24.07.2023 Views

apolice289

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />

IA<br />

RICARDO FREITAS SILVEIRA,<br />

advogado<br />

de sistemas de Inteligência Artificial no<br />

Brasil, contudo foi elaborado texto legal<br />

mais avançado tecnicamente, sendo os<br />

três mencionados, substituídos pelo PL<br />

2338/2023. Desse modo, todo o aparato<br />

legislativo acerca da IA será concentrado<br />

no PL 2338/2023, o que acarreta maior<br />

intensificação de esforços pelos representantes<br />

do Congresso Nacional para<br />

aprovação final do projeto”, avalia a advogada,<br />

que, recentemente, escreveu um<br />

artigo no qual afirma que o uso da Inteligência<br />

Artificial (IA) na área de saúde surge<br />

como um grande marco desse avanço<br />

tecnológico, em que é possível personalizar<br />

a relação dos envolvidos e garantir<br />

mais agilidade ao processo.<br />

Mariana explica que, no cenário<br />

atual, a contratação do seguro saúde<br />

ocorre de forma bilateral, mediante cláusulas<br />

fixas e pré-determinadas que tendem<br />

a ganhar uma nova formatação com<br />

a aplicação da IA pelas seguradoras. Na<br />

prática, diz ela, a personalização dos contratos<br />

se daria ao utilizar técnicas de análise<br />

de dados, aprendizado de máquina<br />

e processamento de linguagem natural,<br />

pelo uso da IA que iria avaliar os dados do<br />

segurado e personalizar a cobertura do<br />

plano de saúde conforme suas necessidades<br />

específicas, identificando possíveis<br />

riscos de saúde, histórico de doenças, estilo<br />

de vida e localização geográfica. “Com<br />

base nessas informações, a IA poderá recomendar<br />

coberturas específicas para o<br />

segurado e serviços de prevenção, a exemplo de exercícios e nutrição<br />

para evitar doenças futuras quando associáveis a um estilo de vida<br />

não saudável, além de ajudar a gerenciar o risco de saúde dos segurados,<br />

identificando padrões e tendências que possam elevar custos<br />

financeiros futuramente”, enfatiza Mariana, assinalando que o uso<br />

personificado e massivo de dados trará impacto no comportamento<br />

mercadológico do setor securitário ao surgir novos produtos, especialmente<br />

aqueles tratados de forma dinâmica, no que se refere ao<br />

risco e o valor do prêmio a ser pago pelo segurado, fazendo crescer<br />

as opções de produtos comercializados e de como contratá-los de<br />

forma mais rápida e específica com a ajuda da IA em personalizar o<br />

produto ideal para o possível segurado.<br />

O Brasil está aos poucos incorporando os avanços tecnológicos<br />

na área da saúde suplementar, pondera Mariana Machado. Em<br />

junho, ressalta a advogada, foram assinados pela Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar (ANS) três contratos com startups que participaram<br />

da seleção pública Soluções de Inteligência Artificial para<br />

o Poder Público,promovida em conjunto pela Financiadora de Estudos<br />

e Projetos (Finep), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

(MCTI), Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos<br />

(MGI) e Escola Nacional de Administração Pública (Enap). “Os contratos<br />

selecionados terão iniciativas desenvolvidas para reclamação<br />

digital de clientes de operadoras de saúde; análise de processos de<br />

ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) e assistente de alteração<br />

de dados cadastrais dos regulados, que irá agilizar a regulação<br />

econômico-financeira da ANS nas operadoras de saúde. O principal<br />

objetivo do projeto é desenvolver a atuação do uso da inteligência<br />

artificial, tanto no setor de regulação da saúde suplementar, como<br />

ofertar a melhoria dos serviços públicos aos cidadãos. Contudo é<br />

preciso que seja realizado mais investimento no setor, para efetivação<br />

da aplicação da IA na área de saúde, sobretudo no que diz<br />

respeito ao tratamento médico convencional, a fim de possibilitar<br />

maior eficiência ao ciclo diagnóstico-tratamento-recuperação”, alerta<br />

Mariana.<br />

GARGALOS<br />

Nessa estrada que conduz à IA, há dificuldades a serem superadas<br />

pela saúde suplementar. Em um primeiro momento, como<br />

sinaliza a advogada Mariana Machado, algumas podem ser identificadas,<br />

como, por exemplo, a precisão da tecnologia fornecida para<br />

auxiliar os médicos e a legislação. “A tecnologia precisa ser rigorosamente<br />

desenvolvida com a capacidade de coletar informações, processar<br />

e fornecer a saída correta para que, efetivamente, os dados<br />

colhidos facilitem uma compreensão clara de como as recomendações<br />

serão repassadas aos médicos, de modo seguro, direcionando<br />

o melhor e mais eficientemente o curso da ação que este poderá seguir,<br />

com possibilidades adicionais, junto à técnica e conhecimento<br />

do profissional”, resume a especialista.<br />

Em paralelo, frisa Mariana, preocupa a ausência de legislação<br />

específica aplicada à implementação do uso da IA na área de<br />

saúde, sobretudo a forma de tratamento e uso dos dados sensíveis<br />

colhidos dos pacientes que possam assegurar a utilização com a<br />

finalidade específica a que foi proposto inicialmente. “É preciso<br />

30

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!