(I)MORTA ESPÍRITO 32 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt
L N ascemos e morremos ancorados em crenças cuja verdade é aquilo que fantasiamos. A mais pedante é, para nós, a imortalidade do espírito. Espírito mortal ou imortal? Ansiamos pelo paraíso prometido. Ansiamos, em especial quando a vida não nos traz alegrias. Mais vale estar morto do que vivo. A idealização que se apresenta como finalmente, como objetivo, é só isso. Tão anunciada como ‘boa nova’ (que não existia antes), inverteu, sacou, roubou, manipulou aquilo que era a vida de outros. O seu objetivo ou fim. Roubou vida, em especial, psíquica, não conhecida mas na sua evolução natural. Ao estilo do Psicopata, a tua é minha, que a minha não presta. A Vida. Nada sabemos . A determinada altura, sem também se conhecer quando, deixámos de querer saber. Agora, quando já é possível, desde há uns tempos para cá, encetamos novos pensamentos. Baby-steps. Porquê? Questionamos o nosso sentido para a vida contudo procuramos o paralelo. Quando o dinheiro não é sobrevivência ou 12/16 horas por dia, damo-nos ao luxo de nos sentarmos numa pedra e por cerca de pelo menos meia hora respirarmos um pobre malmequer concluindo por fim que descobrimos o sentido para a vida, em específico, para nós e sabiamente, para o mundo inteiro: ‘ basta apreciar o que se tem’. Assim sossegamos. Voltamos a cegar. Banhamo-nos em essências florais de ‘golfinho’, ‘macaco’ ou lavanda, depois de uma sessão de terapia alternativa instrutiva, e o sentido da vida volta a surgir: ganha o teu pão diário honestamente’. Voltamos a sossegar, como quem diz a cegar. Fundamos as nossas múltiplas perguntas, que nos inquietam, num limbo subjetivo de moral, da bondade que fundou o(s) universo(s). O sentido da nossa espécie é nenhum. Roubado que foi. O contraditório ataca-nos. Perdemos os sentidos criados, naturalmente e saudavelmente, perdemos porque entre as múltiplas mensagens contraditórias desligam-se as noções importantes tais como bondade, verdade ou vida ou eternidade. Gostamos de não pecar, de pertencer a uma espécie de elite bem-formada, bem-pensante, bem-falante. Gostamos de rezar pelo ideal que recai sobre nós que nos leva a diferenciar-nos (cont.) DOSSIER EXPERIÊNCIA www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 23