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ANAIS_3º Encontro Minas Rio

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Gran Victory Hotel | Juiz de Fora | MG<br />

23 e24 AGOSTO<br />

2018<br />

<strong>ANAIS</strong><br />

ISBN 978-85-85165-00-0<br />

www.institutodofigadojf.com


Gran Victory Hotel | Juiz de Fora | MG<br />

COMISSÃO ORGANIZADORA<br />

Aécio Flávio Meirelles de Souza<br />

Fábio Heleno de Lima Pace<br />

Kátia Valéria Bastos Dias Barbosa<br />

Juliano Machado de Oliveira<br />

Tarsila Campanha da Rocha Ribeiro<br />

REALIZAÇÃO


ÍNDICE<br />

ABORDAGEM VÍDEO LAPAROSCÓPICA DA SÍNDROME DE MIRIZZI: UMA REVISÃO<br />

SISTEMÁTICA .......................................................................... 3<br />

ANÁLISE DO PERFIL E DA RESPOSTA AO TRATAMENTO DA HEPATITE C CRÔNICA<br />

NA ERA DAS DROGAS ANTIVIRAIS DE AÇÃO DIRETA ............................... 5<br />

ANÁLISE IN SILICO DE GENOMAS DE HBV (GENÓTIPOS A E D) PARA A AVALIAÇÃO<br />

DA PERSPECTIVA DE TERAPIAS BASEADAS EM EDIÇÃO GÊNICA .................. 7<br />

ASSOCIAÇÃO DA MICROBIOTA FECAL COM PARÂMETROS CLÍNICOS E<br />

NUTRICIONAIS NA ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA .......................... 9<br />

AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO-INVASIVA EM PACIENTES COM CIRROSE<br />

HEPÁTICA. O ESTÁGIO DA DOENÇA FAZ A DIFERENÇA? ........................... 11<br />

CAPACIDADE FÍSICA-FUNCIONAL DE PORTADORES DE CIRROSE HEPÁTICA ..... 13<br />

CARCINOMA HEPATOCELULAR ROTO EM FÍGADO NÃO CIRRÓTICO .............. 15<br />

DESAFIO DIAGNÓSTICO DE ASCITE: BCG-TERAPIA VESICAL ASSOCIADA À<br />

TUBERCULOSE PERITONEAL .......................................................... 17<br />

EFEITOS FUNCIONAIS DO KEFIR SOBRE PERFIL LIPÍDICO HEPÁTICO E SÉRICO:<br />

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ........................................................... 19<br />

EFEITOS FUNCIONAIS DOS ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS (ÔMEGA -3)<br />

SOBRE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA: UMA REVISÃO<br />

SISTEMÁTICA .......................................................................... 21<br />

HEPATITE AUTOIMUNE E TRANSPLANTE HEPÁTICO. QUANDO INDICAR? ......<br />

HEPATOMEGALIA EM PEÇA CADAVÉRICA: RELATO DE CASO .....................<br />

23<br />

25<br />

HEPATOTOXICIDADE POR CHÁS E ANABOLIZANTES: SÉRIE DE CASOS DO HOSPITAL<br />

UNIVERSITÁRIO DA UFJF ............................................................ 27<br />

HIPERBILIRRUBINEMIAS GENÉTICAS: RELATO DE UM CASO .....................<br />

29<br />

IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO E DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PARA<br />

INDIVÍDUOS COM QUADRO DE ESTEATOSE HEPÁTICA NÃO ALCÓOLICA ........ 31


LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR DROGAS: SÉRIE DE CASOS DO HOSPITAL<br />

UNIVERSITÁRIO DA UFJF .............................................................. 33<br />

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE CARCINOMA HEPATOCELULAR<br />

DO SERVIÇO DE HEPATOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE<br />

FEDERAL DE JUIZ DE FORA ............................................................ 35<br />

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE PORTADORES DE CIRROSE HEPÁTICA ........... 37<br />

O EFEITO DO SOFOSBUVIR E VELPASTAVIR PARA TRATAMENTO DA HEPATITE C: UMA<br />

REVISÃO SISTEMÁTICA ................................................................ 39<br />

PERFIL DOS PORTADORES DE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA<br />

NA AVALIAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL AMBULATORIAL DO HOSPITAL ESCOLA<br />

DA FACULDADE DE MEDICINA DE VALENÇA-RJ ...................................... 41<br />

PREJUÍZO NO CONTROLE AUTONÔMICO CARDÍACO EM PACIENTE COM CIRROSE<br />

HEPÁTICA ................................................................................ 43<br />

RELAÇÃO ENTRE CONSUMO DE BEBIDAS E ALIMENTOS PROCESSADOS/ULTRA-<br />

PROCESSADOS E OCORRÊNCIA DE SUPERCRESCIMENTO BACTERIANO NO<br />

INTESTINO DELGADO EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE ESTEATO-HEPATITE NÃO<br />

ALCOÓLICA .............................................................................. 45<br />

RELATO DE CASO: TROMBOSE DE VEIA PORTA EM CRIANÇA DE SETE ANOS, UM<br />

DESAFIO DIAGNÓSTICO DA ESPLENOMEGALIA ...................................... 47<br />

RESSUGIRMENTO DA HEPATITE A: NOVA VIA DE CONTAMINAÇÃO. RELATO DE CASO<br />

E REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 49<br />

SÍNDROME HEPATORRENAL EM PACIENTE COM CIRROSE HEPÁTICA POR HEPATITE<br />

C E CARCINOMA HEPATOCELULAR: UM RELATO DE CASO .......................... 51<br />

SINVASTATINA COMO LINHA TERAPÊUTICA ADJUVANTE NA HIPERTENSÃO<br />

PORTAL ................................................................................... 53<br />

TRANSPLANTE PARCIAL ORTOTÓPICO DE FÍGADO AUXILIAR: UMA REVISÃO<br />

SISTEMÁTICA ............................................................................ 55<br />

USO DO SECUQUINUMABE EM PACIENTE COM ARTRITE PSORIÁSICA E CIRROSE<br />

HEPÁTICA ............................................................................... 59


Título: ABORDAGEM VÍDEO LAPAROSCÓPICA DA SÍNDROME DE MIRIZZI:<br />

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA<br />

APRESENTADOR: Rafael F. Bringel<br />

AUTORES: Rafael F. Bringel, Cler D. Oliveira, Márcio M. P. Júnior,<br />

Nathalia V. Caires, Márcio M. Pinheiro<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A Síndrome de Mirizzi (SM) é uma causa rara de icterícia<br />

obstrutiva causada por um cálculo impactado tanto no ducto cístico<br />

quanto na vesícula biliar (VB), podendo haver fístula<br />

colecistocoledocal em casos graves. Seu tratamento é cirúrgico,<br />

sendo a laparotomia a abordagem padrão. Contudo, discute-se a<br />

viabilidade da laparoscopia, procedimento ainda controverso entre<br />

os especialistas.<br />

Objetivo: Avaliar, por meio de uma revisão sistemática, os riscos e<br />

benefícios do tratamento laparoscópico da SM em relação ao<br />

tratamento convencional.<br />

Métodos: Realizou-se uma pesquisa das evidências científicas<br />

presentes na base de dados indexadora MedLine, na qual foram<br />

utilizados os descritores “mirizzi syndrome”, “laparoscopy”,<br />

“treatment” e suas respectivas variações de acordo com o MeSH.<br />

Resultados: Dentre os 94 artigos encontrados, 8 foram analisados e<br />

3 contemplaram o objetivo desta revisão. Pode-se enquadrar seus<br />

resultados dentro da classificação de McSherry, a qual subdivide a<br />

SM em tipo I (SM I), quando há obstrução extrínseca da via biliar<br />

pelo cálculo impactado, e tipo II (SM II), quando há fístula entre a<br />

VB e o ducto hepático comum. Com base em diagnósticos pré e<br />

intraoperatórios, os três optaram iniciar a laparoscopia na SM I e<br />

laparotomia na SM II. Um primeiro estudo envolveu 2012<br />

colecistectomias, dentre as quais 24 tiveram diagnóstico de SM,<br />

03


sendo 14 do SM I, nas quais o tratamento laparoscópico foi bem<br />

sucedido em 10 casos, enquanto quatro necessitaram de conversão.<br />

Já uma análise retrospectiva de 64 pacientes com SM apresentou 49<br />

casos de SM I tratados, havendo apenas quatro conversões. Por sua<br />

vez, uma coorte retrospectiva avaliou 29.875 cirurgias realizadas,<br />

sendo 198 casos de SM e 117 do tipo I. Desses, 65 foram submetidos<br />

à laparoscopia, 23 bem sucedidos e 42 convertidos.<br />

Conclusão: Os resultados na literatura evidenciam controvérsias em<br />

relação a superioridade do tratamento laparoscópico quando<br />

comparado a laparatomia. Em se tratando da SM I, a via<br />

laparoscópica apresenta-se como uma solução mais eficiente, haja<br />

a vista que o procedimento é menos invasivo e possui melhor<br />

recuperação pós operatória. No entanto outros estudos<br />

demonstraram que a escolha dessa via resultou em maior<br />

necessidade de reintervenção. Para o subtipo SM2, houve um<br />

consenso, a laparotomia é a principal escolha em virtude das<br />

complicações como a perda do triângulo de Calot e do intenso<br />

processo inflamatório que dificultam o acesso laparoscópico.<br />

04


Título: ANÁLISE DO PERFIL E DA RESPOSTA AO TRATAMENTO DA<br />

HEPATITE C CRÔNICA NA ERA DAS DROGAS ANTIVIRAIS DE AÇÃO DIRETA<br />

APRESENTADOR: Luiza Helena de Souza Segregio<br />

AUTORES: Kátia Valéria Bastos Dias Barbosa, Aécio F. M. Souza;<br />

Tarsila C. R. Ribeiro; Fábio Heleno L. Pace; Juliano M. Oliveira;<br />

Helena Maria G. Valerio; Luiza Helena S. Segregio; Vitor R. Couto ;<br />

Maviel S. Pereira<br />

RESUMO:<br />

INTRODUÇÃO: O uso recente das drogas antivirais de ação direta<br />

(DAAs) para o tratamento da hepatite C crônica proporcionou<br />

elevado percentual de cura, com poucos efeitos adversos. A<br />

erradicação da infecção pelo HCV é uma meta da OMS. A eficácia e<br />

a tolerabilidade das DAAs é objeto de estudo.<br />

OBJETIVO: Avaliar o perfil dos pacientes tratados, a indicação, o<br />

tipo de tratamento e a resposta virológica sustentada (RVS) em<br />

uma amostra de pacientes.<br />

MÉTODO: Foram incluídos pacientes tratados pelo Serviço de<br />

Hepatologia do HU da Universidade Federal de Juiz de Fora e da<br />

rede privada da cidade, no período de Novembro 2015 a Abril 2018.<br />

Foram avaliados dados epidemiológicos, clínicos e virológicos. A<br />

indicação e o tipo de tratamento foram estabelecidos de acordo<br />

com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para hepatite C<br />

crônica do MS, em vigência na data.<br />

RESULTADOS: Foram incluídos 290 pacientes tratados no período,<br />

perfazendo um total de 218(75,2%) da rede pública e 72(24,8%) da<br />

rede privada. Destes, 164(56,6%) do sexo masculino, média de<br />

idade de 58,4(+ 10,37) anos. Carga viral média, pré-tratamento de<br />

5,79 log (+ 0,79) e a distribuição por genótipo, em ordem de<br />

freqüência (n/ %)Genótipo 1: 1B (110/ 38,7%), 1A (104/36,6%), 1<br />

05


não-subtipado (10/ 3,5%); Genótipo 3(55 /19,3%), Genótipo<br />

2(3/1,1%) e Genótipo 4(2/ 0,7%). 173 (59,7%) virgens de tratamento<br />

e 117(40,3%) experimentados, destes, 79(27,3%) tinham sido<br />

tratados com interferon peguilhado+ ribavirina; 28(9,7%) interferon<br />

peguilado+ribavirina e telaprevir; 9(3,1%) interferon peguilado +<br />

ribavirina e boceprevir.A indicação de tratamento foi: 135(46,6%)<br />

por F4; 55 (19,0%) por F3; 41(14,1%) por coinfecção HIV; 20 (6,9%)<br />

por F2 há mais de três anos; 5(1,7%) pós-transplante.Esquema<br />

administrado: 102(35,2%) sofosbuvir + daclatasvir; 93(32,1%)<br />

sofosbuvir + daclatasvir + ribavirina; 58(20,0%) sofosbuvir +<br />

simeprevir; 22(7,6%) sofosbuvir + simeprevir + ribavirina; 6 (2,1%)<br />

Interferon peguilado + sofosbuvir + ribavirina; 6(2,1%)ombitasvir,<br />

veruprevir/ ritonavir e dasabuvir; 3(1,0%) sofosbuvir + ribavirina. A<br />

RVS alcançada foi de 97,4 %, baseada na carga viral três meses após<br />

término do tratamento. Os pacientes não respondedores<br />

apresentavam fibrose avançada (F4), alguns cirrose<br />

descompensada, todos (exceto 1) em esquema de retratamento,<br />

sendo 3,6% do genótipo 3 e 1,79% do genótipo 1.<br />

CONCLUSÃO: O tratamento da hepatite C crônica, na era dos novos<br />

DAAs, tem elevada eficácia e boa tolerabilidade, em concordância<br />

com este estudo.<br />

06


Título: ANÁLISE IN SILICO DE GENOMAS DE HBV (GENÓTIPOS A E D) PARA<br />

A AVALIAÇÃO DA PERSPECTIVA DE TERAPIAS BASEADAS EM EDIÇÃO GÊNICA<br />

APRESENTADOR: Gustavo T. de Souza<br />

AUTORES: Lucas G. da Silva, Bárbara L. N. S. Porto e Gustavo T. de<br />

Souza<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A infecção pelo HBV trata-se de um importante agravo<br />

hepático de, sobretudo na forma crônica, que é caracterizada por:<br />

1) inflamação de baixo grau; 2) exacerbações com inflamação de<br />

alto grau; 3) fibrose, podendo culminar em cirrose hepática e<br />

descompensação da doença; e 4) oncogenicidade (carcinoma<br />

hepatocelular aparece em 25-40% dos portadores crônicos de HBV).<br />

A manutenção de viremia em grande parte dos pacientes com a<br />

forma crônica da doença, relacionado-se com sua preocupação para<br />

a saúde pública. A oncogenicidade e a cronicidade estão fortemente<br />

associadas a inserção genômica feita pelo HBV em hepatócitos, uma<br />

vez que esse mecanismo patogênico ainda não pode ser endereçado<br />

pelas terapias anti-virais disponíveis. As técnicas edição gênica de<br />

alta precisão, ex: CRISPR/Cas9, chamam a atenção para a<br />

possibilidade de excisão do genoma viral inserido no humano. O<br />

presente trabalho analisou os genomas dos genótipos mais<br />

frequentes de HVB no brasil, A e D, com o intuito de buscar regiões<br />

conservadas que possam ser utilizadas como alvos para edição<br />

gênica com o sistema CRISPR/Cas9 para futuras terapias.<br />

Métodos: Os genomas, utilizados no estudo foram obtidos da base<br />

de dados NCBI, previamente sequenciados. Esses genomas foram<br />

analisados pelo algoritmo de genotipagem da base de dados HBVdb.<br />

Em seguida essas sequências foram analisadas manualmente para<br />

que pudessem ser alinhadas pelo algoritmo ClustalW.<br />

Resultados: Foram obtidos 32 genomas da base de dados com<br />

07


sequenciamento adequado para análise, a genotipagem desses<br />

genomas permitiu encontrar 14 que correspondiam aos genótipos A<br />

e D. O algoritmo Clustal W permitiu encontrar homologia acima de<br />

80% em mais de 2000bp, o que tornou possível o desenho de pelo<br />

menos 4 pares de sgRNAs, pelo algoritmo CTop, afastados mais de<br />

1000 bp, que alinharam-se entre 96 e 100% (BLASTn) com todas as<br />

14 sequências de forma que são importantes candidatas para<br />

futuras terapias.<br />

Conclusão: A análise in silico das sequências depositadas de HBV<br />

permitiu a criação de sgRNAs para o sistema CRISPR/Cas9<br />

compatíveis com as necessidades para futura utilização em terapias<br />

gênicas para a excisão do vírus. Terapias baseadas em biologia<br />

molecular tem sido crescentemente relevantes e já se mostraram<br />

promissoras para o tratamento do HIV, sendo testes clínicos já<br />

aprovados para outras finalidades. Com isso, é importante ressaltar<br />

que esse tipo de terapia tem grande potencial contra essa<br />

importante patologia hepática.<br />

08


Título: ASSOCIAÇÃO DA MICROBIOTA FECAL COM PARÂMETROS CLÍNICOS<br />

E NUTRICIONAIS NA ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA<br />

APRESENTADOR: Luciane de Freitas Lima<br />

AUTORES: Fabiana de Faria Ghetti, Daiane G. Oliveira, Luciane de F.<br />

Lima, Juliano M. de Oliveira, Lincoln E. V. V. C. Ferreira, Dionéia E.<br />

Cesar, Ana Paula B. Moreira<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A microbiota intestinal parece desempenhar um papel<br />

importante na patogênese da esteato-hepatite não alcoólica<br />

(EHNA). No entanto, o conhecimento sobre a disbiose na EHNA<br />

ainda é limitado.<br />

Objetivos: Caracterizar a microbiota fecal em pacientes com EHNA.<br />

A associação entre microbiota fecal com parâmetros clínicos e<br />

nutricionais também foi avaliada.<br />

Métodos: Foi realizado um estudo transversal com pacientes com<br />

EHNA. A composição da microbiota fecal foi avaliada pela técnica<br />

de hibridização in situ por fluorescência. A análise de correlação de<br />

Spearman foi utilizada para avaliar as relações entre a composição<br />

da microbiota fecal, os parâmetros clínicos e nutricionais.<br />

Resultados: Trinta pacientes com EHNA e vinte controles foram<br />

incluídos. As densidades de todos os grupos microbianos testados<br />

estavam aumentadas na EHNA, em comparação com os controles. A<br />

maior densidade de microrganismos fecais foi representada pelos<br />

Bacteroidetes (4,77 x 108 células g-1), que foi correlacionada com<br />

aspartato aminotransferase (AST) (r = 0,477; p = 0,008) e ingestão<br />

de carboidratos (r = 0,418; p = 0,021). Outras associações foram<br />

observadas: Archaea com colesterol total no sangue (r = 0,483; p =<br />

0,007); Acidobacteria com inflamação lobular (r = 0,412; p = 0,024)<br />

e triacilglicerol (r = 0,483; p = 0,007); Verrucomicrobiales com<br />

09


índice de massa corporal (r = 0,521; p = 0,003); Firmicutes com<br />

esteatose (r = -0,377; p = 0,040) e Proteobacteria com balonização<br />

(r = -0,419; p = 0,021). O grupo das Acidobacteria foi quantificada<br />

pela primeira vez em adultos com EHNA [1,57 (1,01; 1,83 x 108<br />

células g-1].<br />

Conclusões: A maior densidade de microrganismos fecais em<br />

pacientes com EHNA foi de Bacteroidetes. A microbiota fecal se<br />

correlacionou positivamente com dislipidemia, obesidade, ingestão<br />

de gorduras, PUFA, AST e inflamação lobular, e houve correlação<br />

negative da microbiota com ingestão de carboidratos e<br />

componentes do escore de atividade da doença hepática gordurosa<br />

não alcoólica. O grupo das Acidobacteria, particularmente,<br />

parecem ter um papel importante na patogênese da EHNA.<br />

Palavras-chave: Doença hepática gordurosa não alcoólica; Esteatohepatite;<br />

Nutrição; Disbiose; Intestino<br />

10


Título: AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO-INVASIVA EM PACIENTES COM<br />

CIRROSE HEPÁTICA. O ESTÁGIO DA DOENÇA FAZ A DIFERENÇA?<br />

APRESENTADOR: Luiza Helena de Souza Segregio<br />

AUTORES: Thompson B. M. Júnior . Luiza Helena S. Segregio; Kátia<br />

Valéria B. D. Barbosa; Tarsila C. R. Ribeiro ; Fábio Heleno L. Pace ;<br />

Lincoln Eduardo V. V. C. Ferreira; Pedro Augusto C. Mira; Mateus C.<br />

Laterza ; Maria Fernanda A. Falci; Rosa V. Diaz<br />

RESUMO:<br />

INTRODUÇÃO: Pacientes com cirrose tipicamente desenvolvem um<br />

conjunto de alterações hemodinâmicas e circulatórias que<br />

caracterizam a circulação hemodinâmica. Métodos não-invasivos<br />

para avaliação estão atualmente disponíveis e podem identificar<br />

tais mudanças.<br />

OBJETIVO: Determinar parâmetros hemodinâmicos e verificar a<br />

associação destes com disfunção hepática e estágio da doença.<br />

MÉTODO: Estudo descritivo, transversal e prospectivo de inclusão<br />

de dados, no qual 37 pacientes cirróticos foram submetidos à<br />

avaliação hemodinâmica não-invasiva. As medidas de freqüência<br />

cardíaca, volume sistólico, resistência vascular sistêmica, débito<br />

cardíaco, pressão arterial sistólica, diastólica e média foram<br />

obtidas pelo método do finômetro. Os resultados foram comparados<br />

ao escore Child e ao estágio da doença (compensado vs.<br />

descompensado).<br />

RESULTADOS: Trinta e sete pacientes cirróticos, 63% do sexo<br />

masculino, idade média de 54 anos (± 10,6), escore médio do Child<br />

e MELD foram de 7,1 (± 1,8) e 11,1 (± 3,6), respectivamente. A<br />

presença de ascite (estágio descompensado) foi observada em 23<br />

(62%) pacientes. Em relação aos parâmetros hemodinâmicos, não<br />

foi observada diferença quando comparada a Child-Pugh A versus B<br />

11


C. Não houve correlação entre parâmetros hemodinâmicos e<br />

escores de Child. Pressão sistólica (122,96 ± 19 mmHg vs. 135,67 ±<br />

15; p = 0,04), pressão diastólica (65,19 ± 10 vs 75,47 ± 9,0; p =<br />

0,04) pressão arterial média (86,74 ± 13 versus 98,90 ± 9,8, p =<br />

0,005), resistência vascular sistêmica (1074 ± 330 dyn x sec / cm5<br />

vs. 1441 ± 458 dyn x sec / cm5, p = 0,008) foram menores em<br />

pacientes descompensados com ascite e houve uma tendência para<br />

maior débito cardíaco em cirrose descompensada (6,97 ± 1,8 vs.<br />

5,93 ± 1,5; p = 0,08).<br />

CONCLUSÃO: A classificação de Child não discrimina alterações<br />

hemodinâmicas, mas os pacientes cirróticos descompensados com<br />

ascite apresentam mudanças hemodinâmicas significativas com<br />

redução da resistência vascular sistêmica e diminuição dos níveis de<br />

pressão arterial. O finômetro pode reconhecer de forma não<br />

invasiva essas alterações hemodinâmicas.<br />

12


Título: CAPACIDADE FÍSICA-FUNCIONAL DE PORTADORES DE<br />

CIRROSE HEPÁTICA<br />

APRESENTADOR: Diane Michela Nery Henrique<br />

AUTORES: Diane Michela Nery Henrique, Tuany M. Limongi; Marcela<br />

R. Siqueira; Larissa F. Souza; Fábio H.L. Pace; Kátia V.B.D. Barbosa;<br />

Tarsila C.R. Ribeiro; Mateus C. Laterza; Carla Malaguti; Júlio M.F.<br />

Chebli<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A relação entre cirrose hepática (CH) com sarcopenia e<br />

fadigabilidade tem sido bem documentada. Essas manifestações<br />

periféricas conduzem à intolerância ao exercício, prejuízo da<br />

capacidade funcional e da qualidade de vida desses pacientes. A<br />

capacidade funcional tem sido amplamente investigada em doentes<br />

crônicos por meio do Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6M).<br />

Este é de grande utilidade clínica, pois determina o estado<br />

funcional do paciente, estima prognóstico, monitoriza os impactos<br />

físicos da progressão da doença e resposta à intervenções.<br />

Objetivo: Caracterizar o estado físico-funcional de portadores de<br />

CH com diferentes graus de gravidades da doença, atendidos no<br />

Ambulatório de Hepatologia do Serviço de<br />

Gastroenterologia–CAS/HU da UFJF, através da realização do TC6M.<br />

Método: Uma amostra consecutiva de 49 pacientes adultos, com<br />

diagnóstico de CH, atendidos no Ambulatório de Hepatologia-<br />

CAS/HU da UFJF, foi avaliada quanto a gravidade da doença pela<br />

classificação de Child-Pug, dados antropométricos, exame físico,<br />

eletrocardiograma e TC6M.<br />

Resultados: Dos 49 pacientes avaliados 32 eram homens, com idade<br />

58,4 ±9,6 anos. Desses, 30 (61,2%) foram classificados como Child A<br />

e 19 (38,8%) como Child B/C. As principais etiologias para a CH<br />

13


foram alcoólica (28,6%), hepatite C (28,6%) e doença hepática<br />

gordurosa não alcoólica (16,3%). Os eletrocardiogramas foram<br />

normais em 37 pacientes (75,5%), uma paciente apresentava ritmo<br />

de fibrilação atrial e as demais alterações encontradas foram<br />

distúrbios da condução intraventricular (14,3%), alterações<br />

inespecíficas da repolarização ventricular (6,1%) e bloqueio átrioventricular<br />

de I0 grau (6,1%) A proporção de homens e mulheres foi<br />

semelhante entre os grupos de cirróticos Child A e B/C. A média<br />

amostral da distância percorrida no TC6M foi de 415,0 ±129,0 m,<br />

sendo no grupo de Child A 437,5 ±114,5 m e no grupo Child B/C<br />

379,5 ±148,5 m (p=0,126).<br />

Conclusão: Pacientes com CH na forma mais grave tendem a<br />

apresentar menor capacidade funcional do que os mais leves.<br />

14


Título: CARCINOMA HEPATOCELULAR ROTO EM FÍGADO NÃO CIRRÓTICO<br />

APRESENTADOR: Isabela de Oliveira Meirelles<br />

AUTORES: Roberta Oliveira Raimundo, Isabela de Oliveira Meirelles;<br />

Luiz Henrique Silva Borsato; Marcelo Barros Weiss<br />

RESUMO:<br />

A ruptura de um carcinoma hepatocelular (CHC) é um evento raro,<br />

mas pode ser fatal na fase aguda. Relatamos o caso de um paciente<br />

com CHC roto, hemodinamicamente estável, tratado<br />

conservadoramente, inicialmente. A seguir, submetido a<br />

hepatectomia parcial, de forma eletiva.<br />

RELATO DO CASO: Homem, 61 anos, internado de urgência com dor<br />

abdominal há 2 dias, em regiões periumbilical e hipogástrio,<br />

irradiando para fossa ilíaca direita. Ao exame, hemodinamicamente<br />

estável, com abdome flácido, doloroso a palpação em fossa ilíaca<br />

direita, com irritação peritoneal. Os exames laboratoriais<br />

revelaram apenas anemia. A Tomografia Computadorizada de<br />

abdome com contraste mostrou lesão hepática de 9 cm em<br />

segmento VI com realce na fase arterial e clareamento na fase<br />

venosa, além de líquido livre na pelve, sugestivo de<br />

hemoperitôneo. Os marcadores tumorais (alfa feto proteína, CEA e<br />

CA 19-9) eram normais e as sorologias para hepatites virais B e C,<br />

negativas. Ressonância Magnética de abdome mostrou lesão no<br />

segmento VIII de 2 cm com mesmo padrão de captação de contraste<br />

da lesão do segmento VI, ambas sugestivas de CHC. Durante cirurgia<br />

eletiva foi evidenciado volumoso tumor hepático roto em segmento<br />

VI e pequena lesão periférica no segmento VIII. Realizou-se<br />

hepatectomia parcial do segmento VI e ressecção da lesão do<br />

segmento VIII. Paciente recebeu alta hospitalar no 7º dia de pósoperatório.<br />

A anatomia patológica revelou lesão do segmento VI, de<br />

9,6 x 6,2 cm; e lesão do segmento VIII, de 1,2 x 1,1 cm,<br />

15


compatíveis com CHC, com margens livres.<br />

DISCUSSÃO: O CHC é a 15º neoplasia maligna mais comum no<br />

mundo. Dentre as possíveis complicações, a ruptura espontânea<br />

com hemorragia intraperitoneal é um evento raro e pode ser fatal<br />

na fase aguda. A ruptura do CHC é considerada uma emergência<br />

médica e o manejo do quadro agudo pode ser feito de três formas:<br />

tratamento conservador, abordagem cirúrgica aberta ou<br />

embolização transarterial (TAE). Na fase aguda, pacientes<br />

hemodinamicamente estáveis e sem sinais de sangramento ativo,<br />

podem ser tratados conservadoramente. Por outro lado, na vigência<br />

de instabilidade hemodinâmica, a abordagem cirúrgica aberta ou a<br />

TAE estão indicadas com intuito de promover hemostasia. Em<br />

relação ao tratamento definitivo, a ressecção hepática é definida<br />

como padrão-ouro, quando o paciente tolera uma cirurgia desse<br />

porte. Ela pode ser realizada de duas formas – ressecção hepática<br />

na emergência ou ressecção hepática por etapas.<br />

16


Título: DESAFIO DIAGNÓSTICO DE ASCITE: BCG-TERAPIA VESICAL<br />

ASSOCIADA À TUBERCULOSE PERITONEAL<br />

APRESENTADOR: Thaís B. Aleixo<br />

AUTORES: Thaís B. Aleixo, Rachel R. P. Machado, Juliano M. de<br />

Oliveira<br />

RESUMO:<br />

Introdução: O diagnóstico diferencial de ascite envolve investigação<br />

de etiologias como hepatopatias crônicas e doenças peritoneais.<br />

Punção de líquido ascítico, especialmente quando não há sinais de<br />

doença hepática, é essencial para essa distinção. Quando o achado<br />

do líquido tem padrão exsudativo, doença peritoneal é a causa mais<br />

provável. Tuberculose peritoneal, apesar de rara, pode ter origem<br />

na BCG-terapia, utilizada no tratamento de determinados tipos de<br />

câncer de bexiga.<br />

Objetivo: Relatar caso de ascite gerada por tuberculose peritoneal<br />

em vigência de BCG-terapia para câncer de bexiga.<br />

Métodos: Prontuário e exames foram analisados, revisão de estudos<br />

no PubMed dos últimos 20 anos, com descritores “ascitis”,<br />

“tuberculosis”, "BCG-therapy" e suas variações no MeSH.<br />

Relato de caso: JFP, masculino, 82 anos, apresentou<br />

emagrecimento, aumento de volume abdominal e edema . Foi<br />

encaminhado ao hepatologista para investigação. Não havia sinais<br />

de hepatopatia. Hipertenso controlado, passado de câncer de<br />

bexiga ressecado há 10 anos, em BCG-terapia semestral há 4 anos.<br />

Exame físico: 57 kg, IMC 16,4 Kg/m2, abdome com ascite<br />

moderada. Funções hepática e renal normais e sorologias negativas.<br />

Angio-TC sem sinais de acometimento vascular ou hepático.<br />

Realizada paracentese diagnóstica que evidenciou exsudato com<br />

leucocitose e predomínio de linfócitos, mas sem marcador<br />

17


específico. Foi internado para laparoscopia diagnóstica com<br />

avaliação de líquido ascítico com ADA elevado e biópsia peritoneal<br />

com granulomas com necrose. Evoluiu com queda progressiva do<br />

estado geral, febre diária e sudorese noturna importante. Diante da<br />

hipótese de tuberculose peritoneal, interrompeu-se BCG-terapia e<br />

iniciou-se tratamento com RIPE. Apresentou boa tolerância ao<br />

esquema, com melhora progressiva de todos os sintomas, ganho<br />

ponderal de 7 kg e resolução da ascite. Manteve acompanhamento<br />

clínico por mais 3 anos sem sinais de recidiva.<br />

Conclusão: O diagnóstico diferencial da ascite é um desafio quando<br />

não há sinais claros de hepatopatia. Nesse caso, após suspeita<br />

inicial de carcinomatose, chegou-se ao diagnóstico de tuberculose.<br />

Acreditamos que a origem da tuberculose ocorreu a partir de<br />

disseminação hematogênica pela BCG-terapia, não podendo ser<br />

confirmada por limitações de recursos. Percebemos pela literatura<br />

que, apesar de rara, essa condição é habitualmente relacionada à<br />

imunodeficiência, condição não evidenciada em nosso paciente,<br />

fato que tornou seu diagnóstico mais desafiador.<br />

18


Título: EFEITOS FUNCIONAIS DO KEFIR SOBRE PERFIL LIPÍDICO<br />

HEPÁTICO E SÉRICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA<br />

APRESENTADOR: Lilian Maria Moraes Andrade<br />

AUTORES: Leandro L. S Loures , Juliane A. Silva, Lilian M.M<br />

Andrade, Victor O. Costa<br />

RESUMO:<br />

Introdução: Os leites fermentados são microorganismos vivos, que<br />

possuem propriedades nutracêuticas, que garantem o equilíbrio da<br />

microbiota intestinal,inibindo o desenvolvimento de bactérias<br />

patogênicas e deteriorantes.<br />

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi apresentar uma revisão de<br />

literatura sobre as propriedades funcionais do Kefir sobre perfil<br />

lipídico hepático e sérico.<br />

Métodos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados<br />

PubMed, SciELO, utilizando os seguintes termos: “Kefir ” steatosis<br />

hepatic “”fatty liver “”liver lipid profile “”, associados ou não, e<br />

suas respectivas variações, de acordo com o MeSH. Foram incluídos<br />

estudos publicados no período de 2013 a 2018, que investigaram a<br />

utilização de kefir como base alimentar em relação a uma dieta<br />

controle, que resultou em alteração do perfil lipídico hepático.<br />

Resultados: Avaliaram-se 11 estudos, sendo 9 ensaios experimentais<br />

em animais, 1 em in vitro é 1 ensaio experimental em humanos. Dos<br />

resultados observados com o consumo Kefir em modelos animais e<br />

in vitro, houve efeitos de tratamento da esteatose hepática não<br />

alcoólica dos modelos portadores dessa doença, como também<br />

prevenção dos modelos não portadores pela capacidade também da<br />

melhora do perfil lipídico séricos e hepáticos de Colesterol total,<br />

colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c) e<br />

triacilglicerol. A hipercolesterolêmia tem associação direta quando<br />

19


há presença de estetoase hepática. Estes benefícios estão<br />

associados, pela mudança do microbioma intestinal pelo consumo<br />

do Kefir, expressão genética de fatores lipolíticos como PPAR-a e a<br />

CPT1 (carnitina palmitoiltransferase-1) envolvida na oxidacao de<br />

acidos graxos. E diminuicao da expressao de genes relacionados a<br />

lipogenese como a proteina ligadora do elemento esteroide 1<br />

(SREBP1), acido graxo sintase (FAS) e acetil-CoA carboxilase. Os<br />

resultados encontrados do consumo de Kefir da amostra de<br />

humanos analisada, foram insignificativos em relacao ao perfil<br />

lipidico hepatico e serico, mas observou-se resultados significados<br />

na melhora da hemoglobina glicada em comparacao do estudo<br />

controle.<br />

Conclusao: O kefir demonstrou ter uma importante influencia do<br />

equilibrio do perfil lipidico hepatico e serico nos estudos com<br />

animais e in vitro, mas com poucos ou ainda nenhum resultado<br />

significativo em humanos. Sugere-se, como continuidade deste<br />

estudo, que novos estudos sejam delineados, para saber o<br />

verdadeiro potencial funcional do uso do Kefir na saude do homem.<br />

20


Título: EFEITOS FUNCIONAIS DOS ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS<br />

(ÔMEGA -3) SOBRE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA:<br />

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA<br />

APRESENTADOR: Lilian M. M Andrade<br />

AUTORES: Lilian M. M Andrade, Juliane A Silva e Leandro Luiz da<br />

Silva Loures<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A doença hepática não alcoólica (DHGNA) é considerada<br />

uma das mais frequentes doenças do fígado da atualidade. Fatores<br />

ambientais como hábitos alimentares pouco saudáveis e<br />

sedentarismo, tem papel central na sua fisiopatogenia.Além disso,<br />

a DHGNA é associada a um excesso de n-6 e uma deficiência de<br />

ácidos graxos poliinsaturados w-3 (PUFAs) na dieta.<br />

Objetivo: Identificar a eficácia da suplementação oral de ômega 3<br />

aliada ao tratamento convencional da DHGNA.<br />

Métodos: Pesquisas nas Bases de dados PubMed e SciELO com os<br />

descritores: “ômega 3” e “esteatose hepática não alcóolica”e<br />

“fattyacids” and “hepaticsteatosis”. Utilizou-se 9 artigos, sendo<br />

critérios de inclusão artigos publicados há cinco anos, associando<br />

benefícios do w-3 e DHGNA.<br />

Resultados: Estudos revisados constataram que a suplementação<br />

oral de óleo de peixe reduziu significativamente os níveis de TNFalfa,<br />

concentração das enzimas hepáticas e grau de esteatose<br />

hepática. (Sangali,Thamirys, 2015) . Ácidos graxos poli-insaturados<br />

ômega-3 (AGPIs n-3) são reconhecidos por suas propriedades<br />

moduladoras do metabolismo lipídico e da inflamação, e estão<br />

diminuídos em pacientes com NASH. O uso clínico de AGPIs n-3 tem<br />

mostrado benefício no controle da esteatose e na produção de<br />

marcadores da resposta metabólica e inflamatória em NASH,<br />

embora com algumas observações contraditórias. (Okada, L.S.R.R,<br />

21


2017). Segundo Veloso Musa et al, após revisão sistemática e metaanálise<br />

(2018), percebe-se melhorias significativas com a<br />

suplementação de ômega 3, em parâmetros lipídicos do sangue, tais<br />

como Colesterol Total, LDL-C, HDL-C e Triglicerídeos. Ademais, com<br />

base nas meta-análises, o escore de gordura e esteatose hepática,<br />

avaliados através de ultrassonografia e ressonância magnética,<br />

melhoraram significantemente com a suplementação. Com base nas<br />

dosagens administradas ao longo dos estudos, a ingestão diária<br />

efetiva parece ser de aproximadamente 3,0g de EPA:DHA em<br />

adultos.<br />

Conclusão: Estes resultados indicaram que ômega 3 pode melhorar<br />

o perfil lipídico, e reduzir a inflamação, infiltração gordurosa e<br />

dano hepatocelular. No mais, avanços no campo da ciência podem<br />

nortear alguns outros benefícios.<br />

22


Título: HEPATITE AUTOIMUNE E TRANSPLANTE HEPÁTICO.<br />

QUANDO INDICAR?<br />

APRESENTADOR: Bruna S.R.Schiavon<br />

AUTORES: Victor O. Costa, Bruna S.R.Schiavon; Giulia D.L.B.M.<br />

Albuquerque; Karen S. Schettino; Thais M. Lopes; Mellissa A.<br />

Machado; Flávio V.M. Filho; Leandro L. S. Loures; Klaus Ruback<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A hepatite autoimune (HAI) é uma doença<br />

necroinflamatória crônica que afeta principalmente mulheres<br />

jovens, caracterizada por hipergamaglobulinemia mesmo na<br />

ausência de cirrose, autoanticorpos circulantes e associação com<br />

antígenos leucocitários humanos (HLA) DR3 ou DR4. Esta condição<br />

responde bem ao imunossupressor, inicialmente com<br />

glicocorticóides e azatioprina, porém em casos de não resolução se<br />

faz necessário o transplante hepático.<br />

Objetivo: Verificar o atual estado da arte referente às principais<br />

indicações para transplante de fígado em países ocidentais, acerca<br />

da hepatite autoimune.<br />

Método: Busca no período de 09 a 20 de julho na base indexadora<br />

MedLine com as palavras-chave: "autoimmune chronic hepatitis" e<br />

"transplant liver." Utilizaram-se os filtros: review e humans,<br />

encontrando-se 388 artigos. Do total, 4 foram utilizados.<br />

Resultados: A HAI é usualmente uma doença crônica e sua<br />

apresentação clínica pode variar desde um quadro assintomático,<br />

apesar de haver alteração nas provas de função hepática, como<br />

também com insuficiência hepática aguda e até mesmo óbito. Além<br />

disso, possui diversas etiologias, dentre elas: após uso de<br />

determinados medicamentos; após infecções virais; após<br />

transplante de fígado para resolução de outras doenças hepáticas.<br />

23


Em casos de hepatites inexplicadas e prolongadas, posteriores a<br />

infecções, o diagnóstico de HAI alternativo deve ser considerado. A<br />

definição da evolução da HAI como hepatite aguda e/ou<br />

insuficiência hepática fulminante é de suma importância na<br />

definição da terapêutica a ser empregada. A administração de<br />

imunossupressores com esteróides pode evitar a necessidade de<br />

transplante hepático, assim como a demora no diagnóstico e<br />

tratamento pode abreviar essa necessidade. Pacientes com HAI<br />

aguda grave devem ser tratados o mais precocemente possível com<br />

altas doses de corticosteróides intravenosos (=1 mg /kg). Caso não<br />

haja melhora em 7 dias de tratamento, o transplante de fígado de<br />

emergência deve ser requerido. Após o transplante, a terapia para<br />

HAI deverá continuar conforme indicação estabelecida nos<br />

protocolos de tratamento.<br />

Conclusão: Apesar de pouco frequente a evolução para HAI aguda e<br />

grave, faz-se necessário o diagnóstico precoce dessa condição a fim<br />

de iniciar a terapêutica adequada e evitar a necessidade de<br />

transplante hepático, visto que a resposta à terapia com<br />

imunossupressores é amplamente eficaz, se corretamente<br />

empregada.<br />

24


Título: HEPATOMEGALIA EM PEÇA CADAVÉRICA: RELATO DE CASO<br />

APRESENTADOR: Sávio R. Fonseca<br />

AUTORES: Sávio R. Fonseca; Karine G.Freitas, Emílio C.Siqueira<br />

RESUMO:<br />

Segundo a descrição do livro de anatomia orientada para a clínica,<br />

7ª edição, Moore de 2018, o fígado é a maior glândula do corpo e o<br />

segundo maior órgão, pesando em média 1.500g ou 2,5% do peso<br />

total na idade adulta. Ele possui formato total semelhante a uma<br />

cunha, moldada pela configuração da cavidade abdominal, ademais<br />

compreende duas faces, uma diafragmática que é convexa e uma<br />

visceral que é plana ou côncava. A primeira face possui dois lobos,<br />

um direito e um esquerdo, com hepatimetria variando,<br />

respectivamente, de 6 a 12 cm e de 4 a 8 cm. Já a segunda, possui,<br />

além dos lobos direito e esquerdo, o lobo caudado e lobo quadrado.<br />

O fígado é um órgão susceptível à ocorrência de várias patologias,<br />

entre elas a esteatose hepática ou doença hepática gordurosa não<br />

alcoólica (DHGNA). Essa é uma doença caracterizada pelo acúmulo<br />

de lipídeos, sobretudo de triglicerídeos, no citoplasma dos<br />

hepatócitos, cujas principais etiologias são obesidade e diabetes<br />

mellitus tipo 2. Devido à fisiopatologia da doença são observadas<br />

alterações no órgão, tanto macroscopicamente quanto<br />

microscopicamente, se tornando uma das principais condições<br />

envolvidas para evolução da hepatopatia crônica e/ou cirrose<br />

hepática. Este estudo visa relatar as características macroscópicas<br />

de um fígado cadavérico, compatíveis com esteatose hepática e<br />

descoberto durante atividades de dissecação no Laboratório de<br />

Anatomia da Universidade de Vassouras. Verificou-se a substituição<br />

da sua coloração fisiológica por um tom amarelado; a hepatimetria<br />

do lobo direito em torno de 21cm (75% acima do adequado) e do<br />

lobo esquerdo com 23cm(187,5% acima do adequado), configurando<br />

25


hepatomegalia e aumento significativo do peso do órgão com<br />

1.930g, representando um aumento de 28,6% em comparação a um<br />

fígado saudável. Além disso, sabe-se que a peculiaridade<br />

encontrada, o crescimento significativo do lobo esquerdo, é<br />

sugestiva da forma hepatoesplenica da esquistossomose em 81% dos<br />

casos, sendo essa uma condição incluída para hipótese diagnóstica.<br />

Portanto, o presente relato busca proporcionar a compreensão da<br />

anatomia com a clínica, sendo de grande importância para a<br />

formação de acadêmicos mais aptos a identificar, interpretar e<br />

contextualizar a teoria com a futura prática médica, bem como a<br />

atualização de profissionais da saúde, visto que a correlação da<br />

esteatose hepática com a macroscopia é pouco abordada na<br />

literatura.<br />

26


Título: HEPATOTOXICIDADE POR CHÁS E ANABOLIZANTES: SÉRIE DE<br />

CASOS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF<br />

APRESENTADOR: Nayara P. Aguiar<br />

AUTORES: Aécio F. M. Souza; Nayara P. Aguiar; Sarah F. Reis; Tarsila<br />

C. R. Ribeiro; Fábio H. L. Pace; Katia V. B. D. Barbosa<br />

RESUMO:<br />

Introdução: O uso de chás, ervas e fitoterápicos tem-se tornado<br />

cada vez mais frequente devido a crença popular de que tais<br />

substâncias são isentas de toxicidade, da mesma forma em que<br />

cresce o uso de anabolizantes para fins estéticos. Estas substâncias<br />

tem potencial de desencadear hepatites, as quais podem ser<br />

assintomáticas, manifestando-se tão somente por alterações das<br />

enzimas hepáticas ou apresentar espectro clínico variado (hepatites<br />

agudas, de evolução benigna, até formas graves, com prognóstico<br />

sombrio). O diagnóstico é preponderantemente clínico e de difícil<br />

comprovação em virtude da falta de relato de uso pelo paciente e<br />

da ausência de alterações clínico-laboratoriais específicas, sendo<br />

necessária a exclusão de outras patologias hepáticas. A suspensão<br />

imediata do agente responsável é ainda a melhor opção<br />

terapêutica, devendo-se evitar a sua reintrodução ou mesmo a<br />

administração de substâncias com estruturas químicas semelhantes<br />

em virtude do risco de se desencadear doença hepática grave, às<br />

vezes com evolução fatal.<br />

Objetivo: Apresentar série de casos de hepatoxicidade por chás e<br />

anabolizantes atendidos no HU-UFJF (aspectos clínicos,<br />

laboratoriais, histológicos e evolução).<br />

Resultados: Análise retrospectiva de prontuário de 22 pacientes<br />

com diagnóstico de hepatite induzida por chás e anabolizantes. A<br />

maioria era do sexo masculino (59%); com idade média de 43 anos<br />

(variação de 14-76 anos). Quanto à etiologia a lesão foi causada por<br />

27


chás em 68% dos casos e por anabolizantes em 32%; 77%<br />

apresentaram manifestações clínicas (82% icterícia, 4,5% hepatite<br />

fulminante). Em relação ao padrão enzimático houve predomínio do<br />

dano hepatocelular (45%), com lesão hepática mista e colestática<br />

na mesma proporção (27,5%). O tempo médio entre uso da<br />

substância e as manifestações foi 96 dias (variação de 14-360 dias)<br />

e bilirrubina esteve acima de 2x LSN em 54%. A biópsia hepática foi<br />

realizada em 8 pacientes (36%) com achados consistentes com o<br />

diagnóstico ; o tempo de normalização bioquímica após suspensão<br />

do uso da substância foi em média 80 dias (variação de 11-180<br />

dias).<br />

Conclusões: Um significante número de substâncias, muita das<br />

vezes ditos medicinais, e usados de maneira rotineira, como<br />

medicações alternativas e/ou suplementos, têm sido implicados<br />

como causadores de lesões hepáticas variadas. A investigação<br />

sistemática do uso destas substâncias deve ser realizada na<br />

pesquisa diagnóstica de doenças hepáticas de difícil<br />

esclarecimento.<br />

28


Título: HIPERBILIRRUBINEMIAS GENÉTICAS: RELATO DE UM CASO<br />

APRESENTADOR: Raphael J. da Silva<br />

AUTORES: Raphael J. Silva, Gabriel D. Pannain; Nayara P. Aguiar;<br />

Sarah F. Reis; Maria Clara M. J. Lisboa; Bruno G. Guercio; Vitor R.<br />

Couto; Maviel S. Pereira; Lívia A. Costa; Fabio H. L. Pace<br />

RESUMO:<br />

O relato tem por objetivo apresentar um caso de Síndrome de<br />

Crigler-Najjar (SCN) tipo II, condição clínica rara e benigna. JRR,<br />

sexo feminino, 21 anos, previamente hígida, chega ao ambulatório<br />

de Hepatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de<br />

Juiz de Fora (HU-UFJF) com o relato de icterícia desde o<br />

nascimento não acompanhada por dor abdominal, prurido, acolia<br />

fecal ou colúria. Ao longo do tempo, relata períodos de maior e<br />

menor intensidade da icterícia mas sempre presente. Nega doenças<br />

associadas, uso de medicamentos, chá, ervas, história familiar de<br />

hepatopatia e consumo excessivo de álcool. Filho com icterícia<br />

neonatal. Ao exame clínico, apresenta icterícia. Não há estigmas de<br />

insuficiência hepática, o fígado mede 10 cm à hepatimetria e não<br />

se evidencia esplenomegalia. Os exames laboratoriais demonstram:<br />

Hb 13.1 g/dL; VCM 85.2 fL; PLT 292000 /mm³; reticulócitos 1.44%<br />

(absoluto 68000 /mm³); AST 30 U/L; ALT 19 U/L; FA 52 U/L; GGT 34<br />

U/L; BT 17.3 mg/dL; BD 0.8 mg/dL; LDH 490 U/L; haptoglobina 165<br />

mg/dL; ceruloplasmina 38 mg/dL; IgM 192 mg/dL; IgG 1346 mg/dL.<br />

A pesquisa dos auto-anticorpos FAN, AML, ALKM e AMA foram<br />

negativas assim como o HBsAg, anti-HBc total e anti-HCV. O<br />

anticorpo anti-HBs foi positivo. A ultrassonografia abdominal total<br />

mostrou-se dentro dos parâmetros da normalidade. Diante da<br />

história clínica, da presença de hiperbilirrubinemia as custas da<br />

fração indireta e ausência de sinais clínicos, laboratoriais e<br />

imageológicos de doença hepatobiliar e hematológica, o diagnóstico<br />

29


de Síndrome de Crigler-Najjar tipo II foi estabelecido. A SCN tipo II<br />

é uma doença genética autossômica recessiva de baixa prevalência<br />

em todo o mundo. Mutações no gene UGT-1 ocasionam uma menor<br />

atividade da enzima UDP-glucuronil-transferase responsável pelo<br />

processo de conjugação da bilirrubina. Tem curso benigno e não<br />

está associada ao desenvolvimento de doença hepática. Para<br />

redução dos níveis de bilirrubinas pode ser usado o fenobarbital,<br />

potente indutor enzimático. Portanto, a Síndrome de Crigler-Najjar<br />

tipo II deve ser considerada no diagnóstico diferencial de pacientes<br />

com hiperbilirrubinemia indireta após exclusão de doenças<br />

hemolíticas e hepáticas.<br />

30


Título: IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO E DO ACOMPANHAMENTO<br />

NUTRICIONAL PARA INDIVÍDUOS COM QUADRO DE ESTEATOSE HEPÁTICA<br />

NÃO ALCÓOLICA<br />

APRESENTADOR: Maria Raquel Oliveira<br />

AUTORES: Maria R. Oliveira, Paula O. Dazini, Letícia F. Delgado,<br />

Carla M. M. Lanna, Sheila C. P. D. Luquetti<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A Doença Hepática Gordurosa não Alcóolica (DHGNA) é<br />

uma condição clinico-patológica definida pelo acúmulo de gordura<br />

no fígado que não está relacionada ao consumo de álcool, a<br />

infecções virais ou a outras doenças hepáticas especificas.<br />

Objetivo: Identificar a importância da intervenção nutricional e da<br />

continuidade do acompanhamento como benefício para o bom<br />

prognóstico na DHGNA.<br />

Metodologia: As informações foram coletadas através de revisão de<br />

literatura nas bases do Google Acadêmico, Pubmed e Scielo. As<br />

palavras chaves utilizadas foram “esteatose hepática”, “obesidade”<br />

e “acompanhamento nutricional”.<br />

Resultados: A perda de peso e mudança de hábitos alimentares são<br />

essenciais para um bom prognóstico, e serão consequência da<br />

diminuição das calorias da dieta, menor ingestão de fontes ricas em<br />

gordura saturada, colesterol e açúcar, e estimulo ao consumo de<br />

fontes de ácidos graxos monoinsaturados (MUFAS), probióticos e<br />

ômega-3. O tempo maior de acompanhamento também é relevante<br />

para o sucesso da terapêutica.<br />

Conclusão: As orientações nutricionais são importantes durante a<br />

terapêutica da DHGNA pois podem proporcionar ao indivíduo<br />

mudanças em seus hábitos para melhora de seu prognóstico e de<br />

sua qualidade de vida, e o ideal é que esse acompanhamento seja<br />

31


feito a longo prazo para garantir a adesão dos indivíduos ao novo<br />

estilo de vida proposto.<br />

Referências: REIS, Tâmara Oliveira et al. Nonalcoholic fatty liver<br />

disease: a cohort study focusing on treatment response to<br />

nutritional counseling. Medical Express , São Paulo, v. 2, n. 2, p. 1-<br />

6, jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2018.<br />

HORN, Roberta Cattaneo et al. Obesity, bariatric surgery and<br />

oxidative stress. Revista da Associação Médica Brasileira , Cruz Alta,<br />

v. 63, n. 3, p. 229-235, jan. 2017. Disponível em: . Acesso em: 18<br />

jul. 2018.<br />

LISBOA, Quelson Coelho; COSTA, Silvia Marinho Ferolla; COUTO,<br />

Cláudia Alves. Current management of non-alcoholic fatty liver<br />

disease. Revista da Associação Médica Brasileira , Belo Horizonte, v.<br />

62, n. 9, p. 872-878, jan. 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 jul.<br />

2018.<br />

32


Título: LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR DROGAS: SÉRIE DE CASOS DO<br />

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF<br />

APRESENTADOR: Sarah F. Reis<br />

AUTORES: Sarah F. Reis, Nayara P. Aguiar; Tarsila C. R. Ribeiro;<br />

Aécio F. M. Souza, Fábio H. L. Pace; Katia V. B. D. Barbosa<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A lesão hepática induzida por drogas (LHID) representa<br />

cerca de 10% dos casos de hepatites agudas, sendo uma das<br />

principais etiologias de insuficiência hepática aguda nos EUA. Mais<br />

de 1000 medicamentos com reconhecido potencial hepatotóxico já<br />

foram identificados. As LHID decorrem de efeitos citotóxicos<br />

intrínsecos ou indiossincrásicos, sendo o último mais comum. O<br />

início do uso da droga e o aparecimento das alterações hepáticas<br />

dá-se, em geral, entre 1 e 12 semanas após a exposição. O quadro<br />

clínico pode variar desde alterações assintomáticas das enzimas<br />

hepáticas até uma evolução fulminante com necessidade de<br />

transplante hepático. A LHID pode ser classificada em lesão<br />

hepatocelular, colestática ou mista. O diagnóstico é presuntivo e<br />

inclui a obtenção de um histórico completo, a fim de se estabelecer<br />

nexo causal, e a realização de exames complementares para excluir<br />

outras etiologias. O tratamento consiste em suporte clínico e na<br />

retirada imediata de todos e quaisquer medicamentos suspeitos.<br />

Objetivo/Métodos: Apresentar uma série de casos de LHID<br />

acompanhados no Serviço de Gastroenterologia do HU-UFJF.<br />

Realizada análise retrospectiva de prontuário de 10 pacientes.<br />

Resultados: Foram avaliados 10 pacientes, com idade média de 31,1<br />

anos (variação de 15-59 anos); predomínio do sexo masculino (60%).<br />

Quanto à etiologia, destacam-se os antibióticos, como responsáveis<br />

por 40% dos casos. O tempo médio entre uso da substância e as<br />

manifestações foi 18,4 dias (variação de 1-105 dias). Alterações<br />

33


assintomáticas das enzimas hepáticas foram observadas em 30% e<br />

hepatite aguda grave, caracterizada pela presença de icterícia e/ou<br />

distúrbio de coagulação em 60% . Não foi evidenciada a ocorrência<br />

de encefalopatia hepática em nenhum dos casos relatados. Em<br />

relação ao padrão enzimático, houve predomínio de lesão<br />

hepatocelular (70%), seguido por dano colestático (20%). A biópsia<br />

hepática foi realizada em 40%. Todos os pacientes evoluíram com<br />

melhora clínico-laboratorial, sendo indicada corticoterapia em 30%<br />

dos casos. O tempo de normalização bioquímica foi em média 43<br />

dias (variação de 6-1095 dias).<br />

Conclusão: O potencial tóxico de diversos medicamentos é muitas<br />

vezes menosprezado. É necessário alto índice de suspeição para seu<br />

diagnóstico, sendo o curso clínico da LHID frequentemente benigno,<br />

requerendo apenas a suspensão da droga.<br />

34


Título: LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE CARCINOMA<br />

HEPATOCELULAR DO SERVIÇO DE HEPATOLOGIA DO HOSPITAL<br />

UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA<br />

APRESENTADOR: Bruno G. Guercio<br />

AUTORES: Raphael J. Silva, Maria Clara M. J. Lisboa; Bruno G.<br />

Guercio; Gabriel R. Rachid; Gabriel D. Pannain; Tarsila C. R.<br />

Ribeiro; Katia V. B. D. Barbosa; Fabio H. L. Pace<br />

RESUMO:<br />

Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) representa 90% das<br />

neoplasias primárias do fígado. Nos últimos anos, tem sido<br />

observado um aumento significativo em sua incidência. No Brasil,<br />

dados epidemiológicos a respeito do CHC são escassos.<br />

Objetivos: Descrever as principais características epidemiológicas<br />

do CHC.<br />

Métodos: Por meio de levantamento do banco de dados do Centro<br />

de Referência em Hepatologia do HU-UFJF foram identificados<br />

pacientes com o diagnóstico de CHC em seguimento no ambulatório<br />

de cirrose hepática nos últimos 10 anos. O diagnóstico de CHC foi<br />

estabelecido de acordo com critérios estabelecidos pela Associação<br />

Europeia para o Estudo do Fígado. Idade ao diagnóstico, sexo,<br />

etiologia, Child, MELD, número e tamanho dos nódulos, invasão<br />

vascular, presença de metástases, classificação BCLC e terapia<br />

proposta foram as variáveis determinadas. Para a análise dos dados<br />

foi utilizado o programa SPSS 21.0.<br />

Resultados: Foram identificados 97 pacientes com CHC. A média de<br />

idade ao diagnóstico foi 62 anos e 70% dos pacientes foram do sexo<br />

masculino. O VHC foi o principal agente etiológico (33%) seguido<br />

pelo álcool (21%) e pela doença hepática gordurosa não alcoólica<br />

(20%). 2016 e 2017 foram os anos com o maior número de casos<br />

diagnosticados. No momento do diagnóstico, as médias do tamanho<br />

35


e do número de nódulos foram 5,1 cm e 2 nódulos,<br />

respectivamente. O estágio BCLC foi determinado em 49 casos (50%<br />

da amostra) e 31%, 33%, 24% e 12% foram classificados como<br />

estágios A, B, C e D, respectivamente. Verificou-se a presença de<br />

invasão vascular em 19% e metástases em 17% dos pacientes. O<br />

pulmão foi o local preferencial de disseminação tumoral. Cerca de<br />

30% dos pacientes receberam tratamento com sorafenibe e 25%<br />

foram submetidos ao transplante hepático.<br />

Conclusões: O diagnóstico de CHC é frequente. As causas principais<br />

foram hepatite crônica C e doença hepática alcoólica. Boa parte<br />

dos casos tem o diagnóstico estabelecido em estágio avançado o<br />

que limita o tratamento curativo.<br />

36


Título: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE PORTADORES DE CIRROSE<br />

HEPÁTICA<br />

APRESENTADOR: Marcela Rodrigues de Siqueira<br />

AUTORES: Marcela R. Siqueira; Diane M.N. Henrique; Tuany M.<br />

Limongi; Larissa F. Souza; Clara M. Neves; Fábio H.L. Pace; Kátia<br />

V.B.D. Barbosa; Tarsila C.R. Ribeiro; Mateus C. Laterza; Aline S.<br />

Aguiar; Carla Malaguti<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A atividade física regular é uma das principais<br />

recomendações para a redução do risco de início e progressão de<br />

diversas doenças crônicas. Entretanto, nas hepatopatias crônicas<br />

ainda são escassas as pesquisas relacionadas ao exercício físico,<br />

ainda que esses pacientes tenham como características da evolução<br />

da doença a perda de massa e função muscular, denominada<br />

sarcopenia, e importante queixa de fadiga. Um recente ensaio<br />

clínico controlado envolvendo pacientes com cirrose hepática (CH)<br />

em um programa de treinamento de exercício físico produziu<br />

melhora no consumo de oxigênio, massa muscular e qualidade de<br />

vida, assim como redução da fadiga. Neste sentido, conhecer o<br />

nível de atividade física (NAF) habitual de portadores de cirrose<br />

hepática é crucial para avaliação, seguimento e orientação de uma<br />

intervenção física que culmine em potenciais benefícios para<br />

impactar na morbi-mortalidade desse grupo de pacientes.<br />

Objetivo: Caracterizar o NAF dos portadores de CH atendidos no<br />

Ambulatório de Hepatologia do Serviço de<br />

Gastroenterologia–CAS/HU da UFJF pela aplicação do IPAQ-SF.<br />

Método: Uma amostra consecutiva de 77 pacientes adultos, com<br />

diagnóstico de CH atendidos neste serviço foram avaliados quanto à<br />

etiologia da doença e nível de atividade física pelo IPAQ-SF.<br />

37


Resultados: A média de idade de 59,7±9,01 anos, sendo 49 (63%)<br />

homens. As principais etiologias da CH foram alcoólica (42,1%),<br />

hepatite C (31,6%) e doença hepática gordurosa não alcoólica<br />

(11,8%). Quanto ao nível de atividade física, a amostra constituiu<br />

de 38,96% sedentários, 38,96% irregularmente ativos, 20,77% ativos<br />

e 1,29% muito ativos. Grande parte da amostra estudada (77,92%)<br />

dos portadores de CH apresentam níveis insuficientes de atividade<br />

física, diferentemente da população geral do estado de São Paulo<br />

(46,1%) (MATSUDO, 2008).<br />

Conclusão: O nível de atividade física dos portadores de cirrose foi<br />

considerado abaixo do nível da população geral. Estratégias de<br />

intervenção associadas a um programa de exercício para o aumento<br />

da atividade física na CH devem ser consideradas. Apoio Capes<br />

38


Título: O EFEITO DO SOFOSBUVIR E VELPASTAVIR PARA TRATAMENTO<br />

DA HEPATITE C: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA<br />

APRESENTADOR: Marina T.F. Vicente<br />

AUTORES: Marina T.F. Vicente , Mariana G. Souza, Barbara M.K.<br />

Patricio, Lucas M.S. Vicente ,Fabiana M.Toledo, Milena A.Nogueira,<br />

Nara C.A.S. Nogueira<br />

RESUMO:<br />

INTRODUÇÃO O vírus da hepatite C (HCV) tem alta prevalência, mas<br />

o tratamento combinado com sofosvuvir e velpatasvir tem se<br />

mostrado eficaz.<br />

OBJETIVO Analisar, pela revisão sistemática de evidências<br />

científicas, os aspectos mais recentes da literatura a respeito dos<br />

efeitos do sofosbuvir e velpatasvir no tratamento da hepatite C,<br />

bem como buscar obter o estado da arte.<br />

MÉTODOS Nos meses de outubro e novembro de 2017, realizou-se<br />

uma pesquisa na base de dados MedLine, utilizando as palavraschave<br />

em inglês: "Hepatitis C" AND "Sofosbuvir" AND "velpatasvir"<br />

AND ("treatment" OR "Therapy"), e suas variantes encontradas com<br />

a ferramenta MeSH. A pesquisa resultou em 77 artigos, adicionando<br />

o filtro “review”, 28 artigos. Selecionando estudos dos anos 2016 e<br />

2017 e realizados em humanos, 15 artigos. Buscando Meta-Analysis<br />

o número de artigos permanece igual. Destaca-se que usando o<br />

boleano [ti] referentes às drogas, tem-se 7 artigos.<br />

RESULTADOS O tratamento da HCV baseava-se no uso de interferon<br />

(Peg-IFN) e uma combinação de ribavirin mas com baixa taxa de<br />

resposta virológica, principalmente no genótipo 3. Atualmente são<br />

usados os medicamentos sofosbuvir (um NS5B PI) e velpatasvir (um<br />

inibidor NS5A) administrados uma vez por dia, com doses 400 mg<br />

100 mg respectivamente, durante 12 semanas resultando 99% de<br />

39


eficácia nos genótipos 1-6, tanto em pacientes com tratamento e<br />

nativos. A cura virológica é uma possibilidade com este regime,<br />

visto que as taxas de resposta virológica sustentada foram<br />

superiores a 95%. Melhorias na saúde geral, bem-estar emocional e<br />

mental ilustram a eficácia do tratamento combinado. São<br />

necessários ensaios com os DAAs para a hepatite C visando uso em<br />

pacientes complexos (HIV, diabetes mellitus ou doenças<br />

cardiovasculares) e prolongar ainda mais o SVR.<br />

CONCLUSÃO Visto que o tratamento combinado sofosbuvirvelpatasvir<br />

evidenciou 99% de eficácia nos genótipos 1-6, diz-se que<br />

tal uso promove êxito no combate ao HCV.<br />

40


Título: PERFIL DOS PORTADORES DE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA<br />

NÃO-ALCOÓLICA NA AVALIAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL AMBULATORIAL<br />

DO HOSPITAL ESCOLA DA FACULDADE DE MEDICINA DE VALENÇA-RJ<br />

APRESENTADOR: Sara Ellias de Sousa<br />

AUTORES: Camila Cecilia de Oliveira Corbelli, Sara Ellias de Sousa;<br />

Bruno Baroni Amaral de Almeida; Vanessa Condori Leandro; Gustavo<br />

Rezende Triani; Luana Karoline da Silva; Rayane Silotti de Araújo;<br />

Raquel Cursio Rocha; Júllia Garcia do Espírito Santo; Gabriela<br />

Heloísa Bueno Mautone; Thompson Batista Machado Júnior<br />

RESUMO:<br />

A Doença Hepática Gordurosa não-alcoólica (DHGNA) é definida<br />

pelo acúmulo de lipídios no interior dos hepatócitos e apresenta-se<br />

na forma esteatose pura ou associada a fenômenos<br />

necroinflamatórios, denominada esteatohepatite não-alcoólica<br />

(EHNA). Atualmente tem sido considerada uma das causas mais<br />

freqüentes de aumento das aminotransferases, podendo evoluir<br />

para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. Etiologia<br />

multifatorial, sendo relacionada principalmente com a síndrome<br />

metabólica. Freqüentemente, a DHGNA é detectada<br />

incidentalmente por exames de screening laboratoriais e/ou estudo<br />

de imagem do abdome. A USG é mais acessível e barata, porém<br />

incapaz de distinguir a DHGNA de EHNA. A biopsia hepática é<br />

considerada padrão-ouro para essa distinção, porém invasivo.<br />

Métodos não-invasivos como o NAFLD tem surgido com boa opção e<br />

acurácia, sendo capazes de estimar a fibrose hepática.<br />

OBJETIVO Analisar perfil clínico/laboratorial dos portadores de<br />

DHGNA, através de testes não-invasivos (presença de fibrose),<br />

fatores de risco envolvidos, e avaliar a fibrose hepática de forma<br />

não-invasivos.<br />

MÉTODOS Estudo descritivo, do tipo transversal, retrospectivo, com<br />

abordagem quantitativa, não intervencionista. Foi realizada a<br />

análise de prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de<br />

Gastroenterologia do HELGJ, durante o período de Julho 2017 à<br />

Setembro de 2017, com diagnóstico de DHGNA por exame de<br />

41


imagem abdominal, de ambos os sexos, entre dezoito e oitenta<br />

anos de idade. Serão utilizados como critérios de exclusão do<br />

estudo o uso de álcool ou portadores de outra hepatopatia ativa ou<br />

não tratada.<br />

RESULTADOS Foram selecionados 87 pacientes para o estudo, sendo<br />

que 85 preencheram os critérios de inclusão. Sexo feminino foi<br />

predominante. O IMC, pela média, caracterizou uma população<br />

como obesa. Pela média, observamos no perfil metabólico uma<br />

hiperglicemia e hipertrigliceridemia. A média das transaminases e<br />

GGT foram discretamente aumentadas. O diagnóstico da esteatose<br />

hepática foi principalmente por USG abdominal. Quanto a forma<br />

não-invasiva de avaliação de fibrose hepática, o NAFLD categórico,<br />

obtivemos uma maior porcentagem (46,5%) na categoria<br />

indeterminado, 34,9% na faixa considerada F1 e F2 e 18,6% como F3<br />

e F4. DISCUSSÃO A prevalência da DHGNA predominou-se mais em<br />

mulheres e mostrou-se fortemente associada a obesidade, altos<br />

níveis glicêmicos e dislipidemia. Sabe-se que no Brasil, a<br />

prevalência de síndrome metabólica e DM com DHGNA foi estimada<br />

em 41,3% e 22,7%, respectivamente. O aumento das enzimas<br />

hepatocelulares, com predomínio da TGP e elevação da GGT foram<br />

notórias. Isso nos faz um alerta para doença hepática avançada,<br />

mas exames normais não descartam inflamação ou fibrose. Apenas<br />

uma pequena parte dos pacientes foram classificados como fibrose<br />

hepática avançada, porém um fato preocupante, pois o NAFLD em<br />

quase na metade da população mostrou ser indeterminado,<br />

podendo ter fibrose hepática avançada ou não, onde o valor<br />

prognóstico para complicações hepáticas e mortalidade na DHGNA<br />

alteraria muito, porém não temos o método padrão-ouro, a biópsia<br />

hepática, para confrontar os dados.<br />

CONCLUSÃO Observamos nesse estudo que boa parte dos pacientes<br />

diagnosticados com DHGNA, apresentava síndrome metabólica,<br />

aumento discreto das transaminases e GGT, além de função<br />

hepática preservada. Na avaliação não-invasiva de fibrose hepática<br />

pelo método NAFLD, vimos que mais da metade apresentavam<br />

fibrose hepática(F1-F4), sendo uma pequena parcela, mas<br />

significativa, na forma avançada.<br />

42


Título: PREJUÍZO NO CONTROLE AUTONÔMICO CARDÍACO EM PACIENTE<br />

COM CIRROSE HEPÁTICA<br />

APRESENTADOR: Tuany Mageste Limongi<br />

AUTORES: Tuany Mageste Limongi, Diane M. N. Henrique, Pedro A.<br />

C. Mira, Rosa V. D. Guerrero, Maria F. A. Falci, Fábio H. L. Pace,<br />

Thompson B. M. Junior, Katia V. B. D. Barbosa, Tarsila C. R. Amaral,<br />

Daniel G. Martinez, Mateus C. Laterza<br />

RESUMO:<br />

Unidade de Investigação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício<br />

(InCFex), Faculdade de Educação Física e Desportos, UFJF.<br />

Departamento de Medicina do Campus de Governador Valadares,<br />

UFJF. Unidade de Hepatologia do Departamento de<br />

Gastroenterologia, Faculdade de Medicina, UFJF.<br />

Introdução: A cirrose é caracterizada pelo comprometimento do<br />

sistema cardiovascular. A variabilidade da frequência cardíaca está<br />

diretamente associada à saúde cardiovascular. Desta forma, é<br />

importante descrever a variabilidade da frequência cardíaca em<br />

cirróticos.<br />

Objetivo: Avaliar a variabilidade da frequência cardíaca de repouso<br />

de pacientes com cirrose hepática.<br />

Metodologia: Foram avaliados 20 pacientes com cirrose hepática e<br />

15 indivíduos sem doença do fígado (52±11 vs. 44±11 anos,<br />

respectivamente, p=0,05), pareados por sexo. Foram excluídos os<br />

pacientes em uso de beta bloqueador. O eletrocardiograma foi<br />

registrado pelo Biopac® por 10 minutos com o paciente em posição<br />

supina. A variabilidade da frequência cardíaca foi analisada pelo<br />

Kubios HRV utilizando os últimos 5 minutos do sinal registrado. Tal<br />

análise foi feita no domínio do tempo pela frequência cardíaca e<br />

pelos índices MNN, SDNN, RMSSD e pNN50; e no domínio da<br />

43


frequência pelos índices de baixa (BF; 0,04-0,15 Hz) e alta<br />

frequência (AF; 0,15-0,40 Hz) em unidades absolutas (ms²) e<br />

normalizadas (un) e a razão BF/AF. Foi adotado como significância<br />

estatística p


Título: RELAÇÃO ENTRE CONSUMO DE BEBIDAS E ALIMENTOS<br />

PROCESSADOS/ULTRAPROCESSADOS E OCORRÊNCIA DE SUPER-<br />

CRESCIMENTO BACTERIANO NO INTESTINO DELGADO EM INDIVÍDUOS<br />

PORTADORES DE ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA<br />

APRESENTADOR: Juliane Alves da Silva<br />

AUTORES: Juliane Alves da Silva, Daiane Gonçalves de Oliveira,<br />

Fabiana de Faria Ghetti, Juliano Machado Oliveira e Ana Paula<br />

Boroni Moreira<br />

RESUMO:<br />

Introdução. A esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) é derivada do<br />

acúmulo de lipídeos nos hepatócitos, quando representa mais de 5%<br />

do peso desse órgão.<br />

Objetivo. Avaliar o consumo de bebidas e alimentos<br />

ultraprocessados e ocorrência de supercrescimento bacteriano no<br />

intestino delgado (SBID) com EHNA.<br />

Método. A amostra foi composta por 30 voluntários de ambos os<br />

sexos com idade média de 49 anos sendo o diagnóstico de EHNA<br />

confirmado por biópsia. Os pacientes foram divididos em dois<br />

grupos, a saber: ausência ou presença de SBID confirmado por teste<br />

respiratório. Foram avaliados antropometria, composição corporal e<br />

parâmetros bioquímicos dos pacientes. Os hábitos alimentares<br />

foram levantados por meio do QQFA.<br />

Resultados. Ao relacionar parâmetros antropométricos percebe-se<br />

em ambos os grupos um quadro de obesidade. Os parâmetros<br />

bioquímicos apresentaram-se alterados, estando relacionados com a<br />

fisiopatologia da EHNA. Quanto a ingestão calórica não houve<br />

resultado significativo entre os grupos presença e ausência de SIBO,<br />

quanto ao consumo de alimentos processados/ultraprocessados e in<br />

natura/minimamente processado. Ressalta-se que a dieta do grupo<br />

com presença de SBID foi 25% maior em alimentos do grupo 2<br />

45


(processados e ultraprocessados) em relação ao consumo de<br />

alimentos do grupo 2 dos voluntários com ausência de SBID. Esse<br />

resultado não teve diferença significativa, porém tem uma<br />

importância clínica.<br />

Conclusão. O presente estudo não teve diferença significativa, ao<br />

comparar consumo de alimentos processados/ultraprocessados e in<br />

natura/minimamente processado com o SBID. Porém, é sabido que<br />

fatores extrínsecos como a dieta rica em alimentos processados<br />

contribuem para alterações disbióticas qualitativas e quantitativas<br />

(supercrescimento) na microbiota intestinal. É importante salientar<br />

que os resultados são inéditos e ainda há um vasto campo para se<br />

estudar.<br />

46


Título: RELATO DE CASO: TROMBOSE DE VEIA PORTA EM CRIANÇA DE<br />

SETE ANOS, UM DESAFIO DIAGNÓSTICO DA ESPLENOMEGALIA<br />

APRESENTADOR: Amanda S. Amaral<br />

AUTORES: Maria A. Campos, Amanda S. Amaral, Lorena M. de<br />

Rezende, Flora A. M. B. Almeida<br />

RESUMO:<br />

INTRODUÇÃO A trombose de veia porta (TVPo) é uma doença<br />

multifatorial, complicada com hipertensão portal. O quadro clínico<br />

é inespecífico. As principais condições que predispõem são a lesão<br />

direta da veia umbilical e sepse de foco abdominal. As trombofilias<br />

podem estar associadas em até 35% dos casos. O diagnóstico pode<br />

ser feito pela ultrassonografia com Doppler. A endoscopia digestiva<br />

é recomendada. O tratamento com anticoagulação é controverso. O<br />

objetivo deste trabalho é relatar um caso de uma criança de 7 anos<br />

com trombose de veia porta.<br />

RELATO DE CASO R.B.S., 7 anos de idade, sexo masculino.<br />

Progenitora relata que no dia 3 de janeiro de 2018 procurou um<br />

pediatra para avaliação de provável Transtorno de Déficit de<br />

Atenção e Hiperatividade (TDAH). Criança assintomática na ocasião,<br />

porém, foi identificada esplenomegalia no exame físico, confirmado<br />

com USG, além de plaquetopenia no exame laboratorial. Evoluiu<br />

com dor de intensidade moderada em hipocôndrio esquerdo. Foi<br />

internado no Hospital Maternidade Therezinha de Jesus no dia<br />

13/01/2018, para prosseguimento da investigação diagnóstica.<br />

Progenitora negou internações prévias. Nascido de parto cesárea, a<br />

termo, sem intercorrências, alta hospitalar junto com a mãe. No<br />

exame físico: havia baço palpável a 6 cm do rebordo costal, espaço<br />

de Traube maciço a percussão. O restante do exame era normal. Os<br />

exames laboratoriais estavam todos normais, com exceção da<br />

plaquetopenia e a pesquisa de polimorfismo PAI-1 que teve<br />

resultado positivo para o tipo heterozigoto. Recebeu alta hospitalar<br />

47


e prosseguiu investigação com Doppler de abdome superior que<br />

evidenciou trombose crônica recanalizada de veia porta, sendo<br />

nesse momento do diagnóstico instituído a anticoagulação plena.<br />

Realizou também Angiorressonância Magnética de Abdome que<br />

confirmou a trombose e mostrou a presença de transformação<br />

cavernomatosa. A Endoscopia Digestiva Alta evidenciou varizes<br />

esofagogástricas. Programada ligadura elástica como profilaxia<br />

primária.<br />

DISCUSSÃO Um estudo avaliou a frequência de distúrbios da<br />

coagulação e encontrou alterações em 38%, em comparação com 4%<br />

nos controles. O primeiro sinal na maioria das vezes é a<br />

esplenomegalia e os pacientes são encaminhados primeiramente ao<br />

hematologista devido à presença de hiperesplenismo. Para o<br />

diagnóstico o Doppler é a primeira escolha. A biópsia hepática não é<br />

essencial. A terapia ideal depende do tempo de apresentação do<br />

quadro, porém ainda permanece controverso na literatura.<br />

48


Título: RESSUGIRMENTO DA HEPATITE A: NOVA VIA DE CONTAMINAÇÃO.<br />

RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA<br />

APRESENTADOR: Laíssa Maria Negreiros Rotella<br />

AUTORES: Laíssa Maria Negreiros Rotella, Bárbara I. A. Souza,<br />

Isabella L. M. Matos, Lívia C. M. Corrêa, Lucas P. Lange, Juliano M.<br />

Oliveira<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A hepatite A é causada por transmissão do vírus da<br />

hepatite A (VHA) por via fecal-oral, habitualmente através de água<br />

e alimentos contaminados. Logo, a melhora do saneamento levou à<br />

menor incidência da infecção por VHA e à redução da<br />

soroprevalência. Em 2017, entretanto, foi relatado em São Paulo<br />

surto de Hepatite A, em sua maioria, acometendo homens. Muitos<br />

eram portadores de DST e homens que fazem sexo com homens<br />

(HSH).<br />

Objetivo: Alertar para via sexual de contaminação, revisar a<br />

literatura e relatar caso de hepatite A em HSH.<br />

Métodos: Foram analisados prontuário e exames do paciente,<br />

revisão de estudos no PubMed dos últimos 10 anos com descritores<br />

“Hepatite A” e “Formas de Transmissão”.<br />

Relato de caso: Homem de 57 anos, história de dispepsia,<br />

Helicobacter pylori (Hp) negativo, condições sanitárias adequadas.<br />

Apresentou quadro de hepatite aguda, com elevação de<br />

aminotransferases e confirmação sorológica de hepatite A. Relata<br />

relação homossexual com sexo oral-anal ativo há um mês. Houve<br />

melhora clínica em 2 meses e normalização de enzimas após 3<br />

meses. Em endoscopia de controle, foi evidenciada positivação do<br />

Hp.<br />

49


Discussão: A relação da Hepatite A com HSH tem sido relatada em<br />

diversos países, determinando como principal fator de risco o<br />

contato oral-anal direto durante o sexo, cuja transmissão é<br />

facilitada pela ineficiência do método de proteção de barreira. A<br />

transmissibilidade se dá cerca de 4 semanas antes do início dos<br />

sintomas. Estes surtos trazem custos diretos e indiretos para a<br />

sociedade devido a alta taxa de hospitalização, que impacta o<br />

padrão de internação de uma unidade hepática de referência, e<br />

devido ao custo do absenteísmo, visto que a maioria é de jovens<br />

trabalhadores ativos.<br />

Conclusão: Diante desses surtos, destaca-se a necessidade de<br />

conscientização do VHA e outras infecções fecais-orais entre HSH.<br />

Há necessidade de materiais de promoção de saúde que enfoquem<br />

tanto a infecção quanto a vacinação para VHA. Estratégias de<br />

comunicação inovadoras com mensagens direcionadas precisam<br />

estar prontamente disponíveis para as agências de saúde pública,<br />

além da importância da implementação da vacinação contra<br />

hepatite em HSH. É crucial para países em transição epidemiológica<br />

de alta para baixa endemicidade reconhecer rapidamente e<br />

diferenciar surtos endêmicos, nos quais a transmissão de origem<br />

alimentar está envolvida, de surtos relacionados à transmissão<br />

sexual em HSH, pois diferentes medidas de controle e abordagens<br />

são necessárias.<br />

50


Título: SÍNDROME HEPATORRENAL EM PACIENTE COM CIRROSE HEPÁTICA<br />

POR HEPATITE C E CARCINOMA HEPATOCELULAR: UM RELATO DE CASO<br />

APRESENTADOR: Lara Thomé Barcellos<br />

AUTORES: Letícia, Thomé Barcellos, Lara Thomé Barcellos e<br />

Henrique de Souza Rodrigues Fajardo<br />

RESUMO:<br />

Introdução:A síndrome hepatorrenal (SHR) é uma forma de<br />

insuficiência renal funcional, portanto reversível, secundária à<br />

vasoconstrição renal e vasodilatação extrarrenal havendo queda da<br />

resistência vascular periférica e, eventualmente, hipotensão<br />

arterial. Ocorre em pacientes com hepatopatia crônica avançada,<br />

insuficiência hepática grave e hipertensão portal.<br />

Relato de Caso: DRM,56 anos, diagnosticado com cirrose hepática<br />

por hepatite C e Carcinoma hepatocelular classificação CHILD C11,<br />

MELD 20 em tratamento quimioterápico admitido em nosso serviço<br />

com dor abdominal e diarréia. Ao exame: presença de febre,<br />

mucosite, icterícia 3+/4+ e anasarca. Feito 10 dias de Cefepime<br />

empiricamente com boa resposta. Após 7 dias de internação,<br />

apresentou melena e hipotensão, creatinina sérica 2 mg/dl, sem<br />

sinais de choque ou uso recente de drogas nefrotóxicas ou doença<br />

parenquimatosa renal. Realizado Endoscopia Digestiva Alta<br />

evidenciando lesão de Dieulafoy em antro Forrest IB, realizado<br />

escleroterapia sendo diagnosticado após, com Síndrome<br />

Hepatorrenal em tratamento com Albumina e Noradrenalina.<br />

Discussão: A SHR pode se desenvolver de forma idiopática ou ser<br />

precedida por um sangramento gastrointestinal, PBE, diurese<br />

intensa com rápida perda de peso ou paracentese de grande volume<br />

sem reposição de albumina. Neste caso, o paciente apresentou<br />

como fator predisponente a lesão de Dieulafoy e se enquadrava na<br />

classificação de SHR tipo2. O tratamento farmacológico consiste na<br />

51


combinação de vasoconstritores com albumina. A terlipressina é<br />

considerada como primeira opção mas havendo alternativas como a<br />

noradrenalina ou midodrina e octreotide. O transplante hepático é<br />

o único tratamento que aumenta a sobrevida a longo prazo, sendo<br />

assim é o tratamento de escolha. Nossa paciente se enquadrava nos<br />

critérios para indicação de transplante hepático, não apresentando<br />

qualquer contraindicação para a realização do mesmo. Desta<br />

forma,recebe alta hospitalar com estabilização e reversão da SHR,<br />

representando assim uma melhora na sobrevida quando a reversão<br />

antecede o transplante.<br />

Conclusão: A SHR é a complicação mais grave e portanto, deve ser<br />

prevenida e diagnosticada precocemente, a fim de ser idealmente<br />

revertida aumentando assim,a sobrevida pós transplante.<br />

52


Título: SINVASTATINA COMO LINHA TERAPÊUTICA ADJUVANTE NA<br />

HIPERTENSÃO PORTAL<br />

APRESENTADOR: Anna Carolina Bovareto Silveira<br />

AUTORES: Anna Carolina Bovareto Silveira, Gabriel C. T. Cury,<br />

Leonardo Á. L. de Sá, Letícia de O. Zambeli, Mariana de C.<br />

Machado, Thiago de Oliveira, Vinícius P. Ruela, Lincoln Eduardo V. V.<br />

de C. Ferreira, Juliano M. de Oliveira<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A hipertensão portal (HP) é uma das principais<br />

complicações da cirrose hepática e frequentemente está associada<br />

à hemorragia digestiva alta (HDA). Nesta última circunstância, o<br />

tratamento padrão consiste na terapêutica endoscópica em<br />

associação aos betabloqueadores, porém em certos casos não há<br />

resposta satisfatória ao tratamento. Nesse contexto, a sinvastatina<br />

tem sido estudada como novo meio de redução dos níveis da<br />

pressão portal, além de outros efeitos benéficos nesse grupo de<br />

pacientes.<br />

Métodos: Relato de caso sobre paciente cirrótico com HP e história<br />

de HDA tratado com sinvastatina, associado a revisão de literatura<br />

na base indexadora MedLine. Palavras chaves utilizadas: “Portal<br />

hypertension"; Statins; Treatment. Filtros selecionados: últimos 10<br />

anos, estudos em humanos. Quatorze artigos entre 2004 e 2018<br />

foram analisados, e dentre eles, sete foram selecionados.<br />

Caso: ESG, 63 anos, cirrose hepática por esteato-hepatite não<br />

alcoólica, com HDA de repetição há 5 anos. Inicialmente submetido<br />

a tratamento endoscópico com ligadura elástica de varizes de<br />

esôfago e propranolol. Evoluiu com ectasias vasculares antrais com<br />

dilatações polipoides sem resposta adequada à terapia com ligadura<br />

e argônio. Em julho de 2015, passou a apresentar queda progressiva<br />

de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht). Recusou a opção de<br />

53


terapia por TIPS por receio de agravo de encefalopatia crônica. A<br />

anemia foi controlada com infusão periódica de ferro endovenoso e<br />

tentativas de tratamento endoscópico. Em dezembro de 2016, foi<br />

iniciado Sinvastatina 40 mg, apresentando redução da anemia e<br />

melhora significativa das lesões gástricas. Em março de 2018,<br />

voltou a apresentar queda Hb e Ht, sem piora expressiva ou sinais<br />

de HDA, por possível sangramento de cólon, que também<br />

apresentava ectasias vasculares.<br />

Discussão: A utilização da sinvastatina na cirrose compensada<br />

possibilitou melhor controle da HP e do sangramento<br />

gastrointestinal. A contagem de Hb aumentou consideravelmente,<br />

demostrando efeito positivo da terapia. Os efeitos benéficos da<br />

sinvastatina nesta situação ocorrem através do estímulo da<br />

produção de óxido nítrico endotelial local, reduzindo a resistência<br />

vascular hepática, e possíveis ações antioxidantes, antifibróticas,<br />

anti-inflamatórias e antiangiogênicas.<br />

Conclusão: O uso terapêutico adjuvante da sinvastatina nesse grupo<br />

de enfermos foi associado à redução da pressão portal e do<br />

sangramento gastrointestinal, influenciando positivamente no curso<br />

da doença.<br />

54


Título: TRANSPLANTE PARCIAL ORTOTÓPICO DE FÍGADO AUXILIAR:<br />

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA<br />

APRESENTADOR: Kayan Felipe de Oliveira Andrade<br />

AUTORES: Kayan Felipe de Oliveira Andrade, Ana Maria Lopes de Matos,<br />

Giovanna Fortes Carvalho Ribeiro, Isabelle Soares de Paula, Larissa de<br />

Almeida Sales, Maria Eduarda Mello Nascimento, Mariana Vilela Ferreira,<br />

Narrimam de Oliveira Ferraz, Tereza Costa Amoroso Lima e Piva, Leandro<br />

Véspoli Campos<br />

RESUMO:<br />

Introdução: O transplante de fígado é considerado uma das principais<br />

formas de tratamento das doenças hepáticas crônicas, como a hepatite<br />

fulminante. Inicialmente, em 1980, Bismuth realizou o primeiro<br />

transplante hepático heterotópico. Nesse caso, embora a função hepática<br />

tenha se recuperado, o paciente não sobreviveu devido à rejeição aguda<br />

intratável, vindo a falecer 22 dias após o procedimento. Cinco anos<br />

depois, a mesma equipe realizou o primeiro transplante hepático parcial<br />

ortotópico auxiliar (APOLT). A partir de então, essa técnica passou a ser<br />

utilizada e, em 1991, o primeiro caso de APOLT bem sucedido foi relatado.<br />

O APOLT consiste na ressecção de parte do fígado acometido e no<br />

transplante de um enxerto parcial, permitindo, assim, a permanência de<br />

grande massa do fígado original. O principal objetivo da técnica é<br />

restaurar o metabolismo hepático, visando, inicialmente, reduzir o edema<br />

cerebral e permitindo posteriormente que o fígado nativo se regenere<br />

(propriedade inerente ao órgão) e assim seja abandonada a<br />

imunossupressão, tornando o paciente menos sujeito aos efeitos colaterais<br />

desse tratamento. O processo de regeneração inicia-se por volta de uma<br />

semana após a cirurgia, a partir uma atividade regenerativa secundária<br />

dos hepatócitos e ductos biliares. Os canais de Hering (compartimento<br />

proliferativo bipotencial que liga os hepatócitos à árvore biliar) dão<br />

origem a estruturas ductulares mal formadas. Células-tronco adormecidas<br />

presentes ao longo de tais ductos biliares e canais de Hering se proliferam,<br />

dando origem às células ovais (pequenas células com alta razão núcleocitoplasmática).<br />

Havendo tempo suficiente (sobrevida do paciente além<br />

das primeiras semanas), o fígado é capaz de se recuperar completamente,<br />

com a maturação de todas as populações de células proliferantes, dando<br />

origem aos hepatócitos e às células epiteliais dos ductos biliares<br />

morfologicamente normais.<br />

Objetivo: Pesquisar, por uma revisão sistemática, as principais vantagens e<br />

desvantagens relacionadas ao APOLT e, dessa forma, avaliar a utilidade<br />

55


dessa técnica.<br />

Métodos: Busca de artigos nas bases indexadoras: MedLine, utilizando os<br />

descritores: “fulminant hepatites” e “auxiliary partial orthotopic liver<br />

transplantation” e suas respectivas variações encontradas no MeSH, e<br />

SciELO, utilizando a frase “hepatite fulminante transplante parcial<br />

ortotópico de fígado auxiliar” no formulário livre. Na primeira, foram<br />

encontrados 57 artigos, sendo 7 deles usados na confecção deste trabalho.<br />

Já na segunda, obtiveram-se 8 artigos, dos quais foram selecionados<br />

apenas 2 por se adequarem melhor ao objetivo do estudo.<br />

Resultados: A partir dos artigos selecionados e estudados, observa-se que a<br />

técnica de APOLT apresenta consideráveis vantagens e desvantagens. A<br />

principal vantagem é a retirada gradual da terapia imunossupressora,<br />

atenuando seus efeitos adversos, tais como: insuficiência renal,<br />

osteopenia, dislipidemias, neurotoxidade, hipertensão, toxicidade<br />

gastrointestinal, diabetes, infecções oportunistas e desenvolvimento de<br />

neoplasias. Essa condição é ocorrente principalmente quando o paciente é<br />

jovem, pois as crianças possuem um potencial de regeneração do fígado<br />

maior do que idosos. Segundo um estudo do Kings College Hospital, de 20<br />

crianças submetidas ao APOLT obtiveram uma sobrevida de 85%, sendo que<br />

65% estavam livres de imunossupressão 23 meses após o transplante. A<br />

retirada da imunossupressão deve ser gradual, de modo que o enxerto<br />

sofra lenta rejeição e, finalmente, se torne pequeno e fibrótico, enquanto<br />

o fígado nativo continua a se regenerar para compensar a perda no volume<br />

do enxerto. Além disso, na técnica de APOLT, há uma maior facilidade para<br />

se encontrar enxertos tanto para receptores adultos quanto pediátricos,<br />

visto que a cirurgia pode ser realizada intervivos, oferecendo uma opção<br />

ao problema da escassez de enxertos. Em particular, a técnica de APOLT se<br />

apresenta vantajosa também na hemofilia A, na qual há deficiência na<br />

produção hepática do fator VIII de coagulação, sem outras alterações<br />

hepáticas. Uma vez que a hemofilia não é uma doença letal, há, dessa<br />

forma, grande dificuldade de se obter enxertos de transplantador<br />

cadavérico para esses pacientes. Estudos utilizando APOLT demonstraram<br />

aumento de 30% no fator VIII de coagulação após o transplante, que se<br />

manteve mesmo após 6 semanas. Por outro lado, essa técnica, assim como<br />

todo procedimento cirúrgico, também apresenta desvantagens, dentre as<br />

quais podemos citar o maior risco de complicações. Embora tenham taxas<br />

de sobrevida semelhantes, o APOLT apresenta maior risco de complicações<br />

vasculares e bacterianas, quando comparado ao transplante de fígado<br />

tradicional. Além disso, as taxas de sequelas neurológicas, disfunção<br />

primária do enxerto e necessidade de retransplante também se mostraram<br />

56


mais elevadas. A incidência de complicações biliares também se mostrou<br />

maior no APOLT do que no transplante tradicional de fígado. Devido a<br />

esses fatores, de acordo com um estudo realizado na Universidade de<br />

Kyoto, o APOLT deve ter uma indicação restrita à hepatite fulminante,<br />

enxertos pequenos para o tamanho e incompatibilidade ABO. Outro<br />

problema observado nos casos em que se optou por realizar APOLT é que o<br />

saldo do fluxo de sangue portal para o fígado nativo e para o enxerto pode<br />

mudar radicalmente ao longo do tempo, de acordo com o estado do fígado<br />

transplantado. Em alguns casos, a diminuição do fluxo portal do enxerto<br />

pelo fenômeno do roubo portal pode levar à disfunção do enxerto e à<br />

perda do mesmo. Somado à isso, no APOLT, o tempo operatório necessário<br />

é mais longo, uma vez que é preciso executar duas hepatectomias, em<br />

comparação com transplante de fígado ortotópico (OLT) – o que pode ser<br />

deletério para pacientes em condições de estado crítico neurológico. O<br />

APOLT pode apresentar algumas dificuldades cirúrgicas, tais como: o<br />

tempo prolongado de preparo do enxerto e dos vasos, pequeno tamanho<br />

da artéria hepática e a superfície dupla de transecção do parênquima<br />

hepático, o que pode influenciar negativamente na evolução pósoperatória.<br />

A utilização do enxerto de fígado cadavérico inteiro, por sua<br />

vez, pode superar essas complicações, visto que não é necessário dividir<br />

ou reduzir o enxerto, o que leva a menor tempo de isquemia fria e maior<br />

variedade de reconstruções arteriais. Para comparar as técnicas de APOLT<br />

e OLT e demonstrar as desvantagens da primeira foi realizado um<br />

experimento em que 49 pacientes com hepatite fulminante foram<br />

submetidos à cirurgia de transplante hepático. Desses, 37 receberam OLT<br />

e 12 receberam APOLT. Antes da cirurgia, os 2 grupos eram comparáveis<br />

em todos os aspectos. Um terço dos pacientes submetidos ao APOLT<br />

vieram a óbito, sendo que o mesmo resultado ocorreu em um quarto dos<br />

submetidos ao OLT. Outros resultados foram: pacientes que receberam<br />

APOLT tiveram 1 ± 1,3 complicações técnicas em comparação com 0,3 ±<br />

0,5 para pacientes com OLT; bacteriemia foi significativamente mais<br />

freqüente após o APOLT do que após a OLT; a necessidade de retransplante<br />

foi significativamente maior nos pacientes com APOLT (3/12 vs. 0/24); a<br />

morte cerebral por edema cerebral ou sequelas neurológicas foi<br />

significativamente mais frequente após APOLT (4/12 vs. 2/24). Sobrevida<br />

de um ano do paciente foi comparável em ambos os grupos (66% vs 66%), e<br />

houve uma tendência de menor taxa de sobrevida livre de retransplante<br />

de 1 ano no grupo APOLT (39% vs. 66%). Apenas 2 dos 12 (17%) pacientes<br />

tiveram sucesso total com APOLT (ou seja, sobrevida do paciente,<br />

regeneração do fígado, retirada da imunossupressão e remoção do<br />

enxerto). Um desses dois pacientes apresentava sequelas neurológicas.<br />

57


Conclusão: O transplante parcial ortotópico de fígado auxiliar é um<br />

tratamento inovador que apresenta uma excelente taxa de sobrevida<br />

devido ao abrandamento de diversas complicações. Porém, apesar da<br />

evolução tecnológica e dos benefícios oferecidos pela terapia, ainda<br />

existem possíveis adversidades relevantes. Além disso, há a escassez de<br />

conhecimentos sobre os fatores que podem prever a regeneração do fígado<br />

após uma insuficiência hepática e o não estabelecimento adequado de<br />

algumas variáveis do momento da indicação da mesma ao paciente. Assim,<br />

faz-se necessária a realização de mais estudos e pesquisas acerca do<br />

APOLT a fim de se obter o aprimoramento da técnica e diminuir as<br />

complicações geradas pela mesma.<br />

Palavras-chave: hepatite fulminante; transplante parcial ortotópico de<br />

fígado auxiliar<br />

Referências: 1. Azoulay D, Samuel D, Ichai P, Castaing D, Saliba F, Adam R,<br />

et al. Auxiliary Partial Orthotopic Versus Standard Orthotopic Whole Liver<br />

Transplantation for Acute Liver Failure: A Reappraisal From a Single Center<br />

by a Case-Control Study. Ann Surg. 2001 Dec; 234(6): 723–731. 2. Bismuth<br />

H, Azoulay D, Samuel D, Reynes M, Grimon G, Majno P, et al. Auxiliary<br />

partial orthotopic liver transplantation for fulminant hepatitis: the Paul<br />

Brousse experience. Ann Surg 1996; 224: 712–72. 3. Calil DM, David AI,<br />

Trevizol AP, Dias ERM, Fiúza EFSO, Campi GB, Ferraz-Neto BH. Transplante<br />

Parcial Ortotópico de Fígado Auxiliar na Hepatite Fulminante. JBT J Bras<br />

Transpl. 2011; 14: 1449-1494. 4. Crawford JM. Fígado e Trato Biliar. In:<br />

Robbins SL, Cotran RS, editores. Bases Patológicas das Doenças. <strong>Rio</strong> de<br />

Janeiro: Elsevier; 2005. p. 944-45. 5. Danovitch G. Immunosuppressantinduced<br />

metabolic toxicities. Transplantation Reviews. 2000; 14: 65-81. 6.<br />

Fujita M, Furukawa H, Hattori M, Todo S, Ishida Y, Nagashima K. Sequential<br />

observation of liver cell regeneration after massive hepatic necrosis in<br />

auxiliary partial orthotopic liver transplantation. Mod Pathol 2000; 13:152-<br />

7. 7. Ko S, Tanaka I, Kanehiro H, Kanokogi H, Ori J, Shima M, et al.<br />

Preclinical experiment of Auxiliary Partial Orthotopic Liver Transplantation<br />

as a curative treatment for hemophilia. Liver Transplantation. 2005; 11:<br />

579–584. 8. Rela M, Kaliamoorthy I, Reddy MS. Current status of auxiliary<br />

partial orthotopic liver transplantation for acute liver failure. Liver<br />

Transpl. 2016 Sep; 22(9): 1265-74. 9. Santos VR, Nacif LS, Pinheiro RS,<br />

Ducatti L, Andraus W, Luiz Carneiro D’Albuquerque LC. Técnica<br />

simplificada para transplante auxiliar ortotópico de fígado utilizando um<br />

enxerto inteiro. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2015; 28(2): 136-138.<br />

58


Título: USO DO SECUQUINUMABE EM PACIENTE COM ARTRITE P<br />

SORIÁSICA E CIRROSE HEPÁTICA<br />

APRESENTADOR: Hellen G. Ramos<br />

AUTORES: Arthur P. Santos, Ana Beatriz C. de Azevedo; Daniela B. B.<br />

de Andrade; Laize A. Mascarenhas; Luana G. Machado<br />

RESUMO:<br />

Introdução: A artrite psoriásica (AP) é uma inflamação crônica,<br />

autoimune, que acomete entre 0,06 e 0,25% da população. A<br />

doença pode afetar sítios anatômicos distintos, estando associada<br />

com incapacidade física, diminuição da qualidade de vida e<br />

aumento da mortalidade. O tratamento farmacológico envolve o<br />

uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), glicocorticoides e<br />

medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD), drogas<br />

potencialmente hepatotóxicas e contraindicadas em pacientes com<br />

disfunção hepática. Recentemente, o secuquinumabe, um anticorpo<br />

monoclonal inibidor da interleucina-17A, foi aprovado para o<br />

tratamento da AP e da psoríase moderada a grave, apresentando,<br />

até o momento, um bom perfil de segurança.<br />

Objetivo: Descrever um caso de paciente com AP e cirrose hepática<br />

de provável etiologia alcoólica tratado com secuquinumabe.<br />

Método: Paciente masculino, 52 anos, com diagnóstico de AP em<br />

dezembro/2016, quando internou por quadro de oligoartrite aguda<br />

em joelho D e tornozelo D, dactilite e entesite no segundo<br />

quirodáctilo D. Na ocasião foram descartados diagnósticos<br />

diferenciais do quadro articular. O paciente apresentava história de<br />

psoríase cutânea há 25 anos, com predomínio das lesões em<br />

cotovelos, joelhos, mãos e alterações ungueais. Em relação às<br />

comorbidades, destacava-se o diagnóstico de cirrose hepática por<br />

provável etiologia alcoólica, em acompanhamento com<br />

hepatologista, sendo descartadas outras prováveis causas de<br />

59


hepatopatia. O paciente havia suspendido o consumo de bebidas<br />

alcoólicas desde agosto/2016.<br />

Resultados: Como possuía contraindicação ao uso de AINEs e aos<br />

MMCD sintéticos, o paciente foi tratado inicialmente com<br />

glicocorticoides, porém, evoluiu com doença cutânea e articular em<br />

atividade. Optou-se então pelo tratamento com Secuquinumabe na<br />

dose de 150 mg via subcutânea em esquema de indução, seguida<br />

por manutenção mensal. Após 2 meses, houve melhora apenas<br />

parcial do quadro articular e da psoríase cutânea, sendo necessário<br />

aumento da dose terapêutica para 300 mg, com melhora<br />

importante do quadro, sem sinais de toxicidade pela droga ou<br />

complicações hepáticas.<br />

Conclusão: O Secuquinumabe mostrou-se uma opção terapêutica<br />

efetiva e segura no tratamento da AP ativa em um paciente com<br />

cirrose hepática de provável etiologia alcoólica. Existem,<br />

entretanto, poucos dados na literatura sobre o uso dessa medicação<br />

nesse contexto clínico. Mais estudos são necessários para validar<br />

sua segurança e eficácia em pacientes com hepatopatias.<br />

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