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RCIA - ED. 138 - JANEIRO 2017

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HOMENAGEM<br />

PEIXE NA CUMBUCA ERA A ESPECIALIDADE DA CASA<br />

Os tempos românticos da<br />

cidade, no “Dom Manoel”<br />

Já era madrugada e o pessoal<br />

da mesa 04 ainda estava<br />

lá. Quase todas as noites<br />

era assim: eles se juntavam<br />

e ficavam horas e horas,<br />

cumprindo um ritual que<br />

começou no Bar do Freitas,<br />

na Praça Newton Prado, em<br />

frente a estação ferroviária em<br />

1948. Dalí a família Freitas se<br />

transferiu 20 anos depois, indo<br />

para a Estação Rodoviária que<br />

acabara de ser inaugurada.<br />

Araraquara no final dos anos 40 não<br />

tinha mais que 50 mil habitantes e a<br />

cidade também acontecia em frente<br />

a estação ferroviária depois da meia<br />

noite, com a passagem dos trens da<br />

Paulista que vinham de São Paulo ou<br />

a saída das composições da EFA que<br />

invadiam os sertões da araraquarense.<br />

O movimento na Praça Newton Prado<br />

se revezava com a ida dos passageiros<br />

que seguiam para São Paulo.<br />

Manoel de Freitas, dono do bar, tinha<br />

vindo de Motuca para Araraquara<br />

em 1939, trazendo a esposa Rosa e os<br />

filhos Moacyr, Maurílio, Luiz e Matilde,<br />

fixando residência na rua Itália onde o<br />

primeiro armazém da família foi instalado,<br />

uma espécie de minimercado. Algum<br />

tempo depois nasceram mais dois<br />

filhos: Manoel e Germano.<br />

O armazém mudou para a avenida<br />

São Paulo, entre as ruas Gonçalves<br />

Dias e Nove de Julho, e em seguida a<br />

família comprou o famoso bar da avenida<br />

São Paulo, esquina com a Antônio<br />

Prado, onde ficou estabelecida por 20<br />

anos, lembra Moacyr de Freitas, recentemente<br />

homenageado merecidamente<br />

pela Câmara Municipal com o diploma<br />

de “Honra ao Mérito”.<br />

Natural de Motuca, ele nasceu em<br />

1933, estudou na Escola Antônio Joaquim<br />

de Carvalho (ANJOCA), fez o científico<br />

no IEBA e se formou professor de<br />

desenho na Escola de Belas Artes de<br />

Araraquara. Trabalhou por 11 anos na<br />

White Martins, emprego que deixou<br />

para se dedicar ao Bar do Freitas, passando<br />

a ajudar o pai Manoel. Foi casado<br />

com Maria Helena com quem teve<br />

os filhos Moacir, Gustavo e Natalia.<br />

O Bar do Freitas a partir de 1950<br />

tornou-se referência para os profissionais<br />

que chegavam em nossa cidade,<br />

Manoel de<br />

Freitas com os<br />

filhos Germano,<br />

Maurílio, Moacyr e<br />

o neto Maurílio de<br />

Freitas Júnior, na<br />

inauguração do Dom<br />

Manoel em 1968. Ao<br />

fundo foto da cidade,<br />

então com 60 mil<br />

habitantes e a Matriz<br />

sem a cúpula<br />

principalmente os médicos que deixavam<br />

lá informações sobre suas especialidades<br />

e locais de atendimento. “As<br />

pessoas desembarcavam na estação e<br />

passavam pelo bar buscando as mais<br />

diversas orientações”, comenta Moacyr.<br />

Quando não, os estudantes que<br />

se hospedavam nos hotéis das proximidades<br />

davam o Bar do Freitas como<br />

ponto de referência para entrega de<br />

cartas, livros e revistas científicas. Mas<br />

Os filhos de Rosa e Manoel de Freitas na sua<br />

chegada em Araraquara: Mathilde Rosa Freitas<br />

Torres, Luiz Gonzaga de Freitas, Germano de<br />

Freitas Neto, Manoel Eurico de Freitas, Moacyr<br />

de Freitas e Maurílio de Freitas (atrás)<br />

28<br />

Manoel de Freitas ou Dom Manoel

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