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48<br />

Escultura de Alexander Milov<br />

O cuidado com a nossa criança interior<br />

Quando descobrimos que nossa<br />

criança interior, ainda está ferida<br />

e carrega várias emoções de nossos<br />

pais, antepassados e principalmente<br />

da nossa mãe ou cuidadora; fica mais<br />

simples resolver os nossos conflitos<br />

internos e atuais.<br />

Desde o ventre materno, temos uma<br />

fusão emocional com a nossa mãe,<br />

todas as emoções que ela vivenciou<br />

durante a gestação é registrada em<br />

nosso inconsciente, e após o nascimento<br />

continuamos fusionados, por<br />

mais 2 anos. Como se estivéssemos<br />

num tanque emocional e juntas,<br />

temos que aprender a nadar. O ser<br />

humano é um mamífero que tem<br />

2 fases de formação: intrauterina<br />

e extrauterina, diferente de outros<br />

animais que já nascem, andam e vão<br />

em busca do leite materno, o bebê<br />

humano necessita de cuidados, para<br />

sobreviver.<br />

E durante esta fase, tudo que a mãe<br />

experimenta, inclusive as emoções da<br />

sua criança interior, da sua própria<br />

infância, são transferidas para o bebê,<br />

que vai crescendo e vai confrontando<br />

estas emoções, pois ele é o nosso<br />

próprio espelho; de nossas dores,<br />

traumas, emoções tóxicas, abandono,<br />

carência, violência, abuso...<br />

A maternidade nos concede a chance<br />

de uma autocura, de voltarmos à<br />

infância, resgatar a nossa criança<br />

ferida, cuidar e zelar por ela; que de<br />

alguma forma, sofreu danos emocionais<br />

e carrega uma dor que vai nas<br />

entranhas de nossa caverna emocional.<br />

Os nossos filhos são luz para<br />

as nossas sombras, eles literalmente<br />

colocam o dedo em nossas feridas não<br />

cicatrizadas e por isto, precisamos<br />

saber lidar com tantas emoções, que<br />

por vezes são cheias de dualidades.<br />

Os sentimentos se misturam e muitas<br />

vezes nem sabemos nomeá-los, só<br />

queremos é colo, aconchego, e a<br />

validação de nossas necessidades.<br />

Saber que tudo isto é normal, traz<br />

um grande alívio; afinal que mãe não<br />

surtou durante uma crise de choro de<br />

uma criança, choro de dor física ou<br />

emocional? Que mãe não chorou por<br />

se sentir impotente diante de uma<br />

situação? Que mãe não desejou parar<br />

o mundo e descer? Que mãe não<br />

desejou devolver a criança, por alguns<br />

minutos?<br />

Mas, a boa notícia é que tudo isto,<br />

pode ser trabalhado junto ao processo<br />

da criação de nossos filhos, que são<br />

nossos grandes mestres. A escola da<br />

maternagem, nos oferece a oportunidade<br />

de resgatar a nossa infância e<br />

de curar as nossas feridas, por meio<br />

de nossos filhos! Esta, é a maneira<br />

gentil que Deus nos concede a uma<br />

2ª chance, para o empoderamento e<br />

encorajamento frente aos desafios.<br />

Uma criança com TEA, estará nos<br />

confrontando em muitas ocasiões,<br />

pois além das suas angústias internas,<br />

carrega também as nossas sombras; e<br />

por vezes esta criança estará manifestando<br />

uma dualidade de sentimentos<br />

e emoções; que, se não estivermos<br />

muito alinhadas com o momento, não<br />

teremos recursos para lidar; e nos<br />

sentiremos impotentes. E isto ativa os<br />

nossos gatilhos da infância; emergindo<br />

sentimentos de medo, rejeição,<br />

abandono, carência, ciúmes, raiva,<br />

frustração..., que foram nomeados por<br />

vezes de “birra” e “criança mimada”.<br />

E os nossos filhos, estarão trazendo<br />

a oportunidade da nossa autocura,<br />

de acolhermos a nossa criança, de<br />

compreendermos o que realmente se<br />

passava, qual era o sentimento que<br />

nós estávamos vivenciando; e não o<br />

sentimento nomeado por quem estava<br />

cuidando e que desconhecia totalmente<br />

aquilo que ia fundo em nossa<br />

alma. A aceitação, acolhimento com<br />

amor, perdão e gratidão, são verdadeiros<br />

remédios da alma; só precisamos<br />

nos conectar com esta nossa criança<br />

interior ferida e que deseja ardentemente<br />

se expressar.<br />

Se você precisar de ajuda, posso lhe<br />

auxiliar neste processo, por meio da<br />

terapia, onde iremos investigar a sua<br />

infância, descobrir as sombras, nomeá-las<br />

e acolhe-las sem julgamentos,<br />

levando-as à luz e transmutando em<br />

amor; liberando desta forma a culpa,<br />

a vergonha, a rejeição e tantos outros<br />

sentimentos que vieram em algum<br />

momento que nos sentimos sem<br />

acolhimento.

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