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Fernando Pessoa, Hermetismo e Ideal – Vitor Manuel Adrião – Comunidade Teúrgica Portuguesa<br />
O ESPÍRITO SANTO é o Patrono dos Profetas, e a Sua face oriental,<br />
SHIVA, designa-O como Soberano dos Kshatriyas (“Jinas da Arca”), os<br />
Cavaleiros defensores de toda a Ordem social cuja elaboração sinárquica<br />
é realizada como Arte Real, indo visar humanamente o progresso físico e a<br />
elevação intelectual e moral dos povos sob a égide de um Governo Único: o do<br />
REI DO MUNDO (Melkitsedek, Chakravarti, Jagrat-Dwija, Rigden-Djyepo, Pater<br />
Rotan, Imperator Mundi), a mais viva e próxima Expressão do TERCEIRO<br />
LOGOS.<br />
Muitos autores menos avisados da época em que Fernando Pessoa escreveu<br />
os seus textos messiânico/patrióticos, colam sem mais delongas em tendenciosos<br />
arroubos patrioteiros a Mensagem a outros textos seus de intervenção social, onde<br />
o vate parece indicar o “orgulhosamente sós” pela subida de Portugal ao trono<br />
regente exclusivo das nações, particularmente após a “dissolução políticogeográfica<br />
de Espanha (a eterna mania trauliteira de alguma má vizinhança que<br />
vê mafarricos em maçons, republicanos, espanhóis, etc., e desespera no horror da<br />
ausência eterna de um Salazar ou de um Franco, reviralho acanalhado dos que<br />
temem a liberdade de ser, a igualdade de princípios e a fraternidade da<br />
Humanidade) com a ingerência directa de D. Sebastião, entretanto regressado de<br />
um qualquer nevoeiro ou nebuloso vazio geográfico para fundar o seu “Quinto<br />
Império”, pouco lhes importando que no reinado desse monarca tal adjectivo não<br />
existisse, pois só depois do seu desaparecimento trágico terá sido criado pelo<br />
Padre António Vieira para o adaptar à sua ideia bíblica/patrística de translatio<br />
imperii. Apesar de tal conceito xenófobo de patrioteiros sem luzes mostrar-se<br />
aberrante, mesmo monstruoso ante a lógica do Pensamento Humano e até<br />
mesmo da Formula Mens Lusitanea, no entanto ele ainda vinga hoje em dia em<br />
determinados sectores político-sociais herdeiros do Sebastianismo vermelho<br />
oitocentista, como o consignava António Sardinha, o que tem conferido ao<br />
mesmo Sebastianismo um carácter utopista e mais que isso: politicamente<br />
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