especial Precursor das duplas Antonio Kurazumi André Sá lembra como abriu as portas para compatriotas e revela um pouco do segredo de uma dupla de sucesso em entrevista exclusiva Faz quase um ano que André Sá se aposentou da carreira profissional, mas ainda é tarefa fácil relacionar a palavra desenvolvimento ao mineiro - inclusive com as atividades atuais. O ex-tenista elevou o nível de jogo de parceiros de duplas. Para os mais novos, como esquecer da Olimpíada do Rio de Janeiro, da vitória memorável ao lado de Thomaz Bellucci diante dos irmãos Murray? E o título do Brasil Open de 2017 junto de Rogério Dutra Silva? Mais importante do que esse passado não distante, o brasileiro abriu o caminho nas duplas para os compatriotas e ainda tem esses legados “vivos”: os respeitados Marcelo Melo, ex-líder do ranking mundial de duplas, Bruno Soares e Marcelo Demoliner, três homens que encaram qualquer desafio quando se trata de dois jogadores em cada lado da quadra. Não vamos ignorar a história, claro. O Brasil foi representado por outros duplistas de peso, mas a geração atual recebeu ajuda primordial de Sá, conforme ele próprio explica em entrevista exclusiva à <strong>Winner</strong> <strong>ABC</strong>. “No desenvolvimento dos duplistas (falando dos três citados acima), fui mais uma referência de que, sim, é possível encontrar um segmento que não seja só a simples e você conseguir ter uma carreira de tenista profissional nas duplas. Essa referência para eles sinto que foi importante. Quando apareceram no circuito, eu já estava há alguns anos, essa entrada para eles foi mais fácil e tranquila”, opina o campeão, que esteve recentemente em São Bernardo para uma clínica de tênis. “Consegui apresentá-los para tudo mundo, se sentiram mais confortáveis no vestiário e dentro do circuito. Isso foi importante. Daí em diante tocaram ficha, se desenvolveram, tiveram resultados incríveis (ele sempre se refere ao crescimento mental do trio) e mérito total.” Quando enfatizamos a questão do desenvolvimento ligada a esse personagem, vale lembrar de quando Marcelo Melo passou a se dedicar de forma exclusiva as duplas. O parceiro escolhido foi André Sá, consolidado no circuito de simples. Com 32 anos à época, Sá entrou no ritmo do compatriota, decidindo priorizar as duplas. Não demorou para os dois chegarem às semifinais de Wimbledon. A parceria durou três temporadas. Tempos depois, Melo se tornaria o número 1 do mundo, repetindo Gustavo Kuerten nas simples - outro craque que já atuou ao lado de André Sá. “O parceiro ideal é o que completa o outro. Um não saca bem, mas o outro sim, um não devolve bem, só que tem o parceiro que corresponde. Os dois são parecidos no jogo da rede, porém tem um que se destaca mais. O ideal é jogar com alguém que complete seus pontos fracos”, ensina ele, homenageado até por Rafael Nadal quando definiu pelo término da carreira. Sá ainda discorre sobre um fator preponderante para uma dupla. “É importante a química dentro e fora da quadra, tanto que há bons jogadores no individual e ruins nas duplas e vice-versa”, ressalta. Aproveitamos a experiência e conhecimento de André Sá - com mais de duas décadas de serviços prestados ao tênis nacional - para perguntar os motivos para o Brasil ter três tenistas que podem ganhar qualquer título <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 12
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