11.06.2019 Views

ED3_SA_Digitalok

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

23<br />

variantes que segregam com a doença<br />

em uma família.<br />

VARIANTES PROVAVELMENTE<br />

PATOGÊNICAS:<br />

variantes que apesar de não reportadas<br />

em bancos de dados ou na literatura<br />

científica e que não foram avaliadas<br />

em estudos funcionais, podem<br />

levar à alteração da função proteica<br />

(nonsense, frameshift, splicing site).<br />

VARIANTES DE SIGNIFICADO<br />

INCERTO:<br />

podem ser variantes em genes conhecidos<br />

relacionados a uma questão clínica,<br />

mas a variante em questão não<br />

tem evidências científicas disponíveis<br />

que permitem concluir se tratar de<br />

uma variante benigna ou patogênica.<br />

Podem ser também variantes em genes<br />

cuja função ainda é incerta, isto é,<br />

naqueles genes potencialmente candidatos<br />

onde a natureza da troca pode<br />

afetar a função deste gene. Geralmente<br />

são variantes raras, ausentes ou em<br />

baixa frequência nos bancos de dados<br />

populacionais, sem relatos anteriores<br />

e, quando analisadas, são aquelas<br />

modificadoras da função proteica<br />

(frameshift). É escolha do laboratório<br />

relatar ou não as VUS encontradas,<br />

mas a ACMG sugere que elas sejam<br />

reportadas quando estão em genes<br />

relacionados com a questão clínica do<br />

paciente.<br />

VARIANTES PROVAVELMENTE<br />

BENIGNAS:<br />

variantes para as quais não foi reconhecida<br />

ou não se espera nenhuma<br />

patogenicidade (silenciosas, intrônicas),<br />

mas que não preenchem todos<br />

os critérios para serem classificadas<br />

como benignas.<br />

VARIANTES BENIGNAS:<br />

variantes com evidências suficientes<br />

para classificação como benignas,<br />

comprovadamente reconhecidas por<br />

não conferirem patogenicidade, podendo<br />

ou não serem reportadas.<br />

A classificação e a interpretação das<br />

variantes refletem o conhecimento<br />

científico disponível na literatura no<br />

momento da análise, interpretação do<br />

resultado e emissão do laudo. Assim,<br />

as variantes provavelmente patogênicas<br />

e, principalmente, as variantes de<br />

significado desconhecido/incerto podem<br />

vir a ser reclassificadas, devendo<br />

sempre passar por um processo de<br />

reinterpretação na literatura científica<br />

após a realização do exame.<br />

Com a diminuição dos valores, houve<br />

um aumento crescente de realização<br />

de sequenciamento de última geração<br />

(sequenciamento do genoma completo<br />

e do exoma completo) e consequentemente<br />

um aumento muito grande<br />

de variantes de significado clínico<br />

desconhecido/incerto e, por isso,<br />

muito tem se discutido sobre a importância<br />

da reinterpretação dos dados,<br />

pois o conhecimento não é estático, é<br />

dinâmico e está em intensa ascensão.<br />

No último dia 29 de abril, um novo<br />

documento foi publicado no ACMG<br />

sugerindo que os dados de pacientes<br />

devem ser reanalisados, principalmente<br />

quando existe VUS. Além da<br />

Academia Americana, a EuroGentest,<br />

UK e a Academia Canadense de<br />

Medicina Genética (Canadian College<br />

of Medical Geneticist) também vêm<br />

discutindo essa reinterpretação dos<br />

dados.<br />

Nós da Tismoo sempre acreditamos<br />

que a reinterpretação dos dados é algo<br />

bastante importante e, por isso, desde<br />

nossa inauguração, já contamos com<br />

o sistema de atualização de dados<br />

chamado de Tismoo 24/7, no qual os<br />

dados dos pacientes que realizaram<br />

os exames T-GEN (sequenciamento<br />

completo do genoma) ou T-EXOM<br />

(sequenciamento completo do exoma)<br />

são atualizados a cada seis meses<br />

durante um ano após a confecção e,<br />

passado esse período, o paciente poderá<br />

solicitar essa reanálise por tempo<br />

ilimitado, pois acreditamos que um<br />

dado que hoje pode ter um significado<br />

incerto pode ser a chave para o<br />

conhecimento no futuro.<br />

É importante ressaltar que um laudo<br />

genético deve ser sempre bem elaborado,<br />

com base nas regras da ANVI<strong>SA</strong><br />

e da ACMG, ele deve conter resultados,<br />

metodologia e conclusões — e<br />

o mais importante: deve ser relacionado<br />

com a clínica do paciente e ser<br />

interpretado sempre com um suporte<br />

médico.<br />

Lembrem-se que a<br />

variante genética deve<br />

ser avaliada e não<br />

apenas o gene.<br />

GRACIELA PIGNATARI.<br />

Bióloga, Mestrado e Doutorado em<br />

Biologia Molecular pela UNIFESP,<br />

estágio no Mount Sinai School of<br />

Medicine em Nova York, Participou<br />

da criação da ONG “Projeto A Fada<br />

do Dente” e é sócio-fundadora da<br />

startup de biotecnologia TISMOO.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!