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cremação em araraquara<br />
Entre o temor de ficar em baixo da terra ou pavor<br />
de ser queimado, o que em vida pode ser melhor?<br />
Empresa da cidade iniciou em 2011, vendas de planos<br />
para cremação e diz que a adesão tem crescido muito<br />
nos últimos meses. Só no ano passado em Araraquara<br />
foram 20 cremações, superando os anos anteriores.<br />
Muito usado em países desenvolvidos e<br />
uma forte cultura no mundo ocidental, a cremação<br />
de corpos ainda é um tabu a ser vencido<br />
no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />
essa técnica pós-funeral é mais difundida<br />
que aqui.<br />
Em Araraquara, o serviço funerário Fonteri<br />
é pioneiro na venda de pacotes crematórios.<br />
Começou em 2011, com apenas dez cremações<br />
durante todo o ano. Em 2012 o número<br />
caiu um pouco, chegando a seis, porém no<br />
ano seguinte, em 2013, foram 20 cremações<br />
realizadas. Até o mês de maio, nove pessoas<br />
haviam sido cremadas este ano.<br />
Segundo o proprietário da empresa, João<br />
Luiz Roveri, obter um plano funerário traz uma<br />
série de benefícios. “A pessoa deve pensar em<br />
longo prazo. Primeiro no falecimento de um<br />
ente querido, depois pensar que no momento<br />
da dor, a funerária irá prestar todo o serviço<br />
ao corpo. É o conforto financeiro, pagando em<br />
parcelas e também o conforto emocional”, explica.<br />
Ainda de acordo com Roveri, para lançar<br />
este serviço na cidade, foi feita uma pesquisa<br />
de mercado, realizada por um grupo da Unesp.<br />
“Descobrimos que havia a necessidade deste<br />
serviço em Araraquara, e então implantamos.<br />
É um trabalho de formiga”.<br />
Quem não tem um plano funerário e quer<br />
contratar a empresa no momento da morte,<br />
o sepultamento custa a partir de R$ 2.300<br />
reais. A cremação pode custar R$ 3 mil.<br />
Pesquisas realizadas no Brasil provam que<br />
a cremação de cadáveres traz um ganho para<br />
o meio ambiente, pois não há risco de contaminar<br />
o solo, no caso do sepultamento.<br />
Fernanda Miranda já fez<br />
sua opção: ser cremada<br />
e ter as cinzas do corpo<br />
atiradas ao mar, cuja<br />
força é tão grandiosa que<br />
influencia até mesmo<br />
religiões e mitos, como é<br />
o caso de Iemanjá, que na<br />
Umbanda é considerada a<br />
rainha das águas e recebe<br />
oferendas todos os anos.<br />
DEBATES EM RELIGIÕES<br />
De acordo com o Preletor da<br />
Igreja Internacional da Graça de<br />
Deus, do pastor R. R. Soares, Sebastião<br />
Barbosa, a bíblia diz que<br />
os ossos devem ser preservados<br />
sempre. “Estou dizendo conforme<br />
a Bíblia diz, os ossos devem ser<br />
preservados em qualquer ocasião.<br />
Quando Jesus Cristo foi crucificado,<br />
nenhum osso foi quebra-<br />
Professor Rodolpho Telarolli,<br />
falecido em 2001, em vida, optou<br />
pela cremação e seu desejo foi<br />
realizado no Crematório de Vila<br />
Alpina, o primeiro do Brasil. Ele<br />
se dedicou à pesquisa da história<br />
local com muito rigor e como forma<br />
de homenagear a cidade em que<br />
nasceu, suas cinzas foram jogas em<br />
frente à Esplanda das Rosas,<br />
na Rua São Bento.<br />
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