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Escultura de Alexander Milov<br />
O cuidado com a nossa criança interior<br />
Quando descobrimos que nossa<br />
criança interior, ainda está ferida<br />
e carrega várias emoções de nossos<br />
pais, antepassados e principalmente<br />
da nossa mãe ou cuidadora; fica mais<br />
simples resolver os nossos conflitos<br />
internos e atuais.<br />
Desde o ventre materno, temos uma<br />
fusão emocional com a nossa mãe,<br />
todas as emoções que ela vivenciou<br />
durante a gestação é registrada em<br />
nosso inconsciente, e após o nascimento<br />
continuamos fusionados, por<br />
mais 2 anos. Como se estivéssemos<br />
num tanque emocional e juntas,<br />
temos que aprender a nadar. O ser<br />
humano é um mamífero que tem<br />
2 fases de formação: intrauterina<br />
e extrauterina, diferente de outros<br />
animais que já nascem, andam e vão<br />
em busca do leite materno, o bebê<br />
humano necessita de cuidados, para<br />
sobreviver.<br />
E durante esta fase, tudo que a mãe<br />
experimenta, inclusive as emoções da<br />
sua criança interior, da sua própria<br />
infância, são transferidas para o bebê,<br />
que vai crescendo e vai confrontando<br />
estas emoções, pois ele é o nosso<br />
próprio espelho; de nossas dores,<br />
traumas, emoções tóxicas, abandono,<br />
carência, violência, abuso...<br />
A maternidade nos concede a chance<br />
de uma autocura, de voltarmos à<br />
infância, resgatar a nossa criança<br />
ferida, cuidar e zelar por ela; que de<br />
alguma forma, sofreu danos emocionais<br />
e carrega uma dor que vai nas<br />
entranhas de nossa caverna emocional.<br />
Os nossos filhos são luz para<br />
as nossas sombras, eles literalmente<br />
colocam o dedo em nossas feridas não<br />
cicatrizadas e por isto, precisamos<br />
saber lidar com tantas emoções, que<br />
por vezes são cheias de dualidades.<br />
Os sentimentos se misturam e muitas<br />
vezes nem sabemos nomeá-los, só<br />
queremos é colo, aconchego, e a<br />
validação de nossas necessidades.<br />
Saber que tudo isto é normal, traz<br />
um grande alívio; afinal que mãe não<br />
surtou durante uma crise de choro de<br />
uma criança, choro de dor física ou<br />
emocional? Que mãe não chorou por<br />
se sentir impotente diante de uma<br />
situação? Que mãe não desejou parar<br />
o mundo e descer? Que mãe não<br />
desejou devolver a criança, por alguns<br />
minutos?<br />
Mas, a boa notícia é que tudo isto,<br />
pode ser trabalhado junto ao processo<br />
da criação de nossos filhos, que são<br />
nossos grandes mestres. A escola da<br />
maternagem, nos oferece a oportunidade<br />
de resgatar a nossa infância e<br />
de curar as nossas feridas, por meio<br />
de nossos filhos! Esta, é a maneira<br />
gentil que Deus nos concede a uma<br />
2ª chance, para o empoderamento e<br />
encorajamento frente aos desafios.<br />
Uma criança com TEA, estará nos<br />
confrontando em muitas ocasiões,<br />
pois além das suas angústias internas,<br />
carrega também as nossas sombras; e<br />
por vezes esta criança estará manifestando<br />
uma dualidade de sentimentos<br />
e emoções; que, se não estivermos<br />
muito alinhadas com o momento, não<br />
teremos recursos para lidar; e nos<br />
sentiremos impotentes. E isto ativa os<br />
nossos gatilhos da infância; emergindo<br />
sentimentos de medo, rejeição,<br />
abandono, carência, ciúmes, raiva,<br />
frustração..., que foram nomeados por<br />
vezes de “birra” e “criança mimada”.<br />
E os nossos filhos, estarão trazendo<br />
a oportunidade da nossa autocura,<br />
de acolhermos a nossa criança, de<br />
compreendermos o que realmente se<br />
passava, qual era o sentimento que<br />
nós estávamos vivenciando; e não o<br />
sentimento nomeado por quem estava<br />
cuidando e que desconhecia totalmente<br />
aquilo que ia fundo em nossa<br />
alma. A aceitação, acolhimento com<br />
amor, perdão e gratidão, são verdadeiros<br />
remédios da alma; só precisamos<br />
nos conectar com esta nossa criança<br />
interior ferida e que deseja ardentemente<br />
se expressar.<br />
Se você precisar de ajuda, posso lhe<br />
auxiliar neste processo, por meio da<br />
terapia, onde iremos investigar a sua<br />
infância, descobrir as sombras, nomeá-las<br />
e acolhe-las sem julgamentos,<br />
levando-as à luz e transmutando em<br />
amor; liberando desta forma a culpa,<br />
a vergonha, a rejeição e tantos outros<br />
sentimentos que vieram em algum<br />
momento que nos sentimos sem<br />
acolhimento.