Jornal Cocamar Fevereiro 2016
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28 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Fevereiro</strong> <strong>2016</strong><br />
SAFRA 2015/16<br />
Para produtor,<br />
ILPF “é segurança”<br />
Com sua experiência em<br />
ILPF, César Vellini afirma<br />
que o sistema de integração<br />
possibilitou a ele encontrar o<br />
“caminho da segurança”. Se<br />
antes a propriedade se resumia<br />
à pecuária extensiva,<br />
com pastos degradados e<br />
baixa ocupação, hoje a realidade<br />
é outra. No verão, a<br />
soja alcança níveis de produtividade<br />
respeitáveis, semelhantes<br />
ou superiores (como<br />
se viu nesta safra) aos das<br />
terras mais férteis. No inverno,<br />
o milho não fica atrás: de<br />
três anos para cá, com o advento<br />
de tecnologias mais<br />
modernas, a Fazenda Flor<br />
Roxa vem colhendo entre<br />
300 a 340 sacas por alqueire.<br />
E, em 100 alqueires de<br />
pasto, são mantidas 800 cabeças<br />
de gado nelore, quatro<br />
vezes mais que a média regional.<br />
Conforme Vellini, a<br />
atividade foi planejada para<br />
que ao menos 350 cabeças<br />
sejam abatidas por ano: os<br />
bezerros entram com um<br />
ano de vida e saem depois de<br />
um ano e meio, pesando<br />
entre 18 e 19 arrobas. O gado<br />
é vendido para frigoríficos<br />
de Maringá e Colorado, com<br />
média de 53% de rendimento<br />
de carcaça. Para baratear<br />
os custos com alimentação,<br />
cerca de 10% das colheitas<br />
de soja e milho são direcionadas<br />
para produção própria<br />
de ração, agregando valor<br />
com a transformação de<br />
grãos em carne.<br />
Entre 2005 e 2006, quando<br />
enfrentou dificuldades, Vellini<br />
conta que decidiu arrendar<br />
400 alqueires da fazenda<br />
para uma usina de Colorado.<br />
Como o contrato vence agora<br />
em <strong>2016</strong>, o proprietário já informou<br />
à empresa que o mesmo<br />
não será renovado. “Com<br />
os 400 alqueires de volta,<br />
pretendo ampliar a integração”,<br />
cita.<br />
César Vellini é daqueles<br />
produtores que moram na<br />
propriedade e acompanham<br />
cada setor, atentos aos menores<br />
detalhes. Ele já conta com<br />
o apoio do filho Vítor, de 19<br />
anos, estudante de agronomia,<br />
que gosta especialmente<br />
de lidar com as máquinas.<br />
César e o filho Vítor, de 19 anos, que cursa<br />
agronomia e vê seu futuro na fazenda<br />
800<br />
cabeças de gado<br />
nelore são mantidas<br />
em 100 alqueires<br />
350<br />
animais são<br />
abatidos, em média,<br />
por ano<br />
OS DEMASCENO SE ENCANTARAM COM A SOJA -<br />
Seu Waldemar, de 82 anos, ainda se recorda do ano de 1952, quando<br />
chegou ao Paraná, vindo de Osvaldo Cruz (SP). “Isso aqui era tudo mato<br />
fechado”, diz. Com 18 anos na época, ele trabalhou com outros familiares<br />
na empreita de café, até juntar dinheiro para comprar um lote de dez<br />
alqueires. Casado com dona Luzia, tem quatro filhos: Celso, de 52 anos,<br />
Célia, de 49, Célio, 45, e Cláudio, 42. A família possui 30 alqueires<br />
próprios e toca outros 70 arrendados. Desde o ano 2000, os Damasceno<br />
não querem saber de outra lavoura que não seja a soja. Depois de muito<br />
pelejar e sofrer com os altos e baixos do café e do algodão, que acabaram<br />
desaparecendo da paisagem regional, eles encontraram na oleaginosa o<br />
seu porto seguro. De um ano para outro, a média deles tem ficado em<br />
130 sacas por alqueire, mas há três anos conseguiram o recorde de 160<br />
sacas por alqueire. Para a safra atual, a expectativa é de 140 sacas. E,<br />
tudo isso, em solo arenoso, com baixo teor de matéria orgânica. “O uso<br />
da tecnologia é importante e o resultado depende do investimento”,<br />
afirma Célio. Ele e os dois irmãos é que conduzem as atividades,<br />
mas o pai está sempre por perto, acompanhando tudo.