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ESPECIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />
TENDÊNCIAS<br />
HUGUES BERTIN,<br />
da Digital Insurance Latam<br />
a 2021 não existe mais. “Ele pode voltar<br />
daqui uns três anos, porque estamos em<br />
momento de juros altos e poucos investimentos<br />
em startups, que são de risco”.<br />
O setor passa por um período de ajustes<br />
das empresas.<br />
UM OCEANO DE OPORTUNIDADES<br />
O mercado de seguros oferece uma<br />
série de possibilidades de atuação para empresas<br />
de tecnologia. A lacuna de proteção<br />
é um atrativo para empresas de qualquer<br />
parte do mundo, porque a participação<br />
do setor no PIB ainda é pequena, cerca de<br />
5,2% em 2022, segundo dados da CNseg.<br />
“As empresas buscam novas parcerias<br />
para distribuição. O CAC (Custo de<br />
JOSÉ PRADO,<br />
da Insurtech<br />
Aquisição de Cliente) de mar aberto está muito alto. O canal corretor<br />
é acessível”, confirma Prado, da Insurtech Brasil.<br />
Hugo Assis destaca que a distribuição não será definida apenas<br />
pelo custo, e sim pela jornada da compra e por produto. “O cliente<br />
que está comprando uma viagem pode aceitar digitalmente uma<br />
oferta embarcada de um seguro viagem, mas um seguro de vida<br />
pode necessitar de um aconselhamento mais estruturado, onde o<br />
corretor sempre terá seu espaço”.<br />
“Na parte da distribuição, é provável que, graças à chegada<br />
da IA generativa, voltemos a ver uma nova tendência para o Direct-<br />
-To-Consumer, usando canais como o WhatsApp como um novo<br />
eixo de distribuição com um ChatBot Evolutivo”, explica Hugues Bertin.<br />
Caso a Generative AI seja um “hype” sem a capacidade de escalar<br />
esta nova tecnologia, é provável que todos os modelos de distribuição<br />
caminhem para o B2B2C, contando com plataformas de distribuição<br />
capazes de ligar as seguradoras tradicionais à distribuição.<br />
Para o executivo da Digital Insurance, nos próximos meses,<br />
devemos ver cada vez mais insurtechs trabalhando em novos riscos<br />
(cripto, ciber) ou riscos tradicionais “maltratados até agora”, como<br />
PMEs e independentes. “Do ponto de vista dos produtos, a nova matriz<br />
que vai passar por uma grande revolução está relacionada aos<br />
benefícios para funcionários, como Betterfly, Fully Ecosystem etc.<br />
Bertin completa: “do lado dos habilitadores, as áreas que gerenciam<br />
os dados para melhorar os riscos (assinatura, segmentação,<br />
retenção) devem ser as estrelas. Agora, a digitalização dos processos,<br />
a APIficação do setor continuará a ser área chave para atuação<br />
das insurtechs. Por fim, a tendência Open Insurance abre um mar de<br />
oportunidades que vão surgindo aos poucos”.<br />
Há cinco anos, lembra Hugues, todo mundo falava em desintermediação,<br />
que os intermediários iam acabar e que o cliente queria<br />
comprar seguro sem atrito, 100% online. A realidade mostrou-se<br />
muito diferente. “Hoje sabemos que o cliente é 80% híbrido e por<br />
isso quer ter ferramentas de autogestão (venda e pós-venda), mas<br />
também quer poder falar com um humano quando necessário. O<br />
grande vencedor destes cinco anos é o intermediário elevado ao<br />
que chamamos de “OMNI”, que consegue usar a tecnologia (facetime,<br />
diagnóstico de riscos, API, RRSS) para poder proporcionar uma<br />
experiência humana e omnicanal aos seus segurados. O desafio não<br />
é mais a famosa “Transformação Digital” e sim como podemos “humanizar<br />
o digital”.<br />
PARCERIA COM SEGURADORAS<br />
No passado, havia o mito de que as insurtechs surgiram para<br />
concorrer com as seguradoras tradicionais. Na verdade, elas vieram<br />
para somar. Muitas seguradoras começaram a investir em aceleradoras<br />
e espaços para cocriação, abrindo verdadeiros laboratórios de<br />
inovação para hospedar startups.<br />
O Grupo Bradesco investiu na InovaBra, assim como a Porto<br />
apostou na aceleradora Oxigênio. O Grupo Mapfre institucionalizou<br />
a Mapfre Open Innovation - MOI, como forma de se conectar com o<br />
ambiente aberto.<br />
Nik Maack, superintendente de Negócios Digitais e Inovação<br />
da Mapfre, explica que o MOI é uma grande fábrica de projetos, ba-<br />
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