Jornal Cocamar Outubro 2017

PLANTA DANINHA
Difícil controle da buva
preocupa produtores
Desuniformidade, com até quatro diferentes picos de
germinação da praga, foi percebida em várias regiões
Nas últimas semanas,
o pesquisador da
Embrapa Soja, Fernando
Adegas, especialista
em plantas daninhas,
recebeu diversos contatos
de técnicos e produtores,
especialmente do oeste do
Paraná, a respeito do difícil
controle da buva que está
ocorrendo nessa safra.
O pesquisador explica que
neste ano ocorreu uma desuniformidade
na emergência da
buva, que apresentou até quatro
diferentes principais picos
de germinação, mesmo havendo
menor densidade em
algumas áreas. Contribuíram
para a desuniformidade, segundo
ele, as "manchas" e
"clareiras" encontradas nas
lavouras de milho, principalmente
onde se deu o tombamento
de plantas pelas doenças
de colmo/raízes, verificadas
durante a safrinha.
Conforme o pesquisador,
neste ano aconteceram algumas
semelhanças com 2013,
registrando-se um inverno
mais rigoroso (frio), inclusive
com geadas. Também houve
um longo período de seca,
com até 75 dias sem chuvas,
É importante estarmos atentos a
hipótese de resistência, através
do monitoramento das áreas”.
Fernando Adegas
entre junho e meados de
agosto, o que resultou em
plantas com alto nível de estresse.
A maioria das primeiras aplicações
para o controle da
erva daninha foi feita após as
chuvas de agosto, que se concentraram
em um curto período.
No entanto, essas chuvas
não foram suficientes
para superar totalmente o estresse.
Por isso, explica Adegas,
as aplicações apresentaram
resultados abaixo do
esperado, principalmente a
associação de Gli+2,4-D, com
sintomas de "necrose rápida"
A aplicação sequencial não tem solucionado o problema
que já havia sido observada
anteriormente. A aplicação
sequencial não tem solucionado
o problema.
Devido a essa situação de
mal controle, muitos produtores
relacionaram tal fato a
resistência ao Paraquate, por
causa da comprovação anunciada
em uma área específica
no município de em
Assis Chateaubriand. No entanto,
apesar da possibilidade
da resistência estar
presente em outras áreas
próximas da região de origem,
a situação de mal controle
generalizada nessa safra
não deve ser baseada especificamente
na resistência,
conforme o pesquisador.
“Mas é importante estarmos
atentos a essa hipótese,
através do monitoramento
das áreas” comenta.
Com a seca prolongada e a
umidade extremamente baixa,
inclusive à noite, não seria
recomendável a aplicação de
herbicidas, incluindo os de
contato. Para o pesquisador,
a melhor opção seria a roçada
(especialmente em áreas
onde o produtor já fez aplicações)
ou reiniciar as aplicações
após as chuvas.
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