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Um e outro aviso de sinistro.<br />
Este foi o impacto para a<br />
maior parte das seguradoras<br />
que operam com seguros de<br />
pessoas da tragédia de Brumadinho, que<br />
vitimou, ao menos até aqui, 186 pessoas.<br />
A exceção foi a Bradesco Seguros, que<br />
respondia pela apólice de vida em grupo<br />
da mineradora Vale. Depois de anos<br />
seguidos de recessão e com lenta recuperação<br />
de vagas, o desemprego pode<br />
se tornar um problema crônico para os<br />
brasileiros e estrutural para o País. Não<br />
bastasse isso, a perda de um ente, para<br />
várias famílias, ocorre preferencialmente<br />
em momentos críticos sob o ponto de<br />
vista financeiro, fragilizando ainda mais<br />
o orçamento doméstico. Exemplos não<br />
faltam e evidenciam o quanto o seguro<br />
de pessoas ainda engatinha no Brasil.<br />
Tamanho é o espaço que este mercado<br />
cresceu 9% no ano passado, totalizando<br />
quase R$ 41,5 bilhões, a despeito de o<br />
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro<br />
ter se expandido em uma taxa tímida de<br />
1,1%, na mesma base de comparação.<br />
Totalmente descolado da economia<br />
brasileira, com tal desempenho, o segmento<br />
de seguro de pessoas conseguiu<br />
ultrapassar, pela primeira vez, o ramo<br />
de automóvel, com cerca de R$ 40,6<br />
bilhões, que até então se mantinha como<br />
líder isolado do mercado brasileiro, considerando<br />
o DPVAT. Assumiu, com isso,<br />
o posto de maior carteira do mercado<br />
brasileiro. Sem o seguro obrigatório,<br />
❙❙Jorge Nasser, da FenaPrevi<br />
❙❙Francisco tal posição já tinha sido galgada. “Nos<br />
últimos cinco anos, o seguro de pessoas<br />
cresceu em ritmo superior ao de automóvel.<br />
É uma trajetória que tem continuado.<br />
Não vem de hoje”, destaca o economista<br />
Francisco Galiza, da Rating de Seguros<br />
Consultoria.<br />
Apesar de o seguro de vida, em<br />
grupo e individual, ter se firmado como<br />
a maior carteira do mercado de seguros<br />
de pessoas, respondendo com 39% dos<br />
prêmios arrecadados no ano de 2018,<br />
o destaque em termos de crescimento<br />
ficou por parte do seguro prestamista,<br />
que garante o pagamento de prestações,<br />
e que representa 30% deste setor (leia<br />
mais na página 22). A modalidade movimentou<br />
R$ 11,3 bilhões no ano passado,<br />
com desempenho 19% maior em relação<br />
ao visto em 2017, puxado, principalmente,<br />
pela retomada do crédito e a melhora<br />
nas vendas de varejo.<br />
Para o novo presidente da Federação<br />
Nacional de Previdência Privada<br />
e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser, os<br />
seguros de pessoas têm crescido a despeito<br />
de um ambiente de recuperação da<br />
economia brasileira, uma vez que são<br />
instrumentos importantes de proteção<br />
social e ainda ajudam a preservar as<br />
conquistas materiais e financeiras das<br />
famílias brasileiras. No ano passado,<br />
o setor pagou R$ 9 bilhões em indenizações,<br />
cifra que corresponde ao PIB<br />
de diversos municípios brasileiros. No<br />
entanto, quando avaliado o número de<br />
brasileiros que possuem apólices para<br />
protegerem a si ou então a eventos<br />
financeiros futuros, abre-se um mar<br />
de oportunidades. Somente 19% dos<br />
indivíduos têm seguro de vida no País.<br />
Além disso, essa carteira é formada,<br />
principalmente, por contratos corporativos,<br />
ou seja, benefícios oferecidos<br />
pelas empresas e que nem sempre estão<br />
alinhados às necessidades de cada indivíduo.<br />
Não é à toa que as seguradoras<br />
estão de olho no potencial que o seguro<br />
de vida individual tem no País, um<br />
mercado que está, sobretudo, nas mãos<br />
dos grandes bancos de varejo. “O Brasil<br />
tem duas deficiências no que tange<br />
ao seguro de pessoas: além de baixa<br />
penetração, muitas apólices não têm a<br />
cobertura adequada para os riscos dos<br />
indivíduos”, adverte o superintendente<br />
de soluções da Seguros Sura, Marco<br />
Garutti.<br />
Nenhum brasileiro acorda, segundo<br />
ele, pensando em contratar um seguro<br />
de vida porque pode morrer um dia e ou<br />
mesmo nos dependentes financeiros que<br />
possui. Mais do que isso, há riscos em<br />
vida: desemprego, invalidez parcial ou<br />
total. Apesar de esses riscos girarem em<br />
torno dos brasileiros, como a cultura de<br />
seguros é deficitária no País, dificilmente<br />
os consumidores têm essa percepção<br />
se não são provocados para isso. Esse<br />
é um desafio que está a cargo das seguradoras<br />
e dos corretores de seguros.<br />
Segundo o presidente do CVG-SP,<br />
❙❙<br />
Marco Garutti, da Seguros Sura<br />
Galiza, da Rating<br />
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