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RCIA - ED. 108 - JULHO 2014

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A coleção começou em 1998, quando<br />

Maria descobriu que a fábrica de brinquedos<br />

Estrela pararia de produzir o Playmobil no<br />

Brasil. Passei a comprar todos os que encontrava<br />

pela frente. Não queria que deixassem<br />

de existir, lembra ela. Contando bonecos e<br />

acessórios, já são mais de 5 000 peças.<br />

Muitos deles vieram de fora do país, como<br />

A gratificação proporcionada a um colecionador<br />

com o seu item não tem preço. O<br />

Brasil ainda está longe deste reconhecimento<br />

de uma forma geral. Nem o Guinness Book<br />

pode salvar este raro momento. Outros colecionadores<br />

de itens raros mostraram à nossa<br />

reportagem o amor e carinho por seus objetos<br />

de desejo.<br />

Willian Lopes de Abreu começou a sua<br />

afeição por quadrinhos logo aos 10 anos<br />

quando ganhou a sua primeira revista do Homem-Aranha.<br />

“Na época eu estava acompanhando<br />

a minha mãe em uma viagem e, então,<br />

o ônibus parou em um posto onde havia<br />

uma banca dentro. Adquiri a edição nº 115 do<br />

Homem-Aranha e a partir daí começou o gosto<br />

em colecionar quadrinhos”. Hoje, Abreu possui<br />

mais de 2 mil quadrinhos em sua coleção<br />

num armário dividido em três portas, repleto<br />

de histórias.<br />

Apesar de suas coleções de Batman,<br />

X-Men, entre outros, Abreu destaca um quadrinho<br />

atípico dos mais tradicionais em sua<br />

os noivinhos franceses<br />

que sua mãe<br />

encontrou em Paris.<br />

Conseguir um item<br />

que você queria muito<br />

é sensacional, afirma.<br />

Há dois anos, Maria<br />

criou uma conta no<br />

aplicativo Instagram<br />

(Iloveplaymo) com fotos<br />

dos homenzinhos<br />

em cenários reais.<br />

Quando viaja, leva<br />

duas malas cheias dos bonecos para clicá-los.<br />

Hoje, tem mais de 100 000 seguidores.<br />

Seu trabalho foi parar na fan page oficial<br />

da Playmobil. É outra forma de realização,<br />

diz ela, que toma cuidado para não perder<br />

o bom-senso e ultrapassar a medida. Conheço<br />

pessoas que se endividam por causa de<br />

uma coleção, mas não é meu caso, garante.<br />

coleção. “O meu título favorito é o Preacher, do<br />

escritor irlandês Garth Ennis. É uma escolha<br />

totalmente pessoal pelo conjunto da obra. É<br />

tudo tão adoravelmente de mau gosto (risos)”,<br />

conta Abreu.<br />

O colecionador não tem<br />

como objetivo, lucrar com os<br />

pertences. A aquisição de conhecimento<br />

do assunto faz<br />

com que ele domine a sua<br />

área. Caso venha um lucro<br />

financeiro, será de maneira<br />

natural, mas a verdadeira<br />

origem da riqueza será o<br />

acúmulo de valores vindos<br />

de suas coleções.<br />

Bacharelado e licenciado<br />

em Letras, Sérgio Mendes<br />

coleciona moedas. Possui<br />

cerca de 2.600 peças<br />

em seu acervo. A primeira<br />

ganhou ainda garoto, uma<br />

moeda de 400 réis de 1901<br />

A histórica edição 115, onde a<br />

vida de colecionador começou<br />

para Willian Lopes de Abreu<br />

69<br />

de seu primo, na qual considera a mais importante<br />

de seu seleto grupo.<br />

“Desde então comecei a colecionar. No começo<br />

eu apenas pegava algumas, mas a partir<br />

dos 15 anos, eu comecei a catalogá-las e<br />

hoje sou um colecionador”, declara Mendes. A<br />

graça da moeda não é o valor monetário, mas<br />

o papel daquilo em uma sociedade e os símbolos<br />

nela usados. “Numismática, a ciência<br />

que estuda a moeda, auxilia em outros campos.<br />

Logo, o numisma acaba sendo um pouco<br />

historiador e economista também”, complementa<br />

Mendes.<br />

Figurinhas, quadrinhos, moedas. A constelação<br />

é gigantesca, um buraco negro, podendo<br />

achar diversas galáxias de coleções. E<br />

o embalo para tudo isso? Não poderia faltar<br />

uma trilha sonora. Luis Roberto Neves é um<br />

grande apaixonado pelos Beatles. “Eu tinha<br />

uns 10 anos quando eu ouvi a primeira música<br />

dos Beatles. Estava passando por uma loja<br />

de discos em São Carlos junto com minha tia<br />

e pedi para que ela comprasse para mim. Era<br />

um compacto simples que tinha “She Loves<br />

You” de um lado e “I’ll Get You Do” do outro.<br />

A partir dali começou uma paixão minha pelo<br />

grupo”.<br />

Hoje, com um programa na Uniara FM<br />

chamado Beatlemania, Neves conta a história<br />

de cada música e álbum toda semana.<br />

Luis Roberto, que também é músico, não tem<br />

um álbum preferido dos garotos de Liverpool,<br />

mas ele ressalta um que fez história. “Se eu<br />

tivesse que citar um álbum para representar<br />

toda a carreira da banda, em que os quatro<br />

aparecem como compositores maduros e músicos<br />

excepcionais, este álbum seria o “Abbey<br />

Road”, o último que eles gravaram”.

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