RCIA - ED. 101 - DEZEMBRO 2013
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SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />
TEXTO: SAMUEL BRASIL BUENO<br />
ÁLVARO FERRAREZI<br />
O ALFAIATE QUE A CIDADE DIZIA<br />
SER UM MANEQUIM AMBULANTE<br />
Em 1958, quando Luiz Gonzaga<br />
gravou a música “Sou alfaiate<br />
do primeiro ano pego na tesoura<br />
e vou cortando o pano”, Álvaro<br />
Ferrarezi já estava na estrada<br />
fazia um bom tempo. Era o mais<br />
procurado dos alfaiates e na<br />
sua lista de clientes constavam<br />
os nomes mais influentes da<br />
cidade.<br />
Álvaro Ferrarezi, ou simplesmente Lili,<br />
era assim que os amigos o chamavam. A<br />
propósito, Lili tinha muitos e bons amigos,<br />
quase todos seus clientes. Era prestativo, às<br />
vezes, temperamental. Contava com o respeito<br />
e a estima de todos os familiares e dos<br />
que o rodeavam.<br />
Ele nasceu em 20 de fevereiro de 1914,<br />
na vizinha Matão, filho único do casal Antônio<br />
Ferrarezi e Júlia Macagnan Ferrarezi.<br />
Lili veio para Araraquara com 2 anos de idade<br />
por ocasião do falecimento de sua mãe,<br />
sendo então entregue aos cuidados de sua<br />
avó paterna, Augusta Lorenzeti Ferrarezi.<br />
Seu pai, viúvo, casou-se novamente; ele<br />
teve mais três irmãs.<br />
Lili fez o curso primário no Grupo Escolar<br />
“Antônio J. de Carvalho”, e dois anos<br />
de curso de Língua Italiana na Escola Ítalo-<br />
Brasileira “Professora Onorina”. Cursou<br />
apenas o primário, mas possuía conhecimentos<br />
gerais admiráveis. Foi aos 15 anos<br />
que começou a profissão de alfaiate trabalhando<br />
nas melhores alfaiatarias da cidade.<br />
Foi oficial de alfaiate na então conceituada<br />
alfaiataria do Bruno Ópice durante cinco<br />
anos e tomando gosto pela profissão, buscou<br />
aperfeiçoamento, obtendo seu Diploma<br />
de Alfaiate em 1939, pela Escola “José Lazarini”,<br />
em São Paulo.<br />
- 60 -<br />
Anos 60: Lili Ferrarezi, de manhã ou final de<br />
tarde, quando fechava sua alfaiataria desfilava<br />
elegantemente pela Ñove de Julho e São Bento.<br />
As pessoas diziam - lá está um modelo<br />
ambulante, tão grande era sua elegância.<br />
Ele se sentia orgulhoso.<br />
Em 1940, estabeleceu-se como profissional<br />
em nossa cidade e no ano seguinte,<br />
em 27 de abril de 1941, casou-se em Taquaritinga<br />
com Elza Lofrano, filha de José<br />
Lofrano e Amedéa Romagnolli Lofrano,<br />
imigrantes italianos. Do matrimônio de Álvaro<br />
e Elza, nasceram dois filhos: Álvaro<br />
Ferrarezi Júnior (falecido), engenheiro civil<br />
em Taubaté, que foi casado com Lígia Dias<br />
Ferrarezi; e Eliana Regina, professora, casada<br />
com Paulo Manço. Sua descendência<br />
completa-se com os netos André, Marcelo e<br />
Flávia, sendo seu único bisneto, David.