RCIA - ED. 101 - DEZEMBRO 2013
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QUE SAUDADES<br />
ADEMIR, O CRAQUE<br />
QUE NOS DEIXOU<br />
A morte de Ademir que foi um<br />
dos grandes astros da<br />
Ferroviária em 1969.<br />
Faleceu em Piracicaba<br />
o ex-meia<br />
Ademir, que jogou<br />
no São Paulo, Portuguesa,<br />
Ferroviária<br />
e XV de Piracicaba.<br />
Batizado Ademir<br />
Antônio Chiarotti,<br />
o ex-meia tinha 64<br />
anos, começou no amador de Piracicaba<br />
atuando no MAF; em 67 foi para o XV e<br />
dois anos depois veio para a Ferroviária<br />
ficando até 1973 quando foi negociado<br />
com o São Paulo. No Tricolor dos anos<br />
1970, Ademir teve seu melhor momento<br />
onde foi titular por mais de 100 partidas.<br />
Depois, sem espaço no Tricolor,<br />
foi para a Portuguesa onde ficou de 1978<br />
até 1980 e voltou ao XV de Piracicaba<br />
em 1983. Depois de encerrar a carreira,<br />
ainda teve outras funções no XV atuando<br />
como gerente de futebol, tendo chegado<br />
a ser treinador do time em 1992. Atualmente<br />
tinha uma empresa de construção<br />
civil em Piracicaba.<br />
Na Ferroviária, Ademir jogou a partir<br />
de 68, ao lado de Getúlio, Baiano, Fernando,<br />
Ticão e Fogueira; Nicanor, Zé<br />
Luiz, Cabinho, Maritaca e Bazani. No<br />
time do São Paulo, para onde foi depois<br />
da Ferroviária, Ademir disputou a posição<br />
com Muricy Ramalho, hoje badalado<br />
treinador, coincidentemente, no próprio<br />
São Paulo. Em Piracicaba, Ademir chegou<br />
a receber o título de Cidadão Benemérito<br />
(foto acima).<br />
Ademir com a Ferroviária em 1969<br />
BOM DESCANSO, DEODATA<br />
SILENCIOU A<br />
VOZ QUE VINHA<br />
DOS POBRES<br />
Oposta à política que se aplica<br />
hoje, onde são privilegiados os<br />
grupos e os partidos, Deodata<br />
do Amaral fez o que fez pela<br />
pobreza que conheceu nos<br />
corredores do Serviço Especial<br />
de Saúde. Entristecida<br />
afastou-se da política, optando<br />
em ajudar as pessoas carentes.<br />
- 26 -<br />
Deodata parte mas deixa na história da<br />
cidade a marca de quem soube trabalhar<br />
com respeito pela dignidade humana<br />
Deodata Leopoldina Toledo do Amaral.<br />
Assim era seu nome. Amada pelo povo da<br />
periferia, entrou para a política por uma circunstância<br />
adversa ao que fazem “políticos<br />
de grupos” ou aproveitadores dos benefícios<br />
provenientes da máquina pública. Deodata<br />
era o que era: simples, corajosa, a mãe da<br />
pobreza. Decidiu parar quando a política começou<br />
a tomar um outro rumo.<br />
Pouco depois da sua morte no dia 16 de<br />
novembro, em reconhecimento ao que foi<br />
em vida, o prefeito Marcelo Barbieri encaminhou<br />
Projeto de Lei à Câmara Municipal<br />
para que o nome da vereadora Deodata fosse<br />
atribuído ao CEU - Centro de Artes e Esportes<br />
Unificado, no Jardim Indaiá.<br />
Com uma história profissional ligada à<br />
população carente, Deodata foi uma vereadora<br />
muito popular e admirada pela população.<br />
Antes mesmo de militar na política, Deodata<br />
já prestava serviços à comunidade carente. De<br />
1954 a 1978, ano que se aposentou, a vereadora<br />
trabalhou no quadro de funcionários do<br />
Serviço Especial de Saúde. E foi com o apoio<br />
dessa gente simples é que Deodata levou<br />
avante o ideal de sempre auxiliar o próximo.<br />
Devido à sua história é que o prefeito fez<br />
questão de levar o nome da ex-vereadora a<br />
um bairro popular. O CEU está na Av. Cabo<br />
Benedito Vieira de Góes, no Jardim Indaiá,<br />
região que recebe novos conjuntos de casas<br />
para famílias de baixa renda pelo Minha<br />
Casa Minha Vida. O CEU terá espaços de<br />
esporte, cultura e lazer, além de um Centro<br />
de Referência da Assistência Social.<br />
Deodata sempre foi uma mulher batalhadora,<br />
guerreira e de voz firme, mas que<br />
se voltava para a população com um olhar<br />
doce e disposto a oferecer ajuda. Conquistou<br />
uma das mais importantes marcas da<br />
política de Araraquara, sendo a vereadora<br />
mais votada da história da cidade no ano de<br />
2000. Militante do PMDB, elegeu-se pela<br />
primeira vez em 1982, iniciando sua brilhante<br />
história no Legislativo araraquarense<br />
em 1983. Foi reeleita em 1988 e em 1992.<br />
Assumiu a Secretaria de Promoção Social<br />
no governo do prefeito Roberto Massafera.<br />
Em 1996, foi candidata a vice-prefeita com<br />
Marcelo Barbieri. Em 2000 foi eleita novamente<br />
vereadora com mais de 4 mil votos e<br />
em 2002 teve grande votação para deputada<br />
estadual, mais de 40 mil votos, ficando na<br />
segunda suplência.<br />
Natural de Cravinhos (SP), veio para<br />
Araraquara ainda criança e pela cidade desenvolveu<br />
um amor incondicional. Tinha<br />
como meta primordial ajudar o próximo e<br />
foi dela a iniciativa de criar mutirões para<br />
levar redes de água e esgoto aos bairros periféricos<br />
de Araraquara. Deodata do Amaral<br />
foi personagem incansável da política e do<br />
trabalho social de Araraquara. Poderia uma<br />
grande parte dos nossos políticos se inspirar<br />
nela para que não tivéssemos tantas decepções.