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Maurinho,<br />
na seleção<br />
em 1954,<br />
na Suíça<br />
o nosso flecha<br />
Maurinho, do Paulista<br />
para a Seleção Brasileira<br />
Saiu do Paulista o primeiro e um dos únicos jogadores que atuaram<br />
pelo Brasil em campeonatos mundiais. Ele era Maurinho, o “flecha”.<br />
6<br />
de julho de 1933 nascia, em Araraquara,<br />
Mauro Raphael, o Maurinho,<br />
um menino que quando ainda cursava a escola<br />
primária, já esbanjava habilidade com<br />
a bola no pé diante de seus colegas. E não<br />
deu outra. Pequenino e rápido, começou sua<br />
carreira no Paulistinha, time infantil do Paulista,<br />
em 1948, com apenas 15 anos de idade.<br />
Chamando atenção de dirigentes, foi integrado<br />
ao elenco principal no mesmo ano e disputou<br />
sua primeira partida contra a equipe<br />
do Amparo (SP), no Estádio Municipal. O tricolor<br />
venceu a partida por 5x3, com Maurinho<br />
substituindo o ponta-esquerda Ivan e sendo o<br />
destaque da partida.<br />
Porém, a principal partida de Maurinho<br />
com a camisa do Paulista aconteceria no dia<br />
23 de julho de 1950, em amistoso diante da<br />
equipe do Palmeiras, de Oberdan Cattani (falecido<br />
em 20 de junho último) e tantos outros<br />
craques no Estádio Municipal. Todos acreditavam<br />
que o Palmeiras venceria facilmente. Mas<br />
não foi da maneira que se imaginava.<br />
O Palmeiras venceu por 5x3. E quem<br />
roubou a cena? O menino Maurinho, com 17<br />
anos, fazendo os três gols do tricolor. Logo<br />
após a partida, dirigentes do alviverde ficaram<br />
interessados em seu futebol rápido e alegre.<br />
Porém, por ser menor de idade, o Palmeiras<br />
desistiu de levá-lo para São Paulo. No final de<br />
1950, o Guarani de Campinas, que acabara<br />
de subir para a divisão especial do Campeonato<br />
Paulista, acertou a sua contratação.<br />
MAURINHO, A PRIMEIRA REVELAÇÃO<br />
Os personagens: Maurinho, era ainda um<br />
garoto de 16 para 17 anos e vivia somente<br />
para sua Araraquara. Amadeu Ceregatti diretor<br />
e “olheiro” do Guarani, viajava muito na<br />
época pelo interior de São Paulo vendendo a<br />
cerveja “Mossoró, produzida em Campinas.<br />
Como homem de vendas bem sucedido, Amadeu<br />
era elegante e sempre ia aos engraxates<br />
para deixar impecável seus sapatos.<br />
Certo dia em Araraquara, engraxando seus<br />
sapatos e “papeando” com os engraxates no<br />
Salão d’Onofre (Hotel Municipal) e falando de<br />
futebol, foi alertado pelos garotos que um deles<br />
era muito “bom de bola”; e foi então que resolveu<br />
assistir um jogo de fim de semana em<br />
nossa cidade, e deslumbrado com o futebol<br />
do garoto Maurinho, o levou para Campinas,<br />
ficando ele hospedado na casa da família de<br />
Amadeu que cobriu todos os gastos.<br />
Maurinho sentia falta de sua família e de<br />
seus amigos. Nos treinamentos no campo velho<br />
do Guarani na Rua Barão Geraldo de Rezende,<br />
“o Pastinho”, havia momentos em que<br />
China, o centro avante que viera do São Paulo<br />
FC para se consagrar no Guarani, gritava com<br />
Maurinho que chegava a chorar, sendo consolado<br />
por Otto Vieira, técnico naquela época.<br />
Logo Maurinho se tornou titular e nunca mais<br />
deixou a ponta-esquerda do time.<br />
Certa vez, no Pacaembu, jogavam às 11<br />
horas da manhã Corinthians 0 x Guarani 1, gol<br />
do avante Romeu. Após o jogo um torcedor do<br />
Corinthians falou: “Eu vim aqui para ver este<br />
ponta-esquerda jogar”. Realmente Maurinho<br />
foi um sucesso e a primeira revelação do Guarani<br />
para o futebol brasileiro acabou sendo<br />
vendido ao São Paulo.<br />
No São Paulo, Maurinho - jogador bi-destro<br />
foi para a ponta direita porque Canhoteiro era<br />
absoluto na ponta esquerda do tricolor. Daí prá<br />
frente, Maurinho brilhou com a camisa do São<br />
Paulo: em 7 anos entrou em campo 347 vezes<br />
e marcou 136 gols, o nono maior artilheiro da<br />
história do clube. Ganhou os títulos paulistas<br />
de 1953 e 57.<br />
Neste último, na finalíssima contra o Corinthians,<br />
ele marcou o terceiro gol na vitória de 3<br />
a 1. No lance, antes de chutar a bola, perguntou<br />
ao goleiro adversário Gilmar dos Santos<br />
Neves, em qual canto queria o drible: deu uma<br />
finta desconcertante e fez um golaço. Furioso,<br />
depois do jogo, Gilmar saiu correndo atrás de<br />
Maurinho querendo agredi-lo. O juiz Alberto<br />
Gama Malcher proibiu então que os são-paulinos<br />
dessem a volta olímpica no Pacaembu,<br />
já que os ânimos da torcida e dos jogadores<br />
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corintianos estavam exaltados.<br />
Consolidado no futebol, Maurinho chegou<br />
à seleção brasileira disputando a Copa<br />
do Mundo de 1954, na Suíça, se tornando o<br />
primeiro jogador da cidade a participar do torneio.<br />
Ele jogou contra a Hungria, episódio que<br />
ficou conhecido como a “Batalha de Berna”.<br />
Os húngaros eliminaram a seleção nas quartas<br />
de final por 4x2. Maurinho disputou 14 jogos<br />
pela seleção e marcou 4 gols.<br />
Depois do São Paulo, Maurinho foi contratado<br />
pelo Fluminense, onde seguiu brilhando<br />
e conquistou o Campeonato Carioca de 1959.<br />
Após três anos nas Laranjeiras, de 1958 a<br />
1961, Maurinho se transferiu para o Boca<br />
Juniors. Lá, ajudou o time mais popular da<br />
Argentina a ser campeão em 1962. Voltou ao<br />
Brasil em 1964, teve uma rápida passagem<br />
pelo Vasco da Gama e encerrou a carreira no<br />
Fluminense. Maurinho tinha apenas 31 anos<br />
quando pendurou as chuteiras. Ele faleceu em<br />
São Paulo em 28 de junho de 1995.<br />
Mazinho, na Câmara<br />
Municipal, quando<br />
vereador nos anos 70<br />
Omar de Souza e Silva foi vereador e<br />
presidente da Câmara Municipal em nossa<br />
cidade e presidente e um dos principais<br />
dirigentes do Paulista, durante décadas,<br />
depois do Dr. Antonio Alonso Martinez