Anozero'19 Bienal de Coimbra — A Terceira Margem / The Third Bank
O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra nasceu de um esforço conjunto entre o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, a Universidade de Coimbra a e a Câmara Municipal de Coimbra, e tem, para a sua terceira edição, curadoria-geral de Agnaldo Farias e curadoria-adjunta de Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha.
O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra nasceu de um esforço conjunto entre o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, a Universidade de Coimbra a e a Câmara Municipal de Coimbra, e tem, para a sua terceira edição, curadoria-geral de Agnaldo Farias e curadoria-adjunta de Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha.
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Sala da Cida<strong>de</strong><br />
sala da cida<strong>de</strong><br />
José Spaniol<br />
pt 1960, São Luiz Gonzaga, Brasil,<br />
vive e trabalha em São Paulo<br />
O trabalho <strong>de</strong> José Spaniol referencia objetos<br />
quotidianos, nomeadamente mobiliário e elementos<br />
<strong>de</strong> construção, entrecruzando primeiro a sua função<br />
utilitária e poética, mas também a sua forma, matéria e<br />
escala em relação à arquitetura e aos locais expositivos.<br />
Recorre ainda ao uso <strong>de</strong> texto, letras e palavras, titulando<br />
muitas vezes as suas obras com onomatopeias ora<br />
enigmáticas ora sugestivas. O trabalho Sonhos <strong>de</strong> outubro<br />
(2014–2019) foi primeiro <strong>de</strong>senvolvido para o Octógono<br />
da Pinacoteca do Estado <strong>de</strong> São Paulo e é agora apresentado<br />
numa nova versão para a Sala da Cida<strong>de</strong>. O seu<br />
epicentro, uma canoa como a do protagonista do conto<br />
«A <strong>Terceira</strong> <strong>Margem</strong> do Rio», equilibra-se num plano<br />
elevado, improvável, <strong>de</strong>sestabilizador e inatingível.<br />
Como se fora uma paisagem vista a partir <strong>de</strong> uma<br />
perspetiva recuada, a obra ocupa o mesmo eixo das<br />
pinturas ascensionais <strong>de</strong> cúpulas e tetos, provocando<br />
vertigem e dissolução dos limites do espaço.<br />
en 1960, São Luiz Gonzaga, Brazil,<br />
lives and works in São Paulo<br />
José Spaniol’s work references everyday<br />
objects, particularly furniture and building materials,<br />
first interlacing their utilitarian and poetic function,<br />
but also their form, material and scale in relation to<br />
the architecture and the exhibition venues. He also<br />
makes use of text, letters and words, often giving his<br />
works onomatopoeic titles, sometimes enigmatic,<br />
sometimes suggestive. <strong>The</strong> work Sonhos <strong>de</strong> outubro<br />
(2014–2019) was first created for the Octógono da<br />
Pinacoteca do Estado <strong>de</strong> São Paulo and a new version<br />
is now beeing exhibited in the Sala da Cida<strong>de</strong>. Its<br />
epicentre, a canoe like that of the protagonist of “<strong>The</strong><br />
<strong>Third</strong> <strong>Bank</strong> of the River”, balances on a high plane,<br />
improbable, <strong>de</strong>stabilizing and unattainable. As if it<br />
were a landscape viewed from a perspective of retreat,<br />
the work occupies the same axis as ascension paintings<br />
on domes and ceilings, causing vertigo and dissolving<br />
the limits of space.