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ECONOMIA<br />
Com a queda da<br />
taxa de juros, o<br />
acesso ao crédito<br />
é mais barato<br />
A pesquisadora Délis<br />
Magalhães, do Núcleo de<br />
Economia do SINCOMERCIO,<br />
trabalhando em parceria<br />
com Núcleo de Extensão<br />
em Conjuntura e Estudos<br />
Econômicos da UNESP<br />
Araraquara, em artigo especial<br />
para a nossa revista, avalia a<br />
situação econômica do país<br />
com a queda de juros no<br />
mercado financeiro.<br />
A taxa básica de juros (SELIC) é o<br />
principal instrumento de controle utilizado<br />
pelo Banco Central para manter a<br />
inflação dentro dos limites da meta ou<br />
estimular um aquecimento econômico.<br />
Dessa forma, com taxas de juros menores,<br />
a população tem acesso a crédito<br />
mais barato e maiores possibilidades<br />
de consumo. Porém, caso o mercado interno<br />
não esteja preparado para suprir<br />
esse aumento de demanda em forma<br />
de consumo, será gerada uma pressão<br />
sobre o preço dos bens que resultará<br />
em uma inflação mais alta. Para controlar<br />
esse aumento do preço dos bens,<br />
o Banco Central acaba aumentando a<br />
taxa de juros, inibindo o consumo e o<br />
investimento gerando uma desaceleração<br />
econômica e consequentemente<br />
uma desaceleração dos preços.<br />
No caso brasileiro, a política de juros<br />
baixos voltados para o consumo de<br />
massa acabou custando mais do que<br />
o esperado. Nos últimos anos, vimos o<br />
resultado disso numa inflação sólida e<br />
persistente, que acabou corroendo parte<br />
da renda dos consumidores. Não restando<br />
outra saída, o aumento da taxa<br />
de juros para segurar esse aumento<br />
persistente dos preços acabou gerando<br />
uma forte queda da atividade econômica<br />
e grande dificuldade de acesso ao<br />
crédito, a corrosão da renda dos brasileiros<br />
e a queda nos investimentos produtivos<br />
acabaram se aprofundando.<br />
Nos últimos meses, a inflação finalmente<br />
começou a dar sinais mais<br />
concretos de desaceleração, trazendo<br />
MAR/10<br />
Evolução da taxa de juros (SELIC) - % a.a<br />
10,16 11,17<br />
AGO/10<br />
JAN/11<br />
12,42<br />
JUN/11<br />
Elaboração Sincomercio. Dados: Banco Central<br />
40<br />
NOV/11<br />
9,65<br />
ABR/12<br />
SET/12<br />
7,14<br />
FEV/13<br />
Délis Magalhães, pesquisadora do Núcleo<br />
de Economia do Sincomercio Araraquara<br />
Durante a crise de 2008, o papel<br />
da expansão do crédito para<br />
consumo foi um dos principais<br />
fatores que garantiu a sensação<br />
de distância da crise.<br />
novamente o debate sobre rumos da<br />
política monetária e da queda da taxa<br />
de juros. Em outubro a taxa de juros registrou<br />
a primeira queda, passando de<br />
14,25% para 14%. O fator decisivo para<br />
a queda na SELIC foi a melhora nas<br />
condições de inflação e nas previsões<br />
futuras para a mesma. Porém, esperase<br />
que as reduções na taxa continuem.<br />
8,4<br />
JUL/13<br />
Série 1<br />
10,9<br />
DEZ/13<br />
MAI/14<br />
12,15<br />
OUT/14<br />
MAR/15<br />
AGO/15<br />
14,15<br />
JAN/16<br />
14<br />
JUN/16