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Folha Jacaranda N27-2019

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nossa gente<br />

Quando a fome encontra<br />

uma mulher de apetite!<br />

“Lembro direitinho da cena: entrei na escola no<br />

dia que fui visitar, as crianças estavam brincando<br />

no pátio e estavam seguindo umas folhas que<br />

rodavam em redemoinho… as crianças correndo<br />

ali no quintal da casa…”.<br />

Uma foto da Jacarandá, não parece?<br />

Mas essa, na verdade, é a descrição da querida<br />

Tânia, diretora e fundadora da Jacarandá, aquela<br />

que criou tudo isso que conhecemos hoje, quando<br />

há 26 anos foi visitar a Associação Espaço Livre,<br />

creche da PUC, em busca da escola certa para os<br />

seus filhos.<br />

Daí veio a inspiração para a Jacarandá, aliada a<br />

uma reviravolta, a um desejo antigo de ter uma<br />

escola, a muito preparo e a um apetite que, como<br />

ela, poucos têm.<br />

“Pensando bem, sempre pensei em ter uma<br />

escola!”, disse a Tânia.<br />

Decidida, desde cedo, resolveu trilhar o seu<br />

caminho voltado para esse desejo. Fez magistério<br />

no Mackenzie, cursos de educação Montessori<br />

e estágio em escolas montessorianas. Optou<br />

por fazer faculdade de psicologia na PUC,<br />

já que também era uma área de interesse e<br />

que complementaria seus conhecimentos de<br />

formação no magistério.<br />

Curiosa, durante a faculdade fez um curso de<br />

pedagogia Waldorf e trabalhou numa escola com<br />

esse método. Dinâmica, fez cursos de Orientação<br />

para amamentação, Psicoprofilaxia do parto,<br />

puerpério e foi trabalhar com gestantes depois de<br />

formada.<br />

Mas e a Jacarandá, quando surgiu?<br />

A Isabel, filha mais velha da Tânia, nasceu<br />

enquanto ela ainda cursava a faculdade. Casada há<br />

30 anos com Antonio, eles têm três filhos, também<br />

o Rodrigo e o Felipe. Todos próximos de idade e<br />

muito amigos.<br />

E foi pensando na educação deles, que ela<br />

buscou uma escola bacana para seus filhos<br />

estudarem. A busca foi intensa, imaginem<br />

vocês, com um curriculum desses achar uma<br />

escola não foi tarefa fácil.<br />

Encontrou, então, a Espaço Livre, onde<br />

matriculou sua filha e… em setembro…<br />

anunciaram que a escola iria fechar!<br />

Começar uma nova busca não parecia uma<br />

jornada nada animadora. Foi então que<br />

Tânia, com o apoio do seu marido, parceiro,<br />

resolveu desengavetar o sonho de ter sua<br />

escola e colocou as mãos na massa.<br />

“Eu não quero a faca nem o queijo,<br />

Eu quero a fome.”<br />

(Adelia Prado)<br />

Algo super tranquilo e descomplicado como<br />

abrir uma escola - do zero - e em 4 meses,<br />

foi o catalizador necessário. Em dezembro<br />

daquele mesmo ano a Tânia encontrou<br />

a casa certa (esta que conhecemos) e<br />

começou as entrevistas com as pessoas que<br />

ali trabalhariam. A Vitória, essa Vitória que<br />

vocês estão pensando e hoje sócia da Tânia,<br />

foi entrevistada e contratada nesse mesmo<br />

dezembro, há 25 anos.<br />

Super preocupada em fazer tudo<br />

corretamente, assim ela abriu e assim<br />

administra a Jacarandá até hoje, sendo a sua<br />

maior realização acompanhar e participar<br />

da infância dos alunos.<br />

“É gratificante depois de tantos anos poder<br />

reencontrar alunos e pais e pensar que eles<br />

tiveram uma boa experiência na primeira<br />

infância. São experiências que ficam<br />

numa memória que às vezes a gente não<br />

consegue acionar racionalmente, mas está<br />

ali: tá no corpo, na nossa base! E isso é super<br />

importante, então fico muito contente!”<br />

disse a Tânia. E nós, pais, também ficamos!<br />

Mas, e a Tânia criança, será que ela gostaria<br />

de ter estudado na Jacarandá?<br />

Uma menina levada e sapeca! Irmã mais<br />

nova e que adorava brincar de tudo: “Eu<br />

era a criança que explorava, brincava, caía<br />

e até um tanto distraída…”, assim a Tânia<br />

relembrou. A sua irmã dizia que ela brincava<br />

até com o lápis de cor!<br />

Por que parar? Nunca! A Tânia e a Vitória<br />

arrumaram um tempinho de 3 anos para<br />

realizar um outro projeto: o livro. Infância,<br />

Liberdade e Acolhimento, que foi lançado em<br />

2018 e conta as suas vivências na Jacarandá,<br />

com relatos do que desenvolveram ao longo<br />

dos anos sobre educação infantil. Mais um<br />

projeto bem cuidado!<br />

E, como nosso jornal está falando de<br />

memórias, porque memórias são nossas<br />

para sempre, pedi para a Tânia compartilhar<br />

algumas delas conosco:<br />

Uma memória afetiva:<br />

“Carnaval! De fevereiro, aquariana, ainda<br />

me lembro dos bailes de carnaval no Clube<br />

Pinheiros, quando me fantasiava. Porque na<br />

minha infância nos fantasiávamos apenas no<br />

Carnaval.”<br />

Uma memória afetiva sobre a Jacarandá?<br />

“Difícil… 300 milhões de memórias para<br />

escolher… memórias sendo feitas todos<br />

os dias…” (longa pausa). “O CD da Rádio<br />

Jacarandá foi uma conquista bacana. Mas<br />

uma memória que eu acho que é legal e que<br />

a gente até pensou em resgatar é fazer roda<br />

de música com a escola toda. No começo<br />

da escola, a gente conseguia fazer roda de<br />

música com todos os alunos. Sentávamos lá<br />

embaixo, no pátio, todo mundo, crianças e<br />

professores e cantávamos!”<br />

O que você lembrou de lembrar?<br />

“Da minha infância, porque é ter a<br />

consciência do quão sério é a vida das<br />

crianças. Cada pequena experiência é<br />

muito verdadeira, é muito intensa. É muito<br />

importante! “<br />

Depois de longos e importantes 25 anos de<br />

Jacarandá, ela ainda enxerga as crianças<br />

correndo atrás das folhas. Pois nós também<br />

enxergamos. E é por isso que confiamos<br />

parte das memórias da primeira infância<br />

dos nossos filhos à Jacarandá. Porque serão<br />

memórias incríveis!<br />

Brincamos no começo da entrevista que<br />

casada há tanto tempo, a Tânia estava fora de<br />

moda. Concluo essa aula de vida (porque não<br />

foi uma entrevista, mas uma aula!), dizendo<br />

que não há nada mais na moda do que uma<br />

mãe dedicada, uma profissional brilhante,<br />

uma empresária corajosa, uma pessoa<br />

sensível, determinada e que não tem medo<br />

de dividir conhecimento. Você, Tânia, é ultra<br />

fashion!<br />

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