece no início da gravidez<br />

(entre 10 e 24 semanas), o risco de passar para o feto é<br />

menos frequente, porém pode levar ao abortamento ou<br />

sequelas graves. Os recém-nascidos na maioria das vezes<br />

não apresentam sintomas ao nascimento, pois as sequelas<br />

são mais tardias, sendo a mais comum a coriorretinite<br />

que acomete até 70% dos infectados.<br />

O diagnóstico é feito através do rastreamento sorológico<br />

durante o pré-natal para a detecção de anticorpos<br />

Ig G e Ig M contra o Toxoplasma gondii. Na consulta de<br />

pré-natal, quando se tem exames mostrando Ig G e Ig M<br />

negativos, significa que a gestante nunca entrou em contato<br />

com o protozoário e é suscetível a contrair a doença,<br />

devendo tomar os cuidados abaixo relacionados, se o resultado<br />

for Ig G positivo e Ig M negativo, aquela gestante<br />

já entrou em contato com o toxoplasma e é imune; se o<br />

resultado do exame for Ig G e Ig M positivos, pode representar<br />

infecção aguda ou crônica, devendo então realizar<br />

um novo exame, chamado teste de avidez de Ig G. Se o<br />

resultado for positivo para anticorpos de alta avidez, é<br />

sugestivo de doença há mais de 12 semanas.<br />

A transmissão vertical (da mãe para o feto) é confirmada<br />

pela realização de amniocentese entre 17 e 32 semanas,<br />

realizando-se a pesquisa do DNA do toxoplasma<br />

PCR no líquido amniótico.<br />

O tratamento com a medicação Espiramicina em gestantes<br />

no quadro agudo da toxoplasmose pode reduzir<br />

em até 50% a transmissão vertical. A medicação deve ser<br />

mantida até o parto. Caso a infecção fetal seja confirmada<br />

pelo procedimento invasivo, deve-se iniciar o tratamento<br />

com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico<br />

e mantê-lo até o parto. Durante o tratamento é necessário<br />

realizar o controle materno com hemograma a cada<br />

2 semanas devido ao risco de alterações como a anemia<br />

megaloblástica e em relação ao feto, realizar o controle<br />

ultrassonográfico a cada 15 dias, pesquisando sinais de<br />

anemia fetal, como a hidropsia e avaliação de vitalidade<br />

fetal semanalmente.<br />

Recomenda-se que todas as gestantes devem realizar<br />

a sorologia para toxoplasmose na primeira consulta de<br />

Pré-natal e as gestantes suscetíveis (Ig G e Ig M negativos)<br />

devem ter a sorologia repetida mensalmente, para<br />

verificar a soroconversão e serem orientadas quanto as<br />

medidas higieno-dietéticas:<br />

• Não comer carne crua ou mal passada;<br />

• Dar preferência a carnes congeladas;<br />

• Não comer ovos crus ou mal cozidos;<br />

• Beber água filtrada;<br />

• Lavar bem as frutas, verduras e legumes;<br />

• Evitar contato com gatos e com tudo que possa estar<br />

contaminado com suas fezes;<br />

• Fazer limpeza diária com água fervente do recipiente<br />

em que os gatos depositam suas fezes;<br />

• Usar luvas para manusear terras ou jardim.<br />

138,<br />

Dra. Karina<br />

Silva Riva<br />

CRM/GO: 12630<br />

Médica Formada pela Universidade de Taubaté;<br />

Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade<br />

de Medicina de São José do Rio Preto;<br />

Especialização em Ultrassonografia pela Escola de Ultrassonografia<br />

de Ribeirão Preto;<br />

Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela<br />

FEBRASGO AMB.<br />

MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE NOSSO GUIA NAS<br />

PÁGINAS 06 E 07

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