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Edição com capa da Latin Re, especial sobre a jornada do cliente e matéria da GEO, além da cobertura completa do Insurtech & Innovation

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Mala Direta<br />

Básica<br />

9912281412/2011-SE/SPM<br />

Correcta Editora<br />

AGOSTO 2023 • Nº 290 • ANO 28<br />

conectando você ao mercado de seguros<br />

IMPRESSO FECHADO<br />

Pode ser aberto pela ECT<br />

ESPECIAL FOCO NO CLIENTE<br />

Mercado de seguros investe na<br />

escuta ativa para entender e<br />

atender seus consumidores<br />

Investimento em tecnologia<br />

e pessoas para desenvolver<br />

produtos certeiros<br />

A primeira corretora<br />

independente brasileira<br />

chega ao Lloyd’s<br />

Latin Re ajuda empresas a entender e controlar seus<br />

riscos de forma personalizada


EDITORIAL<br />

Com a palavra, sua<br />

excelência: o cliente<br />

Ouvir muito mais do que falar. Este é o lema que as companhias<br />

estão começando a adotar para compreender<br />

melhor o que o consumidor deseja, como ele quer ser<br />

atendido, quanto ele está disposto a gastar e a melhor forma<br />

de contato.<br />

Todas estas perguntas são respondidas naturalmente<br />

pelo consumidor e, hoje, com a ajuda da tecnologia, é mais fácil<br />

compilar estes dados e transformá-los em ferramentas poderosas<br />

de vendas. A tecnologia também ajuda a enxergar o<br />

todo de forma mais completa, utilizando informações de grupos<br />

correlatos para formar a base e, a partir dela, criar.<br />

Seguradoras e corretores de seguros devem buscar<br />

parceiros para desenvolver ferramentas e ter a capacidade de<br />

realizar esta leitura mais detalhada.<br />

Nesta edição da Revista Apólice mostramos como o<br />

mercado, de forma geral, está lidando com a jornada do cliente,<br />

para torná-la mais fluida, fácil e intuitiva. A preparação deste<br />

caminho passa por vários setores e exige muito investimento<br />

e treinamento em equipamentos, tecnologia e pessoas. Entretanto,<br />

há problemas que precisam ser enfrentados, como a segurança<br />

destas informações e adequação à Lei Geral de Proteção<br />

de Dados, uma vez que a jornada é quase que totalmente<br />

digital.<br />

O mercado de seguros precisa encontrar o seu caminho,<br />

a sua forma de se comunicar e de se fazer presente no<br />

cotidiano dos brasileiros.<br />

Boa leitura!<br />

AGOSTO 2023 • Nº 290 • ANO 28<br />

EXPEDIENTE<br />

Diretora de Redação:<br />

Kelly Lubiato - MTB 25933<br />

klubiato@revistaapolice.com.br<br />

Diretor Executivo:<br />

Francisco Pantoja<br />

francisco@revistaapolice.com.br<br />

Redação:<br />

Nicole Fraga<br />

nicole@revistaapolice.com.br<br />

Colaborador:<br />

André Felipe de Lima<br />

Executiva de Negócios:<br />

Graciane Pereira<br />

graciane@revistaapolice.com.br<br />

Diagramação e Arte:<br />

Enza Lofrano<br />

Tiragem:<br />

12.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

Os artigos assinados são de<br />

responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />

não representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente<br />

da Correcta Editora Ltda e<br />

de público dirigido<br />

CORRECTA EDITORA LTDA<br />

Administração, Redação e Publicidade:<br />

Avenida Ibirapuera, 2033 - cjto 183<br />

Edifício Edel Trade Center<br />

04029-901 São Paulo/SP<br />

CNPJ: 00689066/0001-30<br />

Diretora de Redação<br />

Mande suas dúvidas,<br />

críticas e sugestões para<br />

redacao@revistaapolice.com.br


CONTEÚDO<br />

www.revistaapolice.com.br<br />

twitter.com/revistaapolice<br />

revista apólice<br />

linkedin.com/apolice<br />

instagram.com/revista_apolice<br />

CAPA<br />

Latin Re é primeira corretora<br />

de resseguros independente<br />

brasileira a fincar os pés no<br />

lloyd’s of London, maior e mais<br />

antigo mercado de resseguros<br />

no mundo. Seu foco é a criação<br />

de soluções customizadas e<br />

atendimento personalizado<br />

para seus clientes<br />

>> PÁG. 10<br />

ESPECIAL FOCO NO CLIENTE<br />

Novos produtos contribuem<br />

para modernizar o mercado<br />

de seguros brasileiro, sempre<br />

taxado de conservador. O<br />

uso da tecnologia permite a<br />

adaptação à nova realidade,<br />

com oferecimento de<br />

soluções digitais e integradas<br />

a recursos inovadores<br />

>> PÁG. 14<br />

A voz do cliente é o cerne da<br />

operação do novo mercado<br />

de seguros. Praticar a escuta<br />

ativa é fundamental para<br />

realizar o atendimento ao<br />

cliente da forma como ele<br />

deseja, com os produtos e<br />

serviços que ele realmente<br />

deseja<br />

>> PÁG. 22<br />

ÍNDICE<br />

05 painel<br />

07 gente<br />

09 produto<br />

GEO lança, em parceria com a<br />

Zurich, um seguro financeiro<br />

desenvolvido esclusivamernte para<br />

crédito com garantia de imóvel<br />

29 publieditorial<br />

Liberty Seguros mostra como<br />

o seguro de vida pode ajudar<br />

financeiramente os profissionais<br />

autônomos<br />

30 tecnologia<br />

CQCS Insurtech & Innovation 2023<br />

recebe mais de 2500 participantes<br />

para conhecer as tendências da<br />

inovação e da tecnologia, além de<br />

experimentar a aplicabilidade das<br />

novidades<br />

34 eventos<br />

Aconseg-SP e CCS-SP recebem<br />

seguradoras convidadas em seus<br />

tradicionais almoços mensais. Mais<br />

uma vez elas reforçam sua posição<br />

de distribuir produtos através dos<br />

corretores de seguros<br />

Os artigos assinados são de<br />

responsabilidade exclusiva de<br />

seus autores, não representando,<br />

necessariamente, a opinião desta revista.<br />

4


PAINEL<br />

capitalização<br />

Mais de R$ 11 bilhões em sorteios e resgates<br />

A capitalização busca espaço no<br />

setor com novos produtos lançados e<br />

aproximação com as pautas do Governo.<br />

Segundo o último balanço da Susep<br />

(Superintendência de Seguros Privados),<br />

analisado pela FenaCap (Federação<br />

Nacional de Capitalização), o montante<br />

devolvido à sociedade, por meio<br />

de resgates e sorteios pagos, totalizou<br />

R$ 11,3 bilhões de janeiro a junho de 2023, tendo o faturamento<br />

do período alcançado a marca de R$ 14,4 bilhões.<br />

No período, a região Sudeste é a detentora da<br />

maior receita com Títulos de Capitalização, com 56,5% de<br />

representatividade de mercado no País e totalizando um<br />

montante de mais R$ 8 bilhões. A região é seguida pela<br />

região Sul e Nordeste, com 19% e 11,6% respectivamente.<br />

A modalidade Tradicional contou com a<br />

melhor performance dentre as seis existentes,<br />

com 74% do mercado e R$ 10,7<br />

bilhões em faturamento. A Filantropia<br />

Premiável e Instrumento de Garantia<br />

aparecem em seguida com a mesma fatia<br />

de mercado, 11% cada.<br />

Para o presidente da FenaCap,<br />

Denis Morais, o desempenho robusto se<br />

deve ao aumento da informação em torno dos diversos<br />

produtos existentes, levando o consumidor a fazer escolhas<br />

mais próximas ao seu perfil. “O empoderamento do<br />

cliente age como uma mola propulsora, fazendo com que<br />

as empresas estejam cada vez mais atentas, oferecendo<br />

soluções modernas, que tenham sinergia com diversas realidades<br />

e negócios”, reforça Morais.<br />

seguro de vida<br />

Player de bancassurance<br />

A BNP Paribas<br />

Cardif Brasil,<br />

o Banco BRB e a<br />

Corretora BRB Seguros<br />

expandem<br />

parceria com o<br />

lançamento do<br />

seguro de vida, o<br />

primeiro do segmento<br />

no portfólio<br />

da seguradora, que já absorveu a carteira de mais<br />

de 20 mil clientes do BRB.<br />

O novo produto é uma oferta abrangente com<br />

capitais segurados que vão de R$ 8 mil a R$ 800 mil<br />

e cobrem morte natural, morte acidental, invalidez<br />

permanente total ou parcial por acidente e doenças<br />

graves. O portfólio de coberturas é extenso, o cliente<br />

pode escolher o capital segurado que mais se adapta à<br />

sua realidade e pode optar por estender as coberturas<br />

para um cônjuge, por isso as opções de prêmios anuais<br />

variam de R$ 96 a R$ 11.988. Além disso, a análise<br />

do risco é individualizada e digital, o que traz maior<br />

rapidez para o processo de contratação do seguro e<br />

praticidade para o segurado.<br />

longevidade<br />

200 cursos livres para o público 60+<br />

O Instituto de Longevidade MAG Seguros oferece<br />

mais de 200 cursos livres para quem deseja se<br />

manter atualizado, ou quer adquirir novas habilidades<br />

em diversas áreas de<br />

conhecimento, sem<br />

precisar sair de casa.<br />

Para ter acesso<br />

aos cursos, é preciso se<br />

associar ao Instituto. O<br />

serviço está disponível<br />

para pessoas com mais<br />

de 60 anos, aposentados<br />

ou pensionistas, e<br />

não é exigida nenhuma formação prévia. Todos os cursos<br />

emitem certificado e podem ajudar na busca por<br />

novas oportunidades de trabalho.<br />

As áreas de conhecimento disponíveis são diversas,<br />

como: Gestão Financeira, com foco no controle<br />

das finanças pessoais; Marketing, abordando gestão e<br />

atendimento,; informática, com aulas de Excel, Word,<br />

PowerPoint e Google; além de um curso completo de<br />

Comunicação Oral e Inglês Básico. Para receber o certificado,<br />

o aluno precisa testar os conhecimentos adquiridos<br />

ao longo das aulas.<br />

5


PAINEL<br />

sro<br />

90 dias para acordo<br />

Desde o início<br />

do ano a CNseg discute<br />

o Sistema de Registro<br />

de Operações - SRO,<br />

que não estava operando<br />

de acordo com o<br />

que o setor deseja. Há<br />

uma parte do sistema<br />

das registradoras que ainda não está completo e, consequentemente,<br />

não transmite as informações das seguradoras<br />

para a Susep, retendo estes dados em seus<br />

sistemas. De acordo com Dyogo Oliveira, presidente<br />

da CNseg, isso acontece porque há várias registradoras<br />

operando e cada uma delas possui um layout diferente,<br />

formato de dados e tecnologias diferentes. “É<br />

um modelo desafiador do ponto de vista tecnológico”.<br />

No mês de junho, a CNseg – Confederação Nacional<br />

das Seguradoras entrou com um processo na<br />

Justiça Federal contra a Superintendência de Seguros<br />

Privados, na 6ª Vara Federal de Curitiba, para interromper<br />

a implementação do Sistema de Registro de Operações<br />

de Seguros (SRO), com pedido para suspender<br />

o envio de dados.<br />

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4)<br />

deferiu dois pedidos para suspender o processo por<br />

90 dias com objetivo de construir uma solução conjunta<br />

entre o órgão regulador e o setor segurador.<br />

distribuição<br />

Parceria para a América Latina<br />

A seguradora Zurich e a Vrio Corp., por meio da<br />

Vrio Corretora, ampliaram sua parceria para oferecer<br />

seguros aos clientes que atualmente possuem internet<br />

banda larga por fibra ótica e contratos de TV por assinatura<br />

com as operadoras SKY, DIRECTV e DGO, com<br />

alcance regional na<br />

América Latina.<br />

A nova iniciativa<br />

das duas empresas<br />

visa atingir<br />

mais de 8 milhões<br />

de clientes na região,<br />

adaptando a<br />

proposta da seguradora<br />

às necessidades<br />

dos clientes<br />

da Vrio Corp. para oferecer produtos de qualidade por<br />

meio de um ecossistema de serviços premium.<br />

O primeiro acordo com a SKY foi assinado em<br />

2021, período em que a Zurich emitiu mais de 300.000<br />

apólices no Brasil para os clientes da operadora. O sucesso<br />

do modelo de negócios lançou as bases para<br />

uma nova parceria macro que, além de expandir a<br />

distribuição de seguros no Brasil, agora inclui a distribuição<br />

de produtos de afinidade para assinantes da<br />

DIRECTV na Colômbia, Equador e Chile, além de Uruguai<br />

e Peru através de companhias corresponsáveis.<br />

evento<br />

Encontro setorial no Norte destaca performance do seguro<br />

A CNseg (Confederação Nacional das<br />

Seguradoras) e o Sindseg N/NE (Sindicato<br />

das Seguradoras Norte e Nordeste)<br />

promoveram um encontro setorial com<br />

lideranças do mercado de seguros do<br />

Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia<br />

e Roraima. Na ocasião, foi apresentada a<br />

visão geral do setor na região no primeiro<br />

semestre de 2023, que foi marcado<br />

pela maior procura por produtos oferecidos<br />

pelas seguradoras, assim como foram levantados os<br />

desafios e oportunidades para o mercado nortista.<br />

O presidente do Sindseg N/NE, Ronaldo Dalcin,<br />

destaca que o encontro promovido em<br />

Belém (PA) faz parte do projeto de aproximação<br />

da CNseg e do Sindicato com<br />

o mercado segurador de todo o Brasil.<br />

“Além disso, uma das metas que temos<br />

enquanto sindicato é propagar de forma<br />

ampla e contínua o Plano de Desenvolvimento<br />

de Mercados Seguros. Temos uma<br />

expectativa grande para este encontro e<br />

que ele se torne um promotor deste plano<br />

que tem metas ousadas para alçar o mercado segurador<br />

a um patamar muito maior do que aquele em que já<br />

estamos hoje”, complementa Dalcin.<br />

6


gente<br />

LIDERANÇA COMERCIAL<br />

A JDT Seguros divulgou<br />

Antonio Viana como<br />

seu novo Head Comercial.<br />

A chegada do executivo à<br />

equipe marca um passo estratégico<br />

rumo ao objetivo<br />

de se consolidar como a maior corretora de seguros<br />

do agronegócio no Brasil. Antonio Viana tem mais<br />

de 25 anos de experiência no mercado segurador<br />

com atuação técnica e comercial na SulAmérica,<br />

Allianz e AXA no Brasil, e agora traz seu amplo conhecimento<br />

no setor para a JDT.<br />

“Estou muito entusiasmado em fazer parte<br />

da JDT Seguros e contribuir para a expansão do<br />

seguro no segmento do agronegócio. O potencial<br />

de crescimento é imenso, e estou confiante de que,<br />

com a colaboração da equipe e a dedicação em fornecer<br />

soluções personalizadas, alcançaremos nossos<br />

objetivos”, afirma Antonio Viana.<br />

CUIDANDO DE VALORES<br />

A Brasilprev, empresa da holding BB Seguridade,<br />

anunciou Fernanda Faulstich e Silva como a<br />

nova diretora Financeira. A executiva substitui Jorge<br />

Ricca, que nos últimos três anos liderou o setor<br />

na companhia.<br />

“Estou muito feliz<br />

com o convite. Sou muito<br />

grata à Previ pelos 17 anos<br />

de experiência, que me<br />

proporcionaram uma visão<br />

aprofundada dos investimentos<br />

no segmento de<br />

previdência, e sei que essa<br />

nova jornada é uma oportunidade para expandir<br />

esse trabalho para um público ainda maior”, revela<br />

Fernanda, que destaca ainda o papel da diversidade<br />

e da liderança feminina nas organizações. “É gratificante<br />

ver essa cultura se tornando uma realidade.<br />

Sou mulher, mãe e profissional, e agora serei diretora<br />

na Brasilprev, uma empresa que tem em sua liderança<br />

a Ângela Assis. E fazemos parte do BB, que<br />

tem como presidenta a Tarciana Medeiros. É um<br />

cenário raro, mas continuaremos trabalhando para<br />

que seja cada vez mais comum.”<br />

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO<br />

A Mapfre anunciou a<br />

contratação de Hugo Assis<br />

como o novo diretor geral<br />

de Planejamento Estratégico<br />

e Transformação da<br />

companhia no Brasil. Com<br />

uma sólida carreira de 25<br />

anos nas áreas de seguros<br />

e serviços financeiros, Assis traz consigo uma vasta<br />

experiência em liderança de projetos de transformação<br />

e digitalização, além de expertise em vendas<br />

multicanal e marketing.<br />

A atuação de Hugo Assis e de seu time será<br />

essencial para impulsionar e tracionar importantes<br />

projetos da companhia no país. “Estou muito feliz<br />

em assumir esse novo desafio na Mapfre, e confiante<br />

de que poderei contribuir para que a seguradora<br />

continue a crescer e se consolidar como uma das<br />

mais inovadoras empresas do mercado. Minha prioridade<br />

será impulsionar a inovação e a expansão do<br />

negócio, aproveitando as oportunidades existentes<br />

e explorando novos projetos”, afirma o executivo.<br />

APOSTA EM SINISTRO<br />

Márcio Jordão assumiu<br />

o cargo de superintendente<br />

de Sinistros nos<br />

segmentos de Automóveis<br />

e Ramos Elementares (Residências,<br />

Empresarial, Equipamentos,<br />

entre outros) na<br />

Bradesco Seguros. À frente<br />

da área, Jordão será responsável<br />

pela regulação de sinistros na seguradora<br />

e gestão de projetos, como o Descarte Ecológico<br />

e o Sinistro Sustentável, ações pioneiras no setor<br />

de Seguros voltadas à sustentabilidade e descarte<br />

correto de resíduos sinistrados. Além disso, o superintendente<br />

responderá também pelas Operações<br />

Emergenciais de Tratamento de Sinistros, acionadas<br />

em casos extremos, como eventos climáticos intensos<br />

e devastadores.<br />

“Estou muito honrado em assumir este novo<br />

desafio na Bradesco Seguros, empresa a qual dedico<br />

cerca de 25 anos de minha jornada profissional.<br />

7


gente<br />

FESTA NO INTERIOR<br />

Hamilton Police de<br />

Souza assumiu como Gerente<br />

Regional MG Interior da<br />

Zurich. O executivo irá reportar-se<br />

diretamente a Rogerio<br />

Gebin, Diretor Regional MG/<br />

CO, e será responsável pelas<br />

filiais de Uberlândia, Divinópolis,<br />

Ipatinga, Poços de Caldas e Juiz de Fora.<br />

“Com todo conhecimento e experiência<br />

no mercado segurador, além de domínio sobre a<br />

região, Hamilton chega para dar continuidade à<br />

nossa estratégia de expansão e contribuir no relacionamento<br />

da Zurich com os parceiros do interior<br />

de Minas Gerais, aprimorando a jornada dos nossos<br />

corretores e clientes”, comemora Gebin.<br />

TRIO COMERCIAL<br />

MULHERES NO COMANDO<br />

A seguradora Prudential do Brasil apresentou<br />

Glaucia Smithson como a nova vice-presidente de<br />

Parcerias Estratégicas Multicanais. Com mais de 20<br />

anos de experiência no setor<br />

de seguros e resseguros, a<br />

executiva já passou por empresas<br />

como Allianz, Zurich,<br />

WTW e Itaú, em posições<br />

locais e regionais no Brasil,<br />

América Latina, Reino Unido<br />

e Europa. Glaucia chega à<br />

Prudential para o cargo ocupado interinamente pela<br />

atual CEO Patricia Freitas.<br />

“Tenho orgulho de ingressar em uma companhia<br />

que tem como prioridade proteger vidas<br />

e o bem-estar das pessoas. Tenho certeza de que<br />

vamos continuar crescendo e obtendo sucesso em<br />

todo o país”, afirma Glaucia. A CEO Patricia Freitas,<br />

acrescenta: “Estou segura e confiante em ter a Glaucia<br />

em nossa equipe. Sua chegada fortalecerá ainda<br />

mais o nosso compromisso de ampliar o acesso à<br />

proteção financeira para todos os brasileiros”.<br />

DE OLHO NAS VENDAS<br />

A Darwin Seguros anunciou a chegada de<br />

três especialistas para compor o time comercial. O<br />

objetivo é seguir com o propósito de ser a primeira<br />

e única insurtech de auto do Brasil a operar no canal<br />

corretor e, para isso, contratou Glauco Menon<br />

como gerente comercial, com foco no desenvolvimento<br />

de negócios, além de Angélica Ribeiro e<br />

Mauricí Almeida como gerentes comerciais.<br />

“Estamos muito felizes em receber mais três<br />

pessoas com tanta experiência. Esse time vai nos<br />

ajudar a democratizar o acesso do seguro automóvel<br />

em todo o Brasil, combatendo principalmente<br />

as APV’s, tomando conta do espaço deixado pelas<br />

seguradoras tradicionais. A nova equipe comercial<br />

contribuirá na gestão de todos os canais de distribuição<br />

da Darwin, principalmente o canal Assessorias e<br />

Corretores. A nossa ambição é dobrar a carteira todos<br />

os meses, e assim faremos sem pausa”, comenta<br />

Alex Frederico Dias, CCO da Darwin Seguros.<br />

A Qualicorp anunciou<br />

Marcos Buzo como<br />

seu novo diretor comercial.<br />

Formado em Administração<br />

de Empresas, o<br />

executivo possui longa experiência<br />

no setor de saúde<br />

suplementar. Já atuou<br />

como diretor comercial<br />

nas empresas GNDI/Hapvida, Amil e Medial Saúde,<br />

além acumular diversos cargos e funções em empresas<br />

como Promedica, Golden Cross e Sames Saúde<br />

nos últimos 30 anos.<br />

“A chegada de Buzo na liderança da área<br />

comercial fortalece a administração, trazendo sua<br />

comprovada experiência para contribuir no reposicionamento<br />

da Qualicorp dentro da cadeia de valor<br />

no mercado de saúde”, diz Maurício Lopes, que assumiu<br />

recentemente o cargo de CEO da empresa.<br />

“Temos como a prioridade a reaproximação com<br />

parceiros estratégicos e demais stakeholders.<br />

8


PRODUTO<br />

RISCOS FINANCEIROS<br />

Empresas se unem para criar seguro para<br />

HOME EQUITY<br />

O SEGURO FINANCEIRO É UM PRODUTO<br />

DESENVOLVIDO EXCLUSIVAMENTE PARA<br />

CRÉDITO COM GARANTIA DE IMÓVEL<br />

A<br />

constante evolução tecnológica está<br />

moldando e revolucionando diversos<br />

setores e o mercado de seguros não é<br />

exceção. Produtos e serviços inovadores impulsionados<br />

pela tecnologia estão surgindo para<br />

atender às necessidades dos consumidores, das<br />

empresas e das novas regulamentações.<br />

Um exemplo é o recente lançamento do<br />

Seguro Financeiro, uma solução inovadora que<br />

oferece cobertura para as operações de securitização<br />

e home equity. Esse seguro é composto<br />

por três apólices, sendo uma de Morte ou Invalidez<br />

Permanente (Prestamista) e duas de Danos<br />

Físicos ao Imóvel (DFI), para comercial e residencial.<br />

A solução foi desenvolvida pela plataforma<br />

GEO, em parceria com a seguradora Zurich.<br />

A novidade garante proteção às operações<br />

que ficaram descobertas com a Resolução<br />

CNSP 447/2022 do novo marco regulatório, que<br />

restringiu o uso do Seguro Habitacional Apólice<br />

de Mercado aos contratos de compra e venda de<br />

imóveis e terrenos; financiamentos imobiliários;<br />

consórcio de imóveis; contratos realizados com<br />

alienação fiduciária; e promessas de compra e venda de imóveis em<br />

construção, excluindo o home equity desta proteção, considerada<br />

essencial pelo mercado financeiro para o Crédito Imobiliário.<br />

“Com a implementação dessa nova resolução, as operações<br />

de securitização e home equity agora estão sujeitas a seguros no<br />

âmbito de riscos diversos. O lançamento do Seguro Financeiro inclui<br />

as apólices necessárias para que agentes financeiros e consumidores<br />

continuem operando de forma totalmente protegida. Além disso,<br />

toda essa facilidade é potencializada pelo fato de a contratação e<br />

a gestão do seguro serem totalmente digitais, proporcionando um<br />

processo simplificado e eficiente”, explica Rossana da Costa, fundadora<br />

e diretora da GEO.<br />

Além da facilidade de acesso ao Seguro Financeiro, há outras<br />

vantagens de contratar a solução pelo portal GEO. Uma delas é a<br />

dispensa de Declaração Pessoal de Saúde (DPS) para devedores de<br />

até R$ 4 milhões, conforme faixa etária, e também a dispensa do<br />

laudo de avaliação do imóvel para unidades de até R$ 25 milhões. A<br />

Rossana da Costa, fundadora e diretora da GEO<br />

contratação é flexível, por períodos diferentes<br />

de um ano, de acordo com o prazo<br />

da dívida e pagamento mensal sem juros<br />

enquanto perdurar a dívida.<br />

SAIBA MAIS SOBRE A CONTRATAÇÃO<br />

O portal GEO oferece tecnologias<br />

próprias, como o Faturamento Inteligente®<br />

e o Sinistro Ágil®, além da<br />

contratação ser 100% digital. O reconhecimento<br />

de informações para o faturamento<br />

mensal é automático, e o<br />

acompanhamento é em tempo real de<br />

todo o processo de sinistro. Uma experiência<br />

rápida e eficiente para os clientes.<br />

Acesse: www.geodigital.tech<br />

9


CAPA<br />

LATIN RE<br />

Compromisso em possibilitar que empresas<br />

entendam e controlem seus riscos para<br />

atingir crescimento sustentável<br />

CORRETORA DE RESSEGUROS INVESTE NA CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES CUSTOMIZADAS E NO ATENDIMENTO<br />

PERSONALIZADO PARA ENTREGAR OS MELHORES RESULTADOS AOS SEUS CLIENTES. FOCADA NO CLIENTE,<br />

ELA É A PRIMEIRA CORRETORA INDEPENDENTE BRASILEIRA A MARCAR PRESENÇA NO LLOYD’S, EM LONDRES<br />

Kelly Lubiato<br />

Juliana Oliveira, Juliana Souza, Marcos Luz, Maria Eduarda Bomfim, Felipe Aragão, Rafael Caminha e Marjorye Hoejenbos<br />

De repente, a oportunidade de<br />

iniciar um novo negócio, uma<br />

nova parceria, surge. Cabe aos<br />

executivos estarem atentos às oportunidades<br />

que aparecem e propiciam desenvolvimento<br />

profissional e negócios<br />

que inovam por suas características disruptivas.<br />

Desde o início de agosto, a Latin<br />

Re tornou-se o primeiro broker de resseguros<br />

brasileiro a obter uma licença no<br />

Lloyd’s of London, o mais antigo mercado<br />

de resseguro do mundo. Somando-se<br />

à presença em Miami, a Latin Re passou<br />

a estar presente nos principais hubs de resseguros globais, com o<br />

intuito de trazer as melhores soluções para seus clientes.<br />

Em 2019, o setor de resseguros era dominado por grandes<br />

corretores. Os executivos, que já haviam trabalhado juntos em outras<br />

oportunidades, reconheceram a lacuna existente para uma<br />

corretora independente. Assim, nasceu a Latin Re, que teve o foco<br />

inicial no segmento de resseguros aeronáuticos, considerando a<br />

sólida expertise dos profissionais que ingressaram na empresa nos<br />

primeiros meses.<br />

Outra particularidade da Latin Re é que a base societária é<br />

formada por maioria feminina (4 mulheres e 3 homens), começando<br />

pela CEO, Maria Eduarda Bomfim, e chegando a 80% de colaboradoras.<br />

Em janeiro de 2020, Maria Eduarda chegou para ampliar<br />

a carteira da empresa e estreitar relacionamento com o mercado,<br />

10


uma vez que possui vasta experiência como executiva de outras<br />

corretoras e especialidades em contratos automáticos de resseguro<br />

e geração de energia. Além da linha de negócios de aeronáuticos,<br />

começaram a ser incorporados novos ramos que também careciam<br />

de criatividade e soluções que faltavam no mercado, sempre em<br />

parceria com corretores de seguros e seguradoras.<br />

“Somos independentes e atraímos corretores também independentes,<br />

regionais, de nicho, que se sentem confiantes em fazer<br />

negócios conosco porque não somos concorrentes, somos parceiros”,<br />

explica Juliana Souza.<br />

A Latin Re conseguiu expandir sua carteira em diversas linhas<br />

de negócios com a chegada de especialistas nas áreas de Property,<br />

Geração de Energia, Soluções Estruturadas, Linhas Financeiras e Aeronáuticos.<br />

Em 2022, a empresa atingiu a marca de R$ 500 milhões<br />

Lloyd's<br />

SINISTROS: O CORAÇÃO DO SEGURO<br />

Aline Nunes foi uma<br />

das primeiras contratadas,<br />

a convite de Felipe Aragão,<br />

CCO da corretora, e conta<br />

que a empresa foi sendo estruturada<br />

com a contratação<br />

de novos profissionais.<br />

“Nosso primeiro grande<br />

desafio foi a pandemia, em<br />

2020. Foi uma fase desafiadora<br />

para todos, mas, para<br />

nós, no primeiro ano de<br />

criação, precisávamos do<br />

contato com os clientes e<br />

Aline Nunes<br />

segurados para entender as contas”, explica.<br />

“Acreditamos na importância do sinistro e sabemos<br />

que ele reflete a essência do resseguro”, afirma Juliana<br />

Souza. A Latin Re é reconhecida pelas seguradoras<br />

parceiras justamente pelos seus processos de sinistros,<br />

que acontecem da forma mais ágil possível.<br />

Aline ressalta que o atendimento prestado pela<br />

área de sinistros é a entrega final do seguro. A excelência<br />

neste atendimento é o objetivo da Latin Re. “A área<br />

de sinistros tem uma postura proativa, com acompanhamento<br />

diário dos sinistros com os reguladores, como nos<br />

casos de contas de aeronáuticos, sinistros sensíveis. Mantemos<br />

contato próximo com as equipes de resseguro das<br />

seguradoras para garantir que todo processo seja feito da<br />

maneira mais rápida possível”, ressalta Aline. A Latin Re<br />

faz questão de manter a sinergia da equipe, com a preocupação<br />

de pertencer à empresa, todos são parte do resultado<br />

da corretora de resseguro.<br />

em prêmios, consolidando sua presença<br />

no mercado de resseguro. A empresa é<br />

reconhecida pelos clientes pela aderência<br />

às suas necessidades de custos e estruturação<br />

de coberturas completas. Juliana<br />

avalia que o grande diferencial da Latin<br />

Re é ter o senso de compromisso e de<br />

excelência, sempre focada em oferecer o<br />

melhor a todos os clientes, oferecendo individualidade<br />

e análise de cada caso, com<br />

muita “paixão”.<br />

GERAÇÃO<br />

DE<br />

ENERGIA<br />

“O mercado enfrenta<br />

restrições de capacidade<br />

local para riscos de geração<br />

de energia, onde a complexidade<br />

está ligada à atividade,<br />

não ao tamanho da<br />

empresa, devido à rápida<br />

evolução tecnológica na<br />

transição para energia renovável;<br />

a colaboração com<br />

resseguradores regionais<br />

e o Lloyd’s é crucial para lidar<br />

com os riscos e trocar<br />

conhecimento sobre tecnologias<br />

e gerenciamento de<br />

riscos”. Marjorye Hoejenbos.<br />

11


CAPA<br />

LATIN RE<br />

RESSEGURO FACULTATIVO<br />

Os riscos facultativos demandam uma abordagem profundamente<br />

personalizada, exigindo uma análise minuciosa<br />

das informações fornecidas por cada cliente. A partir dessas informações,<br />

é possível construir, em colaboração com as seguradoras<br />

e resseguradores, um conjunto de coberturas e limites<br />

adequados. A prioridade é oferecer soluções que se alinhem à<br />

realidade do segurado, considerando fatores como custos, escopo<br />

de coberturas e estrutura de franquias.<br />

Juliana Oliveira e Juliana Souza<br />

Atualmente, a área de riscos facultativos conta com dez<br />

colaboradores, que mantêm um contato contínuo com o mercado (res)segurador, visando a discussão de<br />

termos e condições que sejam mutuamente benéficos para todos os participantes envolvidos no processo.<br />

Juliana Souza, que ingressou na empresa em novembro de 2019 para estruturar a área de facultativos,<br />

destaca que os valores da empresa são a cooperação e o comprometimento da equipe. “Estamos preocupados<br />

em colaborar com todas as partes, fazendo parte de um fluxo onde todos têm sua relevância”. Há um<br />

reconhecimento significativo do mercado pela rapidez, seja na elaboração dos documentos e clausulados,<br />

nos pagamentos e na fluidez dos processos.<br />

SOLUÇÕES ESTRUTURADAS<br />

RISCOS FINANCEIROS<br />

E CIBERNÉTICOS<br />

Rafael Caminha afirma<br />

que “a Latin Re atua<br />

como intermediária, buscando<br />

resseguros financeiramente<br />

atrativos e abertos<br />

a estruturas completas, privilegiando<br />

os interesses dos<br />

segurados e cedentes. O registro<br />

como Lloyd’s Broker é<br />

crucial, especialmente para<br />

linhas como Cyber e D&O,<br />

devido ao aumento de interesse<br />

no mercado do Reino<br />

Unido para ressegurar ativos<br />

brasileiros, após maior competição<br />

em mercados maduros<br />

como EUA e Europa.”<br />

Os contratos de resseguro são únicos e tratados sob medida.<br />

Juliana Oliveira chegou à Latin Re justamente para desenvolver<br />

a área de Soluções Estruturadas, após atuar 13 anos no IRB<br />

(Re), que envolve a área de contratos e soluções não transacionais<br />

de resseguros. Seu trabalho é criar soluções de alívio de capital,<br />

resseguro financeiro, resseguro estruturado, LPT (Lost Portfolio<br />

Transfer), para que os clientes e seguradoras pensem “fora da caixa”.<br />

“Nosso diferencial é entregar o não transacional, que consiga<br />

agregar soluções para os clientes.”<br />

A área de contratos conta com cinco profissionais, que<br />

olham estrategicamente para cada perfil de risco. “Além de tratar<br />

das colocações, realizamos o pós-colocação para acompanhar a<br />

entrega e os resultados, com soluções de sucesso ponta a ponta”,<br />

enfatiza Juliana Oliveira.<br />

A chegada ao Lloyd’s aumenta a possibilidade de trazer novos<br />

serviços aos clientes brasileiros. Além disso, é possível mostrar<br />

o que é o risco Brasil aos mercados internacionais, facilitando o<br />

entendimento das operações locais e suas particularidades. “Isso<br />

significa que, além dos nossos parceiros para atender riscos maiores,<br />

temos a possibilidade de tratar diretamente dos negócios de<br />

prêmio médio”, continua Juliana Oliveira.<br />

A empresa funciona como uma boutique de resseguro e<br />

encontrou um enorme espaço para atuação. “Agora, podemos levar<br />

nossos clientes para um roadshow nos sindicatos do Lloyd’s,<br />

com um potencial enorme para trazer mais soluções e serviços<br />

para o mercado brasileiro”, compartilha Juliana Oliveira.<br />

12


RISCOS<br />

AERONÁUTICOS<br />

“No Brasil, os mercados<br />

resseguradores têm tido<br />

um apetite bastante restrito<br />

para diversas atividades do<br />

Seguro Aeronáutico, principalmente<br />

quando se trata<br />

de Aviação Geral ou operações<br />

de apenas uma aeronave<br />

(single-aircraft). Portanto,<br />

poder acessar os mercados<br />

internacionais diretamente<br />

é extremamente importante<br />

para apresentarmos a realidade<br />

local de nossos clientes e<br />

do mercado brasileiro como<br />

um todo de forma assertiva<br />

e clara a eles”, pontua Patrícia<br />

Russo.<br />

CONTRATOS<br />

“Na área de Contratos,<br />

acreditamos que essa sinergia<br />

fortalecerá nossa posição<br />

no mercado e nos capacitará,<br />

tornando-nos mais eficazes<br />

em nosso propósito. Além disso,<br />

considerando também os<br />

mercados em Miami, teremos<br />

acesso a novos resseguradores<br />

que ainda não exploraram<br />

todo o potencial do mercado<br />

brasileiro”. Bárbara Gomes.<br />

RISCOS DE TRANSPORTE<br />

“As operações internacionais<br />

da Latin Re no Lloyd’s<br />

e em Miami são vitais para o<br />

setor de Marine & Cargo, permitindo<br />

acesso direto a mercados experientes e maduros<br />

em análise de riscos para essas linhas, independentemente<br />

do tamanho do pedido. Visando às<br />

complexas necessidades logísticas no Brasil e América<br />

Latina, buscamos compartilhar essa experiência<br />

com corretores desses produtos no Brasil para promover<br />

inovação e acessibilidade”. Mariana Romani.<br />

TENDÊNCIAS<br />

Marcar presença para resolver as demandas<br />

dos clientes é fundamental. Há algumas carteiras que<br />

possuem maiores especificidades, como a carteira de<br />

agro, que passa por um momento de falta de capacidade<br />

devido à alta sinistralidade do ano passado.<br />

“A demanda advém dos grandes sinistros<br />

da safra 20/21, que restringiu o apetite do mercado<br />

e, agora, já temos duas boas experiências em<br />

prática. Sem contar a perspectiva do crescimento<br />

contínuo do agro gerando também demanda por<br />

capacidade de resseguro”, avalia Juliana Oliveira.<br />

A tendência é que a demanda por resseguro<br />

continue grande para os clientes que não conseguiram<br />

renovar seus contratos, que devem considerar<br />

outros fatores como as mudanças climáticas<br />

e a possibilidade de maiores perdas no setor.<br />

Riscos cibernéticos e outras linhas não transacionais<br />

devem despertar o olhar do cliente. “O<br />

seguro garantia, por conta das dificuldades dos<br />

sinistros, também precisa de atenção especial”,<br />

ressalta Juliana Oliveira.<br />

No resseguro facultativo, as companhias<br />

têm tido sinistros representativos em algumas carteiras.<br />

Por exemplo, no seguro aeronáutico, devido<br />

à guerra na Ucrânia, há uma cobertura que diz respeito<br />

ao confisco das aeronaves, o que gera receio<br />

no mercado, porque ainda não é possível mensurar<br />

o volume de sinistros. Juliana Souza estima que<br />

haverá um grande impacto na aceitação de novos<br />

contratos. “Por isso, estamos pensando em outras<br />

alternativas. Não é um mercado novo em termos<br />

de cobertura, mas é um acontecimento recente<br />

para o qual buscamos soluções”.<br />

13


FOCO NO CLIENTE<br />

NOVOS PRODUTOS<br />

Prateleira de<br />

NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS<br />

PRODUTOS. O MERCADO SEGURADOR<br />

VAI DEIXANDO PARA TRÁS A<br />

PECHA “CONSERVADORA” E SEGUE<br />

RESILIENTE SE ADAPTANDO À<br />

NOVA REALIDADE, OFERECENDO AO<br />

CONSUMIDOR SOLUÇÕES DIGITAIS<br />

E PERSONALIZADAS INTEGRADAS A<br />

RECURSOS INOVADORES, SOBRETUDO<br />

AQUELES NORTEADOS PELA<br />

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />

André Felipe de Lima<br />

Impossível negar a realidade. Toda conveniência e segurança propiciadas<br />

pelo universo digital reinante vêm determinando um<br />

novo olhar do mercado segurador, e isso vale tanto para a forma<br />

como empresas e corretores se dirigem ao cliente bem como para<br />

o momento em que se idealizam e, posteriormente, implantam-se<br />

novos produtos para um consumidor que, hoje, faz da digitalização<br />

sua ponte irreversível com o mundo.<br />

Divulgado este ano, o estudo 2023 Insurance Shopping Annual<br />

Report: Trends, Insights and Predictions, da americana TransUnion,<br />

aponta que a pressão sobre a lucratividade das seguradoras<br />

registrada ao longo do ano passado permanecerá até o final deste<br />

ano. A mesma pesquisa revela, contudo, aspectos da digitalização<br />

que vêm mudando a maneira como os consumidores interagem<br />

com toda a indústria de seguros, exigindo cada vez mais personalização<br />

de produtos, certamente um dos pontos desafiadores para as<br />

seguradoras daqui para frente.<br />

14


As principais tendências reveladas pelo estudo da TransUnion<br />

incluem problemas de lucratividade, que estão forçando as seguradoras<br />

em vários países a reavaliarem, entre outros pontos, seus<br />

planos de marketing e de subscrição, a digitalização em todo o ciclo<br />

de vida da apólice — que está atendendo às expectativas de uma<br />

geração crescente de canais de vendas digitais, enquanto ainda se<br />

permite o tão importante toque humano nesse processo — e, por<br />

fim, novas tecnologias e fontes de dados não tradicionais emergentes,<br />

que estão tornando o processo de políticas de negócios — e<br />

isso envolve, sobretudo, novos produtos e precificação — mais precisas,<br />

eficientes e equitativas.<br />

O relatório também enfatiza que 91% dos consumidores<br />

entrevistados estão dispostos a usar canais online como parte da<br />

experiência de compra em seguros. Essa tendência se refletiu em<br />

todas as linhas de apólices, até mesmo no seguro de vida, principalmente<br />

no pós-pandemia, quando a jornada com o cliente<br />

assumiu-se definitivamente digital. Enquanto<br />

apenas 10% dos consumidores<br />

realizavam suas compras de seguro de<br />

vida online, ressalta o relatório, esse número<br />

saltou para 40% no ano passado.<br />

Neste ano, avaliam os especialistas, a realidade<br />

parece ainda mais determinada<br />

pelos canais online.<br />

“Já havia um movimento natural,<br />

mas ainda muito lento de digitalização<br />

dos produtos e serviços, ou seja, os canais<br />

tradicionais antes da pandemia representavam<br />

mais de 80%. Com a pandemia,<br />

entregar os produtos e serviços<br />

de forma digital passou a ser um movimento<br />

de sobrevivência do mercado<br />

segurador”, afirma o diretor Comercial<br />

e Marketing da Europ Assistance Brasil,<br />

Rogerio Guandalini.<br />

A recomendação dos técnicos<br />

da TransUnion é que as seguradoras se<br />

concentrem em tornar a experiência de<br />

compra do consumidor ainda mais digital.<br />

Ou seja, um caminho sem volta. Uma<br />

maneira de fazer isso, dizem eles, é elevar<br />

o nível da experiência de admissão e<br />

inscrição em diferentes canais e cenários.<br />

Por exemplo: essas empresas podem criar<br />

excelentes experiências de entrada e aplicação<br />

digital coletando informações do<br />

cliente por meio de formulários de autoatendimento<br />

intuitivos, apresentando-se<br />

a eles com mais facilidade e, consequentemente,<br />

manterem o ímpeto da jornada,<br />

entregando inscrições e documentos importantes<br />

via texto SMS e, por fim, incorporando<br />

documentos sempre via online,<br />

ou por plataformas na internet ou por<br />

aplicativos de celular. Essas etapas podem<br />

melhorar a experiência do cliente e<br />

reduzir as taxas de abandono durante a<br />

jornada com o cliente.<br />

Mas há gargalos, e não são poucos.<br />

Embora os recursos de segurança possam<br />

conflitar com a capacidade de oferecer<br />

uma experiência sem atrito ao cliente,<br />

muitos consumidores de seguros estão<br />

revelando que se sentiriam mais confortáveis<br />

com medidas adicionais de autenticação<br />

e verificação. Há outros estudos<br />

que mostram existirem, hoje, 50% de<br />

consumidores que expressam vontade<br />

de se submeterem a verificação adicional<br />

15


FOCO NO CLIENTE<br />

NOVOS PRODUTOS<br />

ROGERIO GUANDALINI,<br />

da Europ Assistance Brasil<br />

para garantir uma cotação online, enquanto<br />

43%, em média, abandonariam o<br />

aplicativo caso o considerassem sem segurança.<br />

Para atender a essa realidade, as<br />

seguradoras devem incorporar medidas<br />

rigorosas de verificação e autenticação<br />

nas jornadas de entrada dos dados do<br />

consumidor e da assinatura eletrônica<br />

do cliente, recomendam expressamente<br />

analistas de mercado.<br />

A adoção de tecnologia vem, definitivamente,<br />

transformando a vida dos<br />

usuários, da economia e dos mercados, e<br />

o setor de seguros não é exceção, como<br />

avalia o presidente da Chubb Seguros,<br />

Leandro Martinez. “Na Chubb sempre<br />

investimos em tecnologia de ponta, em<br />

LEANDRO MARTINEZ,<br />

da Chubb<br />

termos de modelagem de negócios, avaliação de riscos e infraestrutura.<br />

Especificamente na oferta digital, há muitos anos investimos<br />

na criação de uma unidade de negócios digitais, que está se expandindo<br />

rapidamente em termos de receita, produtos e capacidades,<br />

com cerca de 200 plataformas e instituições financeiras nativas digitais,<br />

especialmente na Ásia e América Latina. Este negócio tem 20<br />

milhões de apólices digitais ativas e acesso a mais de 375 milhões<br />

de clientes. Em 2022, produzimos cerca de US$ 500 milhões em prêmios<br />

brutos por meio dessas plataformas digitais. Ou seja, o interesse<br />

no chamado seguro integrado, ou embedded insurance, que hoje<br />

é uma novidade, já é uma realidade para a Chubb e para muitos de<br />

nossos sócios comerciais, sejam empresas tradicionais ou fintechs”,<br />

diz Martinez.<br />

Desde 2020, a seguradora opera o Chubb Studio, uma plataforma<br />

global de distribuição de produtos digitais. “Nesse novo<br />

mundo, ser capaz de entender a real necessidade dos clientes e<br />

identificar ofertas que fazem sentido em cada momento de suas<br />

vidas será chave para o sucesso das empresas. A adoção de tecnologia<br />

capaz de viabilizar uma abordagem baseada em dados<br />

permite criar uma experiência de contato com ofertas de seguro<br />

sem atritos e amigável em cada jornada de compra dos clientes.<br />

Falando do ponto de vista dos processos, a adoção de tecnologia<br />

também é chave para redução e controle de sinistralidade. Além<br />

das medidas mais óbvias, como o aperfeiçoamento dos processos<br />

de rastreamento e controle de mercadorias, entre outras, poderemos<br />

contar com a implementação de novidades mais sofisticadas.<br />

Um bom exemplo é a recente aliança que a Chubb firmou com a<br />

insurtech Tryger e a Tive, empresa líder em serviços de visibilidade<br />

de logística de transporte com sede em Boston, para fornecer<br />

proteção abrangente de transporte de mercadorias para empresas<br />

na América Latina. A parceria começou pelo México, mas deve ser<br />

estendida para os demais países da região em breve”, revela Martinez,<br />

assinalando que, por meio dessa aliança, as empresas da América<br />

Latina poderão contratar online, 24 horas por dia, sete dias por<br />

semana, um seguro de transporte combinado com um serviço de<br />

monitoramento que utiliza tecnologia IoT (internet das coisas) de<br />

última geração para rastrear a localização e condição da mercadoria<br />

em tempo real, enquanto ela está em trânsito. “Através da Tryger, o<br />

seguro de transporte pode ser contratado até 90 minutos antes da<br />

saída da carga”, explica o presidente da Chubb.<br />

UM NOVO OLHAR E MUDANÇA DE RUMO<br />

Em meio a esse contexto tão complexo e desafiador, criar<br />

novos produtos para atender um consumidor tão exigente e pontual<br />

induz o mercado de seguros a pendurar o velho e amarrotado<br />

roupão do conservadorismo, que, reconheça-se, usou-o ao longo de<br />

décadas, e o esqueça por lá, e para sempre. “Com o surgimento da<br />

onda de fintechs e insurtechs, que inovaram os canais de venda e<br />

produtos, as seguradoras perceberam que precisavam sair da sua<br />

zona de conforto para se manterem relevantes”, diz Ricardo Stamato,<br />

diretor de tecnologia, transformação digital e inovação da Confitec,<br />

uma empresa criada em 2003 para dar suporte tecnológico a toda<br />

indústria securitária no país.<br />

16


Mas há quem acredite que a pandemia foi o momento crucial<br />

para essa transição. Como é o caso do diretor de desenvolvimento<br />

de negócios da eBaoTech para a América Latina, Weliton Costa.<br />

“Sabemos que sempre em ocasiões adversas aparecem as oportunidades,<br />

e não foi diferente com a pandemia. Com o temor de sair<br />

para rua, as empresas tinham que buscar uma forma de manter-se<br />

atuantes e chegar aos seus clientes de maneira mais virtual. Com<br />

isso, as empresas sabiam que necessitavam criar produtos e serviços<br />

inovadores e digitais, onde a facilidade e poder de decisão ficasse<br />

muito mais na mão do cliente quando comparado com os formatos<br />

anteriores. Claro, neste momento, a criatividade na elaboração dos<br />

produtos teve um peso muito grande e somente a tecnologia poderia<br />

ajudar neste desafio”, pondera Costa.<br />

Gerente associado sênior e líder de seguros da Peers Consulting<br />

& Technology, Heitor Marin assinala dois pontos nessa mudança<br />

de postura das seguradoras nos últimos dez anos: o primeiro deles<br />

foi a percepção do avanço tecnológico proporcionado pelas insurtechs,<br />

que apresentavam soluções flexíveis para atender aos clientes;<br />

o segundo aspecto é a mudança de comportamento do consumidor,<br />

com gerações mais jovens integralmente familiarizadas<br />

com a compra online. “Esses dois grandes momentos balançaram as<br />

estruturas das seguradoras mais tradicionais”, enfatiza o executivo.<br />

CEO da PDVBox, Luis Henrique Forster vai além. Ele observa<br />

que o movimento da Superintendência de Seguros Privados (Susep)<br />

em criar o Sandbox demonstra essa necessidade do mercado em se<br />

mexer, em “sair da inércia”, em criar soluções novas para um “mercado<br />

tão antigo”, como pontua o executivo. “Temos acompanhado<br />

muito o movimento das seguradoras, e nos anima perceber o nível<br />

de mudança na grande maioria. Novas formas de se ver a mesma<br />

coisa, criação de área de inteligência, para de fato começarmos a<br />

usar dados e conhecimento para traçar o futuro. Tudo isso passa por<br />

uma mudança muito real que aconteceu na forma de se ofertar seguros<br />

pelos canais digitais. Ouvimos por muitos anos a expressão<br />

‘não tem como vender seguro de vida pela internet’, mas o que vimos<br />

nestas grandes fintechs foi uma revolução, que passou por vários<br />

departamentos como produtos, distribuição, experiência e precificação”,<br />

afirma Forster, resumindo que as seguradoras trabalham<br />

por algo novo, usando toda a experiência acumulada em décadas,<br />

para criar um novo modelo de oferta.<br />

TUDO É MUITO RÁPIDO<br />

Lançar produtos no mercado de seguros hoje em dia exige o<br />

suporte de toda tecnologia possível, porém, e isso é indispensável,<br />

as seguradoras não podem abrir mão de recursos modernos que<br />

possibilitem produtos sempre inovadores, e isso inclui tecnologias<br />

baseadas em nuvem e integradas a soluções de armazenamento de<br />

dados fundamentais para a oferta mais ágil, segura e veloz de produtos<br />

no mercado.<br />

“Neste momento, tecnologias em Cloud são a grande vedete.<br />

Aplicações Cloud Native, 100% API’s, fazem a grande diferença e são<br />

as que possibilitam atingir os desafios que as empresas necessitam<br />

e que já estão enfrentando. Neste momento, seguros conectados<br />

são uma grande opção e, para poder oferecer esse tipo de ajuda, as<br />

RICARDO STAMATO,<br />

da Confitec<br />

empresas precisam estar habilitadas para<br />

utilizar essa tecnologia, além de oferecer<br />

para seus parceiros e clientes essa facilidade”,<br />

resume Weliton Costa.<br />

Para Ricardo Stamato, apesar da<br />

“onda de otimismo” com inteligência artificial,<br />

a popularização do uso de API’s é o<br />

que mais está impulsionando a criação de<br />

novos produtos e serviços, abrindo novos<br />

canais e agilizando processos, popularizando<br />

e tornando mais prático o acesso<br />

ao seguro.<br />

Há novos produtos sendo criados,<br />

e isso é bastante evidente para o consumidor<br />

de seguros mas, também, vem<br />

sendo empregado um, digamos, retrofit<br />

aplicado em alguns produtos já existentes<br />

no mercado de seguros. Esse movimento<br />

parte principalmente das insurtechs. Para<br />

Forster, esse contexto pode ser, no entanto,<br />

um ponto interessante para a indústria<br />

securitária, sobretudo frente a uma nova<br />

demanda de consumidores entrantes no<br />

mercado. “Mas como novidade mesmo,<br />

podemos elencar alguns pontos como:<br />

foco de fato na pessoa e não no produto.<br />

Esse enfoque comercial e técnico muda<br />

toda a estrutura de entrega e operacional<br />

das seguradoras, e que as insurtechs estão<br />

colocando muita atenção; uma melhor<br />

análise da experiência do segurado na hora<br />

da contratação do seguro, com esse olhar<br />

de focar no cliente; grandes movimentos<br />

tecnológicos nas linhas de subscrição,<br />

emissão e regulação de sinistros; o digital<br />

17


FOCO NO CLIENTE<br />

NOVOS PRODUTOS<br />

WELITON COSTA,<br />

da eBaoTech<br />

não é uma novidade, mas a relevância que<br />

ele tomou, sim! A oferta de seguros em<br />

canais pouco explorados anteriormente<br />

trouxe um incremento alto para esse nosso<br />

mercado, aumentando a fatia dos que<br />

possuem proteção em nosso país e novas<br />

formas de se precificar e cobrir nichos específicos,<br />

como os seguros paramétricos”,<br />

explica o executivo, para quem, em meio<br />

a tantas novas operações no setor, há uma<br />

que está atrelada ao billing.<br />

“Muitos projetos novos dependem<br />

de uma cobrança mais leve, mais<br />

democrática, que atenda o modelo do<br />

canal de uma forma realmente efetiva<br />

Destaco a venda de produtos no modelo<br />

assinatura que foge da trilha tradicional<br />

HEITOR MARIN,<br />

da Peers Consulting & Technology<br />

de apólices anuais. Este modelo de produto puxa diversas frentes de<br />

inovação deste mercado, a começar pelo próprio desenho do produto,<br />

que ao invés de ser uma apólice tradicional, anual, é desenhada<br />

dentro de uma emissão mensal”, enfatiza Forster.<br />

Recentemente nomeado presidente do Clube Vida em Grupo<br />

do Rio de Janeiro (CVG-RJ), Edson Calheiros destaca que as novas<br />

circulares emitidas pela Susep tornaram a criação de produtos<br />

e aprimoramento da distribuição mais fáceis para as seguradoras.<br />

“Diminuiu-se muito o seu custo. Antes se gastava muito com papel,<br />

uma proposta tinha que ser preenchida várias vezes, hoje está tudo<br />

caminhando para digital, muito mais fácil e rápido. Um exemplo é<br />

o segmento de veículos, no qual as seguradoras olham com atenção<br />

os carros híbridos e já atentam para considerar a cobertura para<br />

cabo de carregamento em caso de roubo/furto. Oferecem assistência<br />

24 horas diferenciada com atendimento concierge, entre outras<br />

coberturas mais pensadas e exclusivas para este perfil de veículo”,<br />

diz Calheiros.<br />

CARTEIRAS E CONSUMIDORES<br />

Obviamente, com a praticidade e abertura de novos canais,<br />

a competição vem aumentando e o consumidor é beneficiado com<br />

novos produtos, ofertas, menores custos e produtos mais customizados.<br />

Como destaca Ricardo Stamato, o seguro de automóvel é o<br />

mais avançado desse cenário recente. “Mas seguros de menor ticket<br />

como residenciais, e até mesmo assistências, cada vez mais serão<br />

atingidos”, lista o executivo da Confitec.<br />

Heitor Marin não pensa diferente. Ele sinaliza que duas carteiras<br />

serão mais impactadas por novas tecnologias e, consequentemente,<br />

delas surgirão produtos inovadores: “A tecnologia, de uma<br />

forma geral, vai permear todos os produtos de seguros. Mas onde teremos<br />

maior notoriedade será nos seguros de danos, de automóvel<br />

e residencial, que é onde há uma maior percepção do consumidor<br />

de uma forma geral”, menciona o consultor da Peers.<br />

Para ele, modelos pay per use, ou seja, “pague para utilizá-lo”<br />

e “ligue” ou “desligue” o seguro no momento que desejar, serão cada<br />

vez mais comuns no setor de seguros. Ele cita como exemplo uma<br />

apólice de automóvel pela qual o cliente paga pelo uso condicionado<br />

à telemetria. “As evoluções tecnológicas vão nos possibilitar uma<br />

maior assertividade naquilo que o consumidor precisa, da necessidade<br />

dele. Acredito que nessas carteiras de massificados haverá uma<br />

maior percepção do uso da tecnologia. Isso para fora. Para dentro,<br />

há a tecnologia de inteligência artificial, de big data, onde se conseguirá<br />

concentrar um número de dados gigantesco que antes não<br />

se conseguia. Não havia capacidade de processamento para gerar<br />

insights de negócios, para gerar uma melhor experiência do cliente<br />

com a resolução de sinistros, por exemplo, onde há inteligência<br />

artificial analisando documentos, analisando fotografias, analisando<br />

dados e auxiliando em todo o processo de backoffice para agilizar<br />

esse processo. A tecnologia traz um grande benefício não só para o<br />

pré-venda, mas, também, para o pós-venda”, avalia Marin.<br />

O consumidor está em um momento nunca vivido por ele,<br />

onde as empresas que querem sobreviver precisam realmente colocar<br />

o foco no consumidor, respeitando suas preferências, criando<br />

18


jornadas específicas que facilitem a vida do cliente e que possa proporcionar<br />

a autonomia esperado por ele. “Óbvio que não se pode<br />

parar por aqui porque estamos em evolução constante e sempre<br />

precisaremos estar à frente da concorrência”, pondera Weliton Costa,<br />

que acrescenta: “Com a criatividade e a modernização, todas as<br />

carteiras ganharam com isso, podendo abusar (sic) dessas inovações<br />

para ofertar serviços e produtos nunca comercializados”.<br />

Como explica Edson Calheiros, o seguro tem seu conceito<br />

ainda bem resistente, dependendo do segmento abordado, principalmente<br />

no ramo de pessoas, onde há um maior “tabu” a ser quebrado,<br />

porém, diz ele, as estatísticas mostram que vem crescendo a<br />

aceitação e a consciência da importância do seguro de vida no dia<br />

a dia das pessoas. Já no mercado em geral a adaptação está bem<br />

avançada, percebe Calheiros: “A maioria das carteiras de seguro é<br />

acompanhada par e passo pela tecnologia. Porém existe um detalhe<br />

que está bem evidente: nunca houve tanta preocupação com os<br />

dados das pessoas como estamos percebendo hoje. As análises preditivas,<br />

que são basicamente a capacidade de processamento dos<br />

dados via inteligência artificial e machine learning, permitem que<br />

as empresas de seguros coletem dados do cliente para entender e<br />

prever seu comportamento. Essa análise também pode identificar<br />

riscos de fraude, fazer triagem de sinistros, antecipar tendências e<br />

muito mais.”<br />

DANÇA DA PRECIFICAÇÃO<br />

A tecnologia é verdadeiramente a grande aliada para que<br />

a precificação dos produtos seja mais precisa e justa, como avalia<br />

Weliton Costa, para quem a personalização (aliada ao preço) também<br />

será o fator primordial para decisão de compra do consumidor.<br />

“Com um produto ajustado às suas reais necessidades, ficará mais<br />

fácil o processo de venda”, entende o diretor da eBaoTech.<br />

Com o foco, portanto, no consumidor, cabe à equipe de produtos<br />

o redesenho dos atuais e o desenvolvimento de novos, como<br />

recomenda Luis Forster: “A turma de precificação precisa acompanhar<br />

e, para isso, poderá ter que ir atrás de novas tecnologias e<br />

locais para se buscar esses dados, para, enfim, entregar produtos<br />

novos, com preços assertivos. Isso tudo traz uma série de novas<br />

oportunidades para todos, pois com produtos novos, desenhados<br />

e entregues, com a união da tecnologia nova e a já utilizada, acreditamos<br />

muito que outras camadas de segurados poderão fazer parte<br />

deste ecossistema”, complementa o CEO da PDVBox.<br />

EDSON CALHEIROS,<br />

do CVG-RJ<br />

DESAFIO CHAMADO “API”<br />

A utilização de API’s (application programming interface) ainda<br />

é um desafio para o setor de seguros no fomento de acordos que<br />

permitam o uso de plataformas abertas. O grande gargalo para a digitalização<br />

mais célere da indústria de seguros encontra-se nesse ponto.<br />

“Para mim, este é o ponto principal a ser trabalhado pelas seguradoras<br />

para abrir de vez as possibilidades de criação de processos<br />

inovadores nas ofertas de seguros para a população”, esclarece<br />

Stamato.<br />

Segundo Rogerio Guandalini, não dá para dizer que o setor<br />

não esteja avançando nesse ponto. “Hoje, mais de 80% dos produtos<br />

e serviços que oferecemos já estão<br />

digitalizados com acesso através das<br />

API’s, porém o mercado precisa ainda se<br />

movimentar de maneira mais célere para<br />

que isso se torne uma realidade para todos,<br />

facilitando assim as integrações entre<br />

as diversas plataformas nas diversas<br />

industriais”, frisa.<br />

Heitor Marin pontua que a API é<br />

uma tecnologia com cerca de 20 anos e<br />

que o principal desafio não se concentra<br />

propriamente nela: “Hoje, a API não<br />

é o gargalo e, sim, quais as informações<br />

que são trafegadas nesse mercado aberto<br />

para que se consiga fazer e fomentar<br />

uma maior competitividade entre as empresas.”<br />

O QUE VIRÁ POR AÍ?<br />

A todo instante ouve-se no mercado<br />

de seguros o anúncio de um novo<br />

recurso tecnológico aplicado a novos ou<br />

antigos produtos. Para Weliton Costa,<br />

a conectividade será o diferencial para<br />

oferta de seguros no mercado e grande<br />

facilitador entre os consumidores e<br />

as empresas de seguros para oferecem<br />

seus produtos de maneira mais eficaz.<br />

Segundo ele, não haverá um setor específico<br />

que será mais ou menos impactado,<br />

porque os consumidores estão cada<br />

vez mais exigentes. “Se a seguradora não<br />

tiver uma ferramenta que facilite a sua<br />

compra, o consumidor facilmente poderá<br />

desistir de seguir adiante na aquisição do<br />

19


FOCO NO CLIENTE<br />

NOVOS PRODUTOS<br />

TECNOLOGIAS DECISIVAS<br />

Inteligência artificial e ChatGPT, apesar da<br />

acalorada discussão que os cerca, vão se tornar<br />

ferramentas decisivas para o setor de seguros a<br />

curto prazo. O seguro de criptografia e DeFi (finanças<br />

descentralizadas) também constarão da agenda das<br />

seguradoras. No segmento de vida e saúde, por<br />

exemplo, as seguradoras tradicionais e insurtechs<br />

estão usando IA para um atendimento proativo<br />

baseado em aplicativos de saúde reforçados em IoT<br />

(internet das coisas) e em sensores de nível médico,<br />

capacitando os segurados a manter estilos de vida<br />

saudáveis. A meta de toda essa investida em novas<br />

tecnologias é a redução de sinistros. A inteligência<br />

artificial também pode beneficiar as equipes de<br />

backoffice, incluindo equipes jurídicas que procuram<br />

agilizar análises e identificar riscos em contratos de<br />

fornecedores ou litígios de reivindicações.<br />

Os especialistas acertaram em cheio: os<br />

investimentos em tecnologias de automação e<br />

análise, como a própria IA, juntamente com seguros<br />

conectados (via IoT) vêm aumentando ao longo de<br />

2023 e atingirão o pico no próximo ano, resultando<br />

em ofertas de produtos mais personalizados,<br />

menor risco e mais eficiência. Mas, afinal, como<br />

ficará o corretor em meio a esse cenário com<br />

novas tecnologias norteando todas as carteiras de<br />

seguros? “Essas ferramentas certamente ajudarão os<br />

processos operacionais das seguradoras e corretores,<br />

e, como toda inovação tecnológica, estão sendo<br />

superestimadas agora, mas seu efeito no longo<br />

prazo será permanente”, prevê Ricardo Stamato.<br />

Luis Forster impressiona-se com a velocidade<br />

com que as transformações digitais acontecem em<br />

um setor que pouco tempo atrás era conservador:<br />

“O surgimento de tecnologias e de processos, que<br />

se somam ao dia a dia das indústrias como um<br />

todo é absurdo. Viemos de uma geração onde as<br />

mudanças rápidas aconteciam em anos. Agora,<br />

essas mudanças acontecem em segundos”, reflete<br />

o executivo, que exemplifica esse contexto ao<br />

citar a velocidade com que o ChatGPT vem sendo<br />

empregado no setor securitário. “No ano passado,<br />

aproximadamente 131 empresas lançaram soluções<br />

com essa tecnologia. Agora, somente no último<br />

mês (julho) foram 137 as empresas que lançaram<br />

inovações com essa tecnologia. Em dois meses<br />

mais de 100 milhões de usuários ativos, tornandose<br />

o app de consumo de crescimento mais rápido<br />

da história. O ChatGPt é uma ferramenta que pode<br />

ajudar muito as empresas na parte de atendimento<br />

no primeiro nível, usando os chatbots. Isso pode<br />

trazer uma agilidade grande neste primeiro<br />

atendimento. Mas um alerta importante que<br />

podemos fazer: parametrizar de forma certa esses<br />

robôs de atendimento, pois tudo que estiver escrito<br />

no wapp ou no local de conversa com o usuário será<br />

um documento legal, e já vimos alguns exemplos<br />

de conversa, com chats deste tipo em seguradoras,<br />

produto ofertado. No caso dos seguros<br />

embutidos (integrados), por exemplo,<br />

podemos aproveitar a oportunidade e<br />

entrar na jornada do parceiro oferecendo<br />

diretamente um seguro associado para<br />

qualquer tipo de produto”, afirma.<br />

Heitor Marin sinaliza que, hoje, os<br />

maiores investimentos para a evolução<br />

de produtos estão concentrados nos seguros<br />

massificados de pessoas, PGBL e<br />

VGBL. A justificativa para isso — ressalta<br />

ele — é o fato de estes seguros registrarem<br />

as maiores arrecadações. Ele aposta na expansão dos investimentos<br />

de seguradoras em novos produtos de cibersegurança<br />

e inclui ainda o seguro rural nesse rol, por conta do valor do risco<br />

associado. “São seguros que têm sua indenização paga no mesmo<br />

momento do acontecimento do sinistro. Realmente há um avanço<br />

que percebo no seguro rural, mas também nos seguros de automóvel<br />

e de vida”, assinala Marin, que defende o avanço da telemetria<br />

no setor. “É algo que vem para ficar, mas que precisa evoluir. Existem<br />

seguradoras, como Porto Seguro e Prudential, que têm alguns produtos<br />

relacionados com telemetria, mas ainda de uma forma muito<br />

incipiente para realmente entender e mudar o jogo no processo de<br />

precificação”.<br />

20


onde as informações recebidas não estavam de<br />

acordo com a realidade”, explica Forster.<br />

Ao abordar o impacto da inteligência artificial<br />

na cadeia do setor, o executivo aponta alguns<br />

exemplos, como a precificação dinâmica, em<br />

tempo real, quando, de fato, se entra na subscrição<br />

algorítmica e atuarial, com IA, com a finalidade<br />

de trazer mais assertividade na precificação e<br />

mediação de seguros, criando, posteriormente,<br />

novas oportunidades de mercado. “Falar de DeFi<br />

é falar de um cenário de produtos construído<br />

sem intermediários tradicionais, como bancos e<br />

instituições financeiras, permitindo a transação de<br />

serviços financeiros diretos entre pares, o famoso<br />

P2P (peer to peer). Pensando no mundo dos<br />

seguros, podemos fazer a seguinte imagem: uma<br />

cooperativa organiza um tipo de proteção, define as<br />

regras daquele seguro e colocam uma inteligência<br />

para cuidar dos contratos. E toda mediação e<br />

pagamento ficam a cargo da cooperativa, sem<br />

precisar de uma instituição reguladora para isso.<br />

Existem operações similares a essa atualmente, que<br />

são as empresas de proteção veicular. Mas sabemos<br />

que existem aquelas que não atuam de forma séria,<br />

que comprometem toda a cadeia”, alerta Forster,<br />

concluindo que o propósito seria criar algo sólido,<br />

que, por conta da facilidade de se operacionalizar,<br />

somada ao baixo custo operacional e burocrático,<br />

poderia trazer redução de custos para a cadeia e<br />

um processo de pagamento mais facilitado, tanto<br />

na entrada quanto nos sinistros. “Podemos ir além<br />

e pensar em um modelo de blockchain, onde<br />

esse produto criado possa ser comercializado<br />

mundialmente, quase como uma cooperativa global<br />

na internet, transacionando proteção e valores em<br />

um ambiente seguro. Podemos pensar também<br />

nestas linhas, mas em um ambiente regulamentado<br />

(distributed ledger technology (DLT) ou tecnologia<br />

de ledger distribuído) onde os processos de opens,<br />

feitos por organizações autorizadas, poderão trocar<br />

informações dentro do mercado, para se chegar<br />

também a produtos e serviços mais assertivos e<br />

com custos mais atraentes aos segurados. Um bom<br />

exemplo de tudo isso são os seguros paramétricos,<br />

onde uma seguradora analisa os riscos pré e<br />

futuro, precificam o produto e colocam para ser<br />

comercializados, tendo como um dos fatores<br />

determinantes de<br />

mudança no modelo,<br />

na parametrização<br />

do sinistro, e é<br />

parametrização e não<br />

regulação, visto que<br />

já foi definido antes<br />

as regras do jogo.”<br />

Luis Henrique Forster,<br />

da PDVBox<br />

Há, entretanto, nichos emergentes de mercado que podem<br />

ser ainda mais assistidos pela indústria de seguros, sugere Marin. Um<br />

deles é o de influenciadores digitais. “Os influencers não são atendidos<br />

por nenhum mercado segurador. Qual é o seu maior bem? São<br />

os seus seguidores? São suas contas nas redes sociais? Não há ninguém<br />

protegendo-os com isso. Esse mundo de redes sociais e de<br />

segurança e cibersegurança registrará um impacto bastante bacana<br />

no atendimento desses novos produtos”, prevê o consultor da Peers.<br />

E como seria esse modelo de seguro para influenciadores?<br />

Marin explica comparando um influencer com um taxista, que tem<br />

como liberação da sua receita o carro e seus passageiros. “O do influenciador<br />

digital é sua rede de relacionamento, é a sua conta no<br />

Instagram, no Facebook ou no Twitter.<br />

É ali que ele consegue, através de produção<br />

de conteúdos patrocinados e direcionados<br />

para alguma marca, gerar a<br />

sua receita. Imagine que esse influencer<br />

digital tenha sua conta roubada no Instagram.<br />

Quem ressarcirá esse influenciador<br />

digital? Quem oferecerá segurança a esse<br />

influenciador digital para que não perca<br />

sua receita igualmente a um taxista que<br />

perde tudo após o roubo do seu carro?”,<br />

questiona Marin.<br />

21


FOCO NO CLIENTE<br />

A VOZ DO CONSUMIDOR<br />

Hoje é<br />

diferente<br />

“DECIFRA-ME OU TE DEVORO”. O ANTIGO (E TALVEZ O<br />

MAIS FAMOSO) ENIGMA DA ANTIGA GRÉCIA TRADUZ A<br />

REALIDADE DOS MERCADOS ATUAIS DE SEGUROS E A<br />

ABORDAGEM QUE EMPREGAM COM SEUS CONSUMIDORES,<br />

QUE SE ENCONTRAM NO AUGE DA AUTONOMIA E<br />

MOLDADOS PELA DIGITALIZAÇÃO EXTREMA E REINANTE.<br />

SÃO ELES, COMPLETAMENTE DIFERENTES DE COMO SE<br />

COMPORTAVAM NO PASSADO, QUE TROUXERAM PARA O<br />

PRESENTE A INSOFISMÁVEL “ESFINGE DE TEBAS”. E FICA A<br />

LIÇÃO DA INDAGADORA E TEMÍVEL PERSONAGEM CLÁSSICA<br />

DA ANTIGUIDADE: OU ENTENDE-SE O QUE O CLIENTE<br />

VERDADEIRAMENTE ANSEIA, OU…<br />

André Felipe de Lima<br />

Os tempos são outros. A premissa<br />

original que todos conhecemos<br />

do seguro está em plena metamorfose,<br />

ou seja, fornecer capital para a<br />

cobertura de riscos e o reembolso de sinistros<br />

não faz mais a cabeça do consumidor,<br />

que há algum tempo demonstra<br />

um perfil longe daquele caracterizado<br />

pela passividade com a qual a indústria<br />

securitária acostumara-se. Hoje, o cliente<br />

de seguros encontra-se imerso em um<br />

mundo digital e busca cada vez mais a<br />

ajuda das seguradoras para reduzir e até<br />

prevenir os riscos que cercam sua vida,<br />

sua saúde e seu patrimônio, sobretudo<br />

o seu bem-estar financeiro no futuro. A<br />

pandemia reforçou, sem dúvida, a incerteza<br />

dos últimos anos, estas determinadas<br />

por vários fatores, como eventos<br />

climáticos extremos, envelhecimento<br />

populacional, doenças e novas e impressionantes<br />

tecnologias que nos empurram<br />

para questionamentos existenciais<br />

de todos os gêneros possíveis. Tudo isso,<br />

22


“junto e misturado”, como dizem por aí,<br />

intensificou essa mudança comportamental,<br />

revirando a cabeça desse consumidor,<br />

mas também a de todos que vivem<br />

o seguro dia a dia. O cenário de risco<br />

tornou-se muito mais complexo do que<br />

se presenciava décadas atrás. Bem-vindo,<br />

enfim, ao novo milênio.<br />

Longe de ser peculiaridade do<br />

consumidor, a crise de identidade também<br />

se concentra no mercado de seguros<br />

do qual seus atores começam a entender<br />

que o papel a ser empregado daqui em<br />

diante precisa ser reformulado. O momento<br />

é oportuno para que seguradores<br />

atuem para além do reembolso por danos<br />

e, agora, preventivamente, ou seja, antes<br />

deles, encorajando os consumidores a<br />

desenvolverem comportamentos saudáveis,<br />

mas também fornecendo a eles soluções<br />

e produtos que reduzem riscos. É<br />

preciso ouvir atentamente o que cada um<br />

dos clientes tem a dizer... e quer para si.<br />

Uma nova cultura emerge, portanto. Foi-<br />

-se o tempo (ainda bem!) da velha máxima<br />

“seguro morreu de velho”.<br />

Como escreveram os consultores<br />

da Bain & Company Henrik Naujoks (de<br />

Cingapura), Andrew Schwedel (Nova Iorque)<br />

e Tanja Brettel (Dusseldorf, na Alemanha),<br />

é possível prever uma mudança<br />

coletiva no objetivo central da indústria<br />

de reembolso de perdas para soluções<br />

de risco na próxima década consistente<br />

e com esforços anteriores, como a defesa<br />

de cintos de segurança em carros e<br />

padrões de segurança na construção de<br />

casas. “De fato, as atitudes e comportamentos<br />

do consumidor tornaram-se cada<br />

vez mais orientados por propósitos que<br />

vão além da prevenção de riscos”. Os especialistas<br />

da Bain & Company citam, inclusive,<br />

uma pesquisa desenvolvida pela<br />

Dynata e divulgada no primeiro semestre<br />

pela consultora internacional. Quase 29<br />

mil consumidores em 14 países foram entrevistados<br />

para o estudo. Cerca de 80%<br />

deles anseiam que as seguradoras incorporem<br />

iniciativas ambientais, sociais e de<br />

governança corporativa (ESG) em suas<br />

propostas e 59% responderam querer<br />

que as seguradoras de vida os recompensem<br />

para que tenham uma vida saudável.<br />

23


FOCO NO CLIENTE<br />

A VOZ DO CONSUMIDOR<br />

DANIEL DIAS,<br />

professor da FGV<br />

No mundo inteiro, essa é a realidade. No<br />

Brasil, evidentemente, apesar da ainda<br />

pouca cultura do seguro difundida, não<br />

é diferente.<br />

Professor da Fundação Getulio<br />

Vargas (FGV Direito Rio), Daniel Dias explica<br />

que, atualmente, o consumidor<br />

acostumou-se a, por meio de um clique,<br />

ter seus interesses atendidos, como pedir<br />

comida, solicitar transporte e comprar<br />

produtos na internet, e isso, obviamente,<br />

impacta no âmbito dos seguros. “O consumidor<br />

quer ter essa experiência, essa<br />

jornada de contratação, também com a<br />

seguradora, de maneira mais fácil, mais<br />

amistosa, que dê mais facilidade para<br />

ele”, assinala Dias, para quem outro fator,<br />

GABRIEL RONACHER,<br />

da Agger<br />

no caso a mudança geracional, também precisa ser considerado:<br />

“Hoje em dia tem uma geração mais nova entrando no mercado e<br />

virando um consumidor de seguros, geração essa que está acostumada<br />

a contratação de forma online. Por outro lado, no setor de<br />

seguros, o corretor ainda tem uma importância grande. Apesar das<br />

referidas evoluções, é uma contratação que envolve muitas questões<br />

técnicas, que envolve confiança. É difícil o consumidor conseguir<br />

escolher sozinho o melhor produto. Hoje há essa contratação<br />

cada vez mais célere, mas também sem perder esse toque humano”,<br />

pondera Dias.<br />

A universalização do acesso à tecnologia permite que o consumidor<br />

de seguros tenha um acesso sincronizado com qualquer<br />

tipo de informação, em qualquer lugar, explica o CEO da Agger, Gabriel<br />

Ronacher. “O consumidor que está buscando contratar um seguro<br />

tende a pesquisar e buscar diversos meios para entender o produto<br />

e o custo dele. Ou seja, o início da jornada de contratação dos<br />

seguros é multicanal, diferentemente do passado onde o corretor<br />

era a única fonte de informação do consumidor”, compara Ronacher.<br />

No entanto, prossegue ele, embora essa atitude de pesquisar<br />

e explorar as informações no início da jornada seja bastante perceptível,<br />

ainda é muito evidente que apenas o corretor de seguro<br />

consegue, de fato, converter uma necessidade em uma apólice de<br />

maneira eficiente e confiável. “A grande questão a ser analisada é:<br />

como o corretor de seguros deve se preparar para atender esse novo<br />

cliente que chega a ele, às vezes com mais incertezas do que certezas?”,<br />

argumenta Ronacher.<br />

Fato indissolúvel é que os consumidores estão cada vez mais<br />

exigentes, bastante atualizados quanto ao uso da tecnologia e em<br />

busca de comodidade e facilidade no atendimento. Segundo o diretor<br />

de Operações, Tecnologia e Sinistros da Tokio Marine Seguradora,<br />

Adilson Lavrador, não há dúvida de que, enquanto concentravam-se<br />

esforços em superar a pandemia e retomar as atividades<br />

com segurança, os riscos e as preocupações dos clientes de seguros<br />

foram mudando. “A forma como trabalhamos hoje se sustenta muito<br />

em tecnologia e já estamos experimentando mudanças irreversíveis<br />

em nossas estratégias, prioridades e comunicação”, afirma Lavrador.<br />

O novo perfil do consumidor desafia os seguradores a pensarem<br />

cada vez mais em como atender a demanda por seguros em um<br />

mundo no qual as decisões têm que ser muito rápidas e as informações<br />

precisam estar disponíveis a qualquer momento. Dessa forma,<br />

portanto, a indústria de seguros se viu forçada a estar pronta para o<br />

grande desafio de prover soluções às demandas deste público que<br />

quer se comunicar e interagir com seus prestadores de serviços de<br />

forma cada vez mais digital, mas sempre mantendo uma relação<br />

humanizada, como observa o executivo da Tokio Marine: “Estamos<br />

atentos às boas práticas que possam ser incorporadas ao mercado<br />

segurador para reduzir o trabalho operacional dos corretores e aumentar<br />

suas vendas, bem como facilitar o contato do cliente com a<br />

proteção oferecida”, frisa.<br />

Com a popularização das mídias sociais, a cultura do seguro<br />

está gradativamente sendo mais difundida. O consumidor atual está<br />

mais informado e compreende que sem uma proteção ficará mais<br />

vulnerável financeiramente. CEO da Segfy, Marcos Roque Villa cita<br />

24


estudo divulgado pela TV Globo, que aponta que 78% dos 1200 entrevistados<br />

responderam que ter um seguro faria ele “se sentir melhor”<br />

e “cuidando melhor” do seu patrimônio e da sua família. Já 62%<br />

relataram que “aproveitariam melhor a vida” se tivessem um seguro.<br />

“Soma-se a necessidade também com os impactos da pandemia de<br />

covid-19 e o aumento dos golpes financeiros, entre outras questões<br />

para as quais o seguro pode oferecer suporte. Apesar disso, os dados<br />

mostram que o desempenho do setor ainda é muito relacionado<br />

à situação econômica, e o preço é um fator decisivo, independentemente<br />

da condição financeira”, analisa o executivo da Segfy.<br />

Villa cita as principais objeções que imperam no mercado,<br />

conforme dados apontados pela mesma pesquisa: “Não cabem no<br />

orçamento” (54%); “é muito caro” (40%) e “tenho outras prioridades<br />

financeiras” (20%). “Sem dúvidas, o consumidor busca mais informação<br />

diretamente com a seguradora ou é impactado pelas mídias<br />

tradicionais e online quando está buscando informações sobre seguros.<br />

Porém o corretor de seguros segue forte como principal referência<br />

no assunto”, considera Villa, assinalando, em seguida, que<br />

fatores, como personalização da apólice, esclarecimento de dúvidas<br />

e pós-venda, são cruciais para a importância do corretor de seguros<br />

na jornada da busca e contratação de um seguro. “Todos que<br />

tentaram minimizar a participação do corretor de seguros em suas<br />

soluções, dentro e fora do Brasil, não obtiveram o êxito esperado,<br />

mostrando a força desse profissional, mesmo diante da evolução<br />

dos canais e meios de comunicação e diferentes tecnologias.”<br />

Insurtech surgida no mercado brasileiro em 2021, a Zentek<br />

tem como missão estreitar a relação entre clientes e marcas por<br />

meio de uma combinação de tecnologia, assistências e seguros. CEO<br />

da Zentek, Ailton Cardozo avalia o perfil do consumidor de seguros<br />

atual. “Ao contrário do passado, onde a interação era principalmente<br />

passiva, os avanços tecnológicos transformaram as expectativas dos<br />

consumidores. Hoje em dia, os clientes esperam acesso imediato a<br />

informações, facilidade de compra e processos mais transparentes.<br />

Buscamos trazer o cliente para mais perto da seguradora por meio<br />

das assistências. O usuário é digitalmente ativo e as assistências<br />

também têm que cada vez mais atuar no mundo digital, não somente<br />

simplificando a jornada, mas resolvendo problemas que as assistências<br />

tradicionais não conseguem alcançar”, constata Cardozo.<br />

A Essor Seguros está há pouco mais de 10 anos no mercado<br />

brasileiro e possui uma rede de 10 mil corretores de seguros<br />

cadastrados, centenas de prestadores de serviços e milhares de segurados<br />

e terceiros que interagem com a empresa. Como explica o<br />

CEO Essor, Filipe Alves, o cadastro do corretor foi completamente<br />

atualizado. Antes era todo feito por formulários e documentos que<br />

deveriam ser encaminhados à seguradora para análise e aprovação,<br />

cujo período levava de 3 a 7 dias. Agora, todo o processo é<br />

feito de forma 100% digital e em poucos minutos. “A automação<br />

do atendimento aos clientes foi outra melhoria que reduziu em<br />

até 70% o tempo de resposta aos segurados, principalmente em<br />

relação a questões simples e repetitivas, por exemplo, ‘como abrir<br />

um sinistro?’. Assim, como com vários outros produtos e serviços,<br />

é cada vez mais comum as pessoas (segurados) acessarem conteúdos<br />

de outras fontes de informação, como vídeos de avaliações,<br />

ADILSON LAVRADOR,<br />

da Tokio Marine<br />

plataformas de reputação de empresas,<br />

buscadores e influenciadores, dentre outras”,<br />

declara Alves.<br />

Para a diretora de experiência do<br />

cliente da Prudential, Andrea Vairo, o<br />

consumidor atual de seguros transcende<br />

a autonomia para busca do que realmente<br />

quer como proteção. Ele é mais<br />

imediatista, profundamente impactado<br />

pela pandemia e um cliente que deseja<br />

simplicidade e objetividade por parte da<br />

seguradora. Nesse ponto, a linguagem<br />

utilizada para a comunicação com ele é<br />

decisiva. “São consumidores que talvez<br />

no passado aguentassem, por exemplo,<br />

uma reunião muito mais longa com um<br />

corretor, mas hoje tem que ser muito<br />

MARCOS ROQUE VILLA,<br />

da Segfy<br />

25


FOCO NO CLIENTE<br />

A VOZ DO CONSUMIDOR<br />

AILTON CARDOZO,<br />

da Zentek<br />

mais breve. Como entra a seguradora<br />

nisso? Não só dando material digital, não<br />

só dando ferramentas digitais, tanto diretamente<br />

para o consumidor quanto para<br />

o corretor, mas também simplificando a<br />

linguagem. É um consumidor que não vai<br />

ler uma condição geral de 200 páginas, é<br />

um consumidor que vai querer algo mais<br />

simples, algo mais curto. E é um consumidor<br />

também que está ditando mais as<br />

regras”, avalia Andrea.<br />

Na Prudential, resume a executiva,<br />

o modus operandi é norteado pela premissa<br />

de que todo problema do cliente<br />

tem de ser levado para a seguradora e<br />

devidamente acolhido. Esse é o primeiro<br />

e decisivo aspecto. Mas algumas formas<br />

FILIPE ALVES,<br />

da Essor<br />

para escutar o que o cliente quer precisam ser antes consideradas,<br />

desde as pesquisas de satisfação NPS (net promoter score, que utiliza<br />

dados quantitativos e qualitativos para avaliar o quanto os clientes<br />

estão satisfeitos) até o que na Prudential é definido como “fórum<br />

do cliente”. “É um fórum com 15 clientes para que critiquem os nossos<br />

produtos e falem das suas percepções, das suas necessidades<br />

e das suas opiniões. Além disso, tentamos trazer isso não só para a<br />

área de marketing, mas também para toda a companhia. Temos aqui<br />

um processo que chamamos de sala do cliente, em que trazemos<br />

ligações do call center para toda a companhia ouvir o cliente diretamente<br />

e suas necessidades”, descreve Andrea.<br />

Desde 2017 no mercado, a startup Hubsegs atua em todo o<br />

país como uma assessoria de seguros corporativos representando 21<br />

seguradoras e apoiando mais de cinco mil corretores em diferentes<br />

etapas de sua jornada dentro das seguradoras até a entrega ao seu<br />

cliente final. Segundo Lucas Vargas, sócio da startup, o pragmatismo<br />

do consumidor e a exigência dele por um trabalho mais consultivo<br />

por parte do mercado de seguros não podem ser ignorados pelos<br />

agentes do setor. “É um consumidor que, muito além do serviço, deseja<br />

consumir de empresas que se conectem com seus valores. O<br />

consumidor atual é pouco tolerante em relação ao prazo de retorno.<br />

A velocidade se tornou um critério de desempate na concorrência<br />

tanto quanto a qualidade do produto ou o serviço, o preço ou o relacionamento<br />

interpessoal”, frisa Vargas.<br />

TRAZER O CLIENTE PARA PERTO<br />

Não há alternativa. Recorrer às novas tecnologias e simplificar<br />

a abordagem é o caminho mais ágil e curto até o cliente de<br />

seguros, porém um dos entraves que ainda existem para essa jornada<br />

ainda é a comunicação. Para Andrea Vairo, os esforços conjuntos<br />

de órgãos públicos, como a Superintendência de Seguros Privados<br />

(Susep), e da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) são<br />

louváveis, mas o problema persiste. “Melhorou muito. Ah, está ótimo?<br />

Chegamos a um status de Japão em que 90% da população<br />

têm seguro de vida? Não. Mas está melhor”, acredita a executiva da<br />

Prudential.<br />

Em março, a CNseg lançou o Plano de Desenvolvimento do<br />

Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e<br />

Capitalização. É dele a esperança de que a tão propalada e ainda<br />

pouca cultura do seguro seja, enfim, disseminada pelo país. E um<br />

de seus pilares é justamente fazer com a indústria desate o nó da<br />

comunicação com o cliente. “No lançamento do Plano Nacional estavam<br />

presentes membros dos ministérios, da Susep, até o superintendente<br />

em transição, e grande parte do mercado. Falamos de<br />

coisas simples, como imagem, e de coisas mais complexas, como<br />

produtos. Mas ali estávamos unindo forças para justamente mudar<br />

essa imagem. É claro que precisamos continuar. A CNseg precisa ter<br />

forte num posicionamento, mas vejo a união do mercado através de<br />

ações da CNseg e do poder público para que mudemos para que as<br />

próprias seguradoras façam propagandas mais amigáveis, não tão<br />

sérias, coisas que mudam a cabeça do segurador. Isso traz o cliente<br />

para perto. Para aproximar mais o cliente das empresas é necessária<br />

uma comunicação próxima, que ele entenda.”, defende Andrea.<br />

26


Para isso, complementa a diretora da Prudential, a simplificação<br />

de linguagem é “importantíssima”. “Há anos falamos que prêmio<br />

no seguro é o que se paga, e para o cliente prêmio é uma coisa que<br />

se ganha”, alerta Andrea. Segundo a executiva, a comunicação não<br />

é o único gargalo até que a seguradora chegue ao cliente, porém, e<br />

certamente, é o ponto de partida. “De nada vai adiantar termos, por<br />

exemplo, a melhor ferramenta tecnológica se ainda trabalhamos<br />

com termos que o cliente não entende. O segurês ainda predomina”,<br />

lamenta Andrea.<br />

Há um esforço, embora ainda aquém do esperado, para melhorar<br />

essa comunicação. Adilson Lavrador, da Tokio Marine, ressalta,<br />

por exemplo, a resiliência dos corretores ao longo da pandemia<br />

que aderiram à tecnologia para executar a função de consultor de<br />

proteção, apropriando-se dos canais digitais e tecnologias para<br />

atender demandas específicas de clientes. “Também nos preocupamos<br />

com nossos parceiros que ainda não conseguiram aderir a esse<br />

universo digital. Por isso, criamos uma plataforma chamada Brokertech,<br />

que possibilita aos corretores gerirem seus negócios, criarem<br />

conteúdos e cuidarem de suas operações digitais. Essa é uma das<br />

iniciativas que possibilita ao corretor acompanhar e participar da<br />

evolução tecnológica na qual o mercado de seguros está inserido”,<br />

cita Lavrador.<br />

Toda a regulação e o perfil secular do mercado de seguros<br />

gera uma letargia para acompanhar as inovações tecnológicas, que<br />

acontece em velocidades diferentes dependendo da camada que<br />

se estuda, analisa Gabriel Ronacher, para quem os corretores de seguros,<br />

em específico, estão evoluindo paulatinamente. “Em 2015,<br />

apenas um terço dos corretores utilizavam algum software em seu<br />

dia a dia. Em 2020, esse número já saltou para 75%. Se trata de uma<br />

mudança constante e irreversível na distribuição de seguros e cabe<br />

a nós, empresas que desenvolvem soluções para a distribuição de<br />

seguros, oferecermos produtos que entendam as dificuldades reais<br />

enfrentadas por esses profissionais, de maneira acessível, amigável<br />

e eficiente”, observa Ronacher.<br />

EM BUSCA DA CONEXÃO IDEAL<br />

Realizada pela Equisoft, em conjunto com a Copaprose e a<br />

Celent, uma pesquisa divulgada no final do ano passado ouviu 700<br />

corretores de 15 países da América Latina. O estudo teve como<br />

propósito mostrar a visão dos corretores de seguros sobre a transformação<br />

digital reinante no setor. O estudo aponta que 82% dos<br />

entrevistados acreditam na transformação digital, mas apenas seis<br />

entre 10 dedicam orçamento ou traçam estratégia para o tema,<br />

quatro em cada 10 corretores possuem softwares de gestão e 22%<br />

oferecem plataforma digital para seus clientes. Entre os gargalos estão:<br />

falta de conhecimento (40%) e carência de talentos na corretora<br />

para lidar com a transformação digital (27%).<br />

“Ainda não é o cenário ideal para o mercado avançar todo o<br />

seu potencial, mas o corretor de seguros, gradualmente, está descobrindo<br />

as possibilidades com o meio digital e online. Alguns dos<br />

nossos clientes destacam que a agilidade oferecida pela nossa plataforma<br />

representa uma economia de mais de 2 horas por dia, que<br />

pode ser facilmente direcionada para novas prospecções. Ou seja, o<br />

ANDREA VAIRO,<br />

da Prudential<br />

potencial via soluções online é essencial<br />

atualmente”, diz Villa, da Segfy.<br />

O executivo alerta para o fato de<br />

que um dos principais desafios no mercado<br />

é a integração das soluções para os<br />

corretores de seguros. As seguradoras,<br />

ressalta, focam na oferta de soluções<br />

priorizando seus produtos e suas plataformas,<br />

com cada uma melhorando seu<br />

próprio sistema, os seus próprios canais,<br />

mas ignorando que os corretores de seguros<br />

não trabalham com apenas uma<br />

companhia seguradora, mas, sim, com<br />

várias ao mesmo tempo. O caminho,<br />

exemplifica Villa, é a adoção de plataformas<br />

tecnológicas pelas quais o corretor<br />

tenha acesso a tudo com somente um<br />

LUCAS VARGAS,<br />

da Hubsegs<br />

27


FOCO NO CLIENTE<br />

A VOZ DO CONSUMIDOR<br />

como um canal importante para fazer as soluções chegarem à casa<br />

do cliente no momento em que eles mais precisam. São 43 milhões<br />

de assinantes únicos só na fibra, que tem internet em casa ou no<br />

escritório. São 43 milhões de possibilidades a serem exploradas”,<br />

especifica Cardozo.<br />

THIAGO JUNQUEIRA,<br />

professor da FGV Direito<br />

toque. “O corretor de seguros não quer<br />

complexidade, não quer entrar em mais<br />

de 10 sites diferentes, apps etc, para<br />

conseguir realizar o seu trabalho. Este<br />

formato em que estamos atualmente é<br />

muito burocrático, contraintuitivo e extremamente<br />

oneroso para todos os envolvidos”,<br />

alerta.<br />

A penetração do uso de internet<br />

é um impulsionador importante para a<br />

evolução do setor de seguros. No entanto,<br />

sintetiza Ailton Cardozo, nem todos<br />

os atores do mercado estão igualmente<br />

atentos a esse indicador. O executivo da<br />

Zentek observa que, enquanto algumas<br />

seguradoras e corretores adotaram tecnologias<br />

digitais de maneira proativa,<br />

outros, entretanto, ainda enfrentam<br />

desafios na adaptação às mudanças<br />

tecnológicas. “Ter sucesso no digital vai<br />

muito além do que oferecer produtos<br />

na internet, pensar em jornada e em<br />

embedded. É preciso cada vez mais dialogar<br />

com o momento do cliente, antes,<br />

durante e depois. E é exatamente aqui<br />

que as assistências digitais têm um poder<br />

de virar o jogo. Ajudando a explorar<br />

um universo de oportunidades para<br />

conhecer melhor o cliente através dos<br />

dados e tangibilizar melhor o valor da<br />

jornada. Um exemplo disso é o que estamos<br />

fazendo no mundo dos próprios<br />

provedores de internet. Onde estamos<br />

cunhando o conceito de telcoassurance.<br />

Estamos olhando para os provedores<br />

JORNADA PELAS REDES SOCIAIS<br />

As redes sociais estão (ou, ao mesmo, deveriam estar) no topo<br />

dessa jornada. “Difícil dizer se estão (as redes sociais) no topo, mas,<br />

cada vez mais, a jornada de contratação de um seguro passa por alguma<br />

rede social, principalmente nos primeiros estágios. Há diversas<br />

questões de privacidade que ainda estamos descobrindo como<br />

sociedade e precisam ser respeitadas. No Brasil, principalmente, a<br />

privacidade ainda não é levada tão a sério por diversos setores da<br />

sociedade, incluindo o próprio cliente final, o mais interessado em<br />

ter sua privacidade preservada. Passaremos ainda por um período<br />

de amadurecimento no assunto e toda empresa séria participante<br />

do mercado deve colocar isso como uma de suas prioridades”, prevê<br />

Gabriel Ronacher, da Agger.<br />

O professor da FGV Direito Rio, Thiago Junqueira, é, contudo,<br />

categórico. Para ele, as redes sociais não estão no topo dessa jornada<br />

com o cliente de seguros. Segundo ele, há uma discussão intensa<br />

sobre a questão de proteção de dados e até que ponto as seguradoras<br />

poderiam ter acesso e tratar dados das redes sociais. “Uma<br />

seguradora lá de fora anunciou publicamente que iria precificar o<br />

seguro de acordo com os posts nas mídias sociais. Por exemplo, se a<br />

pessoa tivesse muita postagem com muito sinal de exclamação, isso<br />

poderia até mesmo ser indício de certa propensão ao risco, à agressividade.<br />

Mas esse projeto foi rapidamente desfeito porque é preciso<br />

saber como a sociedade vai lidar com isso: se ela vai aceitar ou não<br />

esse tipo de intrusão com utilização dos dados das redes sociais”, deduz<br />

Junqueira, completando que, hoje, o mercado encontra-se “um<br />

pouco no limbo” em relação a essa questão. “Vale ressaltar a força da<br />

LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e que isso ainda está<br />

sendo construído neste momento”, pondera.<br />

Segundo Ailton Cardozo, embora as redes sociais exerçam<br />

um papel significativo na jornada do cliente, é necessário que a privacidade<br />

do cliente seja priorizada em todas as interações. “A adoção<br />

de tecnologias baseadas em machine learning e abordagens<br />

phygital deve ser acompanhada por medidas robustas de segurança<br />

de dados e consentimento transparente do cliente. As seguradoras<br />

e as insurtechs devem ser diligentes em garantir que o uso dessas<br />

tecnologias esteja em conformidade com as regulamentações de<br />

privacidade e proteção de dados”, declara.<br />

O mercado de seguros, embora ainda tateando essa nova realidade<br />

digital que, paradoxalmente, o aproxima e ao mesmo tempo<br />

(por enquanto) o distancia do consumidor, está se esforçando para<br />

desenvolver-se, para equilibrar a realidade humana atual com as novas<br />

tecnologias já existente e as que se avizinham regidas, sobretudo,<br />

por inteligência artificial. Para isso exige-se, comprometimento<br />

extremo, ainda mais trabalho e, no topo de tudo, alteridade. O futuro<br />

sempre será ditado pelo consumidor e todo e qualquer ecossistema<br />

por ele será desenhado. O seguro, inclusive.<br />

28


publieditorial<br />

LIBERTY<br />

Como o seguro de vida pode ajudar<br />

profissionais autônomos financeiramente<br />

O<br />

Brasil registrou cerca de 25,7 milhões de profissionais<br />

autônomos no último trimestre de 2022, de<br />

acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística (IBGE), recorde histórico no País e crescimento<br />

de 4,7% em relação ao ano anterior. Atenta à expansão<br />

deste tipo de trabalho, a Liberty Seguros fez uma lista de<br />

como os seguros de vida podem beneficiar e proteger as<br />

finanças de empreendedores.<br />

Para o diretor de seguros de pessoas da empresa,<br />

Alexandre Vicente, o aumento do nicho de autônomos<br />

pode impulsionar o mercado e aquecer a demanda por<br />

produtos customizados. “Os profissionais autônomos e<br />

empreendedores, principalmente aqueles que não têm<br />

renda fixa, devem considerar proteções de vida desde os<br />

primeiros passos do negócio, a fim de ter um equilíbrio<br />

financeiro e poder planejar o futuro com mais tranquilidade,<br />

focando no que realmente importa: crescer”, afirma<br />

o executivo.<br />

FINANÇAS PROTEGIDAS<br />

Um seguro de vida pode trazer proteção financeira<br />

em caso de imprevistos de saúde que afetem o dia a dia<br />

dos negócios. Se o profissional tem uma renda que varia<br />

de acordo com a época, a contratação desse tipo de proteção<br />

pode ajudar a garantir uma indenização em dinheiro<br />

em caso de algum problema que demande afastamento,<br />

como doenças graves ou invalidez.<br />

A Liberty, por exemplo, oferece a opção de cobertura<br />

DIT (Diária de Incapacidade Temporária), pensada<br />

para a segurança de empreendedores e proprietários de<br />

pequenos negócios. Essa cobertura visa a indenização<br />

diária do período contratado em caso de acidentes, reavendo<br />

a quantia equivalente ao período durante o qual o<br />

segurado estava impossibilitado de trabalhar.<br />

EXTENSÃO PARA AS FAMÍLIAS E TRATAMENTOS<br />

Vemos cada vez mais casais empreendendo em<br />

família, modelo que pode trazer diversas vantagens. Um<br />

benefício do seguro de vida que atende essa tendência<br />

é a extensão da proteção financeira para os familiares do<br />

contratante, caso haja um imprevisto como doença ou<br />

acidente. Com uma apólice de vida vigente, a renda não<br />

é comprometida de forma significativa, a ponto de afetar<br />

os negócios.<br />

O seguro de vida ainda pode dar a opção de tratamento<br />

psicológico, o que demanda recursos financeiros<br />

em casos mais delicados. Nessa frente, a Liberty oferece<br />

a assistência de telepsicologia, em parceria com o Hospital<br />

Israelita Albert Einstein. A empresa foi a primeira do<br />

mercado a dispor desse tipo de atendimento, que é gratuito<br />

no seguro Liberty Vida Perfil. O acesso é feito pelo<br />

Einstein Conecta, serviço de telemedicina para casos de<br />

baixa complexidade.<br />

VALOR DE INDENIZAÇÃO CUSTOMIZADO<br />

O seguro de vida é muito importante para um bom<br />

planejamento financeiro, e deve ser contratado cuidadosamente.<br />

Um ponto importante desse processo é a escolha<br />

do valor da indenização, que pode ser adequado às<br />

necessidades que cada profissional terá durante as diferentes<br />

fases da vida. Por exemplo, o seguro pode ser contratado<br />

com indenizações para:<br />

Formação familiar e nascimento de filhos - A cobertura<br />

deve ser maior para cobrir o futuro e estudos do novo<br />

membro da família;<br />

Independência dos filhos - Cobertura para proporcionar<br />

boa educação e estabilidade financeira aos dependentes;<br />

Aposentadoria - Coberturas diferentes no seguro de vida<br />

e a apólice pode ser mais enxuta, assim como o valor pago<br />

no seguro.<br />

Ao escolher uma proteção pelo Meu Momento<br />

de Vida, plataforma 100% digital da Liberty que facilita a<br />

contratação de seguros de vida, os clientes podem fazer<br />

alterações direto pela plataforma, de acordo com suas<br />

preferências. Além disso, no caso dos produtos da própria<br />

companhia, o valor limite para contratação de cobertura de<br />

morte é de até R$ 2.5 milhões para pessoas entre 16 e 60<br />

anos, e de até R$1 milhão para pessoas entre 61 e 65 anos.<br />

TRANQUILIDADE<br />

Além dos benefícios práticos do seguro de vida,<br />

outra vantagem que vem no pacote é a tranquilidade dos<br />

empreendedores. Por saber que têm um seguro contratado,<br />

os profissionais podem ficar tranquilos de que os<br />

negócios e as famílias terão apoio financeiro<br />

para se restabelecer em caso<br />

de imprevistos, sem depender de terceiros<br />

ou instituições financeiras.<br />

Alexandre Vicente<br />

diretor de seguros de pessoas<br />

29


TECNOLOGIA<br />

CQCS INSURTECH & INNOVATION<br />

Inovação é a palavra de ordem no mercado de seguros<br />

COM A TEMÁTICA “O SEGURO É SEXY”, LIDERANÇAS DO SETOR, ENTIDADES, REPRESENTANTES DE<br />

SEGURADORAS, CORRETORES E ESPECIALISTAS SE REUNIRAM NO CQCS INSURTECH & INNOVATION 2023<br />

PARA REFORÇAR A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA APOSTAR EM TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

Nicole Fraga<br />

Com foco total na inovação, aconteceu<br />

nos dias 26 e 27 de julho<br />

o CQCS Insurtech & Innovation<br />

2023. Realizado em São Paulo, o principal<br />

objetivo do evento foi reunir lideranças<br />

do mercado de seguros, entidades, corretores<br />

e especialistas para abordar os principais<br />

temas que envolvem tecnologia e<br />

seguros na América Latina. Com o tema<br />

“Seguro é sexy”, a quinta edição da feira<br />

trouxe painéis que trataram como o setor<br />

pode agir para desmistificar a maneira<br />

que a sociedade enxerga o segmento.<br />

Gustavo Doria Filho, CEO do CQCS<br />

Insurtech & Innovation, falou com exclusividade<br />

para a Revista Apólice sobre as<br />

mudanças que ocorreram no evento ao<br />

longo dos últimos anos e da importância<br />

que ele adquiriu para o setor. “Isso é resultado<br />

do tamanho do mercado de seguros<br />

brasileiro, e o quanto a inovação faz parte<br />

do nosso dia a dia. Queremos continuar<br />

crescendo, mas temos o cuidado de<br />

trazer um conteúdo qualificado para o<br />

público. Queremos que as pessoas se informem<br />

sobre as tendências da indústria,<br />

se conectem e façam negócios. Acredito<br />

que essa seja a chave para o sucesso”.<br />

A NECESSIDADE DE OUVIR<br />

CORRETORES E CLIENTES<br />

Na plenária de abertura do evento,<br />

o presidente do Grupo Bradesco<br />

Seguros, Ivan Gontijo, falou sobre as<br />

oportunidades e desafios do mercado.<br />

Segundo o executivo, é fundamental<br />

que os profissionais do setor discutam o<br />

futuro do segmento e a necessidade do<br />

investimento em inovação. “Quando falamos<br />

em inovação, não se trata apenas<br />

de criar algo novo, mas sim restaurar processos<br />

e entender o que é preciso fazer<br />

de diferente para oferecer o melhor ao<br />

consumidor. Investimos R$ 1 bilhão em<br />

tecnologia e inovação, com objetivo de melhorar a jornada do cliente<br />

e ele ter a satisfação plena ao contratar os nossos produtos”.<br />

Gontijo também ressaltou o papel de extrema importância<br />

das seguradoras de ouvirem o que seus parceiros e segurados têm a<br />

falar. “É preciso ouvir os corretores, que trazem para nós as demandas<br />

dos clientes, e adotar as medidas necessárias para atender às<br />

suas expectativas. Ao fazer isso, conseguimos ofertar produtos que<br />

protejam o consumidor contra todos os riscos ao qual ele está exposto.<br />

Esse é o papel do seguro”.<br />

O PAPEL DA SUSEP<br />

Alessandro Octaviani, superintendente da Susep (Superintendência<br />

de Seguros Privados) destacou o papel que a entidade vem<br />

adotando para promover a transformação no segmento. Segundo<br />

Octaviani, a autarquia está realizando uma série de mudanças regulatórias<br />

com o objetivo de atrair players inovadores para o mercado.<br />

“Nossa indústria é composta por pessoas e feita para pessoas. É nosso<br />

dever empurrar o setor a um novo patamar, identificando como o mercado<br />

lida com a inovação tecnológica para servir ao consumidor, que<br />

é o centro do negócio. Nosso desafio é impulsionar o setor como um<br />

dos produtores de inovação, adquirindo tecnologias para nos estabilizarmos<br />

em uma corrida na qual outros segmentos estão avançando”.<br />

Segundo Octaviani, é dever da Susep avaliar a gestão das reservas<br />

financeiras do mercado visando proporcionar o bem-estar do<br />

consumidor. “Só é possível garantir esse bem-estar ao cliente se as<br />

empresas do setor estiverem bem gerenciadas. Para isso, o SRO é<br />

fundamental na fiscalização de seguros na era do Big Data. Só aqui,<br />

já se demanda uma nova relação do mercado de seguros com a inovação<br />

tecnológica, alimentando essa demanda de dados para a melhoria<br />

do segmento como um todo e criando um novo ambiente de<br />

comercialização de produtos, o Open Insurance, que oferece uma<br />

nova experiência de compra e venda de seguro”.<br />

30


Sobre o Sandbox Regulatório, o superintendente acredita<br />

que proporcionar uma maior flexibilização no desenvolvimento de<br />

produtos é olhar para o futuro de maneira mais assertiva, fazendo<br />

com que as novas empresas do setor já nasçam baseadas em inovação.<br />

“Aqui temos a chance de tornar a tecnologia mais presente<br />

no segmento, realizando uma gestão de risco mais eficaz e melhorando<br />

a capacidade disruptiva do mercado para criar soluções que<br />

atendam diversas indústrias ao redor do mundo”.<br />

ESTRATÉGIAS PARA IMPULSIONAR O SETOR<br />

O presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras),<br />

Dyogo Oliveira, participou do CQCS Insurtech & Innovation<br />

2023 para falar sobre o PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado<br />

de Seguros). O executivo apresentou um panorama econômico<br />

brasileiro e como o setor pode ajudar a impulsionar a economia no<br />

Brasil, além de proteger a sociedade.<br />

Segundo dados que Oliveira apresentou, a média de crescimento<br />

econômico global desde o Plano Real, 29 anos atrás, foi de<br />

3,75% ao ano, enquanto no Brasil esse índice foi de 2,25% (1,5 p.p<br />

abaixo da média global). De acordo com o presidente da CNseg, um<br />

dos pontos de partida para mudar a realidade econômica do país é<br />

transformar o entendimento da população sobre o que é seguro. “É<br />

nosso dever alcançar o consumidor que não tem informação e não<br />

enxerga o seguro como uma solução no planejamento financeiro”.<br />

O objetivo do PDMS é promover o desenvolvimento sustentável<br />

do mercado de seguros até 2030, elevando a participação setorial<br />

no PIB através do esforço conjunto de diversas entidades, que<br />

ao longo de seis meses definiram quatro eixos de trabalho e mapearam<br />

65 iniciativas. “Um desses eixos é a mudança da imagem do<br />

seguro. Para isso, devemos investir na agenda ASG, colocar o consumidor<br />

no centro da estratégia, adotar um novo branding e fortalecer<br />

instituições de capacitação focadas em seguros. Precisamos<br />

melhorar a nossa comunicação, e isso deve ser um esforço geral da<br />

nossa indústria, para aproximar o cliente e fazer com que ele entenda<br />

como funciona uma apólice”, disse Oliveira.<br />

O SEGURO É SEXY?<br />

Na última plenária do primeiro dia do CSCS Insurtech & Innovation<br />

2023, Matteo Carbone, fundador do IoT Insurance Observatory<br />

e Embaixador Global da Associação Italiana de Insurtech, falou<br />

sobre como o mercado de seguros pode se manter relevante na era<br />

da digitalização. O especialista apresentou cases de empresas que<br />

estão, através da tecnologia, oferecendo incentivos aos segurados<br />

que adotarem hábitos mais saudáveis.<br />

De acordo com o especialista, ao oferecer esse tipo de benefício,<br />

os clientes se sentem mais motivados a pagar por uma apólice<br />

que ajude a melhorar sua qualidade de vida. “Muitas das seguradoras<br />

com os melhores desempenhos financeiros estão investindo<br />

no paradigma da Internet das Coisas. Com isso, essas empresas ganham<br />

a fidelidade do consumidor e melhoram a gestão do sinistro,<br />

aprimorando a eficiência do negócio e o contato com o segurado”.<br />

De acordo com Carbone, a Internet das Coisas não se trata<br />

apenas de personalização e agilidade, mas sim de eficiência. “O uso<br />

do paradigma da IoT traz a oportunidade<br />

de alocar negócios, criar valor no processo<br />

central do seguro, desenvolver novas<br />

oportunidades e melhorar a sustentabilidade<br />

da operação”.<br />

IA E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE<br />

Um dos painéis do primeiro dia do<br />

CQCS Insurtech & Innovation 2023 abordou<br />

o uso da Inteligência Artificial (IA) como estratégia<br />

para a satisfação do cliente.<br />

Raphael Bauer de Lima, diretor Geral<br />

Comercial da Mapfre, comentou as iniciativas<br />

que a companhia está adotando<br />

para melhorar a experiência do segurado.<br />

A seguradora lançou recentemente uma<br />

assistente virtual para atender às demandas<br />

do cliente. “Como uma empresa multiprodutos,<br />

estamos enfrentando diversas<br />

transformações e adotando soluções tecnológicas<br />

para cobrir riscos. Um exemplo<br />

é o lançamento de um seguro que não<br />

está vinculado ao veículo, mas sim ao motorista.<br />

Para isso, utilizamos a Inteligência<br />

Artificial como uma ferramenta no momento<br />

da subscrição, o que nos ajuda a<br />

entender melhor o perfil de cada pessoa”.<br />

Luiz Cartolano, diretor executivo<br />

de Marketing & Transformação da Allianz<br />

Seguros, também apresentou como a<br />

companhia utiliza a Inteligência Artificial<br />

na sua operação e o impacto dessa ferramenta<br />

em diversos mercados. “Como empresa,<br />

precisamos utilizar essa tecnologia<br />

com muito cuidado. Na Allianz, o uso da IA<br />

é baseado em cinco fatores: transparência,<br />

privacidade, controle humano, justiça e<br />

não discriminação e responsabilidade. No<br />

Brasil, nos baseamos na Inteligência Artificial<br />

para melhorar o uso do seguro, a comunicação<br />

com o público alvo, analisar o<br />

comportamento do cliente e realizar pesquisas<br />

para ouvir o segurado e o corretor.<br />

31


TECNOLOGIA<br />

CQCS INSURTECH & INNOVATION<br />

O uso da IA é apenas parte de um processo,<br />

e precisa ter um propósito alinhado à<br />

estratégia de cada organização”.<br />

Daniel Garbulho, Senior VP Latam<br />

na H2O, fabricante de soluções de IA, comentou<br />

as ferramentas que a empresa oferece<br />

para aprimorar a experiência do cliente<br />

na indústria de seguros. Segundo o executivo,<br />

um dos problemas que a companhia<br />

enfrenta ao implementar uma Inteligência<br />

Artificial, é a falta de dados consistentes<br />

para desenvolver o modelo que a organização<br />

necessita. “Mesmo que a IA seja muito<br />

avançada e prática, ainda depende da interação<br />

humana. A palavra final tem que ser<br />

do ser humano, porque a máquina pode<br />

trazer um modelo de Inteligência Artificial<br />

mais próximo ou menos próximo da realidade,<br />

mas ele nunca é perfeito”.<br />

CORRETOR DO FUTURO<br />

Em um dos últimos painéis do primeiro<br />

dia do CQCS Insurtech Innovation,<br />

especialistas do mercado debateram<br />

qual o futuro do corretor de seguros e a<br />

postura que esses profissionais devem<br />

adotar para continuarem sendo relevantes<br />

na venda de produtos e serviços.<br />

Eduardo Marcellini, fundador da<br />

Stoa, falou sobre o legado da Covid-19 e<br />

seus impactos na distribuição de seguros.<br />

“A pandemia potencializou o favoritismo<br />

pela compra de seguros online. No Brasil,<br />

a preferência pela compra digital já é<br />

maior que a presencial. Somos a segunda<br />

maior população que passa mais tempo<br />

no smartphone, sendo o WhatsApp a plataforma<br />

mais utilizada. Além disso, o brasileiro<br />

tem uma alta disposição em fornecer<br />

dados para terceiros: o país é o terceiro<br />

com o maior índice da parcela de população disposta a compartilhar<br />

dados com seguradoras e corretoras”.<br />

Eva Miguel, diretora executiva de Produção Brasil na Porto,<br />

comentou sobre as iniciativas que a seguradora vem adotando<br />

para empoderar os corretores parceiros e a importância da categoria<br />

para o setor. “Na campanha #CorretorÉPraSempre, reforçamos a<br />

nossa visão de que somos uma empresa que tem o corretor como<br />

seu principal canal de venda. Por mais que estejamos apostando em<br />

outras formas de distribuição, o corretor é o único capaz de criar um<br />

vínculo com o cliente e entender suas necessidades, filtrando quais<br />

soluções são as mais adequadas para cada tipo de segurado”.<br />

Fabio Lessa, diretor Comercial na Capemisa, também abordou<br />

o impacto da tecnologia no setor e na rotina do corretor de seguros.<br />

De acordo com o executivo, o dinamismo da era da digitalização é<br />

algo que deve estar no radar dos corretores, para que eles possam<br />

continuar sendo protagonistas na relação com o cliente. “O consumidor<br />

pode procurar no Google, olhar em marketplaces e diversas<br />

plataformas, mas ele só compra o seguro se o corretor aprovar. Como<br />

seguradora, é nosso dever oferecer essa capacidade tecnológica aos<br />

parceiros, além de treinamentos que ajudam na comercialização”.<br />

O NOVO CONSUMIDOR DE SEGURO DE VIDA<br />

No segundo dia do evento, especialistas debateram o novo<br />

consumidor do seguro de vida, quais os impactos da tecnologia na<br />

distribuição do produto e a revolução no atendimento ao cliente.<br />

Executivos do mercado de seguros ressaltaram a importância do<br />

setor desenvolver produtos que agreguem valor para o segurado,<br />

além de oferecer coberturas personalizáveis.<br />

Ricardo Teixeira, CEO Centauro ON, falou sobre o novo cliente<br />

de seguro de vida e a importância da jornada tecnológica. “A Covid-19<br />

abriu oportunidades para o mercado. Portanto, precisamos<br />

ter um plano de ação para as próximas pandemias, pois elas acontecerão,<br />

e teremos que saber mesclar a tecnologia, ensinando o<br />

consumidor como usá-la, para que ele possa ter um atendimento<br />

excelente. Além disso, devemos cada vez mais incrementar serviços<br />

e assistências que agreguem valor na rotina do segurado. Não podemos<br />

deixar que o cliente nos veja como alguém que vende seguro,<br />

mas sim uma solução para a vida toda”.<br />

Patricia Freitas, CEO da Prudential do Brasil, abordou na sua<br />

apresentação as diferenças no público do seguro de vida. De acordo<br />

com a pesquisa “Percepção dos brasileiros sobre seguros pessoais<br />

e plano de previdência”, produzida pela FenaPrevi em parceria<br />

com o DataFolha, 85% da população no Brasil não tem seguro de<br />

vida. “Cada classe e geração apresenta necessidades diferentes. Se<br />

eu vendo um seguro de vida para uma criança, as coberturas não<br />

serão as mesmas de uma apólice para uma pessoa com mais de<br />

25 anos, por exemplo. O novo consumidor pode ser alguém que<br />

não quer usar internet, e é nosso dever como seguradoras oferecer<br />

canais que atendam diferentes perfis de clientes”. Para atender os<br />

segurados, a executiva destacou a importância das companhias co-<br />

-criarem produtos junto com os clientes para desenvolver apólices<br />

que protejam todas as pessoas, oferecendo uma experiência phygital<br />

(físico + digital).<br />

32


Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência<br />

S.A. e da Bradesco Capitalização, reforçou que o mercado de seguros<br />

deve olhar o brasileiro de forma holística, entendendo como<br />

lidar com cada parcela da sociedade. “Apenas 17% da população tem<br />

uma apólice de seguro de vida. 52% dos brasileiros querem parar de<br />

trabalhar aos 60 anos, mas apenas 28% deles acreditam que vão conseguir.<br />

A renda média do Brasil é de R$ 1.711,98, e isso é pouco para<br />

um país em desenvolvimento. Com as mudanças que o nosso setor<br />

vem enfrentando, é preciso entender de qual consumidor estamos<br />

falando. Pela primeira vez na história, nós temos seis gerações convivendo<br />

em sociedade. Isso traz muitas oportunidades de obter informações,<br />

compartilhando experiências e conhecimento”.<br />

SUSTENTABILIDADE COMO PILAR DO NEGÓCIO<br />

Focando em iniciativas de sustentabilidade e a importância<br />

da agenda ASG no mercado de seguros, executivos do setor participaram<br />

do segundo dia do evento. No painel “Sustentabilidade<br />

como Instrumento de Eficiência Estratégica”, especialistas mostraram<br />

quais ações suas empresas adotaram para tornar a operação<br />

mais sustentável.<br />

Edson Franco, CEO Zurich Brazil, abriu o painel falando sobre<br />

a influência das macrotendências no mercado de seguros e os<br />

impactos da digitalização e da inovação na sustentabilidade. “Percebo<br />

uma convergência desses conceitos, e quando implementamos<br />

uma iniciativa em sustentabilidade ela acaba impactando outras<br />

vertentes do negócio. A empresa que não estiver atenta para essa<br />

oportunidades vai se distanciar dos seus clientes, fornecedores e até<br />

mesmo colaboradores. Identificar e empurrar a agenda de sustentabilidade<br />

é o nosso dever, pois através dela melhoramos processos<br />

e colaboramos com o meio-ambiente”. De acordo com o executivo,<br />

as mudanças climáticas estão interligadas ao modelo de subscrição<br />

de riscos, e a adoção de práticas sustentáveis é uma demanda emergente<br />

do setor de seguros.<br />

Erika Medici, CEO AXA, reforçou que o seguro é, por essência,<br />

conectado à sustentabilidade. “Precisamos investir em um mundo<br />

mais segurável, incentivando e constituindo operações mais sustentáveis<br />

e inclusivas. Para o produto chegar até o cliente, a cadeia<br />

de valor desse negócio deve estar alinhada à agenda ASG. A adequação<br />

de produtos e serviços, a regulação do sinistro direcionada<br />

à diminuição da emissão de carbono e o atendimento digital são<br />

algumas das ações que as seguradoras podem adotar”.<br />

A LINGUAGEM CERTA PARA O CLIENTE DIGITAL<br />

Para falar sobre a forma das empresas se comunicarem com o<br />

consumidor, especialistas responsáveis pela comunicação de seguradoras<br />

reforçaram a importância da assertividade para entender o<br />

que o cliente deseja.<br />

Cinthia Kato, Chief Marketing Officer da Icatu Seguros, contou<br />

que no final do século XIX, as pessoas passaram a se preocupar<br />

com o seu patrimônio. No início da década de 2000, a preocupação<br />

foi com o crescimento do patrimônio e, agora, as pessoas<br />

passaram a se preocupar com a sua vida. “Além das mudanças na<br />

mentalidade da sociedade, há uma nova variedade de canais de<br />

comunicação. Se antes a comunicação<br />

era passiva, ela evoluiu para um diálogo,<br />

ouvindo o que o consumidor quer saber.<br />

Ainda temos que contar com a força do<br />

poder do algoritmo, principalmente em<br />

termos de ‘pessoalização’ dos negócios e<br />

da comunicação”.<br />

Simone Cesena, diretora de marketing<br />

da SulAmérica, enfatizou que é<br />

parte do trabalho da seguradora captar<br />

informações no digital e entregar para<br />

que os corretores trabalhem estes leads.<br />

“Já conseguimos gerar mais de 300 mil leads.<br />

Hoje, mais de 5 milhões de PME’s já<br />

estão no WhatsApp. O mais importante<br />

é falar com o público certo no momento<br />

mais propício para o cliente”.<br />

Alexandre Nogueira, diretor de<br />

marketing da Bradesco Seguros, informou<br />

que o Brasil está entre as 10 nações<br />

que mais acessam as redes sociais.<br />

A presença da seguradora no Tik Tok foi<br />

a forma de atingir um público em formação.<br />

“Se não for assim, estaremos fora<br />

do jogo”, declarou. O executivo ressaltou<br />

que o mundo é physigital e a recomendação<br />

para todos é estudar o público e a<br />

sua jornada diária, para falar com ele em<br />

qualquer lugar, da forma mais adequada.<br />

“O importante é praticar o ato de escuta<br />

ativa. Temos uma responsabilidade enorme,<br />

pois um mundo sem seguro existe,<br />

mas é preciso criar condições para que as<br />

pessoas construam novas pontes”.<br />

33


EVENTOS<br />

ACONSEG | CCS-SP<br />

Um espaço todo especial para<br />

as assessorias<br />

A<br />

Aconseg São Paulo recebeu a diretoria da Tokio<br />

Marine em seu almoço mensal. O presidente da<br />

Tokio Marine, José Adalberto Ferrara, celebrou<br />

o momento. “Estamos aqui hoje juntos nesse evento, que<br />

reuniu mais de 40 assessorias que pertencem à Aconseg.<br />

Foi um almoço em que nós pudemos compartilhar informações,<br />

como o desempenho da Tokio Marine Seguradora<br />

que, com a participação das Aconsegs, que chega a<br />

praticamente 25% da produção, especificamente de automóvel,<br />

está concentrada nas mãos das assessorias. Nós<br />

temos um potencial enorme de continuar crescendo dois<br />

dígitos no mercado securitário”, destacou.<br />

Na oportunidade, o executivo também mandou<br />

um recado para que os corretores possam aproveitar<br />

as oportunidades presentes no mercado e ampliar os<br />

seus negócios. “Todos os corretores que trabalham com<br />

as assessorias, empreendedores de assessoria: pisem<br />

Almoço com a Tokio Marine<br />

no acelerador, somente 30% dos municípios brasileiros<br />

possuem algum corretor para atender. Ou seja, em<br />

70% não há corretor para oferecer seguros, o que é uma<br />

oportunidade para você, corretor, colocar a sua corretora<br />

nas redes sociais, tem muita possibilidade de crescer<br />

além das fronteiras normais de atuação da sua corretora”,<br />

aconselhou. “Temos tudo para continuar crescendo, e a<br />

Tokio Marine e todo o mercado securitário, conta com<br />

vocês na distribuição dos nossos produtos. Vamos juntos<br />

crescer”, finalizou.<br />

Um longo caminho pela frente<br />

CCS-SP recebe a diretoria da Liberty<br />

O<br />

Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo<br />

(CCS-SP) recebeu Patricia Chacon, CEO do Grupo<br />

Liberty Brasil para o seu almoço mensal. Dentre<br />

os assuntos em pauta, ela comentou as expectativas à<br />

partir da fusão com a HDI Seguros. Anunciada há dois meses,<br />

a união já foi aprovada pelo Cade e aguarda somente<br />

a autorização do órgão regulador para iniciar as operações.<br />

Aos associados do CCS-SP, a executiva garantiu que<br />

a parceria com os corretores de seguros segue fortalecida<br />

e que, no devido tempo, o processo de transição para o<br />

novo modelo de negócios será feito de forma tranquila<br />

para todas as partes. “Estamos confiantes nessa união e<br />

na continuidade, porque para a Liberty é importante a<br />

parceria com os corretores, a experiência dos clientes, dos<br />

colaboradores e o ganho em escala. Juntas, HDI e Liberty<br />

serão a segunda maior seguradora do Brasil e isso nos dá<br />

um gás”, disse.<br />

Segundo Patricia Chacon, a ideia é que não haja<br />

predominância de um dos modelos de negócios entre<br />

duas empresas, mas sim a construção de um novo. Diferentemente<br />

do que tem ocorrido no mercado, com a<br />

venda de carteiras inteiras e incorporações de empresas,<br />

Liberty e HDI não planejam grandes mudanças. “As duas<br />

companhias performam bem, possuem carteiras saudáveis<br />

e isso faz a diferença. Será a união, a junção de forças”,<br />

disse. A executiva apresentou dados que revelam o bom<br />

desempenho da seguradora. Em 2022, a Liberty registrou<br />

prêmios de R$ 5,8 bilhões e até maio deste ano já cresceu<br />

27%, ocupando, atualmente, a oitava posição entre as<br />

maiores seguradoras do país e a quarta entre as principais<br />

em seguro automóvel. Além de acumular 3,5 milhões de<br />

clientes ativos e mais de 20 mil corretores registrados, a<br />

empresa mantém 3 mil colaboradores.<br />

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