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RCIA - ED. 108 - JULHO 2014

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cremação em araraquara<br />

Entre o temor de ficar em baixo da terra ou pavor<br />

de ser queimado, o que em vida pode ser melhor?<br />

Empresa da cidade iniciou em 2011, vendas de planos<br />

para cremação e diz que a adesão tem crescido muito<br />

nos últimos meses. Só no ano passado em Araraquara<br />

foram 20 cremações, superando os anos anteriores.<br />

Muito usado em países desenvolvidos e<br />

uma forte cultura no mundo ocidental, a cremação<br />

de corpos ainda é um tabu a ser vencido<br />

no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />

essa técnica pós-funeral é mais difundida<br />

que aqui.<br />

Em Araraquara, o serviço funerário Fonteri<br />

é pioneiro na venda de pacotes crematórios.<br />

Começou em 2011, com apenas dez cremações<br />

durante todo o ano. Em 2012 o número<br />

caiu um pouco, chegando a seis, porém no<br />

ano seguinte, em 2013, foram 20 cremações<br />

realizadas. Até o mês de maio, nove pessoas<br />

haviam sido cremadas este ano.<br />

Segundo o proprietário da empresa, João<br />

Luiz Roveri, obter um plano funerário traz uma<br />

série de benefícios. “A pessoa deve pensar em<br />

longo prazo. Primeiro no falecimento de um<br />

ente querido, depois pensar que no momento<br />

da dor, a funerária irá prestar todo o serviço<br />

ao corpo. É o conforto financeiro, pagando em<br />

parcelas e também o conforto emocional”, explica.<br />

Ainda de acordo com Roveri, para lançar<br />

este serviço na cidade, foi feita uma pesquisa<br />

de mercado, realizada por um grupo da Unesp.<br />

“Descobrimos que havia a necessidade deste<br />

serviço em Araraquara, e então implantamos.<br />

É um trabalho de formiga”.<br />

Quem não tem um plano funerário e quer<br />

contratar a empresa no momento da morte,<br />

o sepultamento custa a partir de R$ 2.300<br />

reais. A cremação pode custar R$ 3 mil.<br />

Pesquisas realizadas no Brasil provam que<br />

a cremação de cadáveres traz um ganho para<br />

o meio ambiente, pois não há risco de contaminar<br />

o solo, no caso do sepultamento.<br />

Fernanda Miranda já fez<br />

sua opção: ser cremada<br />

e ter as cinzas do corpo<br />

atiradas ao mar, cuja<br />

força é tão grandiosa que<br />

influencia até mesmo<br />

religiões e mitos, como é<br />

o caso de Iemanjá, que na<br />

Umbanda é considerada a<br />

rainha das águas e recebe<br />

oferendas todos os anos.<br />

DEBATES EM RELIGIÕES<br />

De acordo com o Preletor da<br />

Igreja Internacional da Graça de<br />

Deus, do pastor R. R. Soares, Sebastião<br />

Barbosa, a bíblia diz que<br />

os ossos devem ser preservados<br />

sempre. “Estou dizendo conforme<br />

a Bíblia diz, os ossos devem ser<br />

preservados em qualquer ocasião.<br />

Quando Jesus Cristo foi crucificado,<br />

nenhum osso foi quebra-<br />

Professor Rodolpho Telarolli,<br />

falecido em 2001, em vida, optou<br />

pela cremação e seu desejo foi<br />

realizado no Crematório de Vila<br />

Alpina, o primeiro do Brasil. Ele<br />

se dedicou à pesquisa da história<br />

local com muito rigor e como forma<br />

de homenagear a cidade em que<br />

nasceu, suas cinzas foram jogas em<br />

frente à Esplanda das Rosas,<br />

na Rua São Bento.<br />

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