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Revista Apólice #241

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Um e outro aviso de sinistro.<br />

Este foi o impacto para a<br />

maior parte das seguradoras<br />

que operam com seguros de<br />

pessoas da tragédia de Brumadinho, que<br />

vitimou, ao menos até aqui, 186 pessoas.<br />

A exceção foi a Bradesco Seguros, que<br />

respondia pela apólice de vida em grupo<br />

da mineradora Vale. Depois de anos<br />

seguidos de recessão e com lenta recuperação<br />

de vagas, o desemprego pode<br />

se tornar um problema crônico para os<br />

brasileiros e estrutural para o País. Não<br />

bastasse isso, a perda de um ente, para<br />

várias famílias, ocorre preferencialmente<br />

em momentos críticos sob o ponto de<br />

vista financeiro, fragilizando ainda mais<br />

o orçamento doméstico. Exemplos não<br />

faltam e evidenciam o quanto o seguro<br />

de pessoas ainda engatinha no Brasil.<br />

Tamanho é o espaço que este mercado<br />

cresceu 9% no ano passado, totalizando<br />

quase R$ 41,5 bilhões, a despeito de o<br />

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro<br />

ter se expandido em uma taxa tímida de<br />

1,1%, na mesma base de comparação.<br />

Totalmente descolado da economia<br />

brasileira, com tal desempenho, o segmento<br />

de seguro de pessoas conseguiu<br />

ultrapassar, pela primeira vez, o ramo<br />

de automóvel, com cerca de R$ 40,6<br />

bilhões, que até então se mantinha como<br />

líder isolado do mercado brasileiro, considerando<br />

o DPVAT. Assumiu, com isso,<br />

o posto de maior carteira do mercado<br />

brasileiro. Sem o seguro obrigatório,<br />

❙❙Jorge Nasser, da FenaPrevi<br />

❙❙Francisco tal posição já tinha sido galgada. “Nos<br />

últimos cinco anos, o seguro de pessoas<br />

cresceu em ritmo superior ao de automóvel.<br />

É uma trajetória que tem continuado.<br />

Não vem de hoje”, destaca o economista<br />

Francisco Galiza, da Rating de Seguros<br />

Consultoria.<br />

Apesar de o seguro de vida, em<br />

grupo e individual, ter se firmado como<br />

a maior carteira do mercado de seguros<br />

de pessoas, respondendo com 39% dos<br />

prêmios arrecadados no ano de 2018,<br />

o destaque em termos de crescimento<br />

ficou por parte do seguro prestamista,<br />

que garante o pagamento de prestações,<br />

e que representa 30% deste setor (leia<br />

mais na página 22). A modalidade movimentou<br />

R$ 11,3 bilhões no ano passado,<br />

com desempenho 19% maior em relação<br />

ao visto em 2017, puxado, principalmente,<br />

pela retomada do crédito e a melhora<br />

nas vendas de varejo.<br />

Para o novo presidente da Federação<br />

Nacional de Previdência Privada<br />

e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser, os<br />

seguros de pessoas têm crescido a despeito<br />

de um ambiente de recuperação da<br />

economia brasileira, uma vez que são<br />

instrumentos importantes de proteção<br />

social e ainda ajudam a preservar as<br />

conquistas materiais e financeiras das<br />

famílias brasileiras. No ano passado,<br />

o setor pagou R$ 9 bilhões em indenizações,<br />

cifra que corresponde ao PIB<br />

de diversos municípios brasileiros. No<br />

entanto, quando avaliado o número de<br />

brasileiros que possuem apólices para<br />

protegerem a si ou então a eventos<br />

financeiros futuros, abre-se um mar<br />

de oportunidades. Somente 19% dos<br />

indivíduos têm seguro de vida no País.<br />

Além disso, essa carteira é formada,<br />

principalmente, por contratos corporativos,<br />

ou seja, benefícios oferecidos<br />

pelas empresas e que nem sempre estão<br />

alinhados às necessidades de cada indivíduo.<br />

Não é à toa que as seguradoras<br />

estão de olho no potencial que o seguro<br />

de vida individual tem no País, um<br />

mercado que está, sobretudo, nas mãos<br />

dos grandes bancos de varejo. “O Brasil<br />

tem duas deficiências no que tange<br />

ao seguro de pessoas: além de baixa<br />

penetração, muitas apólices não têm a<br />

cobertura adequada para os riscos dos<br />

indivíduos”, adverte o superintendente<br />

de soluções da Seguros Sura, Marco<br />

Garutti.<br />

Nenhum brasileiro acorda, segundo<br />

ele, pensando em contratar um seguro<br />

de vida porque pode morrer um dia e ou<br />

mesmo nos dependentes financeiros que<br />

possui. Mais do que isso, há riscos em<br />

vida: desemprego, invalidez parcial ou<br />

total. Apesar de esses riscos girarem em<br />

torno dos brasileiros, como a cultura de<br />

seguros é deficitária no País, dificilmente<br />

os consumidores têm essa percepção<br />

se não são provocados para isso. Esse<br />

é um desafio que está a cargo das seguradoras<br />

e dos corretores de seguros.<br />

Segundo o presidente do CVG-SP,<br />

❙❙<br />

Marco Garutti, da Seguros Sura<br />

Galiza, da Rating<br />

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