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apolice289

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Mala Direta<br />

Básica<br />

9912281412/2011-SE/SPM<br />

Correcta Editora<br />

JULHO 2023 • Nº 289 • ANO 28<br />

conectando você ao mercado de seguros<br />

IMPRESSO FECHADO<br />

Pode ser aberto pela ECT<br />

AVLA DESAFIA O<br />

do mercado segurador<br />

Seguradora oferece produtos B2B personalizados, customizados<br />

e inovadores com foco em pequenas e médias empresas<br />

ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

Insurtechs focam atuação na experiência do cliente, de olho em ASG<br />

Inteligência Artificial ocupa mais espaços no mercado de seguros<br />

EVENTO<br />

Congrenorte mostra a força do<br />

mercado de seguros na região Norte


EDITORIAL<br />

Momento de retomada<br />

de investimentos<br />

A<br />

economia é cíclica e os mercados já estão acostumados<br />

a estes movimentos. A queda de investimentos<br />

em startups, de forma geral, afetou também as especializadas<br />

no setor de seguros. A transformação digital já é<br />

uma realidade para o mercado de seguros e o básico já foi feito.<br />

Avançamos agora para uma fase em que o cliente é o centro de<br />

tudo, com um olhar voltado para as práticas ASG.<br />

As seguradoras estão interessadas nas empresas que<br />

possam resolver suas dores de subscrição e regulação de sinistros,<br />

no sentido de trazer negócios com custos melhores e agilizar<br />

o seu processo de pagamento de sinistro.<br />

Do seu lado, as insurtechs também perceberam que o<br />

custo de aquisição de clientes pode ser melhor quando se utiliza<br />

o intermediário na distribuição. É um passo para trás, para<br />

dar dois à frente no futuro.<br />

A Inteligência Artificial é uma das tendências mais presentes<br />

em todas as análises. Por isso, optamos por dar a ela um<br />

capítulo exclusivo em nossa edição. Ela já está presente na operação<br />

das seguradoras, desde o atendimento ao cliente, com<br />

atualizações em tempo real, até a identificação de imagens<br />

para a vistoria a distância.<br />

O céu é o limite para onde podemos chegar. O que resta<br />

saber é qual será o custo para isso acontecer e os investimentos<br />

necessários para atingir o equilíbrio do que é moralmente<br />

aceitável e economicamente viável.<br />

Boa leitura!<br />

JULHO 2023 • Nº 289 • ANO 28<br />

EXPEDIENTE<br />

Diretora de Redação:<br />

Kelly Lubiato - MTB 25933<br />

klubiato@revistaapolice.com.br<br />

Diretor Executivo:<br />

Francisco Pantoja<br />

francisco@revistaapolice.com.br<br />

Redação:<br />

Nicole Fraga<br />

nicole@revistaapolice.com.br<br />

Colaborador:<br />

André Felipe de Lima<br />

Executiva de Negócios:<br />

Graciane Pereira<br />

graciane@revistaapolice.com.br<br />

Diagramação e Arte:<br />

Enza Lofrano<br />

Tiragem:<br />

12.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

Os artigos assinados são de<br />

responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />

não representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente<br />

da Correcta Editora Ltda e<br />

de público dirigido<br />

CORRECTA EDITORA LTDA<br />

Administração, Redação e Publicidade:<br />

Avenida Ibirapuera, 2033 - cjto 183<br />

Edifício Edel Trade Center<br />

04029-901 São Paulo/SP<br />

CNPJ: 00689066/0001-30<br />

Diretora de Redação<br />

Mande suas dúvidas,<br />

críticas e sugestões para<br />

redacao@revistaapolice.com.br


CONTEÚDO<br />

www.revistaapolice.com.br<br />

twitter.com/revistaapolice<br />

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instagram.com/revista_apolice<br />

CAPA<br />

AVLA está entre as<br />

maiores emissoras de<br />

seguro de crédito e<br />

garantia da América<br />

Latina e, após 18 meses<br />

no Brasil, oferece<br />

produtos personalizados<br />

para atender pequenas e<br />

médias empresas<br />

>> PÁG. 18<br />

ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />

O que parecia ‘filme de ficção’<br />

agora está cada vez mais<br />

presente no cotidiano das<br />

empresas, que investem<br />

na tecnologia para auxiliar<br />

processos de atendimento<br />

ao cliente e regulação de<br />

sinistros<br />

>> PÁG. 28<br />

TENDÊNCIAS<br />

O mercado de insurtechs<br />

recebeu menos investimentos<br />

em 2022, mas já demonstra<br />

uma recuperação neste<br />

ano. Setor olha para as<br />

oportunidades do mercado<br />

sob a perspectiva da ASG e da<br />

experiência do cliente<br />

>> PÁG. 24<br />

ÍNDICE<br />

05 entrevista<br />

O superintendente da Susep,<br />

Alessandro Octaviani, conversou com<br />

Apólice sobre o início da sua gestão<br />

e as perspectivas para o setor de<br />

seguros<br />

07 painel<br />

11 gente<br />

14 eventos<br />

Congrenorte<br />

Congresso reuniu corretores da<br />

região Norte do Brasil para discutir<br />

os problemas locais e os temas que<br />

afetam o setor, como transformação<br />

digital e políticas de incentivo das<br />

seguradoras<br />

CCS-SP<br />

O presidente da Porto, Roberto<br />

Santos, foi escalado para contar<br />

as novidades da empresa para os<br />

corretores de seguros do Clube de São<br />

Paulo<br />

ISB<br />

A entidade de seguros de pessoas<br />

do Paraná completou 39 anos e<br />

destaca seu papel de agregador para<br />

fortalecimento do setor<br />

Os artigos assinados são de<br />

responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />

não representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

4


ENTREVISTA<br />

ALESSANDRO OCTAVIANI<br />

Susep deve atuar para manter mercado<br />

correto e equilibrado<br />

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE<br />

SEGUROS PRIVADOS, ALESSANDRO OCTAVIANI,<br />

FALA SOBRE OS DESAFIOS DO SETOR E DO PAPEL<br />

DA AUTARQUIA COMO IMPULSIONADORA DA<br />

INOVAÇÃO<br />

Kelly Lubiato<br />

APÓLICE: Todo o mercado segue em um esforço institucional<br />

para melhorar a comunicação do setor com a sociedade.<br />

Qual é o papel da Susep nesse esforço?<br />

A comunicação clara, e segundo os padrões de<br />

boa-fé, é um dos pilares da disciplina do setor. A Susep<br />

deve ser muito clara em sua comunicação e também ordenar<br />

as relações entre os atores econômicos para que<br />

alcancem esse padrão. Como regulador, o principal papel<br />

da Susep é identificar as assimetrias estruturais do<br />

mercado e atuar em uma ação corretiva e reequilibradora.<br />

Por isso, como exemplo, as mensagens sobre os<br />

conteúdos contratuais não podem ser contraditórias; se<br />

o forem, o consumidor tem direitos em relação aos que<br />

emitiram tais mensagens contraditórias entre propaganda<br />

e produto.<br />

APÓLICE: As seguradoras entraram com uma ação contra<br />

a Susep para barrar a ação das empresas de registros de<br />

operações (SRO) até que toda a plataforma esteja pronta.<br />

Como a Susep irá responder a esta ação?<br />

A Susep está acompanhando, como parte processual,<br />

através da Procuradoria Federal junto à Autarquia,<br />

a ação ajuizada pela CNseg e pela Fenaseg na Justiça Federal<br />

do Paraná, em que são formulados questionamentos<br />

a respeito da implementação do Sistema de Registro<br />

de Operações - SRO.<br />

O Poder Judiciário, até o presente momento,<br />

decidiu favoravelmente ao Poder Público. Diante da recente<br />

decisão positiva para o projeto, a Susep reforça a<br />

continuidade do SRO, por meio do qual será possível dar<br />

melhor transparência dos dados aos consumidores, que<br />

poderão, entre outros benefícios, confirmar as informações<br />

dos seus contratos, em atendimento aos ditames<br />

contidos na Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.<br />

APÓLICE: Qual é a posição da Susep em relação a um novo<br />

seguro DPVAT? Está no ambiente legislativo, mas a Susep<br />

foi chamada para dar seu parecer sobre o modelo ou operação?<br />

A Autarquia tem participado da elaboração de estudos<br />

e projeções para propor alternativas técnicas para<br />

a questão dos danos pessoais causados por veículos automotores<br />

de via terrestre, ou por sua carga, a pessoas<br />

transportadas ou não.<br />

APÓLICE: Haverá uma nova fase do Sandbox regulatório<br />

para contemplar novas empresas?<br />

A experiência da Susep com o Sandbox foi muito<br />

proveitosa: pudemos avaliar 11 projetos no primeiro<br />

edital e 21 no segundo, criamos normativos adaptados<br />

à realidade dessas empresas e pudemos aplicá-los. A<br />

Autarquia vem analisando os resultados dos primeiros<br />

editais e já se prepara para futuras edições do Sandbox.<br />

As empresas desse projeto podem ter a certeza de que a<br />

Susep é uma incentivadora da criação de novos produtos,<br />

novas empresas e novos mercados.<br />

APÓLICE: Como a Susep pode contribuir com a inovação<br />

no mercado de seguros? Qual é o papel do regulador nesse<br />

tema?<br />

5


ENTREVISTA<br />

ALESSANDRO OCTAVIANI<br />

A comunicação clara, e segundo os<br />

padrões de boa-fé, é um dos pilares<br />

da disciplina do setor. A Susep deve<br />

ser muito clara em sua comunicação e<br />

também ordenar as relações entre os<br />

atores econômicos para que alcancem<br />

esse padrão. Como regulador, o<br />

principal papel da Susep é identificar<br />

as assimetrias estruturais do mercado<br />

e atuar em uma ação corretiva e<br />

reequilibradora”<br />

ALESSANDRO OCTAVIANI<br />

A inovação tecnológica na atividade de seguros é<br />

essencial, e um dos papéis da Susep é o de impulsionador<br />

de inovação tecnológica, o que pode ser desempenhado<br />

em programas como o Sandbox. A Susep tem, ainda, habilitado-se<br />

tecnologicamente para melhorar sua função reguladora,<br />

em programas como o SRO e o Open Insurance,<br />

cuja lógica básica é utilizar capacidade de programação<br />

e manejo de grandes dados a serviço da boa regulação,<br />

da transparência, dos consumidores e, gerando esse clima<br />

de confiança, dos ofertantes de produtos securitários, que<br />

terão muito maior demanda de seus produtos. Numa outra<br />

perspectiva, existem riscos e interesses seguráveis que<br />

guardam nítida dimensão tecnológica, para os quais devem-se<br />

desenvolver percepções e coberturas adequadas,<br />

como os riscos cibernéticos que podem ter dimensões<br />

junto à privacidade ou às próprias infraestruturas econômicas<br />

críticas do País.<br />

APÓLICE: Quais são os grandes desafios do mercado de seguros<br />

hoje, pela ótica do regulador?<br />

O escopo de atuação da Susep é bastante amplo.<br />

Estamos trabalhando para garantir um ambiente de confiança<br />

no setor, a fim de incentivar o consumo, gerando<br />

um ciclo de crescimento constante, com prosperidade<br />

para todos os atores. Como articular o setor de seguros,<br />

previdência e capitalização aos grandes desafios do desenvolvimento<br />

nacional justo e equilibrado é a principal<br />

questão para a Susep.<br />

APÓLICE: Quais produtos e serviços necessitam de mais<br />

atenção por parte do regulador?<br />

Todos os produtos supervisionados demandam<br />

atenção por parte do regulador, cada um à sua maneira.<br />

Como já dito, estamos trabalhando para gerar confiança<br />

no setor, com a finalidade de incentivar o consumo e gerar<br />

um crescimento constante.<br />

APÓLICE: Qual é a importância do Brasil frente aos mercados<br />

internacionais, principalmente na América Latina?<br />

O Brasil é um país com imenso potencial de desenvolvimento<br />

econômico. A contratação de seguros<br />

certamente é um dos eixos mais importantes para o desenvolvimento<br />

e para investimentos externos, e a Susep<br />

precisa garantir um ambiente de confiança entre segurados,<br />

seguradores e resseguradores, sendo necessária a<br />

tutela jurídica da confiança econômica, que se expressa<br />

em clareza contratual e respeito à Ordem Pública nacional.<br />

O Brasil tem um enorme potencial para ser o principal<br />

Hub de seguros da América Latina, e esse objetivo<br />

deve ser buscado.<br />

APÓLICE: Como está a agenda do Open Insurance? Os seguradores<br />

fizeram várias reclamações da necessidade de<br />

investimentos em algumas carteiras como de grandes riscos.<br />

A Susep trabalha com o horizonte de mudanças, tanto<br />

do calendário quanto das exigências?<br />

O Open Insurance é extremamente importante,<br />

ao possibilitar que o consumidor possa compartilhar<br />

seus dados de forma mais ampla no sistema financeiro<br />

nacional, com segurança, agilidade e precisão, além de<br />

reforçar o controle do consumidor sobre os seus dados<br />

financeiros.<br />

O projeto vem seguindo as suas fases na implantação<br />

e pretendemos manter o planejamento. Com um<br />

trabalho sempre por meio do diálogo, a Susep está em<br />

constante contato com as instituições participantes do<br />

mercado supervisionado e atenta às necessidades de<br />

todos os envolvidos. Propostas de alteração que sirvam<br />

para aprimoramento do projeto serão sempre avaliadas,<br />

caso façam sentido e beneficiem o ambiente de confiança<br />

a ser construído.<br />

APÓLICE: A Susep acredita que o mercado de seguros<br />

precisa do corretor de seguros para distribuir seus produtos?<br />

Os corretores de seguros são participantes essenciais<br />

ao mercado de seguros, na medida em que<br />

agregam valor ao relacionamento entre consumidores<br />

e seguradoras, trazendo mais esclarecimentos sobre os<br />

diferentes produtos e provendo o assessoramento necessário<br />

para a tomada de decisão dos clientes.<br />

6


PAINEL<br />

regulação<br />

Mais procedimentos incorporados ao rol<br />

A diretoria colegiada da ANS<br />

(Agência Nacional de Saúde Suplementar)<br />

aprovou a incorporação<br />

de cinco tecnologias ao Rol de<br />

Procedimentos e Eventos em Saúde,<br />

sendo elas: Fotovaporização<br />

de próstata a laser, procedimento<br />

minimamente invasivo que utiliza<br />

laser para o tratamento do aumento da<br />

próstata, removendo o tecido que esteja impedindo<br />

o fluxo urinário; Levomalato de cabozantinibe, para o<br />

tratamento de câncer de tireoide avançado, refratário à<br />

radioiodoterapia; Terapia com a proteína alfagalsidase<br />

para Doença de Fabry (doença hereditária e progressiva,<br />

caracterizada pelo acúmulo de um tipo de gordura<br />

no organismo), tratamento que impede o acúmulo de<br />

determinadas células, evitando o comprometimento<br />

de vários órgãos do corpo humano; Monitorização<br />

ambulatorial da pressão arterial de cinco dias, conhecida<br />

como “Mapa 5 dias”, técnica de monitoramento<br />

residencial da pressão arterial; e Incorporação da caboximaltose<br />

férrica para o tratamento ambulatorial de<br />

pacientes com deficiência de ferro através da inclusão<br />

do medicamento ao item Terapia Medicamentosa Injetável<br />

Ambulatorial (com diretriz de utilização) do Rol.<br />

aquisição<br />

Odontologia na carteira<br />

A operadora Care Plus<br />

adquiriu de 100% da Inpao<br />

Dental, empresa odontológica<br />

de comercialização de planos<br />

odontológicos. Com a transação,<br />

a carteira de plano dental<br />

da compradora salta de 85 mil<br />

para 270 mil usuários. Pretendem expandir a oferta de<br />

produtos dentais para a pessoa física, considerando<br />

que o segmento odontológico tem um tíquete médio<br />

baixo e oferece menos riscos de sinistralidade quando<br />

comparado ao convênio médico. A cifra, segundo<br />

a multinacional, é superior a R$ 500 milhões para o<br />

período de 2023 e 2024 e ainda neste ano devem ser<br />

fechadas mais transações.<br />

“Enquanto o mercado de planos assistenciais<br />

médicos avançou sua cobertura em cerca de 3 milhões<br />

de beneficiários nos últimos 10 anos, o mercado de<br />

planos odontológicos passou a cobrir 12 milhões de<br />

pessoas a mais, quase dobrando de tamanho”, explica<br />

Luis Martins, sócio da JK Capital, assessoria financeira de<br />

M&A que representou a Inpao nessa transação. “Mesmo<br />

assim a penetração desse produto ainda é muito baixa,<br />

cerca de 15% da população é coberta enquanto nos<br />

EUA, esse número chega a quase 80%”, conclui.<br />

freela<br />

Café de Negócios Sindiplanos terá novo encontro em setembro<br />

O Café de Negócios Sindiplanos<br />

terá uma segunda edição em setembro,<br />

ainda sem data definida, com capacidade<br />

para receber 200 pessoas. A decisão<br />

foi anunciada pelo Sindicato das Empresas<br />

de Comercialização e Distribuição de<br />

Planos de Saúde e Odontológicos do Estado<br />

de São Paulo.<br />

Satisfeita com a qualidade do<br />

debate e com a alta procura para acompanhar o tema,<br />

a entidade resolveu dobrar o número de lugares disponíveis.<br />

“Sabíamos que havia uma carência de discussões<br />

nesse sentido e que era preciso aproximar o canal<br />

de comercialização e as operadoras, mas ainda assim a<br />

demanda foi acima do que esperávamos”, revelou José<br />

Silvio Toni Junior, presidente do Sindiplanos.<br />

“Entendemos que é necessário criar<br />

meios para validar a atuação profissional<br />

dos corretores de planos de saúde e, desta<br />

forma, se investir no desenvolvimento<br />

desta importante categoria. Com o apoio e<br />

curadoria da Freela, seguiremos organizado<br />

encontros que atendam aos anseios do<br />

mercado nesse sentido”, afirmou José Silvio.<br />

Como o Café de Negócios Sindiplanos é o único<br />

evento com foco comercial neste segmento e que visa<br />

contribuir para ampliar a relação entre corretoras e operadoras<br />

de saúde, a próxima edição contará mais uma vez<br />

com um representante de uma seguradora de saúde para<br />

estreitar o relacionamento entre as partes.<br />

7


PAINEL<br />

capitalização<br />

R$ 9 bilhões em receita<br />

Segundo números da Susep (Superintendência de<br />

Seguros Privados), analisados pela FenaCap (Federação<br />

Nacional de Capitalização), o<br />

setor de Capitalização alcançou<br />

um bom desempenho no primeiro<br />

quadrimestre deste ano.<br />

Ao todo, o setor conquistou<br />

mais de R$ 9 bilhões em receita<br />

e R$ 7,4 bilhões foram injetados<br />

na economia, por meio de sorteios<br />

e resgates.<br />

A FenaCap acredita que<br />

o resultado se deve à popularização<br />

da Capitalização e aos<br />

lançamentos cada vez mais diversificados.<br />

“Temos desde a compra do Título para guardar<br />

recursos em prol da realização de um projeto até grandes<br />

contratos sendo fechados, utilizando a Capitalização<br />

como garantia. Representamos um segmento maduro da<br />

economia, com mais de 90 anos de atuação e números ex-<br />

pressivos”, comenta Denis Morais, presidente da FenaCap.<br />

O destaque é da modalidade Instrumento de Garantia,<br />

que tem como objetivo assegurar<br />

o cumprimento de obrigação<br />

assumida em contrato pelo<br />

titular perante o terceiro. O crescimento,<br />

nos quatro meses do ano,<br />

já chega a 4,2%, em comparação<br />

ao mesmo período de 2022. Recentemente,<br />

um projeto de lei foi<br />

aprovado pelo Congresso Nacional<br />

e encaminhado ao Senado,<br />

para fortalecer a utilização das<br />

reservas técnicas da Capitalização<br />

como garantia de operações de<br />

crédito junto a instituições financeiras, assim como os planos<br />

de previdência complementar aberta, de seguros de<br />

pessoas e de Fundo de Aposentadoria Programada Individual<br />

(FAPI). Segundo dados da Susep, os títulos de Capitalização<br />

somam, atualmente, R$ 38,3 bilhões em reservas.<br />

incentivo<br />

Destinos da campanha Top Club 2023<br />

A AXA no Brasil apresentou o terceiro dos três<br />

destinos de sua campanha Top Club, que levará os corretores<br />

parceiros que se destacarem nas vendas no ano de<br />

2023 e seus acompanhantes para conhecerem lugares<br />

inesquecíveis.<br />

Nesta edição, os corretores da segmentação Red<br />

poderão conhecer as belezas naturais de Trancoso. A cidade<br />

baiana junta-se ao outro destino nacional, Porto de<br />

Galinhas, em Pernambuco, para os corretores da segmentação<br />

Blue, e ao destino internacional escolhido para os<br />

corretores das categorias Premium e Exclusive, as cidades<br />

italianas Roma e Florença.<br />

Para participar da premiação, os corretores elegíveis<br />

de acordo com as regras da campanha 2023 devem<br />

seguir os direcionamentos disponíveis no regulamento.<br />

Serão premiados corretores de cada categoria, sendo: 15<br />

Blue; 10 Red; 10 Premium e 10 Exclusive, essas duas últimas<br />

tendo o mesmo destino, que fazem parte do Clube<br />

de Experiências AXA.<br />

Além das viagens de incentivo, a proposta de valor<br />

da AXA para os corretores inclui acesso à plataforma de<br />

capacitação, antecipação de comissão, acordos de comissões<br />

adicionais, produtos diversificados e atendimento<br />

personalizado. Os parceiros também têm acesso ao Clube<br />

de Vantagens, que oferece descontos e convênios exclusivos<br />

em diversos estabelecimentos.<br />

8


aquisição 2<br />

Foco no gerenciamento de ativos<br />

O Grupo Generali<br />

anunciou mais um avanço<br />

significativo em sua estratégia<br />

“Lifetime Partner<br />

24: Driving Growth” com<br />

a aquisição da Conning<br />

Holdings e suas afiliadas,<br />

estabelecendo assim uma<br />

parceria de longo prazo com a Cathay Life, subsidiária<br />

da Cathay Financial Holdings, uma das maiores instituições<br />

financeiras da Ásia.<br />

A Conning é uma gestora de ativos para seguradoras<br />

e clientes institucionais, com um total de aproximadamente<br />

US$ 157 bilhões em ativos sob gestão.<br />

Essa aquisição impulsionará o objetivo de fortalecer<br />

ainda mais a posição da Generali nos mercados asiáticos,<br />

além de consolidar sua presença nos Estados<br />

Unidos. Além disso, graças aos sólidos recursos de<br />

investimento e distribuição da Conning, o Grupo será<br />

capaz de expandir ainda mais os negócios de terceiros<br />

globalmente, graças aos seus fortes recursos de investimento<br />

e distribuição.<br />

aniversário<br />

50 anos de mercado<br />

A Wiz Co, corretora<br />

de seguros especialista em<br />

bancassurance e distribuidora<br />

de consórcios e crédito,<br />

celebrou 50 anos em<br />

julho em meio à consolidação<br />

da eficiência operacional<br />

e planos de continuar<br />

ampliando os resultados e negócios. Especialmente<br />

após a aquisição da Promotiva, gestora de correspondentes<br />

bancários do Banco do Brasil adquirida no final<br />

do ano passado.<br />

O objetivo principal para 2023 é ampliar a sinergia<br />

entre as unidades de negócio, incluindo as joint<br />

ventures e parcerias realizadas nos últimos anos com<br />

grandes empresas, como Inter, Bmg e BRB, e mais recentemente<br />

com Grupo Omni, Paraná Banco e Polishop,<br />

além de expandir o portfólio de produtos e seguir atenta<br />

a oportunidades em operações bancassurance.<br />

Com um faturamento superior a R$ 1 bilhão no<br />

ano passado, o Grupo Wiz Co conta com cerca de 1.700<br />

colaboradores e 12 unidades de negócio.<br />

aquisição 3<br />

Negócio de corretoras<br />

Seguindo seu plano de expansão<br />

e consolidação no segmento de consultoria<br />

de riscos no mercado nacional, a MDS<br />

Brasil incorporou a Unificado, corretora especializada<br />

na operação de venda consultiva<br />

de programas de seguros para pessoa<br />

jurídica, entregando soluções de transferências<br />

de risco e atendimento de sinistros<br />

para clientes corporativos, em qualquer<br />

parte da cadeia produtiva e também em<br />

operações de infraestrutura.<br />

Operando há 23 anos no mercado, a Unificado<br />

Seguros desenvolveu especialidade no segmento de seguros<br />

corporativos. Com uma visão ampliada dos riscos<br />

dos clientes e do seu patrimônio, a proposta de trabalho<br />

da corretora é mapear cada uma das ameaças de perdas<br />

de bens, de riscos às pessoas e à imagem das instituições.<br />

A empresa trabalha na proteção de operações<br />

logísticas, riscos patrimoniais, perdas<br />

financeiras, responsabilidade civil e, ainda,<br />

na área de benefícios.<br />

Para Ariel Couto, CEO da MDS Brasil<br />

e Américas Regional Manager da Brokerslink,<br />

a compra da Unificado traz significativos<br />

ganhos de escala, capilaridade e<br />

geração de valor para ambas as marcas.<br />

“Ao passar a integrar o Grupo a MDS, a<br />

Unificado agrega não somente a especialização em soluções<br />

para operações logísticas, mas também uma equipe<br />

de profissionais qualificados e uma grande carteira de<br />

clientes, que passam a contar com todos os produtos e<br />

serviços que a MDS tem a oferecer. Por ter sua sede em<br />

Curitiba, a operação reforça, ainda, a nossa presença na<br />

região Sul do país”, afirma o executivo.<br />

9


PAINEL<br />

aniversário 2<br />

Festa para os dois dígitos de crescimento<br />

Julho é um mês especial para a<br />

Tokio Marine. Além de celebrar o aniversário<br />

de 64 anos de operação no Brasil, o<br />

período marca os 10 anos da gestão de<br />

José Adalberto Ferrara como presidente<br />

da companhia. Ao longo desta trajetória,<br />

a seguradora vem aumentando, de forma<br />

consistente, sua participação no mercado<br />

brasileiro com base na estratégia de valorização<br />

do Capital Humano; estreito relacionamento<br />

com quase 40 mil corretores e assessorias; e<br />

excelência na oferta de produtos e prestação de serviços<br />

para os clientes.<br />

Entre os meses de janeiro e abril deste ano, a empresa<br />

cresceu 19,7% em relação ao mesmo período de<br />

2022, com uma produção de R$ 3,9 bilhões em Prêmios<br />

Emitidos, enquanto o mercado no qual atua (sem Previdência,<br />

Capitalização e Saúde) teve uma expansão de<br />

14,6%, de acordo com os últimos dados<br />

divulgados pela Susep (Superintendência<br />

de Seguros Privados). Considerando o<br />

intervalo de doze meses, entre maio de<br />

2022 e abril de 2023, a companhia cresceu<br />

33,1%, com uma produção de R$ 11,5<br />

bilhões.<br />

“No intervalo de 2011 a 2022, a<br />

seguradora cresceu mais de 6 vezes, passando<br />

de uma produção de R$ 1,6 bilhão/<br />

ano para R$ 10,6 bilhões/ano, meta inicialmente prevista<br />

para alcançarmos apenas em 2024. Sem dúvida, a linha de<br />

atuação da Tokio Marine, baseada no que costumo definir<br />

como quatro P’s: Pessoas, Processos, Produtos e Paixão<br />

naquilo que fazemos, tem se mostrado muito assertiva.<br />

Ao fim de cada dia, queremos ter contribuído um pouco<br />

mais para a ampliação da cultura do seguro no Brasil”, comemora<br />

Ferrara.<br />

saúde<br />

Retorno à sociedade<br />

Os planos de saúde realizaram<br />

1,8 bilhão de procedimentos, entre<br />

consultas, exames, terapias e cirurgias<br />

em 2022. O número representa<br />

um aumento de 10,6% em relação ao<br />

total de procedimentos realizados em<br />

2021, quando foram feitos 1,6 bilhão<br />

de procedimentos. Os dados estão disponíveis<br />

de forma detalhada no painel<br />

dinâmico Mapa Assistencial da Saúde<br />

Suplementar, no portal da ANS (Agência<br />

Nacional de Saúde Suplementar).<br />

Os exames foram os procedimentos<br />

mais realizados no ano, totalizando<br />

1,1 bilhão de ocorrências (aumento<br />

de 10,2% em relação a 2021).<br />

Na sequência, vêm as consultas médicas,<br />

com 264,7 milhões (aumento de<br />

12,7% em relação a 2021) e procedimentos<br />

odontológicos, com 184,5 milhões (aumento de<br />

6,9% em comparação com o ano anterior). As internações<br />

somaram 8,8 milhões de ocorrências no ano, representan-<br />

do um aumento de 13,5% em relação<br />

a 2021. As terapias sofreram aumento<br />

de 7,3% e outros atendimentos ambulatoriais<br />

tiveram aumento de 15,6%,<br />

em comparação a 2021.<br />

“Esse painel permite uma análise,<br />

ao longo dos últimos anos, da<br />

evolução da produção assistencial do<br />

setor e da frequência de utilização de<br />

serviços de saúde, que é um dos fatores<br />

que compõem as despesas assistenciais”,<br />

afirma o diretor-presidente<br />

da ANS, Paulo Rebello.<br />

O Mapa Assistencial permite<br />

diferentes pesquisas de dados: por<br />

tipo de procedimento, por tipo de<br />

contratação do plano de saúde (individual<br />

ou familiar, coletivo empresarial<br />

e coletivo por adesão) e pela<br />

modalidade da operadora (autogestão, filantropia, seguradora,<br />

medicina de grupo, cooperativa médica, odontologia<br />

de grupo e cooperativas odontológicas).<br />

10


gente<br />

REFORÇO EM SEGUROS<br />

Os executivos<br />

Moyses Filipe e Rodrigo<br />

Tabarez são os novos sócios<br />

da Deloitte no Brasil<br />

para a área de seguros.<br />

Filipe e Tabarez passam,<br />

agora, a compor a Consultoria<br />

Empresarial.<br />

Com experiência em soluções de tecnologia<br />

em indústrias como as de serviços financeiros, seguros<br />

e telecomunicações, Moyses Filipe, atuará em<br />

projetos de transformação digital e de negócios a<br />

partir de abordagens inovadoras,<br />

além de atender<br />

de perto a um dos principais<br />

clientes da indústria<br />

financeira da organização.<br />

“Me junto ao time da Consultoria<br />

Empresarial para<br />

aplicar estas capacidades<br />

em iniciativas estratégicas e de impacto transformacional<br />

para nossos clientes”, destaca Filipe.<br />

DISTRIBUIÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA<br />

A SulAmérica anunciou<br />

Victor Bernardes<br />

como novo diretor Comercial<br />

de Vida e Previdência.<br />

O executivo, que<br />

já era diretor Técnico e<br />

de Operações da mesma<br />

área da companhia, assume<br />

novos desafios e passa a ter novas atribuições<br />

com as áreas Comercial e de Relacionamento, com<br />

o objetivo de estar cada vez mais próximo aos corretores<br />

e clientes.<br />

“Investimos em qualidade profissional com<br />

um time experiente e conectado com o que há de<br />

mais atual no mercado. Também olhamos para a<br />

inovação como uma ferramenta para auxiliar nossos<br />

clientes e parceiros no seu dia a dia. É um trabalho<br />

que só cresce e tenho orgulho de podermos<br />

expandi-lo ainda mais como time e empresa”, afirma<br />

Bernardes.<br />

RESPONSÁVEL PELAS FINANÇAS<br />

A Seguros SURA<br />

anunciou a chegada de<br />

Renato Santos à posição<br />

de diretor Financeiro<br />

e Administrativo. O novo<br />

executivo dará sequência<br />

a estratégia de aprimoramento<br />

e sofisticação da área financeira da organização.<br />

Ele acredita no potencial econômico da empresa,<br />

e está confiante na evolução do setor que irá<br />

comandar. “Estou muito feliz em assumir esse novo<br />

desafio, vejo que temos um grande potencial de<br />

negócios, pois cada vez mais a companhia investe<br />

em soluções de seguros capaz de proteger as necessidades<br />

atuais do consumidor. Com um robusto<br />

trabalho em equipe e com o apoio dos nossos parceiros,<br />

o objetivo é seguir alavancando as metas de<br />

crescimento e garantir a solidez financeira da seguradora”,<br />

comenta.<br />

NOVOS VICE-PRESIDENTES<br />

A Alper Consultoria<br />

em Seguros anunciou a<br />

criação de duas novas vicepresidências.<br />

A estratégia<br />

faz parte do atual momento<br />

da companhia de forte<br />

crescimento de negócios, o<br />

que permite que a empresa<br />

continue investindo em novos talentos e executivos<br />

para suportar a expansão de longo prazo.<br />

A vice-presidência de Cativas, Risk Management<br />

& Sinistros RE será comandada por Marcelo<br />

Elias. O executivo tem<br />

uma vasta experiência de<br />

mais de 29 anos na Marsh,<br />

outros 4 anos na Lockton<br />

e capacidade técnica para<br />

comandar novas funções<br />

e responsabilidades.<br />

Alexandre Boccia<br />

será responsável por comandar a vice-presidência<br />

de Bancassurance, Massificados & Filiais. O executivo<br />

já liderou negócios nessas áreas e a expansão de<br />

negócios em diversas seguradoras.<br />

11


gente<br />

REFORÇO NO TIME<br />

A Europ Assistance<br />

anunciou a chegada<br />

de dois executivos<br />

comerciais que irão<br />

reforçar sua equipe de<br />

Travel. O mais experiente<br />

deles é Alexandre<br />

Zaparoli, profissional<br />

com 25 anos de atuação<br />

na área comercial. “Temos certeza de que com o<br />

foco da empresa no produto Travel, teremos grande<br />

sucesso nas parcerias com o mercado e os clientes,<br />

porque em todos os nossos processos entregamos<br />

qualidade total”.<br />

O outro executivo<br />

é Renato Chama,<br />

que ao longo de 17<br />

anos acumulou passagens<br />

por empresas do<br />

segmento de seguro<br />

viagem. “Chegamos em<br />

um momento especial<br />

da companhia e acredito<br />

que com a nossa força de vendas, aliado ao<br />

know-how da Europ Assistance, faremos a diferença<br />

no trade”, completou Chama.<br />

LÍDER DA ÁREA DE BENEFÍCIOS<br />

A JDT Seguros<br />

anunciou a contratação<br />

de Elenice Machado<br />

para liderar a implantação<br />

da área de Benefícios<br />

da corretora.<br />

A profissional chega à<br />

corretora com a missão<br />

de estruturar a JDT Benefícios,<br />

que vai distribuir seguros de Saúde, Odonto<br />

e Vida para clientes do agronegócio, foco da JDT<br />

Seguros. “Ao longo dos nossos 15 anos, construímos<br />

uma carteira de clientes bastante robusta através da<br />

comercialização de seguros para equipamentos e<br />

implementos agrícolas. Nos últimos anos entramos<br />

no seguro Transportes, Agrícola e agora em Benefícios.<br />

Dessa forma, fortalecemos nossa proposta de<br />

valor de atender o agronegócio em todas as suas<br />

necessidades de proteção”, afirma Juliana Tiede, fundadora<br />

e CEO da empresa.<br />

“Estou muito feliz com essa nova fase da minha<br />

carreira. A JDT é uma corretora consolidada,<br />

mas com grandes ambições. Minha missão é usar<br />

todo o meu conhecimento para apresentar aos nossos<br />

clientes uma visão consultiva, com soluções estruturadas<br />

e inovadoras”, finaliza Elenice.<br />

NOVO PRESIDENTE<br />

Carlos Roberto Rafael é o novo diretorpresidente<br />

da Banestes Seguros. Com a nova<br />

configuração, promovida pela alteração no ato<br />

societário da companhia de seguros, o então diretor-presidente,<br />

Rômulo de Souza Costa, assume<br />

a cadeira da Diretoria de Controles Internos<br />

(Dicon). Já a Diretoria de Operações da Banestes<br />

permanece sob o comando de Silvano Márcio<br />

Kiefer.<br />

Graduado em Direito, Carlos Roberto Rafael<br />

possui em seu currículo profissional vasta experiência<br />

como dirigente de entidades públicas e<br />

governamentais, tais como Superintendência dos<br />

Projetos de Polarização Industrial (Suppin), Centrais<br />

de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa)<br />

e Junta Comercial do Estado (Jucees).<br />

12


EVENTO<br />

CCS/SP<br />

Roberto Santos participa de almoço<br />

do Clube dos Corretores<br />

O<br />

Clube dos Corretores de Seguros<br />

de São Paulo (CCS-SP) recebeu<br />

Roberto Santos, CEO do Grupo<br />

Porto e presidente do Conselho Diretor<br />

da CNseg, em seu almoço mensal. Ele comentou<br />

o bom momento do Grupo, que<br />

registrou crescimento em número de<br />

negócios e clientes, e abordou, ainda, na<br />

condição de conselheiro da CNseg, temas<br />

que estão movimentando o mercado.<br />

Além de Santos, representaram<br />

a Porto no evento Emerson Valentim,<br />

diretor Comercial de SP Capital e Metropolitana,<br />

Luiz Arruda, vice-presidente<br />

de Marketing, Clientes e Dados, e outros<br />

membros da equipe que atende aos corretores<br />

de seguros em São Paulo. O almoço<br />

contou, ainda, com as presenças<br />

do presidente do Sincor-SP, Boris Ber, do<br />

vice-presidente da Fenacor, Manuel Matos,<br />

e do ex-superintendente da Susep,<br />

Alexandre Camillo, dentre outras autoridades.<br />

O Open Insurance é uma cópia<br />

do Open Banking, porém, sem<br />

a mesma necessidade. “O<br />

mercado de seguros já é aberto,<br />

tem o corretor como consultor<br />

e contratos com vigência anual,<br />

condições que não existem<br />

na relação entre banco e<br />

correntista.”<br />

ROBERTO SANTOS, da CNseg<br />

Luiz Arruda, Boris Ber, Álvaro Fonseca, Roberto Santos e Emerson Valentim<br />

O executivo dedicou parte de sua apresentação a temas que<br />

estão desafiando o mercado. Um deles é o SRO (Sistema de Registro<br />

de Operações), que foi criado há dois anos pela Susep para o envio<br />

de informações das operações de seguros. Segundo ele, preocupa o<br />

mercado a concentração de cerca de 90% das informações em um<br />

dos três players homologados, que, além disso, sequer conseguiu<br />

repassá-las à Susep. “São dados de nossos clientes que estão circulando<br />

nas mãos de terceiros. Hoje, o SRO não se propõe para aquilo<br />

que foi criado”, disse.<br />

Na visão de Santos, o Open Insurance é uma cópia do Open<br />

Banking, porém, sem a mesma necessidade. “O mercado de seguros<br />

já é aberto, tem o corretor como consultor e contratos com vigência<br />

anual, condições que não existem na relação entre banco e correntista”,<br />

disse. Uma das figuras do Open Insurance, a SPOC (Sociedade<br />

Processadora de Ordem do Cliente), criada para substituir a SISS (Sociedade<br />

Iniciadora de Serviços de Seguro), não tem razão de existir,<br />

segundo o executivo, já que nenhuma empresa ainda foi homologada.<br />

Embora reconheça alguns avanços, como a desobrigação<br />

da participação de grandes riscos, um feito da gestão do ex-superintendente<br />

Camillo, Santos questiona a finalidade da SPOC, que, a<br />

seu ver, tem consumido recursos e tempo das seguradoras. “Por que<br />

encaminhar dados dos clientes para uma sociedade processadora<br />

se o corretor já faz isso? A imagem que tenho é a de que estamos<br />

construindo uma estrada hipermoderna, com investimentos pesados,<br />

pela qual não vai passar carro nenhum”, disse.<br />

14


EVENTO<br />

COMEMORAÇÃO<br />

ISB Brasil completa 39 anos integrando<br />

e fortalecendo o setor de seguros<br />

O<br />

Instituto Superior de Seguros e Benefícios Brasil (ISB Brasil)<br />

completou 39 anos e, ao longo de sua história, desempenhou<br />

um papel fundamental no mercado de seguros, buscando<br />

a integração dos diferentes ativos do setor, dedicando-se a<br />

promover a união e o fortalecimento das diversas entidades e instituições<br />

que compõem o mercado de seguros no Brasil.<br />

Paula Eckhardt, presidente da entidade, nasceu no ambiente<br />

de seguros. “Sou filha de pai que era securitário e hoje é corretor<br />

de seguros, e mãe corretora de seguros. Meu pai, Paulo A. Eckhardt<br />

participou da fundação da instituição e foi um dos primeiros<br />

presidentes. Cresci acompanhando as mudanças e o crescimento<br />

do mercado de seguros. Vi o nascimento e o desenvolvimento da<br />

instituição e faço parte da diretoria desde a gestão de 2017/2018”,<br />

conta.<br />

Ao longo de mais de três décadas, a entidade se reinventou<br />

não apenas na forma de trabalhar, mas na nomenclatura também.<br />

Nascido como Clusvip/PR, passou para CVG/PR e, mais recentemente,<br />

para ISB Brasil. A mudança do nome veio para reforçar a atuação<br />

do instituto como fomentador da cultura de seguros, mediando,<br />

promovendo e buscando soluções para os desafios enfrentados<br />

InSights Brasil<br />

pelo mercado. “O último ano também foi<br />

marcado por diversos encontros entre as<br />

lideranças de outras instituições do país,<br />

como por exemplo os CVGs de outros estados,<br />

Sindseg PR/MS, Sincor-PR, Clube<br />

da Bolinha do PR, entre outros”, diz Paula.<br />

A presidente explica que as perspectivas<br />

para o futuro são muito positivas.<br />

“Seguimos atuando para o avanço<br />

contínuo da integração e fortalecimento<br />

do mercado de seguros. O instituto está<br />

comprometido em acompanhar as mudanças<br />

e desafios que surgem no setor,<br />

buscando sempre soluções inovadoras<br />

através da geração do conhecimento. Isto<br />

tudo buscando, cada vez mais, ampliar<br />

a atuação além das fronteiras do Estado<br />

do Paraná, visando o desenvolvimento<br />

do setor de seguros em escala nacional”,<br />

afirma.<br />

15


EVENTO<br />

CONGRENORTE<br />

A força do seguro está em todos os lugares<br />

ENCONTRO DE CORRETORES REALIZADO<br />

NO NORTE DO PAÍS MOSTROU TODO O<br />

POTENCIAL DA REGIÃO<br />

O<br />

Congresso Norte de Corretores<br />

de Seguros – CongreNorte – reuniu<br />

nos dias 28 e 29 de junho,<br />

mais de 800 profissionais da região e de<br />

todo o país. O evento idealizado e realizado<br />

pelos sindicatos de corretores de<br />

seguros da Região Norte, este ano aconteceu<br />

em Manaus, tendo o Sincor Amazonas-Roraima<br />

como anfitrião.<br />

“Nosso objetivo é promover o melhor<br />

networking possível e ajudar os corretores<br />

de seguros, principalmente os da<br />

região Norte, a se desenvolverem cada<br />

vez mais, fazendo com que evoluam profissionalmente<br />

e cresçam seus negócios,<br />

aproveitando todas as oportunidades<br />

que a região possui e de forma sustentável”,<br />

declarou o presidente do Sincor AM/<br />

RR, Erico Parente, na abertura do evento.<br />

Ele esteve acompanhado dos colegas:<br />

Jair Conceição, presidente do Sincor Tocantins;<br />

Margarete Braga, presidente do<br />

Sincor Pará; e Tiago Sarturi, presidente do<br />

Sincor Rondônia e Acre.<br />

Parente destacou a importância<br />

dos eventos e cursos de qualificação<br />

para desenvolver ainda mais o mercado<br />

de seguros na região Norte. “No estado<br />

do Amazonas, temos 512 profissionais<br />

habilitados e apenas 370 empresas corretoras<br />

de seguros, para uma população de<br />

3.941.175 habitantes, segundo o último<br />

Censo. O estado do Pará, por exemplo,<br />

tem 410 empresas corretoras de seguros<br />

para uma população de 8.116.132 habitantes.<br />

O total de corretoras de seguros<br />

para toda a região Norte é de apenas<br />

1.198 empresas. São milhares as cidades<br />

mais afastadas dos centros onde existe<br />

demanda por produtos de seguros, e os<br />

consumidores acabam sem ter acesso às<br />

oportunidades que o mercado segurador<br />

oferece principalmente por falta de conhecimento<br />

e orientação, trabalho que<br />

Painel de abertura do Congrenort<br />

deve ser realizado por um corretor habilitado. Para aqueles que já<br />

têm a habilitação, a formação deve ser constante também para se<br />

manterem fortes e atuantes”.<br />

O presidente da Fenacor, Armando Vergílio, ressaltou a importância<br />

de levar qualificação ao corretor, que é o grande distribuidor<br />

de seguros no Brasil. “90% de todos os contratos de seguros são<br />

feitos pelas mãos dos corretores. Somos hoje mais de 130 mil profissionais<br />

em todo o país, um pouco menos de 3 mil na região Norte.<br />

Essas 58 mil corretoras em atividade no Brasil empregam milhares<br />

de pessoas, a maioria está na ponta, nas vendas, por isso a qualificação<br />

é objeto de preocupação e de foco do setor”, disse.<br />

Vergílio explicou o sucesso do corretor de seguros no mercado.<br />

“O corretor é um assessor, um consultor, outros países ficam<br />

encantados com nosso modelo de distribuição no Brasil, em que o<br />

distribuidor não custa nada para a seguradora, faz a prospecção do<br />

negócio, boa parte da subscrição, gestão do risco, e com parte do<br />

que a seguradora recebe do cliente ela vai remunerar. E não para<br />

aí, tem durante toda a vigência da apólice um trabalho de assessoramento<br />

ao cliente. É o melhor cobrador de parcelas em atraso da<br />

seguradora. E na hora do sinistro, é mais ‘sinistro’ para nós corretores<br />

do que para qualquer um, porque estamos sempre a postos. O corretor<br />

não deixa faltar proteção, amparo, atende o segurado”, defendeu.<br />

Com esse perfil, o corretor não pode deixar de investir em tecnologia,<br />

precisa estar contextualizado com o tempo presente, com as<br />

ferramentas tecnológicas, “que não são ameaça, mas grandes aliadas<br />

do corretor de seguros”. “As insurtechs que não incluíram o corretor<br />

deram com os burros n’água, porque quem quer o corretor é o consumidor.<br />

Precisamos proteger as pessoas e as suas conquistas, entender<br />

que é uma responsabilidade muito grande, para que possamos cumprir<br />

nossa missão com qualificação, não deixar nunca de se atualizar. Com<br />

tecnologia e aperfeiçoamento, o corretor de seguros continuará sendo<br />

relevante na região Norte e em qualquer outra do país”.<br />

QUALIFICAÇÃO EM DIVERSAS FRENTES<br />

O CongreNorte contou com palestrantes especialistas nas<br />

áreas de empreendedorismo, sustentabilidade e bem-estar, que<br />

trouxeram valiosas informações para o desenvolvimento pessoal e<br />

profissional dos corretores de seguros.<br />

16


O primeiro painel, “Corretor de seguros: o que estamos plantando<br />

hoje garantirá bons frutos no futuro?”, apresentado por Erico<br />

Parente (Sincor-AM/RR), teve como palestrantes Armando Vergílio<br />

(Fenacor); Maria Helena Monteiro (ENS); e Ronaldo Dalcin (Sindseg<br />

Norte/Nordeste), e ofereceu insights valiosos sobre o futuro do setor<br />

de seguros e as estratégias para garantir um futuro melhor.<br />

A palestra “Empreender para crescer com sustentabilidade e<br />

bem-estar”, apresentada por Bruna Garcia, fundadora da MegaLuzz<br />

Negócios, foi ideal para quem tem interesse em descobrir como<br />

construir negócios sustentáveis e prósperos, trazendo dicas valiosas<br />

para todos os empreendedores presentes.<br />

O painel “Diversificando a carteira com consórcios”, apresentado<br />

por Amândio Martins (corretor de seguros especialista), e<br />

com os palestrantes Dan Silva (Prefiro Consórcio), Wagner Vilas Boas<br />

(Bancorbrás), e Rafael Boldo (Porto Bank), foi bastante dinâmico, e<br />

atraiu quem tem curiosidade em explorar as oportunidades e os benefícios<br />

de diversificar a carteira com consórcios.<br />

A palestra “Seguro de vida: os segredos para aumentar o nível<br />

de consciência do cliente e vender mais”, trouxe estratégias para<br />

elevar o patamar de conscientização dos clientes e impulsionar as<br />

vendas nesse segmento tão importante. A palestrante Simone Magalhães<br />

ajudou os corretores de seguros a entenderem a importância<br />

desse produto, seus benefícios e como comunicar seu valor de<br />

forma eficaz aos clientes.<br />

Do painel “A Trilha das Oportunidades na Região Norte” participaram<br />

os executivos locais de seguradoras, Marcos Silva (Porto),<br />

Cefas Paiva Rodrigues, (Tokio Marine) e Emerson Passos (Liberty),<br />

sob mediação de Erico Parente, do Sincor AM/RR.<br />

Já o painel “Empreendendo e vencendo no mercado de seguros”<br />

trouxe histórias de sucesso dos corretores Elizeu Dias (Tudo-<br />

Seguro Corretora de Seguros), Luis Claudio (Maruaga Corretora de<br />

Seguros), Mauro Gonçalves (B10 Corretores de Seguros Associados),<br />

e Lesley Arruda (Lesley Corretora de Seguros), na mediação do jornalista<br />

William Anthony (Universo do Seguro).<br />

Houve ainda painéis simultâneos. O público pôde escolher<br />

entre o painel “Riscos Empresariais: um polo de oportunidades”,<br />

com palestras de Marcelo Pereira (economista), Elias Brasilino (corretor<br />

de seguros), e Paulo César Souza (Bradesco), além da mediação<br />

de Luiz André (Fenacor); e o painel “Quem é tech vende mais?”,<br />

com os palestrantes Emir Zanatto (TEx), Etienne Gonçalves (Liberty),<br />

Marcos Villa (Segfy), e o mediador Tiago<br />

Sarturi (Sincor RO/AC).<br />

Também aconteceram simultaneamente<br />

os painéis “Corretor, o Norte na<br />

distribuição de seguros”, com Hamilton<br />

Sobrinho (Mapfre), Ruberval Quirino (corretor),<br />

e José Luiz Fontes (Bradesco), além<br />

de mediação de Rogério Araújo (TGL<br />

Consultoria); e “Crescendo com sustentabilidade<br />

no Seguro Auto”, com Regis Melo<br />

(MaxPar/Autoglass), Mauro Gonçalves<br />

(B10 Corretora de Seguros), Saulo Gabriel<br />

(Allianz), e mediação de José Cristóvão<br />

Martins (Sincor-MT).<br />

O público escolheu entre o painel<br />

“A rota do seguro de transporte de cargas<br />

na região Norte”, com Rogério Bruch (Grupo<br />

Fetra), Ernesto Vasconcelos (Arte Real),<br />

Denis Castanho (Allianz), e mediação de<br />

José Luiz (Sincor-RO/AC); e o painel “Saúde,<br />

Odonto e a geração de novos negócios<br />

com PMEs”, com Pablo Guimaraes<br />

(Bradesco Saúde), Tania Moreira (Samel),<br />

e Darcley Moreno (DM Assessoria), e mediação<br />

de Margarete Braga (Sincor-PA).<br />

E pôde escolher entre o painel<br />

“Explorando Oportunidades no Seguro<br />

de Vida”, com Fabio Lessa (Capemisa), Rogério<br />

Araújo (TGL Consultoria), Alexandre<br />

Vicente (Liberty Seguros), e mediação<br />

de Simone Magalhães; e o painel “Seguro<br />

RC para Profissionais: um nicho em<br />

crescimento”, com Felippe Barreto (ZNT<br />

Assessoria e Consultoria), Elizeu Dias (TudoSeguro<br />

Corretora de Seguros), Julio<br />

Oliveira (corretor) e mediação de Bianca<br />

Peres (Mais Proteção).<br />

Para encerrar, palestra inspiracional<br />

do vendedor e grande nome do You-<br />

Tube, Rick Chesther.<br />

17


CAPA<br />

AVLA<br />

a operação<br />

de seguros empresariais<br />

Diego Bernardes, Superintendente de Subscrição; Felippe Astrachan,<br />

Country Manager do Brasil; Ana Paula Costa, Business Partner; Flávia Hammerle,<br />

Gerente Juridica; Thiago de Barros, Superintendente de Crédito; André Bertolino,<br />

Diretor Comercial e Ana Claudia Vilhena, Gerente de Subscrição<br />

ENTRE OS DEZ MAIORES EMISSORES DE CRÉDITO E GARANTIA DA AMÉRICA LATINA E HÁ<br />

UM ANO E MEIO NO BRASIL, SEGURADORA INVESTE EM INOVAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO<br />

Fundada em 2014 no Chile, a AVLA,<br />

ingressou em terras brasileiras<br />

em Dezembro de 2021, após rodada<br />

de investimento de R$100 milhões<br />

da Creation Investments, fundo de investimento<br />

de impacto social. A seguradora<br />

é líder em Seguro Garantia e Seguro de<br />

Crédito no Chile e Peru e já opera com<br />

todos os produtos das duas modalidades<br />

no Brasil. Além da Creation e dos fundadores,<br />

a Altra Investments e o KfW, banco<br />

de desenvolvimento do governo alemão<br />

através do DEG, também são acionistas<br />

da seguradora.<br />

Presente na lista dos dez maiores grupos seguradores de<br />

garantia e crédito da América Latina, a AVLA oferece, por meio<br />

de um background diferenciado, produtos B2B personalizados,<br />

customizados e inovadores ao mercado, sempre com foco em<br />

atender a pequenas e médias empresas. “Aterrissamos no Brasil<br />

com o compromisso de entregar soluções financeiras às mais de<br />

14 milhões de pequenas e médias empresas do país. Temos uma<br />

equipe altamente treinada e talentosa, cuja missão é servir de<br />

forma próxima, flexível e inovadora. Estamos muito felizes e entusiasmados<br />

com este grande desafio”, comenta Ignacio Alamos,<br />

CEO global da AVLA.<br />

A pegada focada em PMEs globalmente impulsionou parcerias<br />

de peso. Em 2021, a AVLA fechou um fundo exclusivo de 120 milhões<br />

de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento<br />

18


Flávia Hammerle, Ana Paula Costa e Ana Claudia Vilhena apresentam a cerveja da AVLA<br />

(BID), FinDev Canadá e ResponsAbility para financiar pequenas e<br />

médias empresas com suporte de apólices de seguro de crédito da<br />

seguradora.<br />

FOCO EM OUVIR O CLIENTE<br />

Após dois anos liderando o time no Brasil, Felippe Astrachan,<br />

country manager da AVLA Brasil, destaca que entender a necessidade<br />

dos clientes e corretores tem sido o principal fator para o sucesso<br />

até hoje. “Nossa abordagem é de escutar o que os segurados e corretores<br />

realmente precisam e customizar soluções para eles ao invés<br />

de simplesmente replicar os produtos de prateleira”, afirma.<br />

O discurso se reflete na prática.<br />

Desde a chegada no Brasil, uma dezena<br />

de produtos completamente novos<br />

foram lançados, frutos da parceria ativa<br />

com os segurados e corretores e a disponibilidade<br />

em se adaptar e procurar soluções.<br />

“Enxergamos um enorme potencial<br />

na adaptação e criação colaborativa com<br />

nossos clientes. Só assim conseguimos<br />

entregar soluções excepcionais e diferenciadas”,<br />

completa Astrachan.<br />

UMA NOVA SEGURADORA É SEMPRE IMPORTANTE PARA O MERCADO BRASILEIRO,<br />

ESPECIALMENTE FALANDO DE SEGURO DE CRÉDITO E A AVLA TRAZ FACILIDADE<br />

E INOVAÇÃO, COM PRODUTOS E CLAUSULADOS TOTALMENTE ADAPTADOS. O<br />

APETITE QUE A AVLA TEM NOS TRAZ MUITAS OPORTUNIDADES COM APÓLICES<br />

NÃO TRADICIONAIS.”<br />

ALINE DALINDO, Head de soluções financeiras América Latina - WTWCO<br />

19


CAPA<br />

AVLA<br />

Raimundo Perez, Gerente Geral Brasil & Diretor Geral P&C<br />

É com essa fórmula que a companhia,<br />

há menos de dois anos no Brasil, já<br />

conquistou grandes contas. “Uma nova<br />

seguradora é sempre importante para o<br />

mercado brasileiro, especialmente falando<br />

de seguro de crédito e a AVLA traz facilidade<br />

e inovação, com produtos e clausulados<br />

totalmente adaptados. O apetite<br />

que a AVLA tem nos traz muitas oportunidades<br />

com apólices não tradicionais”, conta<br />

Aline Dalindo, Head de soluções financeiras<br />

América Latina da WTW CO.<br />

SEGURO PATRIMONIAL ALL RISKS<br />

O mais recente exemplo foi o lançamento<br />

da cobertura de riscos patrimoniais<br />

All Risks. Ao primeiro olhar, cobrir<br />

incêndios, roubos, danos elétricos e afins<br />

não tem nenhuma novidade ao mercado<br />

segurador brasileiro, mas a diferença foi<br />

na forma. “Começamos a estudar o mercado<br />

de Riscos Patrimoniais e ficamos espantados.<br />

Existiam 85 diferentes tipos de<br />

coberturas e a apólice poderia chegar a<br />

ter 200 páginas. Era um desenho que claramente<br />

não era pensado em simplificar<br />

o produto aos clientes” explica Raimundo Perez, Gerente<br />

Geral Brasil & Diretor Geral P&C.<br />

A seguradora passou por um longo processo de<br />

preparação e lançamento de uma cobertura que pretende<br />

criar um produto simples e transparente, que já conquistou<br />

clientes importantes e conhecidos no mercado<br />

brasileiro. Com o produto All Risks da AVLA, as empresas<br />

só precisarão definir entre 5 tipos de coberturas, cuja cobertura<br />

de acidentes All Risks é a peça chave. “ O novo produto<br />

All Risks da AVLA resolveu diretamente uma dor do<br />

meu principal cliente. Sempre buscamos o que é melhor<br />

para o segurado, entender a necessidade dele, conseguir<br />

atender as cláusulas do contrato, para que o franqueado<br />

tenha uma cobertura adequada para o seu risco”, pontua<br />

Arthur Netto, Diretor Comercial da Somatec Seguros. Uma<br />

inovação pensada diretamente através do feedback dos<br />

clientes e corretores do que não funcionava nas coberturas<br />

existentes.<br />

A emissão pode ser 100% digital em menos de<br />

5 minutos, em um processo rápido e simples. Entre as<br />

coberturas disponíveis estão: eventos naturais e danos<br />

elétricos, roubo, perda de lucros (aluguel e despesas fixas),<br />

responsabilidade civil empresarial e acidentes All<br />

Risk - modalidade inédita no Brasil - sendo esta a única<br />

obrigatória.<br />

SEGURO GARANTIA: GESTION@ E FAST CLAIM<br />

“A chegada da AVLA tem contribuído muito com as mudanças<br />

dos produtos de seguro, especialmente o garantia. O mercado<br />

ainda não se adaptou 100% às mudanças da circular 662 mas a AVLA<br />

já veio quebrando esse paradigma, trazendo inovações e mudando<br />

O NOVO PRODUTO ALL RISKS DA AVLA RESOLVEU<br />

DIRETAMENTE UMA DOR DO MEU PRINCIPAL<br />

CLIENTE. SEMPRE BUSCAMOS O QUE É MELHOR<br />

PARA O SEGURADO, ENTENDER A NECESSIDADE<br />

DELE, CONSEGUIR ATENDER AS CLÁUSULAS DO<br />

CONTRATO, PARA QUE O FRANQUEADO TENHA UMA<br />

COBERTURA ADEQUADA PARA O SEU RISCO.”<br />

ARTHUR NETTO,<br />

Diretor Comercial da Somatec Seguros<br />

20


AS PRÓXIMAS APOSTAS<br />

DIGITAL REDOBRADO<br />

A AVLA está aumentando substancialmente suas<br />

iniciativas digitais. Atualmente, mais de 80% das<br />

decisões de subscrição são tomadas através de<br />

ferramentas de machine learning com redução da<br />

sinistralidade global em 40% e o plano é cada vez<br />

mais oferecer facilidades aos corretores e clientes.<br />

BRASIL SERÁ A PRINCIPAL REGIÃO<br />

A operação do Brasil é a aposta para guiar grande<br />

parte do crescimento das operações da Companhia.<br />

Segundo Ignacio Alamos, com a dimensão do Brasil<br />

e quantidade de oportunidades, não há dúvidas de<br />

que em pouco tempo se tornará a principal região<br />

da AVLA e parte crítica do plano de negócios da<br />

Companhia.<br />

ESCRITÓRIO NO TEXAS (USA)<br />

Recentemente anunciado, a AVLA está prestes<br />

a iniciar sua operação no Texas com foco em<br />

Seguro Garantia, a primeira incursão no mercado<br />

americano que tem um volume maior que o<br />

Brasileiro e enormes oportunidades de inovação<br />

digital.<br />

a visão dos produtos de seguro onde atua”, detalha Stephanie Zalcman,<br />

sócia e diretora técnica de operações e estruturações da WIZ.<br />

Uma das inovações no seguro garantia foi a ferramenta digital<br />

disruptiva com inspiração direta do Chile: o Gestion@. A solução<br />

é um software de gestão de risco de fornecedores onde os segurados<br />

podem gerenciar suas apólices de Seguro Garantia e garantir o<br />

controle das coberturas.<br />

Dentro do software proprietário da insurtech, o segurado<br />

consegue ter acesso às apólices vigentes, faz a gestão de endossos,<br />

prorrogações, pedidos de expectativa de sinistro e tem acesso a gráficos<br />

interativos de exposição por áreas de negócio - que permitem<br />

uma melhor utilização das proteções de garantia. “Nós acreditamos<br />

que o nosso papel como seguradora vai além de uma emissão da<br />

apólice, nós somos responsáveis em apoiar nossos segurados a gerir<br />

seu portfólio de riscos e usar melhor nossas apólices. Com eficiência<br />

e agilidade, o Gestion@ faz justamente isso”, afirma André Bertolino,<br />

Diretor comercial da AVLA.<br />

Além de gerir apólices, a solução permite customizar o clausulado<br />

e escolher a cobertura desejada - adiantamento de pagamento,<br />

performance, Fast Claim - e monitorar a condição financeira<br />

dos fornecedores. “Uma vez que o segurado cadastrar seus fornecedores<br />

na plataforma, nós faremos o monitoramento da condição<br />

financeira 24h por dia e informaremos desvios relevantes para que<br />

o segurado possa intervir antecipadamente no contrato e prevenir<br />

sinistros”, elenca Aline Luz, Gerente de Sinistros. E finaliza: “o impacto<br />

desse monitoramento é que já podemos observar claramente<br />

uma melhora das expectativas de sinistro<br />

dos clientes que começaram a usar nossa<br />

solução”.<br />

A inovação recém lançada vem<br />

logo após mais uma novidade criada para<br />

resolver as dores dos segurados, o clausulado<br />

Fast Claim. - um modelo de apólice<br />

focado em prover transparência e objetividade<br />

aos beneficiários de Seguro Garantia,<br />

através de uma completa revisão<br />

da cláusula de cálculo de prejuízos e pagamento<br />

de sinistro. “O Fast Claim é mais<br />

uma resposta ao ouvir o feedback de nossos<br />

clientes. Estamos muito focados em<br />

atender aos Beneficiários de Seguro Garantia,<br />

além dos tomadores com uma ferramenta<br />

digital eficiente”, diz Astrachan.<br />

CRIATIVIDADE NA CUSTOMIZAÇÃO<br />

DE CLAUSULADOS<br />

Para ser capaz de atender às necessidades<br />

dos clientes é preciso ter um<br />

olhar detalhista nos clausulados e coberturas.<br />

“Alocamos um esforço enorme<br />

para atender a pedidos de customização<br />

e manter a disciplina legal, regulatória<br />

21


CAPA<br />

AVLA<br />

e de resseguro” diz Flávia Rezende, Gerente<br />

Jurídica da AVLA. “A criatividade e<br />

estímulo para sair da caixa na AVLA são<br />

realmente incomparáveis”, conta Flavia.<br />

Um desses exemplos é o Single<br />

Buyer Reverso, apelidado internamente<br />

de SBR. De um esforço de tentar se adaptar<br />

ao que pediam os clientes, surgiu mais<br />

uma solução simples para uma grande<br />

demanda do mercado de Seguro de Crédito.<br />

O SBR é uma evolução da Garantia<br />

Financeira – a cobertura garante o pagamento<br />

de compras de produtos e prestação<br />

de serviços, com o risco (devedor)<br />

sendo aquele que solicita a contratação<br />

do seguro e é responsável pelo pagamento<br />

do prêmio. Esse seguro oferece taxas<br />

mais atraentes e é um produto inédito<br />

na América Latina. “A solução para a demanda<br />

dos clientes estava em nossa mão<br />

e simplesmente fizemos uma adaptação<br />

do nosso produto padrão a um novo modelo<br />

de clausulado” conta Maity Gignon,<br />

Gerente de Subscrição de Seguro de Crédito.<br />

Diferente das Garantias Financeiras,<br />

a solução não consome a capacidade de<br />

crédito de garantia da empresa.<br />

Felippe Astrachan; André Bertolino; Marcela Moreno, Diretora de Projetos; Ignacio<br />

Álamos, CEO Global e Raimundo Perez, Gerente Geral Brasil & Diretor Geral P&C no<br />

evento AVLA Fest em fevereiro deste ano<br />

INOVAÇÃO QUE VEM DE DENTRO<br />

Para ser capaz de inovar, a AVLA<br />

aposta em um time e ambiente colaborativo,<br />

aberto, informal e leve. Segundo<br />

a Business Partner Ana Paula Costa, o jeito<br />

de ser das pessoas impulsiona todas<br />

as grandes ideias e inovações. “Sem um<br />

time engajado e aberto ao contraditório,<br />

é difícil sair da mesmice”, comenta.<br />

A fórmula é simples. Todos estão<br />

sempre convidados a darem a opinião e<br />

questionarem o porquê as coisas são feitas<br />

de uma certa maneira. “Não aceitamos<br />

a resposta de “esse é o jeito que sempre foi<br />

feito”, diz Costa. “A cultura vai além de impor<br />

normas institucionais”, salienta Nayara<br />

Ramos, Analista de Subscrição da AVLA.<br />

O ambiente é informal e descontraído<br />

para criar uma atmosfera convidativa<br />

e agradável em que qualquer colaborador<br />

contribui com a melhora dos processos e<br />

serviços. A mesa de pingue pongue, frequentemente<br />

usada, a chopeira no escritório<br />

e os eventos recorrentes – como o<br />

pet day, ou o Dogão & Moletom, iniciativa<br />

de doação da AVLA – são elementos fundamentais da cultura da<br />

AVLA e dos resultados que entregamos. “Eu sei que aqui eu tenho voz<br />

ativa, que minha opinião é levada em consideração, independente<br />

do meu cargo. Os times são sempre receptivos às mudanças que<br />

queremos propor”, comenta Heron Cordeiro, assistente comercial da<br />

seguradora.<br />

O time também foi rapidamente formado com profissionais<br />

muito experientes no mercado de seguros e também com pessoas<br />

que vêm de fora para dar dinâmica na geração de ideias. São 100<br />

colaboradores full time contratados em um ano e meio de operação<br />

e o time segue crescendo.<br />

SUSTENTABILIDADE NO CENTRO DO NEGÓCIO<br />

Além de gerar resultados, a missão da seguradora é ter impacto<br />

positivo em quatro pilares, que apoiam os Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas<br />

(ONU), que são:<br />

André Bertolino<br />

22


Fabricio Lopes, Jean Lima, Leonardo Vieira, Cristiane Nunes, Marcelo Rosado, Euzenir Silva, Marllon Fernandes, André Bertolino, Andre Lima,<br />

Glenda Campos, Ricardo Darú e Júlio Lima representam parte do time comercial da companhia<br />

A AVLA SE COMPROMETE A SER RECONHECIDA<br />

COMO UMA EMPRESA QUE GERA E FACILITA A<br />

SUSTENTABILIDADE DE IMPACTO ECONÔMICO E<br />

SOCIAL SUSTENTÁVEL, COM BASE NOS QUATRO<br />

PILARES QUE NOS DESAFIAM A CONTRIBUIR<br />

PARA O QUE É MAIS NECESSÁRIO PARA A REGIÃO.<br />

ESTAMOS CONFIANTES DE QUE A CONSTRUÇÃO<br />

DE RELACIONAMENTOS FORTES, INTEGRIDADE,<br />

GOVERNANÇA CORPORATIVA E NOSSA CAPACIDADE<br />

DE ADAPTAÇÃO A AMBIENTES EM MUDANÇA SÃO A<br />

CHAVE PARA ALCANÇAR ESSES OBJETIVOS”.<br />

IGNACIO ÁLAMOS, CEO Global<br />

- Desenvolvimento de PMEs: a<br />

AVLA apoia mais de 65 mil PMEs por meio<br />

das apólices de seguro e segue fortalecendo<br />

a marca com soluções financeiras<br />

inovadoras, apoio e educação com treinamentos<br />

gratuitos<br />

- Empoderamento da mulher:<br />

Promove o desenvolvimento de talentos<br />

femininos e fornece ferramentas para<br />

profissionalizar e treinar PMEs lideradas<br />

por mulheres. Foram premiados pela Sou<br />

Segura nas categorias Walk the Talk e CEO<br />

mais inclusivo na última premiação.<br />

- Melhoria das condições de moradias:<br />

Cerca de 2,8 mil famílias de média-<br />

-baixa renda foram financiadas para comprar<br />

sua nova casa por meio da parceria<br />

com a fintech Creditú.<br />

- Meio ambiente: mais de 1.250 milhões<br />

de dólares investidos em capital segurado<br />

para projetos de apoio ao meio ambiente.<br />

A AVLA promove o uso de energias<br />

renováveis não convencionais por meio de<br />

garantias e auxilia as empresas a serem responsáveis<br />

com seus impactos ambientais.<br />

23


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

TENDÊNCIAS<br />

ASG E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE<br />

podem significar um campo de avanço<br />

COM MENOS DINHEIRO DISPONÍVEL, STARTUPS DA ÁREA DE SEGUROS DEVEM<br />

INICIAR UMA NOVA FASE EM 2024, APOSTANDO EM OCUPAR ESPAÇOS AINDA<br />

VAGOS NO MERCADO DE SEGUROS<br />

Kelly Lubiato<br />

Cooperação é a palavra de ordem<br />

no mundo das insurtechs, seja<br />

no Brasil ou no mundo. Se elas<br />

surgiram para cobrir lacunas na operação<br />

do mercado, ou para investir na<br />

distribuição digital de produtos, ainda<br />

precisam demonstrar seu valor para<br />

continuar recebendo investimentos.<br />

Segundo Hugues Bertin, CSO da<br />

Digital Insurance Latam, o baixo investimento<br />

em insurtechs em 2023 (entre<br />

US$ 70 e 80 milhões no primeiro semestre,<br />

na América Latina) continuará até<br />

que as insurtechs não resolvam pelo<br />

menos dois dos cinco atributos principais<br />

a seguir: custos de aquisição mais<br />

baixos; menores custos de administração;<br />

melhora do risco com dados ou<br />

prevenção; aumento do valor do tempo<br />

de vida; cobertura de uma nova necessidade<br />

real.<br />

“Esperamos que as insurtechs retomem<br />

esse “Back to basics” como chave<br />

de sucesso e, por isso, devemos ver a<br />

partir de 2024 uma nova onda de insurtech<br />

2.0, já que nosso setor de seguros<br />

tem muitas ineficiências que apenas a<br />

tecnologia conseguirá resolvê-las”, prevê<br />

o especialista.<br />

Há algumas tendências que são<br />

comuns aos mercados globais. O aumento<br />

da resiliência e a agilidade continua<br />

a ser prioridade, assim como a<br />

evolução das empresas ligadas aos riscos<br />

climáticos, a atenção às políticas de<br />

ASG (ambiente, social e governança) e o<br />

investimento na experiência do cliente.<br />

Há também pontos que se cruzam<br />

com as tendências das segura-<br />

doras tradicionais, como a necessidade de parcerias entre incumbentes<br />

e insurtechs, conforme estudo “Tendências da Indústria de<br />

Seguros”, publicado pela consultoria Accenture. Este mesmo estudo<br />

aponta que o seguro precisa deixar de ser um produto elitizado<br />

e, neste ponto, as insurtechs têm muito a contribuir, porque elas<br />

ajudam a democratizar o acesso aos produtos e serviços, de formas<br />

mais ágeis e com custo menor. “No cenário atual, a parceria entre<br />

insurtechs e incumbentes será acelerada, e os números já mostram<br />

isso, com um crescimento de 7% entre fusões e aquisições<br />

24


em 2022, comparado a 2021”, destaca Hugo Assis, sócio Líder da<br />

Indústria de Seguros para Latam da Accenture.<br />

Para o consultor, as insurtechs já apoiam o mercado de seguros<br />

para acelerar partes importantes do ecossistema, como distribuição,<br />

aumento do portfolio, inserção de produtos em canais<br />

digitais e muitas outras alavancas que irão ajudar a melhorar o<br />

acesso aos produtos de seguros.<br />

“Algumas tendências para o mercado das insurtechs não<br />

se realizaram”, afirma José Prado, fundador da Insurtech Brasil e<br />

da Associação Brasileira das Insurtechs.<br />

“Estamos no momento de mostrar o<br />

que aprendemos e que está sendo aplicado<br />

nas seguradoras, MGA’s e corretoras.<br />

Temos que ressaltar a inovação fora<br />

das insurtechs e mostrar que todos são<br />

inovadores”, provoca Prado.<br />

Para ele, o modelo “dos sonhos”,<br />

de capital sobrando, que reinou de 2008<br />

25


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

TENDÊNCIAS<br />

HUGUES BERTIN,<br />

da Digital Insurance Latam<br />

a 2021 não existe mais. “Ele pode voltar<br />

daqui uns três anos, porque estamos em<br />

momento de juros altos e poucos investimentos<br />

em startups, que são de risco”.<br />

O setor passa por um período de ajustes<br />

das empresas.<br />

UM OCEANO DE OPORTUNIDADES<br />

O mercado de seguros oferece uma<br />

série de possibilidades de atuação para empresas<br />

de tecnologia. A lacuna de proteção<br />

é um atrativo para empresas de qualquer<br />

parte do mundo, porque a participação<br />

do setor no PIB ainda é pequena, cerca de<br />

5,2% em 2022, segundo dados da CNseg.<br />

“As empresas buscam novas parcerias<br />

para distribuição. O CAC (Custo de<br />

JOSÉ PRADO,<br />

da Insurtech<br />

Aquisição de Cliente) de mar aberto está muito alto. O canal corretor<br />

é acessível”, confirma Prado, da Insurtech Brasil.<br />

Hugo Assis destaca que a distribuição não será definida apenas<br />

pelo custo, e sim pela jornada da compra e por produto. “O cliente<br />

que está comprando uma viagem pode aceitar digitalmente uma<br />

oferta embarcada de um seguro viagem, mas um seguro de vida<br />

pode necessitar de um aconselhamento mais estruturado, onde o<br />

corretor sempre terá seu espaço”.<br />

“Na parte da distribuição, é provável que, graças à chegada<br />

da IA ​generativa, voltemos a ver uma nova tendência para o Direct-<br />

-To-Consumer, usando canais como o WhatsApp como um novo<br />

eixo de distribuição com um ChatBot Evolutivo”, explica Hugues Bertin.<br />

Caso a Generative AI seja um “hype” sem a capacidade de escalar<br />

esta nova tecnologia, é provável que todos os modelos de distribuição<br />

caminhem para o B2B2C, contando com plataformas de distribuição<br />

capazes de ligar as seguradoras tradicionais à distribuição.<br />

Para o executivo da Digital Insurance, nos próximos meses,<br />

devemos ver cada vez mais insurtechs trabalhando em novos riscos<br />

(cripto, ciber) ou riscos tradicionais “maltratados até agora”, como<br />

PMEs e independentes. “Do ponto de vista dos produtos, a nova matriz<br />

que vai passar por uma grande revolução está relacionada aos<br />

benefícios para funcionários, como Betterfly, Fully Ecosystem etc.<br />

Bertin completa: “do lado dos habilitadores, as áreas que gerenciam<br />

os dados para melhorar os riscos (assinatura, segmentação,<br />

retenção) devem ser as estrelas. Agora, a digitalização dos processos,<br />

a APIficação do setor continuará a ser área chave para atuação<br />

das insurtechs. Por fim, a tendência Open Insurance abre um mar de<br />

oportunidades que vão surgindo aos poucos”.<br />

Há cinco anos, lembra Hugues, todo mundo falava em desintermediação,<br />

que os intermediários iam acabar e que o cliente queria<br />

comprar seguro sem atrito, 100% online. A realidade mostrou-se<br />

muito diferente. “Hoje sabemos que o cliente é 80% híbrido e por<br />

isso quer ter ferramentas de autogestão (venda e pós-venda), mas<br />

também quer poder falar com um humano quando necessário. O<br />

grande vencedor destes cinco anos é o intermediário elevado ao<br />

que chamamos de “OMNI”, que consegue usar a tecnologia (facetime,<br />

diagnóstico de riscos, API, RRSS) para poder proporcionar uma<br />

experiência humana e omnicanal aos seus segurados. O desafio não<br />

é mais a famosa “Transformação Digital” e sim como podemos “humanizar<br />

o digital”.<br />

PARCERIA COM SEGURADORAS<br />

No passado, havia o mito de que as insurtechs surgiram para<br />

concorrer com as seguradoras tradicionais. Na verdade, elas vieram<br />

para somar. Muitas seguradoras começaram a investir em aceleradoras<br />

e espaços para cocriação, abrindo verdadeiros laboratórios de<br />

inovação para hospedar startups.<br />

O Grupo Bradesco investiu na InovaBra, assim como a Porto<br />

apostou na aceleradora Oxigênio. O Grupo Mapfre institucionalizou<br />

a Mapfre Open Innovation - MOI, como forma de se conectar com o<br />

ambiente aberto.<br />

Nik Maack, superintendente de Negócios Digitais e Inovação<br />

da Mapfre, explica que o MOI é uma grande fábrica de projetos, ba-<br />

26


seado em alguns pilares como: identificar uma dificuldade estratégica<br />

onde, rapidamente a seguradora se conecta neste hub local,<br />

para buscar soluções; aplicar a inovação disruptiva, na qual entra<br />

a capacidade de investir nas insurtechs (através de Venture Capital<br />

própria);<br />

“Nosso olhar é de apoio e cooperação, porque muitas empresas<br />

já possuem solução, flexibilidade e agilidade que nós, grandes<br />

seguradoras, não temos. Isso pode ser rapidamente implementado,<br />

para gerar valor percebido pelos clientes, tanto corretores de seguros<br />

quanto consumidores”, esclarece Maack.<br />

O MVP - Mínimo Produto Viável - para a Mapfre é Mínimo<br />

Produto de Valor. A empresa implantou a vistoria para sinistros de<br />

seguro auto por foto, para encurtar o tempo desde a vistoria até a<br />

repação. O segundo caso é para os sinistros de vidros em seguro<br />

residencial, no qual o cliente pode fazer a vistoria a distância. A tramitação<br />

de ambos os processos é feita com a aplicação de Inteligência<br />

Artificial. Em ambos os casos, o período de tramitação dos processos<br />

caiu drasticamente: em auto, reduziu de 2 dias para quatro<br />

horas, na média (processo de peritação e liberação), em residencial,<br />

reduziu de 20 para 4 dias. “Como toda e qualquer inteligência precisa<br />

de massa para ir crescendo, nós testamos para depois partir para<br />

a implementação definitiva”, conta Maack.<br />

NIK MAACK,<br />

da Mapfre<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

A mudança do modelo de atuação é mais do que uma tendência,<br />

é uma necessidade. “Devido à falta de recursos financeiros e<br />

ao encolhimento da pista (número de meses que uma empresa tem<br />

antes de ficar sem dinheiro), todos os corretores digitais que investiram<br />

pesadamente em aquisição migram para modelos B2B2C ou<br />

plataformas de distribuição ‘white label’ ou venda de seus ativos e<br />

conhecimento tecnológico”, enumera Hugues Bertin.<br />

Ele também cita, agora, a nova tendência de inovação: a<br />

Sustentabilidade. “Todas as novas insurtechs de sucesso, atuais e<br />

futuras, são as que têm triplo impacto: lucratividade (usando dois<br />

dos cinco atributos mencionados no início da matéria), ambiental<br />

e social”.<br />

Na outra ponta, cada seguradora tem sua maturidade e sua<br />

estratégia. Bertin avalia que a compra de insurtechs é um eixo a ser<br />

analisado, em especial para melhorar uma parte de sua cadeia de<br />

valor ou para comprar um ativo tecnológico de distribuição que não<br />

possui. Entretanto, é pouco provável que os empresários fiquem<br />

depois da compra e integração, pelo que é fundamental que as seguradoras<br />

avaliem cuidadosamente o que compram, qual é o ativo<br />

real adquirido e a sua capacidade de integrá-lo na sua organização,<br />

eventualmente sem os fundadores”.<br />

Pelo lado dos seguradores, Nik Maack pondera que há oportunidades<br />

para as insurtechs em modelos de subscrição, que possam<br />

atuar como MGA’s, sabendo das regras da companhia e tendo<br />

tecnologia mais flexível, conectando-se em canais de distribuição.<br />

Ele também acredita que o pós-venda merece destaque, porque as<br />

insurtechs podem buscar a simplificação para gerar experiências<br />

positivas para o consumidor.<br />

Maack salienta: “é preciso olhar para a nova geração de consumidores,<br />

que precisam de produtos<br />

que, muitas vezes, demoram a ser desenvolvidos<br />

pelas seguradoras tradicionais.<br />

Produtos pensados na longevidade, no<br />

seguro liga e desliga, nas oportunidades<br />

de paramétricos etc”.<br />

Qualquer inteligência para ser potente<br />

e ganhar corpo precisa de dados.<br />

Os dados de apenas uma seguradora<br />

pode restringir a capacidade de expansão<br />

desta inteligência. Às vezes, ter uma<br />

insurtech fornecendo para as seguradoras<br />

é como se elas cooperassem para um<br />

modelo de transformação de mercado,<br />

com cada uma extraindo o melhor da<br />

inteligência, com todas se beneficiando<br />

dos dados que passarem pela tecnologia.<br />

“A startup cresce, o mercado cresce e as<br />

seguradoras também, com um benefício<br />

competitivo", pontua Maack.<br />

Hugues Bertin aposta que todos<br />

os produtos vão continuar passando por<br />

grandes transformações, com todas as<br />

tecnologias disponíveis até as linhas comerciais.<br />

“Depois da telemática (seguro<br />

de carro) e dos dispositivos de saúde e<br />

vida (para melhorar o bem-estar), continuaremos<br />

a ver como novas tecnologias,<br />

como a Internet das Coisas (mundo dos<br />

censores) e a IA generativa, oferecerão<br />

novas experiências”.<br />

Mas, todos os especialistas ressaltam<br />

que é preciso olhar para a “humanização”<br />

da Inteligência Artificial. Ela não<br />

pode ser dura, precisa conseguir ler as<br />

27


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

IA<br />

para o futuro<br />

SIM. O QUE ERA NONSENSE E IMPOSSÍVEL TORNOU-SE PALPÁVEL, REAL. A<br />

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) NÃO É MAIS TEMA EXCLUSIVO DE HISTÓRIAS<br />

EM QUADRINHOS OU DE ROTEIROS DE FICÇÃO CIENTÍFICA. DORME-SE<br />

COM ELA, RESPIRA-SE ELA, E O SETOR DE SEGUROS COMPREENDEU OS<br />

COMPLEXOS SINAIS EMANADOS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS POR QUEM PENSA<br />

E DESENVOLVE IA. DAS ACALORADAS DISCUSSÕES NO CAMPO FILOSÓFICO<br />

AO COTIDIANO DE MERCADO, A INDÚSTRIA SECURITÁRIA PROCURA FAZER<br />

DO UNIVERSO DIGITAL SUA CASA PARA INFINITAS IDEIAS E PROPOSTAS,<br />

PORÉM RESPONSÁVEIS. AS SOLUÇÕES SURGEM DIA APÓS DIA, ANTES<br />

MESMO DE UM MARCO REGULATÓRIO OU DE LEIS MAIS APROPRIADAS AO<br />

TEMA SEREM SACRAMENTADOS<br />

André Felipe de Lima<br />

Certamente o tema “seguro” jamais<br />

passou pelas mentes do<br />

diretor Ridley Scott e dos roteiristas<br />

Hampton Fancher e David Peoples<br />

durante a produção, realizada entre<br />

1981 e 1982, do célebre Blade Runner,<br />

o caçador de andróides, um clássico<br />

do gênero “ficção científica”. O mesmo<br />

pode-se dizer do cineasta Steven Spielberg<br />

com o seu não menos cultuado e<br />

comovente A.I. Artificial Intelligence,<br />

filmado entre 2000 e 2001 e cujo roteiro<br />

Spielberg assina com Ian Watson. Os<br />

dois filmes ajudaram a semear o debate<br />

sobre Inteligência Artificial (IA). Inicialmente,<br />

sob um viés filosófico e, em um<br />

plano posterior, sob uma orientação sociológica,<br />

atraindo, na sequência, o mercado.<br />

Tudo soava, para muitos, irrealizável,<br />

mas ao mesmo tempo assustador. O<br />

novo milênio trouxe consigo, contudo,<br />

uma aura destemida e um olhar para o<br />

futuro que faz da ciência a prioridade,<br />

um veio catalisador da vida e, agora<br />

e definitivamente, de mercados também,<br />

após a expansão de complexas e<br />

impressionantes concepções de IA. Um<br />

dos setores que se anteciparam com a percepção de que a Inteligência<br />

Artificial deveria ser inserida em seu dia a dia é o seguro,<br />

apesar da desídia dos geniais cineastas aqui citados.<br />

O mais surpreendente de tudo é que o setor sempre teve a<br />

pecha de conservador, mas seus atores levam a sério a velha máxima<br />

“quero estar vivo para ver”. Vivos, atentos e inovadores! Em pouco<br />

mais de duas décadas, a Inteligência Artificial investe-se em tudo<br />

que nos cerca, sobretudo no campo da saúde, onde o seguro é indispensavelmente<br />

presente. Mas há uma palavra que jamais pode<br />

ser negligenciada nesse percurso que nos conduz a um mundo no<br />

qual o real e o imaginário se confundem: responsabilidade. O setor<br />

de seguros parece ter internalizado a premissa, especialmente para<br />

tornar mais efetiva a relação dos seus serviços e propósitos com os<br />

seus consumidores.<br />

Tudo depende, entretanto, não somente de uma necessária<br />

alteridade, mas também de leis claras que regulamentem a Inteligência<br />

Artificial, e esse desafio não é uma peculiaridade brasileira.<br />

O mundo inteiro ainda discute, no campo jurídico, como regulamentar<br />

a IA.<br />

28


Em nosso caso particular, foi aprovado em setembro de 2021,<br />

por uma comissão especial da Câmara, o projeto de lei 21/2020, que<br />

abriu as discussões sobre a regulação da Inteligência Artificial no<br />

Brasil, como explica o advogado Ricardo Freitas Silveira, especialista<br />

em direito digital. O PL envolveu princípios normativos, mas era<br />

necessário aprofundar o debate, por isso o Senado Federal instaurou<br />

uma comissão de juristas para elaborar um projeto mais alentado,<br />

mais aprofundado, que resultou no PL 23338/2023, de autoria<br />

do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que aprimora a regulamentação<br />

das tecnologias de IA. “O novo projeto é baseado em<br />

riscos, ou seja, na categorização da Inteligência Artificial com base<br />

nos riscos que pode gerar e ainda contempla os direitos fundamentais<br />

dos usuários, mas sem coibir o avanço da inovação, a exemplo<br />

do que fez a União Europeia. A visão do ministro Ricardo Villas Bôas<br />

Cuevas no comando da comissão de juristas foi fundamental para<br />

propiciar esse formato ao projeto, que tem como característica ser<br />

interdisciplinar e transitar por diferentes setores interessados, sejam<br />

as empresas, a comunidade científica, parlamentares, governos,<br />

usuários etc.”, afirma Silveira.<br />

No Senado, o PL 23338 tramita pelas<br />

comissões permanentes do Senado e,<br />

se aprovado, será remetido à Câmara dos<br />

Deputados. Caso não haja alteração, ele<br />

será enviado para sanção presidencial.<br />

“Fato é que depois da democratização do<br />

conhecimento da Inteligência Artificial<br />

generativa pelo Parlamento brasileiro, a<br />

necessidade de regulamentação ganhou<br />

uma nova perspectiva, seguindo uma<br />

tendência mundial de regulação”, reforça<br />

o advogado. Segundo o especialista, há<br />

muito sensacionalismo sobre os riscos<br />

da Inteligência Artificial e, consequentemente,<br />

uma legislação que não garanta a<br />

inovação e o desenvolvimento tecnológico<br />

pode ser muito prejudicial para todos.<br />

“É preciso focarmos em uma Inteligência<br />

Artificial responsável, o que compreende<br />

sua utilização efetiva fruição por parte<br />

da sociedade de todos os seus inúmeros<br />

benefícios, bem como cautelas e limitações<br />

para que os riscos e os erros que<br />

são cometidos sejam minimizados. Veja<br />

que a regulamentação em todo o mundo<br />

está em diferentes estágios, sendo que<br />

a União Europeia deu um passo à frente<br />

com a aprovação do Parlamento Europeu<br />

de lei que regula as práticas voltadas à IA<br />

e deve influenciar muitos países, o que é<br />

conhecido como ‘Efeito Bruxelas’.”<br />

Especialista na área do direito da<br />

saúde e com atuação em contencioso cível,<br />

com ênfase na área de saúde suplementar,<br />

a advogada Mariana Machado<br />

destaca que, embora o projeto siga sem<br />

entrave no Senado o rito de tramitação<br />

regular, é necessária a ampliação do debate<br />

para contribuição de toda a sociedade<br />

civil organizada sobre a proposta<br />

legislativa. Nesse sentido, recorda a advogada,<br />

foi realizada no dia 5 de junho,<br />

a primeira reunião de trabalho do Conselho<br />

de Comunicação Social do Congresso<br />

Nacional (CCS) para analisar, com auxílio<br />

de especialistas da área, os impactos da<br />

tecnologia que já vem sendo utilizada e<br />

a necessária proteção legal da sociedade,<br />

a fim de evitar prejuízos aos cidadãos.<br />

“Os projetos de lei 5051/2019, 21/2020 e<br />

872/2021 tramitavam concomitantemente,<br />

com o objetivo de estabelecer balizas<br />

para o desenvolvimento e aplicação<br />

29


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

IA<br />

RICARDO FREITAS SILVEIRA,<br />

advogado<br />

de sistemas de Inteligência Artificial no<br />

Brasil, contudo foi elaborado texto legal<br />

mais avançado tecnicamente, sendo os<br />

três mencionados, substituídos pelo PL<br />

2338/2023. Desse modo, todo o aparato<br />

legislativo acerca da IA será concentrado<br />

no PL 2338/2023, o que acarreta maior<br />

intensificação de esforços pelos representantes<br />

do Congresso Nacional para<br />

aprovação final do projeto”, avalia a advogada,<br />

que, recentemente, escreveu um<br />

artigo no qual afirma que o uso da Inteligência<br />

Artificial (IA) na área de saúde surge<br />

como um grande marco desse avanço<br />

tecnológico, em que é possível personalizar<br />

a relação dos envolvidos e garantir<br />

mais agilidade ao processo.<br />

Mariana explica que, no cenário<br />

atual, a contratação do seguro saúde<br />

ocorre de forma bilateral, mediante cláusulas<br />

fixas e pré-determinadas que tendem<br />

a ganhar uma nova formatação com<br />

a aplicação da IA pelas seguradoras. Na<br />

prática, diz ela, a personalização dos contratos<br />

se daria ao utilizar técnicas de análise<br />

de dados, aprendizado de máquina<br />

e processamento de linguagem natural,<br />

pelo uso da IA que iria avaliar os dados do<br />

segurado e personalizar a cobertura do<br />

plano de saúde conforme suas necessidades<br />

específicas, identificando possíveis<br />

riscos de saúde, histórico de doenças, estilo<br />

de vida e localização geográfica. “Com<br />

base nessas informações, a IA poderá recomendar<br />

coberturas específicas para o<br />

segurado e serviços de prevenção, a exemplo de exercícios e nutrição<br />

para evitar doenças futuras quando associáveis a um estilo de vida<br />

não saudável, além de ajudar a gerenciar o risco de saúde dos segurados,<br />

identificando padrões e tendências que possam elevar custos<br />

financeiros futuramente”, enfatiza Mariana, assinalando que o uso<br />

personificado e massivo de dados trará impacto no comportamento<br />

mercadológico do setor securitário ao surgir novos produtos, especialmente<br />

aqueles tratados de forma dinâmica, no que se refere ao<br />

risco e o valor do prêmio a ser pago pelo segurado, fazendo crescer<br />

as opções de produtos comercializados e de como contratá-los de<br />

forma mais rápida e específica com a ajuda da IA em personalizar o<br />

produto ideal para o possível segurado.<br />

O Brasil está aos poucos incorporando os avanços tecnológicos<br />

na área da saúde suplementar, pondera Mariana Machado. Em<br />

junho, ressalta a advogada, foram assinados pela Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar (ANS) três contratos com startups que participaram<br />

da seleção pública Soluções de Inteligência Artificial para<br />

o Poder Público,promovida em conjunto pela Financiadora de Estudos<br />

e Projetos (Finep), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

(MCTI), Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos<br />

(MGI) e Escola Nacional de Administração Pública (Enap). “Os contratos<br />

selecionados terão iniciativas desenvolvidas para reclamação<br />

digital de clientes de operadoras de saúde; análise de processos de<br />

ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) e assistente de alteração<br />

de dados cadastrais dos regulados, que irá agilizar a regulação<br />

econômico-financeira da ANS nas operadoras de saúde. O principal<br />

objetivo do projeto é desenvolver a atuação do uso da inteligência<br />

artificial, tanto no setor de regulação da saúde suplementar, como<br />

ofertar a melhoria dos serviços públicos aos cidadãos. Contudo é<br />

preciso que seja realizado mais investimento no setor, para efetivação<br />

da aplicação da IA na área de saúde, sobretudo no que diz<br />

respeito ao tratamento médico convencional, a fim de possibilitar<br />

maior eficiência ao ciclo diagnóstico-tratamento-recuperação”, alerta<br />

Mariana.<br />

GARGALOS<br />

Nessa estrada que conduz à IA, há dificuldades a serem superadas<br />

pela saúde suplementar. Em um primeiro momento, como<br />

sinaliza a advogada Mariana Machado, algumas podem ser identificadas,<br />

como, por exemplo, a precisão da tecnologia fornecida para<br />

auxiliar os médicos e a legislação. “A tecnologia precisa ser rigorosamente<br />

desenvolvida com a capacidade de coletar informações, processar<br />

e fornecer a saída correta para que, efetivamente, os dados<br />

colhidos facilitem uma compreensão clara de como as recomendações<br />

serão repassadas aos médicos, de modo seguro, direcionando<br />

o melhor e mais eficientemente o curso da ação que este poderá seguir,<br />

com possibilidades adicionais, junto à técnica e conhecimento<br />

do profissional”, resume a especialista.<br />

Em paralelo, frisa Mariana, preocupa a ausência de legislação<br />

específica aplicada à implementação do uso da IA na área de<br />

saúde, sobretudo a forma de tratamento e uso dos dados sensíveis<br />

colhidos dos pacientes que possam assegurar a utilização com a<br />

finalidade específica a que foi proposto inicialmente. “É preciso<br />

30


ainda garantir que o gerenciamento de risco evite possível vazamento<br />

de dados e, por consequência, a responsabilização por<br />

danos causados a terceiros, advindo de negligência no processamento<br />

dos dados. Contudo os pontos levantados em nada obstam<br />

o avanço tecnológico, desde que postos a análise e tratados de<br />

forma séria, com intuito de alinhar e superar possíveis impasses”,<br />

complementa a advogada.<br />

Diretor-executivo de mercado e tecnologia na Seguros Unimed,<br />

Wilson Leal salienta que a expansão do uso da IA no mercado<br />

de seguros, mesmo após a instauração de um marco legal, traz prós<br />

e contras para a sociedade. “Por um lado, a IA pode aumentar a eficiência<br />

e automação dos processos, resultando em maior rapidez<br />

e melhores experiências para os clientes. Além disso, a precisão na<br />

avaliação de riscos e na tomada de decisões pode ser aprimorada,<br />

permitindo uma precificação mais precisa e reduzindo fraudes. Por<br />

outro lado, surgem as questões éticas e de privacidade, devido ao<br />

uso de grandes volumes de dados. Portanto é preciso acompanhar<br />

de perto os impactos positivos e negativos da massificação da IA no<br />

setor, buscando soluções éticas e transparentes”, observa Leal.<br />

Para a advogada Mariana Machado, o maior entrave, e que<br />

sempre vem à tona, diz respeito à questão da privacidade e segurança<br />

de dados, que, alerta ela, podem se desdobrar em vieses discriminatórios<br />

e segregadores e, como efeito, impactar na aceitação<br />

dos usuários em compartilhar informações pessoais. “Para garantir a<br />

proteção dos dados é importante seguir as normas e diretrizes estabelecidas<br />

pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), de forma<br />

harmônica com as legislações futuras que serão regulamentadas,<br />

obtendo o consentimento prévio do usuário, informando quais dados<br />

serão coletados e sua finalidade específica, mediante uso de<br />

sistemas criptografados e a adoção de políticas de segurança da informação”,<br />

recomenda Mariana.<br />

A advogada pondera, contudo, que o processo de desenvolvimento<br />

da utilização da IA vem ganhando força no campo legislativo,<br />

sobretudo com as garantias advindas da Lei nº 13.709/2018, a Lei<br />

Geral de Proteção de Dados (LGPD): “Some-se a isso, ainda, a emenda<br />

constitucional nº 115, de 2022, que incluiu o direito à proteção<br />

de dados pessoais no rol de direitos e garantias fundamentais ao<br />

cidadão, garantindo mais segurança jurídica na aplicação da LGPD<br />

que veio somar às demais cláusulas pétreas.”<br />

Gerente de inovação da Icatu, Elisa Gomes afirma que a seguradora<br />

aborda a Inteligência Artificial como um meio para a<br />

resolução de alguns gaps, considerando que a IA absorve um volume<br />

intenso de dados, de percepções, de insights e de leituras<br />

de interesses que pode ajudar no direcionamento de esforços da<br />

companhia. “Mas nada disso funciona sem o olhar humano por trás.<br />

Justamente por isso, o nosso grande objetivo é conduzir todo esse<br />

processo sem perder o nosso principal ativo, que é justamente esse<br />

olhar humano”, pontua a executiva, e continua: “Robôs são pré-treinados,<br />

agem de acordo com estímulos e somente são assertivos se<br />

recebem os direcionamentos corretos. Ou seja, não há sucesso no<br />

uso da Inteligência Artificial sem o uso apurado do feedback humano.<br />

Na Icatu, por exemplo, vemos que as conversas com clientes,<br />

agências e também diretamente com os nossos grandes parceiros,<br />

MARIANA MACHADO,<br />

advogada<br />

os corretores, passam necessariamente<br />

pela experiência humana. E é ela que vai<br />

nortear o sucesso ou fracasso das experiências<br />

com IA.”<br />

O advogado Ricardo Freitas Silveira<br />

costuma afirmar que a IA “salva vidas”, mas<br />

também colabora para “salvar o planeta”,<br />

a “melhorar a qualidade de vida”, entre<br />

tantas outras aplicações nos mais diversos<br />

setores. “Não é possível segurar essa onda.<br />

A IA é uma realidade que chegou para ficar<br />

e transformar a sociedade. Podemos<br />

citar a indústria de seguros como uma das<br />

beneficiadas com a implementação de<br />

sistemas da IA, porque acabou ganhando<br />

maior eficiência e reduzindo os custos<br />

por meio de uma série de aplicativos. Os<br />

algoritmos podem auxiliar as seguradoras<br />

a avaliar riscos com mais precisão, além de<br />

realizar o processamento de sinistros, determinar<br />

preços de apólices e prevenção<br />

de fraudes, com análise mais acurada de<br />

dados e gerar relatórios e melhorar a experiência<br />

aos clientes”, destaca Silveira.<br />

Entretanto, esclarece o advogado,<br />

os riscos e, principalmente, as incertezas<br />

são muitas. “Desde um possível aumento<br />

no desemprego a casos de discriminação<br />

algorítmica, muitos são os pontos que<br />

precisam ser enfrentados para que os direitos<br />

humanos sejam garantidos e que a<br />

inovação não resulte em um abalo à imagem<br />

da organização, inclusive, com a imposição<br />

de multas ou processos judiciais<br />

individuais”, avalia Silveira.<br />

31


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

IA<br />

WILSON LEAL,<br />

da Unimed<br />

SOCIEDADE PREPARADA?<br />

A sociedade está preparada para<br />

a Inteligência Artificial, sobretudo com<br />

respeito à legislação vigente no país? Silveira<br />

observa ser preciso falar mais sobre<br />

letramento digital e incluir temas relacionados<br />

à tecnologia e seus riscos desde a<br />

educação básica. Ele cita como exemplo<br />

a orientação do Fórum Econômico Mundial<br />

para que as organizações ensinem<br />

estas novas habilidades aos seus colaboradores.<br />

“A sociedade tem se maravilhado<br />

com produtos de IA, que podem ser<br />

utilizados por qualquer pessoa, mas é<br />

sempre bom lembrar que a IA trabalha<br />

com grande fluxo de dados pessoais. Os<br />

titulares de dados pessoais, ou seja, as<br />

pessoas ainda precisam conhecer os direitos<br />

previstos na Lei Geral de Proteção<br />

de Dados Pessoais. Assim que o Brasil tiver<br />

uma lei específica relacionada à Inteligência<br />

Artificial, surgirão novos direitos<br />

e assim será sempre, em constante evolução”,<br />

presume o especialista.<br />

Para a executiva Elisa Gomes é difícil<br />

afirmar se a sociedade já está realmente<br />

preparada para abordar a Inteligência<br />

Artificial. “O que podemos considerar é<br />

que, certamente, temos uma população<br />

muito interessada e engajada para esses<br />

temas. A exemplo da utilização do<br />

chat GPT, em que o Brasil se configura no<br />

ranking dos cinco países que mais acessam<br />

a OpenAI, segundo levantamento<br />

da Semrush. Vemos um potencial de consumo tecnológico muito<br />

expressivo no Brasil, o que também exige o estabelecimento de<br />

uma legislação que contemple boas práticas no seu consumo para<br />

equilibrar as possibilidades de evolução e seus riscos. O panorama é<br />

positivo”, empolga-se Elisa.<br />

Wilson Leal tem um ponto de vista parecido. O executivo<br />

explica que muitas pessoas têm conhecimento limitado sobre Inteligência<br />

Artificial e suas implicações, enquanto preocupações<br />

sobre privacidade, segurança e desemprego afetam sua aceitação.<br />

“Alguns países estão adotando regulamentações para proteção de<br />

dados pessoais e discutindo leis mais abrangentes para governar o<br />

desenvolvimento e o uso da IA em setores específicos. No entanto,<br />

a legislação ainda está em desenvolvimento na maioria dos países<br />

e os legisladores estão trabalhando para acompanhar os avanços<br />

tecnológicos e adaptar as leis existentes, ou criar novas, conforme<br />

necessário. Ainda há muito trabalho a ser feito para garantir uma<br />

regulamentação eficaz e uma compreensão adequada dos desafios<br />

e benefícios da IA”, declara o executivo da Seguros Unimed.<br />

REDUZINDO CUSTOS E IMPACTO NA PRECIFICAÇÃO<br />

Quando se fala em IA, é inevitável abordar-se também a redução<br />

de custos operacionais das seguradoras e de precificação de<br />

apólices que os novos e inovadores recursos tecnológicos proporcionam.<br />

A Seguros Unimed, por exemplo, investiu em ferramentas<br />

que otimizam o trabalho interno e, consequentemente, reduzem<br />

os gastos do dia a dia. Desde o ano passado, a seguradora mantém<br />

uma parceria com a DataRobot para a utilização do machine<br />

learning para auxiliar na prevenção de fraudes e no pagamento de<br />

reembolsos abusivos. A economia estimada pela Seguros Unimed<br />

é de R$ 7 milhões anuais, sem contar o ganho em inovação que a<br />

seguradora obtém, direcionando a sua cultura para um modelo de<br />

negócio baseado em dados.<br />

“Atualmente, já estamos utilizando IA para precificação em<br />

alguns ramos de negócios na seguradora. Isso nos traz uma agilidade<br />

e acuracidade na formação de preços, podendo mudar nossos<br />

processos de revisão das taxas. Estamos no início da jornada de IA<br />

na precificação, mas estamos confiantes em ganhar experiência e<br />

maturidade rapidamente durante o ano de 2023”, revela Wilson Leal,<br />

diretor da seguradora.<br />

Quanto aos processos internos da Unimed, o executivo lembra<br />

que desde que a seguradora identificou a necessidade de aprimorar a<br />

gestão de seus recursos e de se adequar às normas, como as da LGPD,<br />

ela passou a migrar toda a sua base para uma única plataforma, sob o<br />

modelo data lakehouse, de armazenamento de dados. “Desde então,<br />

a Seguros Unimed trabalha com os dados de maneira ainda mais centralizada<br />

e padronizada, possibilitando a obtenção de todos os outros<br />

ganhos possíveis e mantendo-se em conformidade com a LGPD, o<br />

que agrega mais segurança aos processos de governança. Por último,<br />

ela permite, ainda, a redução de custos”, resume Leal.<br />

A parceria com a DataRobot sustenta, hoje, o processo de letramento<br />

e de transformação no uso da Inteligência Artificial pelos<br />

colaboradores da Seguros Unimed. Por meio dessa iniciativa, a seguradora<br />

implementou modelos preditivos nas áreas atuarial, jurídica,<br />

32


de contas médicas e de promoção à saúde. Entre os modelos desenvolvidos,<br />

ou em desenvolvimento pela companhia, estão a melhoria<br />

da precificação dos planos odontológicos e de saúde, a previsão<br />

de despesas para fins orçamentários, a identificação de fraudes em<br />

reembolsos e prestadores de serviço, churn de beneficiários e prestadores<br />

e riscos de condenação em ações judiciais. “Como próximos<br />

passos, pretendemos aprimorar processos com machine learning<br />

para atuar proativa e preventivamente junto os beneficiários que<br />

têm doenças crônicas a fim de atuar em prol de sua qualidade de<br />

vida, evitando ou reduzindo sinistros; sofisticar o processo de subscrição<br />

e aceitação de riscos, investigando o risco contrato a contrato,<br />

beneficiário a beneficiário, antes de sua aceitação, com o objetivo<br />

de reduzir fraudes no uso dos planos de saúde, e apoiar o processo<br />

de provisionamento de receita, em casos de condenação para otimizar<br />

o uso do caixa da companhia”, conta Wilson Leal.<br />

Na Icatu Seguros, já há convicção de que todo e qualquer recurso<br />

de inovação que facilite as jornadas da seguradora, sejam internas<br />

ou externas, têm impacto direto no negócio e otimiza o trabalho<br />

das equipes envolvidas no processo a partir da simplificação<br />

das etapas percorridas. “Mas também é uma realidade que o mercado<br />

ainda está aprendendo a lidar com IA, sobretudo as generativas – o<br />

que impossibilita, ao menos por enquanto, estimarmos, na prática,<br />

em reduções exatas de custos operacionais”, argumenta Elisa Gomes.<br />

Hoje, a Icatu otimiza o processo de aceitação de riscos com<br />

uma funcionalidade que tem como base a utilização de Inteligência<br />

Artificial e de machine learning. Segundo Elisa, a partir da segregação,<br />

tratamento e análise de dados, foi possível desenvolver uma inteligência<br />

que define se determinado cliente terá acesso a uma oferta de<br />

seguro pré-aprovada, sem a necessidade, portanto, de se submeter<br />

a processos de subscrição, como preenchimento de formulários de<br />

saúde, atividades ou realização de exames médicos. O resultado desta<br />

análise é feito em questão de segundos, garante a executiva: “Para<br />

tal, foi utilizada a experiência de aceitação de riscos e de regulação<br />

de sinistros de mais de 30 anos de atuação da seguradora no Brasil. A<br />

funcionalidade conta com uma análise inteligente e, hoje, conseguimos<br />

com que quase 90% das propostas sejam analisadas automaticamente<br />

sem a necessidade de intervenção humana.”<br />

A Icatu vem testando recursos de Inteligência Artificial com<br />

apoio de grandes players do mercado, como a Microsoft e a Google.<br />

Só neste ano, a Icatu reforçou a estratégia nesses segmentos<br />

com mais de R$ 400 milhões. “Dentro desse contexto, contamos<br />

com uma operação que é provocada a todo momento a ter esse<br />

olhar para a inovação. Implementamos um framework próprio de<br />

inovação visando o aprimoramento e a abrangência do nosso portfólio<br />

de inovação. O frame propõe um olhar completo para todas<br />

as abordagens de inovação e se baseia em quatro pilares principais<br />

que alimentam o portfólio: governança; cultura e intraempreendedorismo;<br />

inovação aberta; cenários futuros e prospecção tecnológica<br />

e de negócios. Essas diferentes abordagens nos permitem o<br />

desenvolvimento de múltiplas capacidades de inovação em toda a<br />

organização”, resume Elisa Gomes.<br />

Diretor de operações da Assurant no Brasil, José Augusto<br />

Codesso afirma que a tecnologia tem sido uma grande aliada no<br />

JOSÉ AUGUSTO CODESSO,<br />

da Assurant<br />

desenvolvimento de produtos, serviços<br />

e na implementação de novos modelos<br />

de atendimento. “O modelo tradicional<br />

de seguros que conhecemos tem processos<br />

que são muitas vezes obstáculos para<br />

atender o cliente com agilidade. Através<br />

da transformação digital é possível revolucionar<br />

a forma com que se faz seguro<br />

no Brasil e no mundo”, afirma Codesso.<br />

Em 2019, a Assurant implantou um<br />

modelo de auto-aprovação de sinistros<br />

aplicando o método descritivo na tomada<br />

de decisão, ou seja, trabalhava-se com<br />

regras e base de dados históricos. Atualmente,<br />

todas as ocorrências de sinistros<br />

já passam pelo machine learning. Com<br />

isso, mais de 50% dos processos de atendimento<br />

para os bens segurados, como<br />

refrigeradores, TVs, celulares, computadores,<br />

já têm aprovação automática, confirma<br />

Codesso, assinalando que 96% dos<br />

segurados que utilizam a análise virtual<br />

consideram que o serviço é a melhor forma<br />

para avaliar o item segurado quando<br />

é necessário abrir um sinistro.<br />

IA COMBATENDO FRAUDES EM AUTO<br />

Fraudes são um dos grandes gargalos<br />

do setor de seguros, sobretudo na<br />

carteira de auto. As seguradoras tradicionais<br />

recorrem à Inteligência Artificial para<br />

evitá-las, e insurtechs, como AutoInsp Vistoria<br />

e Perícia Veicular, estão ajudando a<br />

reduzir o impacto das fraudes oferecendo<br />

ao mercado recursos baseados em IA. A<br />

33


ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

IA<br />

JOÃO LOTTERMANN,<br />

da AutoInsp<br />

solução antifraude desenvolvida pela AutoInsp<br />

consiste em um sistema que utiliza<br />

Inteligência Artificial, processamento<br />

de imagens e simulação de acidentes<br />

para analisar sinistros automotivos. Com<br />

base no relato do segurado, fotos do veículo<br />

sinistrado e boletim de ocorrência,<br />

a IA extrai variáveis de engenharia para<br />

reconstituir virtualmente o ocorrido. A<br />

partir dos danos físicos do veículo, são<br />

utilizados equacionamentos avançados<br />

de engenharia automotiva para quantificar<br />

e comparar o dano com o cenário<br />

simulado.<br />

Fundada em 2020, a AutoInsp<br />

lançou a ferramenta de IA em 2023 e, segundo<br />

o CEO da insurtech, o engenheiro<br />

automotivo e especialista em perícia<br />

automotiva e em acidentes de trânsito<br />

João Pedro Taborda Lottermann, a solução<br />

já conseguiu mitigar fraudes em até<br />

80%, melhorando os índices de sinistralidade<br />

e gerando economia para as seguradoras,<br />

principalmente em episódios<br />

que beiram a surrealidade na carteira de<br />

auto. “Impressionam casos de fraudes<br />

em que os segurados criam eventos fictícios<br />

para consertar carros de familiares<br />

ou alegam acidentes que, na verdade,<br />

foram causados por falta de manutenção<br />

do veículo. Um exemplo notável foi<br />

o de um carro em péssimo estado que<br />

sofreu um sinistro. A seguradora fez os<br />

reparos necessários correlacionados<br />

com o evento, mas o veículo pegou fogo<br />

posteriormente e o motorista tentou culpar a seguradora. Além<br />

disso, casos de excesso de velocidade são comuns, com danos que<br />

representam velocidades muito maiores, até o dobro, do que a velocidade<br />

relatada”, recorda Lottermann, antecipando que a solução<br />

da AutoInsp vem sendo testada por três grandes seguradoras tradicionais,<br />

cujos nomes ainda não podem ser revelados por conta<br />

da fase de amadurecimento da negociação e de acordo de confidencialidade.<br />

“Em breve será divulgado, inclusive, com os resultados<br />

alcançados”, promete o executivo.<br />

Sócio-fundador da AutoInsp, Tiago de Bortoli é, igualmente<br />

ao sócio João Lottermann, mestre em ciências mecânicas pela Universidade<br />

de Brasília (UnB). Ele registra que o feedback de clientes<br />

aponta para a melhora do NPS com segurados, que passam a ter<br />

uma resposta mais efetiva da companhia. Além disso, diz Bortoli, a<br />

detecção mais precisa de fraudes evita pagamentos indevidos, gerando<br />

economia para as seguradoras. “A Autoinsp é uma ferramenta<br />

e uma solução que permite à seguradora focar em sua atividade fim<br />

e ter profissionais especialistas em seguridade, reduzindo a carga<br />

com engenharia de análise interna. Há uma brincadeira interna que<br />

diz que a seguradora nasceu para cuidar dos carros, mas quem cuida<br />

da seguradora? Foi para isso que a Autoinsp nasceu e pensou em<br />

sua solução”, analisa o executivo.<br />

Bortoli também garante que os corretores e seguradoras com<br />

os quais a AutoInsp trabalha apresentam retornos positivos com o<br />

uso da IA na precificação de apólices. “A redução de fraudes impacta<br />

diretamente na melhora dos índices de sinistralidade e contribui<br />

para apólices com prêmios mais acessíveis, beneficiando o consumidor<br />

final. No caso dos corretores, eles recebem pareceres e conclusões<br />

mais assertivas da seguradora ao lidar com sinistros, o que<br />

aumenta a segurança do cliente e reduz a judicialização de casos,<br />

conclui.<br />

É fato que a Inteligência Artificial impõe uma linha divisória<br />

entre o que deverá ficar no passado e o que já se projeta como determinante<br />

para as futuras gerações. A indústria securitária percebe<br />

com nitidez essa linha e parece ter feito sua opção por qual caminho<br />

seguir. Os resultados são evidentes.<br />

De posse de um controle de dados proporcionado pela IA,<br />

as seguradoras terão mais precisão para identificação do risco. Fato<br />

que todo o setor comemora. Mas, como define Lotterman, a palavra<br />

“responsabilidade”, antes mesmo de as soluções de Inteligência<br />

Artificial inundarem o mercado, ditará o rumo das relações com os<br />

consumidores: “A posse de dados proporcionada pela Inteligência<br />

Artificial permite às seguradoras uma maior precisão na identificação<br />

de fraudes e riscos. Regulamentações claras e princípios de não<br />

discriminação, privacidade e transparência devem guiar o uso responsável<br />

da Inteligência Artificial. O ponto dessa questão é sensível<br />

e ainda deveremos buscar por soluções e criar discussões contínuas<br />

entre as partes interessadas para garantir uma abordagem ética que<br />

beneficie a todos. Em nossa opinião, é coerente para o caso de seguro<br />

auto, pois um cliente que tenha um perfil de fraudes deverá ter<br />

sua entrada por um caminho mais cuidado do que um cliente sem<br />

essa característica.”<br />

Sem seguro, Blade Runner ficou, definitivamente, no passado.<br />

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