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<strong>ED</strong>ITORIAL Força e Luz, quem te viu e quem te vê, sente saudades! Lamentavelmente, a Companhia Paulista de Força e Luz, ou simplesmente CPFL, tem sido relapsa em relação à manutenção dos serviços que presta à nossa comunidade nestes últimos anos. Como concessionária no fornecimento de energia elétrica, tem deixado muito a desejar se promovermos uma comparação entre o que foi e o que é. Diariamente há casos de queda de energia. Aqui ou alí as reclamações pipocam; para que se promova a troca de uma lâmpada queimada num poste em determinada via pública, é preciso que se informe à Companhia. Não há efetivamente como outrora, um comprometimento da empresa com suas obrigações e olha que ela é muito bem paga por isso. A tecnologia para ela faz um mal danado. Na década de sessenta, estou bem lembrado, meu tio Antônio Ferreira Veiga, um pernambucano arretado, deixava sua casa em Gavião Peixoto e vinha a pé em direção a Araraquara ou cidades próximas como Tabatinga, Ibitinga e Itápolis, beirando as estradas ou mato a dentro, com um par de esporas nas botas como ele sempre dizia, subindo nos postes de madeira e verificando se tudo estava em ordem com a fiação e transformadores da Força e Luz. Eu até acreditava nisso, afinal - as marcas nos postes de madeira - se confundiam entre os rastros deixados pelos cupins e os furos causados pelas pontas das esporas. Retornava ele nos fins de tarde para casa com a língua pra fora, mas cumpria com dignidade e respeito sua missão. Vejo agora que, 50 anos depois, a Câmara Municipal de Araraquara se vê obrigada a convocar a CPFL para prestar esclarecimentos sobre a substituição de postes de madeira na rede de energia elétrica no município e também se há um levantamento de quantos postes de madeira existem hoje na cidade e se há uma proposta para a troca por postes de concreto. E por que isso? Há 300 metros do Residencial Dahma, o poste de madeira não é de hoje, está quase caindo. Omissão e negligência da CPFL A explicação é da própria Câmara: em outubro, um poste de madeira da rede de energia elétrica caiu na Avenida Manoel de Abreu, que liga Araraquara a Américo Brasiliense, e um motociclista que seguia pela avenida não conseguiu desviar, acabou sendo atingido e teve ferimentos leves, sendo atendido em um hospital de Araraquara. Devido à queda do poste e sua substituição, registrou-se interrupção no fornecimento de energia elétrica por uma hora para cerca de 200 clientes daquela região. A preocupação com o estado de conservação desses postes de madeira para suportar o peso de cabos de energia elétrica aumenta com o início do período das chuvas. No ano passado ao menos três postes de madeira caíram em Araraquara. O primeiro foi registrado em janeiro, no Jardim Universal, quando um poste caiu sobre um carro estacionado no quintal de uma casa. No mês seguinte, houve outra queda na Rua Imaculada Conceição (Rua 13). Em outubro, o mesmo tipo de problema foi registrado no Yolanda Ópice, quando, por pouco, o muro de uma casa do outro lado da rua não foi atingido. Pelo que estamos vendo, não estamos imúnes à irresponsabilidade da CPFL e à omissão das nossas autoridades. Curioso é que em uma conta de luz de cerca de R$ 170,00 há um desvio de R$ 15,00 para a tal Contribuição de Custeio IP-CIP que vai para o município. Sabemos que a CPFL se torna apenas um agente de cobrança no que se refere a essa lei e convênio com as prefeituras, mas, o consumidor é obrigado a pagar nesses casos, mesmo que o serviço não seja prestado, ou ainda, que seja feito com enormes deficiências. Pior é que a deterioração de postes de madeira colocados há 70/80 anos é um fator que sequer é considerado. A manutenção é precária. Não há contra-partida, isto é, “prestar bem o serviço”, como está no seu Contrato de Concessão de serviço, no caso, penso, junto à ANEEL. O consumidor paga e corre o risco; e a Câmara perde tempo com aquilo que a concessionária tem a obrigação de fazer e a CPFL dá uma de “não saber de nada”. - 7 -