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Revista Mercado Imobiliário e Construção - Rondonópolis MT - Parte integrante da Edição 10.323 do jornal A Tribuna MT (Ano 50) - Setembro/2019
Revista Mercado Imobiliário e Construção - Rondonópolis MT - Parte integrante da Edição 10.323 do jornal A Tribuna MT (Ano 50) - Setembro/2019
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Paisagismo e arborização<br />
“PREFEITURA PRECISA DAR EXEMPLO<br />
PARA A SOCIEDADE”<br />
Seja em termos de paisagismo, arborização ou<br />
valorização aos espaços verdes, a cidade de Rondonópolis<br />
não tem um bom exemplo oriundo do poder<br />
público, em termos de concepção, manejo ou estética<br />
a ser seguido pela população, gerando um efeito cascata<br />
bastante negativo sobre todo o ambiente urbano.<br />
A avaliação é do empresário e paisagista Cláudio<br />
Ferreira, uma referência no segmento de paisagismo<br />
e irrigação no Estado de Mato Grosso, em uma<br />
ent<strong>revista</strong> para a “Revista Mercado Imobiliário &<br />
Construção”, do A TRIBUNA.<br />
Nesse contexto, Cláudio Ferreira observa que<br />
Rondonópolis, apesar do orçamento robusto de<br />
mais de R$ 1 bilhão ao ano, não tem sequer uma<br />
área verde ou um projeto de paisagismo que seja<br />
uma referência, um exemplo. O bom exemplo da<br />
Prefeitura, segundo ele, seria fundamental considerando<br />
que ela é a maior detentora de áreas<br />
não edificadas na cidade. Assim, aponta que<br />
ações do Município têm maior peso e responsabilidade<br />
no embelezamento e tratamento dessas<br />
áreas, primeiro, através de projeto bem-feitos e<br />
de qualidade e, depois, com construção, execução<br />
e técnicas adequadas, abrangendo fatores como<br />
concepção paisagística, drenagem, tratamento<br />
do solo, irrigação, manutenção e manejo.<br />
Contudo, hoje em Rondonópolis o que se vê<br />
são projetos de paisagismo sem preocupação com<br />
o clima e com a irrigação (aquilo que está implantado<br />
vem morrendo e o que se planta vai morrer),<br />
projetos de áreas esportivas e quadras com ausência<br />
de sombreamento no entorno, arborização<br />
e paisagismo de vias com espécies inadequadas,<br />
entre outros problemas, acarretando em desperdício<br />
dos escassos recursos do pagador de impostos.<br />
Por outro lado, Cláudio lembra da campanha pública<br />
municipal colocando cidadãos rondonopolitanos<br />
como “sujismundos”, porém sem o devido exemplo do<br />
poder público. “Temos os Ecopontos que não funcionam<br />
a contento, impossibilitando o descarte adequado<br />
dos resíduos sólidos por parte da população mais<br />
vulnerável. Não podemos acostumar com o mal feito,<br />
com serviços e produtos de péssima qualidade, como<br />
FOTOS – A TRIBUNA<br />
Empresário e paisagista Cláudio Ferreira:<br />
“Não dá mais para conduzir as coisas de maneira<br />
amadora, sem projeto e sem planejamento”<br />
é o caso da grama adquirida pela Prefeitura, um verdadeiro<br />
escândalo”, analisa.<br />
Diante dessa realidade em âmbito municipal,<br />
Cláudio Ferreira aponta que a produtividade e eficiência<br />
das atividades humanas têm sido potencializada<br />
pelo implemento científico e, para se obter melhores<br />
resultados, é indispensável o uso de tecnologia. Nesse<br />
sentido, é essencial que a administração pública<br />
da. Todos sabem que uma laranja podre numa caixa<br />
estraga todas as outras. A indicação política para<br />
cargos técnicos tem destruído a reputação dos serviços<br />
públicos. Através de seleção e concurso público<br />
se contrata o número 1, a melhor mão de obra do<br />
<strong>mercado</strong>, mas depois se contrata o pior para liderar o<br />
melhor; é aí que mora o problema, estraga tudo, tudo<br />
fica comprometido!!!”, externou.<br />
Seja no paisagismo ou na arborização, Cláudio<br />
atesta que é fundamental considerar fatores limitantes<br />
na hora da concepção de projetos. Em Rondonópolis,<br />
por ter um longo período de estiagem, o clima é preponderante<br />
na escolha da vegetação que vai compor<br />
a massa vegetal urbana. Isso também vai influenciar<br />
na necessidade de adotar uma irrigação automática<br />
ou não. “Molhar é uma coisa, irrigar é outra. Irrigar é<br />
disponibilizar o volume adequado para cada espécie<br />
vegetal, molhar é o que a Prefeitura vem fazendo com<br />
caminhões pipas; desperdiça água, estraga as plantas<br />
com jatos fortes, atrapalha o trânsito, molha irregularmente<br />
e, o pior: é mais caro que o sistema de irrigação<br />
automático”, explica. Por Rondonópolis ter alto índice<br />
de insolação, afirma que a cidade precisaria ser muito<br />
mais arborizada, pois as árvores melhoram o microclima<br />
urbano. “Entendo que deveria ter micro florestas<br />
urbanas, com áreas completamente fechadas, visando<br />
interferir positivamente no nosso microclima melhorando<br />
a qualidade de vida das pessoas”, opina.<br />
Apesar da falta de bom exemplo do<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Plantio de árvores, com o apoio da<br />
comunidade, na Avenida Bandeirantes, em Vila Operária<br />
Projeto de praça pública ofertado para trabalho<br />
filantrópico de equoterapia em Rondonópolis<br />
municipal também incorpore essa cultura, sendo que<br />
no paisagismo não é diferente. “Não dá mais para<br />
conduzir as coisas de maneira amadora, sem projeto<br />
e sem planejamento; é preciso um choque de gestão<br />
por toda a cidade”, avaliou o paisagista, reforçando a<br />
necessidade de resgatar o prestígio do serviço público.<br />
Nesse contexto, questiona o fato do poder público<br />
contratar a melhor mão de obra no <strong>mercado</strong> e não<br />
entregar o melhor serviço. “Naturalmente que falta<br />
gestão. Isso não é culpa da mão de obra contrata-<br />
ILUSTRATIVA<br />
poder público, Cláudio Ferreira, através<br />
da sua empresa Cláudio Ferreira Paisagismo,<br />
a maior em seu segmento no<br />
Estado, tem procurado contribuir com a<br />
melhora da qualidade de vida e embelezamento<br />
da cidade de Rondonópolis.<br />
Assim, tem feito doações de mudas de<br />
árvores e plantas para instituições e<br />
entidades filantrópicas, para moradores<br />
e comerciantes em diferentes bairros.<br />
Inclusive, tem feito a oferta gratuita de<br />
projetos de paisagismo para entidades<br />
filantrópicas. Também tem promovido<br />
a arborização de importantes logradouros<br />
públicos, como as Avenidas Bandeirantes<br />
e Irmã Bernarda e a Praça Bom<br />
Jesus de Vila Operária, sempre com árvores<br />
nativas. Na verdade, ele lançou o<br />
projeto “Rondonópolis 65K”, que almeja<br />
plantar/distribuir 65 mil árvores e plantas<br />
ornamentais em dez anos. Somente<br />
em 2019 são mais de 5 mil árvores a serem<br />
doadas na cidade.<br />
Diante de tudo isso, Cláudio entende<br />
que Rondonópolis precisa, na verdade, de uma espécie<br />
de zeladoria, um departamento com gente especializada<br />
em zelar, manejar e manter tudo bem cuidado na<br />
cidade. “Se vai construir algo, precisamos pensar na<br />
manutenção, nos custos de manter as coisas. O que<br />
não pode ser medido não pode ser melhorado”, argumentou<br />
o profissional. “A tomada da dianteira, de ser o<br />
exemplo das coisas bem-feitas, precisa ser da Prefeitura.<br />
As pessoas precisam de inspiração e nisso a administração<br />
municipal tem falhado gravemente”, reforçou.<br />
MERCADO IMOBILIÁRIO<br />
16 setembro 2019<br />
CONSTRUÇÃO&