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A coleção começou em 1998, quando<br />
Maria descobriu que a fábrica de brinquedos<br />
Estrela pararia de produzir o Playmobil no<br />
Brasil. Passei a comprar todos os que encontrava<br />
pela frente. Não queria que deixassem<br />
de existir, lembra ela. Contando bonecos e<br />
acessórios, já são mais de 5 000 peças.<br />
Muitos deles vieram de fora do país, como<br />
A gratificação proporcionada a um colecionador<br />
com o seu item não tem preço. O<br />
Brasil ainda está longe deste reconhecimento<br />
de uma forma geral. Nem o Guinness Book<br />
pode salvar este raro momento. Outros colecionadores<br />
de itens raros mostraram à nossa<br />
reportagem o amor e carinho por seus objetos<br />
de desejo.<br />
Willian Lopes de Abreu começou a sua<br />
afeição por quadrinhos logo aos 10 anos<br />
quando ganhou a sua primeira revista do Homem-Aranha.<br />
“Na época eu estava acompanhando<br />
a minha mãe em uma viagem e, então,<br />
o ônibus parou em um posto onde havia<br />
uma banca dentro. Adquiri a edição nº 115 do<br />
Homem-Aranha e a partir daí começou o gosto<br />
em colecionar quadrinhos”. Hoje, Abreu possui<br />
mais de 2 mil quadrinhos em sua coleção<br />
num armário dividido em três portas, repleto<br />
de histórias.<br />
Apesar de suas coleções de Batman,<br />
X-Men, entre outros, Abreu destaca um quadrinho<br />
atípico dos mais tradicionais em sua<br />
os noivinhos franceses<br />
que sua mãe<br />
encontrou em Paris.<br />
Conseguir um item<br />
que você queria muito<br />
é sensacional, afirma.<br />
Há dois anos, Maria<br />
criou uma conta no<br />
aplicativo Instagram<br />
(Iloveplaymo) com fotos<br />
dos homenzinhos<br />
em cenários reais.<br />
Quando viaja, leva<br />
duas malas cheias dos bonecos para clicá-los.<br />
Hoje, tem mais de 100 000 seguidores.<br />
Seu trabalho foi parar na fan page oficial<br />
da Playmobil. É outra forma de realização,<br />
diz ela, que toma cuidado para não perder<br />
o bom-senso e ultrapassar a medida. Conheço<br />
pessoas que se endividam por causa de<br />
uma coleção, mas não é meu caso, garante.<br />
coleção. “O meu título favorito é o Preacher, do<br />
escritor irlandês Garth Ennis. É uma escolha<br />
totalmente pessoal pelo conjunto da obra. É<br />
tudo tão adoravelmente de mau gosto (risos)”,<br />
conta Abreu.<br />
O colecionador não tem<br />
como objetivo, lucrar com os<br />
pertences. A aquisição de conhecimento<br />
do assunto faz<br />
com que ele domine a sua<br />
área. Caso venha um lucro<br />
financeiro, será de maneira<br />
natural, mas a verdadeira<br />
origem da riqueza será o<br />
acúmulo de valores vindos<br />
de suas coleções.<br />
Bacharelado e licenciado<br />
em Letras, Sérgio Mendes<br />
coleciona moedas. Possui<br />
cerca de 2.600 peças<br />
em seu acervo. A primeira<br />
ganhou ainda garoto, uma<br />
moeda de 400 réis de 1901<br />
A histórica edição 115, onde a<br />
vida de colecionador começou<br />
para Willian Lopes de Abreu<br />
69<br />
de seu primo, na qual considera a mais importante<br />
de seu seleto grupo.<br />
“Desde então comecei a colecionar. No começo<br />
eu apenas pegava algumas, mas a partir<br />
dos 15 anos, eu comecei a catalogá-las e<br />
hoje sou um colecionador”, declara Mendes. A<br />
graça da moeda não é o valor monetário, mas<br />
o papel daquilo em uma sociedade e os símbolos<br />
nela usados. “Numismática, a ciência<br />
que estuda a moeda, auxilia em outros campos.<br />
Logo, o numisma acaba sendo um pouco<br />
historiador e economista também”, complementa<br />
Mendes.<br />
Figurinhas, quadrinhos, moedas. A constelação<br />
é gigantesca, um buraco negro, podendo<br />
achar diversas galáxias de coleções. E<br />
o embalo para tudo isso? Não poderia faltar<br />
uma trilha sonora. Luis Roberto Neves é um<br />
grande apaixonado pelos Beatles. “Eu tinha<br />
uns 10 anos quando eu ouvi a primeira música<br />
dos Beatles. Estava passando por uma loja<br />
de discos em São Carlos junto com minha tia<br />
e pedi para que ela comprasse para mim. Era<br />
um compacto simples que tinha “She Loves<br />
You” de um lado e “I’ll Get You Do” do outro.<br />
A partir dali começou uma paixão minha pelo<br />
grupo”.<br />
Hoje, com um programa na Uniara FM<br />
chamado Beatlemania, Neves conta a história<br />
de cada música e álbum toda semana.<br />
Luis Roberto, que também é músico, não tem<br />
um álbum preferido dos garotos de Liverpool,<br />
mas ele ressalta um que fez história. “Se eu<br />
tivesse que citar um álbum para representar<br />
toda a carreira da banda, em que os quatro<br />
aparecem como compositores maduros e músicos<br />
excepcionais, este álbum seria o “Abbey<br />
Road”, o último que eles gravaram”.