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variantes que segregam com a doença<br />
em uma família.<br />
VARIANTES PROVAVELMENTE<br />
PATOGÊNICAS:<br />
variantes que apesar de não reportadas<br />
em bancos de dados ou na literatura<br />
científica e que não foram avaliadas<br />
em estudos funcionais, podem<br />
levar à alteração da função proteica<br />
(nonsense, frameshift, splicing site).<br />
VARIANTES DE SIGNIFICADO<br />
INCERTO:<br />
podem ser variantes em genes conhecidos<br />
relacionados a uma questão clínica,<br />
mas a variante em questão não<br />
tem evidências científicas disponíveis<br />
que permitem concluir se tratar de<br />
uma variante benigna ou patogênica.<br />
Podem ser também variantes em genes<br />
cuja função ainda é incerta, isto é,<br />
naqueles genes potencialmente candidatos<br />
onde a natureza da troca pode<br />
afetar a função deste gene. Geralmente<br />
são variantes raras, ausentes ou em<br />
baixa frequência nos bancos de dados<br />
populacionais, sem relatos anteriores<br />
e, quando analisadas, são aquelas<br />
modificadoras da função proteica<br />
(frameshift). É escolha do laboratório<br />
relatar ou não as VUS encontradas,<br />
mas a ACMG sugere que elas sejam<br />
reportadas quando estão em genes<br />
relacionados com a questão clínica do<br />
paciente.<br />
VARIANTES PROVAVELMENTE<br />
BENIGNAS:<br />
variantes para as quais não foi reconhecida<br />
ou não se espera nenhuma<br />
patogenicidade (silenciosas, intrônicas),<br />
mas que não preenchem todos<br />
os critérios para serem classificadas<br />
como benignas.<br />
VARIANTES BENIGNAS:<br />
variantes com evidências suficientes<br />
para classificação como benignas,<br />
comprovadamente reconhecidas por<br />
não conferirem patogenicidade, podendo<br />
ou não serem reportadas.<br />
A classificação e a interpretação das<br />
variantes refletem o conhecimento<br />
científico disponível na literatura no<br />
momento da análise, interpretação do<br />
resultado e emissão do laudo. Assim,<br />
as variantes provavelmente patogênicas<br />
e, principalmente, as variantes de<br />
significado desconhecido/incerto podem<br />
vir a ser reclassificadas, devendo<br />
sempre passar por um processo de<br />
reinterpretação na literatura científica<br />
após a realização do exame.<br />
Com a diminuição dos valores, houve<br />
um aumento crescente de realização<br />
de sequenciamento de última geração<br />
(sequenciamento do genoma completo<br />
e do exoma completo) e consequentemente<br />
um aumento muito grande<br />
de variantes de significado clínico<br />
desconhecido/incerto e, por isso,<br />
muito tem se discutido sobre a importância<br />
da reinterpretação dos dados,<br />
pois o conhecimento não é estático, é<br />
dinâmico e está em intensa ascensão.<br />
No último dia 29 de abril, um novo<br />
documento foi publicado no ACMG<br />
sugerindo que os dados de pacientes<br />
devem ser reanalisados, principalmente<br />
quando existe VUS. Além da<br />
Academia Americana, a EuroGentest,<br />
UK e a Academia Canadense de<br />
Medicina Genética (Canadian College<br />
of Medical Geneticist) também vêm<br />
discutindo essa reinterpretação dos<br />
dados.<br />
Nós da Tismoo sempre acreditamos<br />
que a reinterpretação dos dados é algo<br />
bastante importante e, por isso, desde<br />
nossa inauguração, já contamos com<br />
o sistema de atualização de dados<br />
chamado de Tismoo 24/7, no qual os<br />
dados dos pacientes que realizaram<br />
os exames T-GEN (sequenciamento<br />
completo do genoma) ou T-EXOM<br />
(sequenciamento completo do exoma)<br />
são atualizados a cada seis meses<br />
durante um ano após a confecção e,<br />
passado esse período, o paciente poderá<br />
solicitar essa reanálise por tempo<br />
ilimitado, pois acreditamos que um<br />
dado que hoje pode ter um significado<br />
incerto pode ser a chave para o<br />
conhecimento no futuro.<br />
É importante ressaltar que um laudo<br />
genético deve ser sempre bem elaborado,<br />
com base nas regras da ANVI<strong>SA</strong><br />
e da ACMG, ele deve conter resultados,<br />
metodologia e conclusões — e<br />
o mais importante: deve ser relacionado<br />
com a clínica do paciente e ser<br />
interpretado sempre com um suporte<br />
médico.<br />
Lembrem-se que a<br />
variante genética deve<br />
ser avaliada e não<br />
apenas o gene.<br />
GRACIELA PIGNATARI.<br />
Bióloga, Mestrado e Doutorado em<br />
Biologia Molecular pela UNIFESP,<br />
estágio no Mount Sinai School of<br />
Medicine em Nova York, Participou<br />
da criação da ONG “Projeto A Fada<br />
do Dente” e é sócio-fundadora da<br />
startup de biotecnologia TISMOO.