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Leonardo e Maria João Gonçalves<br />

“São como dois pássaros, voando no tempo. Onde<br />

nem a chuva e nem o vento os impedira de cruzar os<br />

oceanos. São como duas almas perdidas. Perdidas<br />

na chuva e perdidas no vento. Mas cravadas no<br />

tempo.” É desta forma que o escritor João Cosme<br />

Arcanjo descreve as almas gémeas, emprestando<br />

musicalidade e poesia a um assunto que já foi<br />

abordado no fluir dos séculos por tantos outros<br />

literários. Um deles, o brasileiro Antônio Poeta, ousou<br />

ser mais simples, mas não por isso menos profundo.<br />

Nas suas palavras, “Almas gémeas? A gente não<br />

encontra. Elas se encontram.”. E assim foi, há pouco<br />

mais de vinte anos, quando um jovem adolescente<br />

decidiu inscrever-se numas aulas de piano que<br />

eram ministradas nos arredores do Colégio de Santa<br />

Teresinha, que então frequentava. Nesse mesmo<br />

dia, quis o destino pregar-lhe uma partida. E, por<br />

isso, fez com que ele encontrasse, na escola onde se<br />

foi inscrever, na mesma aula de piano, uma jovem<br />

mulher que lhe tocou a alma e que, por coincidência,<br />

era, também ela, aluna de Santa Teresinha. Sem<br />

que nada lhe tivesse pedido licença ou autorização,<br />

junto dela o seu coração ficou… Mas, como às vezes<br />

acontece, aquele ainda não era o momento certo.<br />

Eles ainda não estavam preparados para a história<br />

de amor que a vida lhes tinha reservado! Por isso,<br />

contemplando a distância, decidiram esperar dois<br />

anos, como quem espera pacientemente uma certeza<br />

que virá sem falhar. A esses dois anos, seguiram-se<br />

muito outros ‘dois anos’ mas esses… passados, vividos<br />

e saboreados nos braços um do outro, partilhando<br />

uma cumplicidade daquelas que, mais do que<br />

explicar, sente-se com cada um dos fios invisíveis que<br />

unem duas pessoas que só se entendem e só se veem<br />

numa vida conjunta. Para eles, o ‘para sempre’ é fácil.<br />

Demasiado fácil. É instintivo. Inato. E porque é que<br />

não haveria de ser? Afinal, ‘para sempre’ é sempre<br />

muito pouco para quem encontrou a sua alma gémea.<br />

Francisco Gomes.<br />

gentilmente cedidas pelos entrevistados.<br />

Agradecimentos: Restaurante do Forte, A Túlipa e Micas Hair Style.<br />

FG: O que é que teria acontecido na sua vida se, há uns anos, não se tivesse<br />

ido inscrever naquelas aulas de piano?<br />

L: Naquela altura, tinha o sonho de ir estudar para os Estados Unidos. Não<br />

era ir para Lisboa, não era ir para outro sítio qualquer ou viajar pelo mundo,<br />

mas sim ir para os Estados Unidos. Acabei por não fazê-lo e não o fiz porque<br />

decidi investir no relacionamento que estava a criar com a Maria João.<br />

Senti que tinha encontrado a pessoa certa e a pessoa que queria continuar<br />

a ter na minha vida. No primeiro momento em que a vi, senti que ela era a<br />

tal. No início, começámos como amigos e até tivemos outros relacionamentos,<br />

mas dois anos depois, reencontrámo-nos e foi assim que tudo começou.<br />

FG: À medida que os anos passam, as pessoas mudam, quer positiva quer<br />

negativamente, o que acaba por ter um inevitável impacto nas relações. A<br />

vossa vida em conjunto já teve muitas fases, mas nota-se que os anos passam<br />

e a vossa relação fica mais forte. Qual é o vosso segredo?<br />

MJ: Acho que, acima de tudo, a pessoa tem de dar prioridade à pessoa com<br />

quem partilha a sua vida e tem que dar prioridade ao amor. O amor tem que<br />

ser prioritário numa relação, na minha opinião. O que acontece é que, muitas<br />

vezes, as pessoas dão prioridade a outras coisas que não o amor, e, por<br />

saber SETEMBRO 2019<br />

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