25.09.2019 Views

revista_mercado_imobiliario_Issuu

Revista Mercado Imobiliário e Construção - Rondonópolis MT - Parte integrante da Edição 10.323 do jornal A Tribuna MT (Ano 50) - Setembro/2019

Revista Mercado Imobiliário e Construção - Rondonópolis MT - Parte integrante da Edição 10.323 do jornal A Tribuna MT (Ano 50) - Setembro/2019

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Paisagismo e arborização<br />

“PREFEITURA PRECISA DAR EXEMPLO<br />

PARA A SOCIEDADE”<br />

Seja em termos de paisagismo, arborização ou<br />

valorização aos espaços verdes, a cidade de Rondonópolis<br />

não tem um bom exemplo oriundo do poder<br />

público, em termos de concepção, manejo ou estética<br />

a ser seguido pela população, gerando um efeito cascata<br />

bastante negativo sobre todo o ambiente urbano.<br />

A avaliação é do empresário e paisagista Cláudio<br />

Ferreira, uma referência no segmento de paisagismo<br />

e irrigação no Estado de Mato Grosso, em uma<br />

ent<strong>revista</strong> para a “Revista Mercado Imobiliário &<br />

Construção”, do A TRIBUNA.<br />

Nesse contexto, Cláudio Ferreira observa que<br />

Rondonópolis, apesar do orçamento robusto de<br />

mais de R$ 1 bilhão ao ano, não tem sequer uma<br />

área verde ou um projeto de paisagismo que seja<br />

uma referência, um exemplo. O bom exemplo da<br />

Prefeitura, segundo ele, seria fundamental considerando<br />

que ela é a maior detentora de áreas<br />

não edificadas na cidade. Assim, aponta que<br />

ações do Município têm maior peso e responsabilidade<br />

no embelezamento e tratamento dessas<br />

áreas, primeiro, através de projeto bem-feitos e<br />

de qualidade e, depois, com construção, execução<br />

e técnicas adequadas, abrangendo fatores como<br />

concepção paisagística, drenagem, tratamento<br />

do solo, irrigação, manutenção e manejo.<br />

Contudo, hoje em Rondonópolis o que se vê<br />

são projetos de paisagismo sem preocupação com<br />

o clima e com a irrigação (aquilo que está implantado<br />

vem morrendo e o que se planta vai morrer),<br />

projetos de áreas esportivas e quadras com ausência<br />

de sombreamento no entorno, arborização<br />

e paisagismo de vias com espécies inadequadas,<br />

entre outros problemas, acarretando em desperdício<br />

dos escassos recursos do pagador de impostos.<br />

Por outro lado, Cláudio lembra da campanha pública<br />

municipal colocando cidadãos rondonopolitanos<br />

como “sujismundos”, porém sem o devido exemplo do<br />

poder público. “Temos os Ecopontos que não funcionam<br />

a contento, impossibilitando o descarte adequado<br />

dos resíduos sólidos por parte da população mais<br />

vulnerável. Não podemos acostumar com o mal feito,<br />

com serviços e produtos de péssima qualidade, como<br />

FOTOS – A TRIBUNA<br />

Empresário e paisagista Cláudio Ferreira:<br />

“Não dá mais para conduzir as coisas de maneira<br />

amadora, sem projeto e sem planejamento”<br />

é o caso da grama adquirida pela Prefeitura, um verdadeiro<br />

escândalo”, analisa.<br />

Diante dessa realidade em âmbito municipal,<br />

Cláudio Ferreira aponta que a produtividade e eficiência<br />

das atividades humanas têm sido potencializada<br />

pelo implemento científico e, para se obter melhores<br />

resultados, é indispensável o uso de tecnologia. Nesse<br />

sentido, é essencial que a administração pública<br />

da. Todos sabem que uma laranja podre numa caixa<br />

estraga todas as outras. A indicação política para<br />

cargos técnicos tem destruído a reputação dos serviços<br />

públicos. Através de seleção e concurso público<br />

se contrata o número 1, a melhor mão de obra do<br />

<strong>mercado</strong>, mas depois se contrata o pior para liderar o<br />

melhor; é aí que mora o problema, estraga tudo, tudo<br />

fica comprometido!!!”, externou.<br />

Seja no paisagismo ou na arborização, Cláudio<br />

atesta que é fundamental considerar fatores limitantes<br />

na hora da concepção de projetos. Em Rondonópolis,<br />

por ter um longo período de estiagem, o clima é preponderante<br />

na escolha da vegetação que vai compor<br />

a massa vegetal urbana. Isso também vai influenciar<br />

na necessidade de adotar uma irrigação automática<br />

ou não. “Molhar é uma coisa, irrigar é outra. Irrigar é<br />

disponibilizar o volume adequado para cada espécie<br />

vegetal, molhar é o que a Prefeitura vem fazendo com<br />

caminhões pipas; desperdiça água, estraga as plantas<br />

com jatos fortes, atrapalha o trânsito, molha irregularmente<br />

e, o pior: é mais caro que o sistema de irrigação<br />

automático”, explica. Por Rondonópolis ter alto índice<br />

de insolação, afirma que a cidade precisaria ser muito<br />

mais arborizada, pois as árvores melhoram o microclima<br />

urbano. “Entendo que deveria ter micro florestas<br />

urbanas, com áreas completamente fechadas, visando<br />

interferir positivamente no nosso microclima melhorando<br />

a qualidade de vida das pessoas”, opina.<br />

Apesar da falta de bom exemplo do<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Plantio de árvores, com o apoio da<br />

comunidade, na Avenida Bandeirantes, em Vila Operária<br />

Projeto de praça pública ofertado para trabalho<br />

filantrópico de equoterapia em Rondonópolis<br />

municipal também incorpore essa cultura, sendo que<br />

no paisagismo não é diferente. “Não dá mais para<br />

conduzir as coisas de maneira amadora, sem projeto<br />

e sem planejamento; é preciso um choque de gestão<br />

por toda a cidade”, avaliou o paisagista, reforçando a<br />

necessidade de resgatar o prestígio do serviço público.<br />

Nesse contexto, questiona o fato do poder público<br />

contratar a melhor mão de obra no <strong>mercado</strong> e não<br />

entregar o melhor serviço. “Naturalmente que falta<br />

gestão. Isso não é culpa da mão de obra contrata-<br />

ILUSTRATIVA<br />

poder público, Cláudio Ferreira, através<br />

da sua empresa Cláudio Ferreira Paisagismo,<br />

a maior em seu segmento no<br />

Estado, tem procurado contribuir com a<br />

melhora da qualidade de vida e embelezamento<br />

da cidade de Rondonópolis.<br />

Assim, tem feito doações de mudas de<br />

árvores e plantas para instituições e<br />

entidades filantrópicas, para moradores<br />

e comerciantes em diferentes bairros.<br />

Inclusive, tem feito a oferta gratuita de<br />

projetos de paisagismo para entidades<br />

filantrópicas. Também tem promovido<br />

a arborização de importantes logradouros<br />

públicos, como as Avenidas Bandeirantes<br />

e Irmã Bernarda e a Praça Bom<br />

Jesus de Vila Operária, sempre com árvores<br />

nativas. Na verdade, ele lançou o<br />

projeto “Rondonópolis 65K”, que almeja<br />

plantar/distribuir 65 mil árvores e plantas<br />

ornamentais em dez anos. Somente<br />

em 2019 são mais de 5 mil árvores a serem<br />

doadas na cidade.<br />

Diante de tudo isso, Cláudio entende<br />

que Rondonópolis precisa, na verdade, de uma espécie<br />

de zeladoria, um departamento com gente especializada<br />

em zelar, manejar e manter tudo bem cuidado na<br />

cidade. “Se vai construir algo, precisamos pensar na<br />

manutenção, nos custos de manter as coisas. O que<br />

não pode ser medido não pode ser melhorado”, argumentou<br />

o profissional. “A tomada da dianteira, de ser o<br />

exemplo das coisas bem-feitas, precisa ser da Prefeitura.<br />

As pessoas precisam de inspiração e nisso a administração<br />

municipal tem falhado gravemente”, reforçou.<br />

MERCADO IMOBILIÁRIO<br />

16 setembro 2019<br />

CONSTRUÇÃO&

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!