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Negócios Janeiro 2020

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# 309 | janeiro de <strong>2020</strong> | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo twitter.com/sebraesp instagram.com/sebraesp | Versão impressa - 250 mil exemplares<br />

Emerson Domingues de Oliveira,<br />

do empório Trem Mineiro, uma<br />

das 17 empresas participantes<br />

do programa na região<br />

GESTÃO DENTRO<br />

DO MAPA<br />

Empreendedores de Parelheiros, bairro distante 35 quilômetros do Centro de São Paulo,<br />

se reúnem em projeto do Sebrae-SP voltado ao desenvolvimento local<br />

Pág. 8<br />

Referência em vendas na TV,<br />

Ciro Bottini revela seus truques<br />

Pág. 3<br />

Lanchinhos saudáveis ganham<br />

mercado em novos formatos<br />

Pág. 4<br />

<strong>2020</strong>: como se preparar para<br />

vender nas principais datas do ano<br />

Pág. 6


2 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Nova musculatura<br />

para os pequenos<br />

TIRSO MEIRELLES,<br />

Presidente do Sebrae‐SP<br />

Gostaria de propor uma reflexão sobre a genialidade<br />

do empreendedor brasileiro e os motivos<br />

que o impedem de ser tão ou mais bem-sucedido<br />

que seus pares estrangeiros.<br />

Tomemos o caso de João do Amaral Gurgel,<br />

engenheiro-empresário que, em 1969, abriu as<br />

portas da montadora automobilística Gurgel em<br />

Rio Claro, interior de São Paulo, com o objetivo de<br />

produzir veículos 100% nacionais. Em 1974, apresentou<br />

ao mercado o Itaipu E-500, o primeiro automóvel<br />

elétrico da América Latina. Em 1996,<br />

questões financeiras, falta de incentivo e concorrência<br />

desleal levaram ao encerramento das atividades<br />

e do sonho do senhor Gurgel.<br />

Pouco mais de 50 anos se passaram desde a<br />

inauguração da fábrica e ainda hoje os empreendedores<br />

não decolam – ou aterrissam precocemente<br />

– por não contar com a segurança de<br />

investimentos e políticas públicas de longo prazo<br />

que os apoiem efetivamente, em especial nos primeiros<br />

anos de atividade.<br />

Em 2019 tivemos iniciativas importantes que<br />

apontam nessa direção, como a aprovação das reformas<br />

previdenciária e trabalhista, a promulgação<br />

da Lei da Liberdade Econômica e a criação das Empresas<br />

Simples de Crédito (ESC), que vão baratear<br />

o crédito e aumentar a oferta para os pequenos<br />

negócios. Nessa área, acertamos ainda parceria<br />

com Banco do Brasil para qualificar em educação<br />

financeira os pequenos negócios a fim de ampliar o<br />

acesso a serviços e soluções bancárias, bem como<br />

apoiar a expansão das ESCs. As primeiras mil empresas<br />

de crédito em atividade devem injetar recursos<br />

na ordem de R$ 20 bilhões por ano. Uma ótima<br />

notícia, já que 90% dos pequenos negócios não solicitaram<br />

crédito bancário porque é difícil e caro.<br />

No Sebrae continuamos investindo na evolução<br />

de nossos serviços a fim de melhor apoiar os empreendedores<br />

na jornada de aprimoramento da<br />

gestão da empresa. No ano passado, realizamos<br />

quase 3 milhões de atendimentos a 1,5 milhão de<br />

empreendedores e empresários e expandimos<br />

nossa atuação junto às startups, preparando esses<br />

empreendimentos para serem acelerados e<br />

consolidados no mercado.<br />

Em <strong>2020</strong>, o Sebrae será ainda mais digital, usando<br />

a tecnologia para conhecer melhor as angústias<br />

do empresário e levar soluções na medida, no momento<br />

em que ele precisa. Vamos aprofundar nossa<br />

presença multicanal, com acesso de qualquer<br />

lugar, 24 horas, sete dias por semana, graças à tecnologia<br />

e à expansão da rede de parceiros no Brasil<br />

e no exterior. Rede esta que também vai abrir novos<br />

mercados para produtos e serviços oriundos dos<br />

pequenos negócios, além de intensificar as atividades<br />

de educação, enraizando nas futuras gerações<br />

o comportamento empreendedor. Serão mais de<br />

300 mil alunos, do ensino fundamental ao superior.<br />

Ao sincronizar os marcos regulatórios, as<br />

políticas públicas e os investimentos em capacitação<br />

e produção às realidades de hoje e dos<br />

próximos 50 anos, abrimos caminhos para o ganho<br />

de musculatura de negócios criados por brasileiros<br />

geniais. Está dada a largada para <strong>2020</strong>,<br />

o ano do empreendedorismo.<br />

Destaques<br />

Centro de Referência em Inovação Sebrae oferece espaço de coworking gratuito<br />

O Centro de Referência em Inovação<br />

Sebrae (Crie) oferece, gratuitamente, 30<br />

posições de coworking para empreendedores<br />

que buscam desenvolver projetos<br />

e negócios inovadores e digitais. O espaço<br />

incentiva a troca de ideias, o compartilhamento<br />

de experiências e a colaboração<br />

de diferentes profissionais, com<br />

o objetivo de formar equipes com perfis<br />

complementares e negócios de sucesso.<br />

Segundo Ricardo Sergio Martins,<br />

consultor do Sebrae-SP e responsável<br />

pelo gerenciamento do espaço, localizado<br />

no bairro de Campos Elíseos, ainda<br />

há outros benefícios. “Estamos sempre<br />

em contato com os empreendedores que<br />

utilizam o coworking para entender as<br />

necessidades deles. A partir disso, realizamos<br />

mentorias, eventos temáticos,<br />

rodadas de negócios e até adaptamos os<br />

espaços disponíveis no prédio para que<br />

esses empreendedores tenham todas as<br />

ferramentas necessárias para desenvolver<br />

a startup.”<br />

Para Thiago Lopes, CTO da Entregali<br />

e um dos empreendedores que utilizam<br />

o coworking do Crie há mais de um ano,<br />

outro diferencial são as oportunidades:<br />

“Em um dia qualquer, ao sair da sala<br />

para tomar um café, encontrei um investidor<br />

renomado que participava de<br />

um evento promovido pelo Sebrae-SP.<br />

Não perdi tempo, fiz um pitch da minha<br />

startup e trocamos cartões”.<br />

O espaço pode ser utilizado de<br />

segunda a sexta-feira, das 8h às 20h,<br />

com exceção de feriados. Além das<br />

mesas para até 30 pessoas, também<br />

estão disponíveis salas para reuniões,<br />

cabine para videoconferências, espaço<br />

para eventos, acesso à internet e<br />

estacionamento. Para utilizar esses<br />

serviços gratuitamente, basta preencher<br />

o formulário disponível em:<br />

bit.ly/coworking-campos-eliseos.<br />

Para outras informações acesse:<br />

https://inovacao.sebraesp.com.br/


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 3<br />

Entrevista do mês<br />

‘Venda! Venda! Venda!’<br />

O apresentador Ciro Bottini, referência em varejo pela TV, fala sobre como ser um bom vendedor<br />

Dono um estilo marcante de<br />

vender produtos na TV, o<br />

apresentador Ciro Bottini<br />

conseguiu sucesso e grande identificação<br />

entre telespectadores e<br />

consumidores de diferentes faixas<br />

etárias e classes sociais. Além da<br />

sua agenda nos programas do Shoptime,<br />

ele viaja o Brasil com palestras<br />

motivacionais sobre vendas, atendimento<br />

e marketing direto. Segundo<br />

ele, “um empreendedor de sucesso<br />

é um supervendedor”. Em conversa<br />

com o Jornal de <strong>Negócios</strong>, o assunto<br />

não poderia ser outro: vendas.<br />

É possível ser um bom empreendedor<br />

sem saber vender?<br />

Bottini: “Um<br />

empreendedor<br />

de sucesso é um<br />

supervendedor”<br />

Divulgação<br />

xonada uma ideia senão o próprio<br />

criador? Estamos sempre vendendo<br />

alguma coisa, um produto, serviço,<br />

projeto, ideia e a nossa marca pessoal.<br />

Não é só o vendedor que vende,<br />

o arquiteto vende, o engenheiro vende,<br />

o contador vende, todos vendem.<br />

O profissional liberal precisa gerar<br />

valor para a sua marca, ser autoridade<br />

no que faz, e a estratégia passa<br />

por criar conteúdo para as redes<br />

sociais, estar atento às novidades do<br />

setor, fazer campanhas impulsionadas<br />

para a geração de leads, manter<br />

ações de relacionamento constantes<br />

com a clientela, promover eventos<br />

e reunir pessoas com potencial de<br />

compra e relacionamento.<br />

Para termos sucesso em qualquer<br />

atividade, precisamos aprender<br />

a vender. Não adianta ter qualidades<br />

incríveis se o mercado não<br />

conhece o que está sendo oferecido.<br />

Atenção, empreendedor: é fundamental<br />

que as habilidades de venda<br />

estejam presentes na sua vida. Você<br />

tem de buscar investimentos, suporte,<br />

equipe, fornecedores e, para<br />

tudo isso terá de vender sua ideia de<br />

maneira apaixonada. Tenha bons<br />

técnicos trabalhando no seu negócio,<br />

mas não se esqueça de que você<br />

é o principal embaixador da sua<br />

marca. Venda! Venda! Venda!<br />

Quais as características do<br />

bom vendedor?<br />

Fazer com que o cliente se sinta<br />

a pessoa mais importante do<br />

mundo. As habilidades sociais determinam<br />

o sucesso do vendedor.<br />

Venda é um processo emocional,<br />

precisamos encantar o cliente em<br />

cada detalhe. Energia, entusiasmo,<br />

simpatia, animação, motivação,<br />

resiliência, determinação, inteligência<br />

emocional, olho no olho,<br />

usar o nome do cliente, falar como<br />

amigo, sorrir, demonstrar vontade<br />

genuína de entregar soluções que<br />

surpreendam, criar uma poderosa<br />

marca pessoal. Não deixe de dar<br />

um show na hora de apresentar<br />

seus produtos; o bom vendedor<br />

também tem seu lado artista.<br />

Quais os erros mais comuns<br />

que um vendedor comete?<br />

Achar que só aquela venda importa.<br />

Queremos é fechar a primeira<br />

venda e muitas outras, mas isso<br />

não pode acontecer a qualquer custo,<br />

precisamos criar uma relação<br />

de longo prazo para manter a credibilidade.<br />

É necessário entender o<br />

perfil do cliente e o que ele precisa.<br />

Apresentar produtos e serviços sem<br />

a convicção necessária também é<br />

um problema, já que dessa forma<br />

o vendedor não demonstra acreditar<br />

no que vende. O profissional de<br />

vendas deve oferecer aquilo que os<br />

clientes não encontram no mundo<br />

digital, como calor humano, emoções<br />

verdadeiras, escuta ativa, argumentação<br />

baseada em benefícios<br />

e um alto poder de persuasão.<br />

Como encantar o cliente<br />

quando o produto é básico,<br />

sem diferencial e enfrenta<br />

muita concorrência?<br />

Quem quer se diferenciar precisa<br />

basear o seu trabalho em relacionamento<br />

e entender que todos os pontos<br />

de contato são importantes, a começar<br />

pela prospecção digital. Onde<br />

estão nossos clientes em potencial?<br />

Na internet. É lá que também precisamos<br />

estar para impactar os possíveis<br />

compradores. Campanhas<br />

online são imprescindíveis para<br />

mostrar que existimos. No primeiro<br />

contato devemos criar valor para a<br />

nossa marca, vender os diferenciais<br />

e atrair as pessoas. A partir daí, fazer<br />

contato personalizado, devemos<br />

falar com cada lead, fazer convites,<br />

enviar vídeos curtos gravados especialmente<br />

para cada um.<br />

Alguma estratégia de vendas<br />

para o profissional liberal,<br />

já que ele é a própria empresa e<br />

o próprio produto ou serviço?<br />

Um empreendedor de sucesso é<br />

antes de tudo um supervendedor.<br />

Quem vai vender de forma apai-<br />

O comportamento do consumidor<br />

mudou muito nesses anos<br />

em que o senhor está na TV?<br />

O comportamento é completamente<br />

diferente de quando comecei<br />

a vender pela TV, há 30 anos.<br />

O mundo está em mudança contínua<br />

e isso nos obriga a acompanhar<br />

o movimento imposto pelo universo<br />

digital. Antes, praticamente<br />

tudo o que falávamos na TV era<br />

aceito como verdade irrefutável, já<br />

que o cliente não tinha como interagir<br />

ou questionar. Hoje o cliente<br />

está mais exigente, bem informado,<br />

questiona e interage o tempo<br />

todo. Se não for bem atendido, vai<br />

para as redes e reclama.<br />

Algum conselho para o<br />

dono de um pequeno negócio?<br />

Trabalhe muito. Nada vai acontecer<br />

se você não se envolver completamente.<br />

Contrate sempre as<br />

melhores pessoas e ofereça a elas<br />

uma perspectiva de crescimento.<br />

Atue sempre como o principal<br />

vendedor/motivador/evangelista<br />

da sua ideia. Conheça seu cliente.<br />

Transmita energia. Contagie<br />

sua equipe, fornecedores, clientes,<br />

todo mundo. Todos os clientes são<br />

importantes. Mantenha ações de<br />

relacionamento constantes com<br />

o mercado. Nunca deixe de fazer<br />

propaganda. Mantenha sua marca<br />

viva na mente do cliente.


4 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Lanchinhos saudáveis<br />

A partir de demandas pessoais e do mercado, empresas<br />

Marta Moraes criou a Qpod<br />

a partir de uma necessidade<br />

pessoal e hoje busca investidor<br />

Gisele Tamamar<br />

Saem os salgadinhos industrializados,<br />

as frituras e as<br />

bolachas recheadas e entram<br />

em cena as frutas, os bolinhos de<br />

cacau e os chips de legumes. Com<br />

o crescente interesse dos consumidores<br />

por uma alimentação mais<br />

saudável, o mercado de snacks – ou<br />

“lanchinhos” – ganhou diversidade<br />

e desperta o interesse de empreendedores<br />

em busca de um negócio<br />

com potencial.<br />

Pipoca de semente de flor de<br />

lótus, grão de bico com chocolate<br />

e chips de batata doce liofilizada<br />

fazem parte da linha de produtos<br />

da Qpod, empresa criada pela empreendedora<br />

Marta Moraes a partir<br />

de uma necessidade pessoal. “Eu<br />

era a louca da marmita e levava<br />

frango com batata doce para todos<br />

os lugares”, lembra.<br />

Foi em uma feira do setor que ela<br />

conheceu o processo de liofilização,<br />

técnica que congela os alimentos e<br />

remove todo o líquido, mantendo<br />

os nutrientes – a mesma tecnologia<br />

utilizada na comida dos astronautas.<br />

O que começou com uma ideia<br />

para resolver o problema de transporte<br />

e conservação da marmita virou<br />

um negócio. Seis meses depois<br />

de conhecer a tecnologia, Marta<br />

começou a criar os produtos, fazer<br />

testes de sabor e lançou a marca<br />

Qpod. “Comecei batendo de porta<br />

em porta nas lojas. Hoje, consegui<br />

entrar em grandes redes e ter visibilidade,<br />

mas ainda sou pequena.<br />

Crescemos muito no boca a boca<br />

e com degustações”, conta. Atualmente,<br />

a empreendedora está em<br />

busca de investidores para sustentar<br />

uma expansão.<br />

Na avaliação da consultora do<br />

Sebrae-SP Simone Haduo, o crescimento<br />

do mercado de snacks saudáveis<br />

é motivado pela busca de<br />

alternativas de alimentação mais<br />

práticas, mais rápidas, mais saudáveis<br />

e que gerem conveniência.<br />

Para quem está de olho no mercado,<br />

a consultora destaca o segmento<br />

de grab and go, ou seja, o “pegue e<br />

leve”, como um nicho de alto valor,<br />

não só para investir exclusivamente<br />

na produção de snacks, mas também<br />

como uma oportunidade para<br />

restaurantes, padarias, cafeterias,<br />

que podem inovar com a implantação<br />

desses produtos. “É importante<br />

criar uma experiência de consumo<br />

positiva, sensorial e adequada dentro<br />

do negócio. Não será apenas embalar<br />

o que já se vende. Ter cuidado<br />

na elaboração e como oferecer o


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 5<br />

ao gosto do cliente<br />

investem em novos modelos para os snacks naturais<br />

Oura empresa que aposta no modelo<br />

de assinatura é a Made in Natural,<br />

de São Paulo, que começou há<br />

cinco anos, quando um dos sócios,<br />

Fabio Aubin, enxergou uma oportunidade<br />

para vender opções de lanproduto<br />

é fundamental para o êxito<br />

do negócio”, destaca.<br />

Outra recomendação da consultora<br />

é respeitar a sazonalidade da<br />

matéria-prima, fator importante<br />

que terá impacto nos custos, além<br />

de informar os detalhes nutricionais<br />

no rótulo e a origem dos produtos,<br />

nos casos de produtos orgânicos<br />

e locais. Segundo Simone, a<br />

valorização da cadeia de alimentos<br />

e a descrição da forma de atuação<br />

da empresa são muito bem vistos<br />

pelo novo consumidor, assim como<br />

um posicionamento de negócio que<br />

valoriza a agricultura familiar com<br />

pequenos produtores e alimenta a<br />

sustentabilidade. “O consumidor<br />

está muito mais consciente e exigente.<br />

Ele poderá se tornar fiel não<br />

somente pelo sabor, mas também<br />

pelo legado e proposta da marca, do<br />

seu conceito verdadeiro e fiel ao que<br />

vende e entrega”, destaca.<br />

CANAIS DE VENDA<br />

A empresa ainda pode diversificar<br />

os canais de venda, desde a criação<br />

de lancheiras empresariais até<br />

o formato de assinaturas para atender<br />

pessoas que trabalham em casa,<br />

crianças e profissionais da saúde.<br />

Foi o nicho de lancheiras escolares<br />

que chamou a atenção da assistente<br />

social Larissa Souza, moradora<br />

de Ji-Paraná (RO). Mãe de Ester<br />

e Beatriz, Larissa atuava em sua<br />

área de formação e se desdobrava<br />

para preparar uma lancheira com<br />

opções saudáveis para as filhas. “Tinha<br />

dificuldade na variação e, às vezes,<br />

caía no produto industrializado<br />

para tentar diversificar”, conta.<br />

Ao conversar com as outras<br />

mães, descobriu uma realidade de<br />

consumo dos pequenos de 90% de<br />

produtos industrializados, fritos ou<br />

com embutidos, como salsichas. “Eu<br />

fiquei chocada e tive a ideia de preparar<br />

a lancheira dessas crianças. As<br />

mães não mandavam opções saudáveis<br />

não porque não queriam, mas<br />

porque não tinham tempo”, afirma.<br />

Depois de conversar com os pais<br />

e com uma amiga nutricionista,<br />

Larissa formulou o cardápio e deu<br />

início à empresa Snack Saudável. No<br />

primeiro dia de atuação, ela conseguiu<br />

18 clientes. No fim da semana,<br />

já eram 60 mensalistas. “A demanda<br />

começou a crescer e o telefone não<br />

parava de tocar”, lembra. O modelo<br />

de negócios chamou a atenção de interessados<br />

em abrir uma franquia.<br />

“Pensei: se eu não vender essa ideia,<br />

alguém vai copiar e fazer isso. Contratei<br />

uma empresa especializada e<br />

formatamos o negócio”, diz Larissa.<br />

A rede começou a se expandir por<br />

outras cidades de Rondônia e logo<br />

chegou a outros Estados. Hoje, a empresa<br />

conta com 60 unidades em 15<br />

Estados. A franquia tem investimento<br />

inicial de R$ 72 mil, e o franqueado<br />

precisa de um imóvel para instalação<br />

da cozinha para produção dos<br />

kits, compostos por uma fruta, um<br />

suco e uma opção de carboidrato.<br />

Os mais requisitados são: bolinho<br />

de cacau, pão de hambúrguer artesanal,<br />

pão de queijo, pizza artesanal<br />

marguerita e cookie com pipoca. As<br />

lancheiras são entregues um pouco<br />

antes do recreio e os clientes podem<br />

optar por uma assinatura mensal<br />

para a entrega diária. O pacote em<br />

São Paulo, por exemplo, custa R$<br />

195 por mês.<br />

8 em cada 10<br />

brasileiros afirmam se<br />

esforçar para ter uma<br />

alimentação saudável<br />

ches práticos, saborosos e saudáveis.<br />

“Compramos em grande quantidade<br />

diretamente de pequenos produtores<br />

e fazendeiros espalhados pelo<br />

país para chegar à mesa das pessoas”,<br />

explica Aubin. Além da assinatura,<br />

a empresa mantém a venda<br />

online tradicional e direta para escritórios<br />

de empresas e lojas.<br />

O empreendedor ainda vê muitas<br />

oportunidades de crescimento<br />

SAÚDE À MESA<br />

DADOS DA PESQUISA “A MESA DOS BRASILEIROS”, REALIZADA PELA<br />

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP).<br />

71%<br />

afirmam optar por<br />

produtos mais saudáveis<br />

mesmo que tenham que<br />

pagar mais por eles<br />

para o negócio, mas tem consciência<br />

da concorrência crescente com<br />

empresas maiores e tradicionais no<br />

mercado. “Basta verificar as gôndolas<br />

das lojas para perceber a ampla<br />

variedade de produtos de qualidade.<br />

É um mercado que precisa de<br />

volume para sobreviver, e para ganhar<br />

volume precisa estar pronto<br />

para concorrer em preço e qualidade<br />

com peixes grandes”, diz.<br />

82%<br />

Percepção que predomina é que se alimentar<br />

de maneira saudável custa muito caro<br />

Grau de conhecimento sobre o<br />

mercado de alimentação saudável<br />

Orgânicos: 66% conhecem<br />

Sustentáveis: 48% conhecem<br />

Funcionais: 35% conhecem<br />

Obs: Foram ouvidas 3 mil pessoas em 12 regiões metropolitanas do País. A pesquisa foi divulgada em 2018.<br />

Larissa Souza, da Snack<br />

Saudável, transformou ideia de<br />

lancheira saudável em franquia


6 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Planejamento para<br />

Começar <strong>2020</strong> com o pé direito é o objetivo de todo o empreendedor. Fique<br />

Patricia Gonzalez<br />

O<br />

começo do ano é o momento<br />

ideal para colocar no papel o<br />

planejamento para as vendas de<br />

sua empresa, especialmente para aqueles<br />

que trabalham no varejo. Com o calendário<br />

em mãos, algumas datas comemorativas<br />

são quase que obrigatórias e<br />

devem ser pensadas com antecedência.<br />

Assim, o empreendedor consegue pôr<br />

em prática ações efetivas para estimular<br />

as vendas e garantir um bom desempenho<br />

durante todo o ano.<br />

De acordo com o consultor de negócios<br />

do Sebrae-SP Davi Jeronimo, algumas<br />

comemorações têm impacto tão forte<br />

no desempenho de vendas anual que<br />

devem ser planejadas com pelo menos<br />

três meses de antecedência. “Existem algumas<br />

comemorações do calendário que<br />

são feitas para gerar lucro, vender muito<br />

sem desconto. Já outras são importantes<br />

para promover a queima de estoque<br />

e ajudar o empresário a fazer inventário<br />

de suas mercadorias”, explica.<br />

Para auxiliar na tomada de decisões<br />

e montar sua estratégia para <strong>2020</strong>, confira<br />

a seguir o calendário com datas importantes<br />

e as sugestões para você se<br />

antecipar e montar um planejamento<br />

mês a mês.<br />

JANEIRO<br />

CARNAVAL<br />

25 de fevereiro<br />

Uma das primeiras decisões que o empreendedor precisa tomar já<br />

em janeiro é sobre o funcionamento de sua loja nos dias de Carnaval.<br />

O planejamento precisa levar em conta os dias em que o estabelecimento<br />

vai funcionar. Estabelecer metas para compensar os<br />

dias de portas fechadas em outros meses também é uma ação a<br />

ser planejada.<br />

Para os que optarem por abrir as portas, fiquem atentos ao planejamento<br />

de dias e horários de funcionamento – bem como aos<br />

produtos que serão disponibilizados para venda, afinal, o Carnaval<br />

exige estoque voltado para as comemorações e criatividade para<br />

atrair clientes.<br />

ABRIL<br />

MAIO<br />

DIA DAS MÃES<br />

10 de maio<br />

A data é o segundo maior período<br />

de vendas, só perdendo<br />

para o Natal. Uma sugestão<br />

para alavancar as vendas é<br />

levantar o valor médio gasto<br />

pelos clientes no último Dia<br />

das Mães, conhecer o perfil<br />

do público que já comprou na<br />

loja e criar ações para atender<br />

este público específico. É uma<br />

data que trabalha muito com<br />

venda afetiva, então é estratégico<br />

conhecer a realidade<br />

do cliente.<br />

DIA DOS NAMORADOS<br />

12 de junho<br />

Em <strong>2020</strong>, o Dia dos Namorados<br />

cairá em uma sexta-feira.<br />

É uma data que costuma gerar<br />

muitas compras de última<br />

hora, mas mesmo assim<br />

o planejamento de estoque<br />

é muito importante para não<br />

descapitalizar o negócio devido<br />

a uma negociação ruim<br />

com fornecedores.<br />

PREPARE-SE PARA:<br />

SETEMBRO<br />

HALLOWEEN<br />

31 de outubro<br />

A comemoração do Dia das Bruxas tem crescido muito no Brasil<br />

nos últimos anos, por isso merece atenção especial. É importante<br />

se preparar para ter produtos específicos para a data – e qualquer<br />

tipo de estabelecimento comercial pode aproveitar o momento.<br />

Lojas de roupa, por exemplo, podem vender camisetas temáticas.<br />

As lojas de bairro podem se beneficiar ofertando produtos que<br />

ajudam a comemorar o dia, como fantasias e kits de doces, já que<br />

muitos clientes não estão dispostos a encarar maratona de compras<br />

dos centros de comércio popular.


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 7<br />

um feliz ano novo<br />

de olho no calendário para realizar uma boa estratégia de vendas<br />

FEVEREIRO<br />

MARÇO<br />

DIA DA MULHER<br />

8 de março<br />

O Dia da Mulher tem ganhado cada vez<br />

mais importância em tempos de discussão<br />

sobre o papel da mulher na sociedade<br />

e sobre empoderamento feminino.<br />

Por isso, é importante dedicar-se ao<br />

planejamento de vendas para a data<br />

com pelo menos um mês de antecedência.<br />

Ter uma boa vitrine e investir<br />

na divulgação é essencial. Uma dica é<br />

avaliar que tipos de produtos fizeram<br />

mais sucesso nos anos anteriores.<br />

DIA DO CONSUMIDOR<br />

15 de março<br />

Esta data pode ser vista como oportunidade<br />

para trabalhar o relacionamento<br />

com seus clientes: é possível criar<br />

uma boa proposta de descontos para<br />

os fregueses mais próximos e também<br />

produzir conteúdo exclusivo para chamar<br />

a atenção desse público.<br />

PÁSCOA<br />

12 de abril<br />

A Páscoa é uma data muito positiva para<br />

vendas no primeiro semestre, por isso,<br />

o planejamento das ações deve ser feito<br />

com pelo menos dois meses antes. É<br />

importante verificar quais as tendências<br />

nessa época, planejar estoque, olhar<br />

o histórico de vendas do ano anterior.<br />

Todo o varejo pode se beneficiar da<br />

Páscoa – não apenas quem vende chocolates.<br />

É possível pensar em ações para<br />

aproveitara data, mas não é o momento<br />

para promoções ou queima de estoque.<br />

O foco é faturamento e lucro.<br />

DIA DO FRETE GRÁTIS<br />

Última semana de abril<br />

Dos mesmos criadores da Black Friday e<br />

o da Cyber Monday, as lojas focadas em<br />

e-commerce devem aproveitar o Dia do<br />

Frete Grátis: data que traz 24 horas de<br />

ofertas especiais no comércio eletrônico.<br />

Grandes sites – como Amazon e Mercado<br />

Livre – já usam. É uma oportunidade para<br />

focar em produtos que estão “sobrando”.<br />

Realizar combos de vendas para ajudar<br />

no giro das mercadorias também pode<br />

ser uma opção. Faça uma análise sobre o<br />

preço de cada produto para não perder<br />

muita margem por conta do frete grátis.<br />

JUNHO<br />

JULHO<br />

AGOSTO<br />

DIA DO AMIGO<br />

20 de julho<br />

O Dia do Amigo ainda não é tão explorado<br />

pelo comércio, mas é uma data<br />

que está se popularizando. Vale a pena<br />

investir na criatividade e bolar presentes<br />

com preço baixo e que estimulem a<br />

compra de pequenas lembranças para<br />

movimentar o mercado.<br />

DIA DOS PAIS<br />

9 de agosto<br />

É uma data que chega a rivalizar em<br />

movimento com o Dia das Mães. Também<br />

é uma boa ocasião para trabalhar<br />

com o comércio afetivo, sempre<br />

baseado em pesquisas sobre as vendas<br />

dos anos anteriores para montar<br />

boas estratégias.<br />

DIA DAS CRIANÇAS<br />

12 de outubro<br />

Uma das datas com maior volume de<br />

vendas para o varejo. A demanda é<br />

muito alta mesmo nas semanas antecedentes.<br />

Por isso, o planejamento deve<br />

ser feito com pelo menos três meses de<br />

antecedência. Esse tempo é importante<br />

para trabalhar a parte de marketing<br />

e fazer uma gestão de estoque atenta<br />

– negociando preços e prazos com os<br />

fornecedores.<br />

DIA DO CLIENTE<br />

15 de setembro<br />

O Dia do Cliente também é uma oportunidade<br />

para estreitar relacionamento<br />

com seu público consumidor.<br />

É uma data que pode ser usada para<br />

estimular metas de vendas internas,<br />

fazer renovação de estoque, atrair<br />

novos clientes e trabalhar a fidelização<br />

dos já existentes.<br />

OUTUBRO<br />

NOVEMBRO<br />

DEZEMBRO<br />

NATAL<br />

25 de dezembro<br />

O Natal é a data mais importantes<br />

para vendas do ano. É uma época em<br />

que todos podem vender bem. Para<br />

essa ocasião, investir em uma vitrine<br />

atraente é essencial. Planejamento de<br />

estoque, negociação com fornecedores<br />

sobre prazos de entrega e pagamento,<br />

bem como o conhecimento<br />

sobre o histórico dos anos anteriores<br />

são pontos essenciais para ter sucesso<br />

nessa data. Por lidar com tantos<br />

detalhes, a orientação é que o planejamento<br />

seja feito com, no mínimo,<br />

três meses de antecedência.<br />

BLACK FRIDAY<br />

27 de novembro<br />

Para estar bem preparado para a Black<br />

Friday, é ideal que o empreendedor<br />

tenha um inventário de produtos<br />

bem elaborado. Isso porque esse dia<br />

– ou até o mês, como tem se tornado<br />

comum no Brasil – é uma excelente<br />

oportunidade para renovar o estoque<br />

e eliminar produtos que estão guardados<br />

em grande quantidade, ganhando<br />

com o volume de vendas. Ao conseguir<br />

reduzir o estoque excedente, o fluxo de<br />

caixa melhora e abre-se espaço para<br />

receber mais produtos para o Natal.<br />

CYBER MONDAY<br />

1ª semana de dezembro<br />

O Cyber Monday é a data criada para<br />

ajudar a alavancar as vendas logo após<br />

a Black Friday. É voltada principalmente<br />

para o e-commerce, mas as lojas físicas<br />

também podem aproveitar. Aqui, a<br />

ideia é desenvolver ações digitais para<br />

atrair o público e fazer a “queima da<br />

queima” do estoque.<br />

FESTAS<br />

O empreendedor deve estar focado<br />

nas vendas de Natal e períodos de troca.<br />

O movimento é intenso e a logística<br />

pode ser complexa. O empreendedor<br />

do varejo precisa vender, fazer o fluxo<br />

de estoque, receber e efetuar trocas.<br />

Por isso, o importante é uma logística<br />

desenhada com antecedência – tanto<br />

de processos como de pessoas.


8 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

DENTRO<br />

Empreendedores de Parelheiros, extremo sul de São Paulo, transformam<br />

Marlene e a filha Kelly Pereira<br />

Francisco estão à frente de um<br />

restaurante que funciona há 30<br />

anos em Parelheiros: déficit no<br />

caixa era crônico<br />

Ana Carolina Nunes<br />

Parelheiros está a 35 quilômetros<br />

em linha reta do marco<br />

zero no centro de São Paulo,<br />

na Praça da Sé. Localizado no extremo<br />

sul da Capital, é o maior dos<br />

32 distritos da cidade em território<br />

e também o menos populoso.<br />

O distanciamento geográfico deixa<br />

a região com cara de cidade do interior.<br />

As áreas agrícolas do entorno<br />

e a circulação de carroças e cavalos<br />

ajudam a reforçar o clima rural.<br />

Mas o distrito também possui<br />

uma considerável atividade comercial<br />

e de serviços, seja como parte<br />

da rota ecoturística, já que é uma<br />

área de trilhas e cachoeiras, seja<br />

no centro do bairro de 140 mil habitantes.<br />

Por estarem tão distantes<br />

do coração da metrópole, os empresários<br />

da região acabavam ficando<br />

fora do radar, como em um mercado<br />

à parte. Vocações locais, como o<br />

turismo e a produção de orgânicos,<br />

não eram trabalhadas em todo o<br />

seu potencial.<br />

A realidade de um grupo de empreendedores<br />

de Parelheiros, porém,<br />

começou a mudar a partir de<br />

uma iniciativa do Escritório Regional<br />

Capital Sul do Sebrae-SP, que<br />

iniciou em agosto de 2019 um projeto<br />

multissetorial focado no desenvolvimento<br />

local com as pequenas<br />

empresas do distrito. Um levantamento<br />

feito com os empreendedores<br />

locais apontou que muitos ainda<br />

tinham dificuldades em relação à<br />

administração e ao planejamento<br />

das atividades empresariais.<br />

O Restaurante da Marlene foi<br />

uma das 17 empresas participantes<br />

do projeto do Sebrae-SP na<br />

região. Foi lá que funcionou, também,<br />

a sala de aula para os módulos<br />

teóricos do projeto – uma vez<br />

que a distância para o escritório do<br />

Sebrae-SP, em Santo Amaro, inviabilizaria<br />

a participação de muitos<br />

empreendedores da região. Para<br />

Kelly Pereira Francisco, que administra<br />

o estabelecimento junto com<br />

a mãe, a Marlene, o programa serviu<br />

como um “choque de realidade”<br />

sobre a administração do restaurante<br />

por quilo. “Não acreditei<br />

quando vi que trabalhava com um<br />

prejuízo tão grande”, conta Kelly.<br />

O consultor de negócios do<br />

Sebrae-SP Felipe Chiconato, que<br />

está à frente do projeto na região,<br />

diz que não é possível generalizar,<br />

mas a maior parte das pequenas<br />

empresas – seja onde for – é desorganizada<br />

financeiramente e, entre<br />

as que possuem algum tipo de organização,<br />

poucas sabem interpretar<br />

as informações. “A desorganização<br />

financeira é um enorme problema,<br />

pois o empreendedor não tem clareza<br />

sobre como está a sua empresa,<br />

se ela dá lucro ou sobre o que precisa<br />

ser melhorado”, comenta. O primeiro<br />

passo para começar a organizar<br />

as finanças, orienta o consultor,<br />

é entender que é preciso no mínimo<br />

seis controles financeiros: o registro<br />

de venda, o controle de caixa,


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 9<br />

DO RADAR<br />

negócios com programa do Sebrae-SP voltado ao desenvolvimento regional<br />

contas a receber e a pagar, fluxo de<br />

caixa e demonstrativo de resultado<br />

(DRE). “Essa é a estrutura mínima<br />

de controle”, diz.<br />

Os módulos da primeira fase do<br />

programa incluem: gestão financeira,<br />

planejamento estratégico, marketing,<br />

gestão de pessoas, inovação<br />

e design thinking e acesso a mercados.<br />

A primeira turma do projeto<br />

continua as atividades até o meio do<br />

ano. Em janeiro estão abertas as inscrições<br />

para a segunda turma, com<br />

início das atividades em fevereiro.<br />

No restaurante de Kelly, com 30<br />

anos de história, um grande problema<br />

eram as dívidas, que pareciam<br />

só crescer, um problema crônico de<br />

déficit do caixa. “Pegava empréstimos<br />

sem saber o que realmente precisava.<br />

O caixa ficava negativo e não<br />

sabia o motivo”, lembra a empreendedora.<br />

Com a dinâmica agitada do<br />

dia a dia de um restaurante por quilo,<br />

a organização da gestão ficou em<br />

segundo plano, com zero registro<br />

de vendas, sem controle dos gastos<br />

ou de quantos clientes passavam<br />

pelo estabelecimento diariamente,<br />

um controle feito no “olhômetro” ou<br />

baseado nos pratos sujos na pia.<br />

“Os empréstimos e auxílios de<br />

crédito, como o cheque especial,<br />

estavam funcionando como medida<br />

emergencial, mas sem resolver,<br />

de fato, o problema nas contas da<br />

empresa. É como ter um furo na<br />

caixa d’água e ir colocando mais<br />

água para compensar a perda, mas<br />

sem consertar o furo”, explica Chiconato.<br />

Não à toa, o sentimento<br />

de Kelly era o de “trabalhar muito<br />

sem ver o resultado”.<br />

Medidas como organizar a rotina<br />

de contas, reduzir custos, adequar<br />

os preços e até um novo processo<br />

de contratação que fosse mais<br />

assertivo foram mudanças de gestão<br />

que impactaram nos negócios<br />

em apenas três meses de projeto.<br />

Entre setembro e outubro do ano<br />

passado, ainda no final da primeira<br />

fase do programa, as vendas cresceram<br />

17% e o restaurante registrou<br />

lucro pela primeira vez em 2019.<br />

Mas uma das principais mudanças<br />

foi o de posicionamento no setor de<br />

alimentação, ao diferenciar seu serviço<br />

dando destaque aos produtos<br />

orgânicos – a região de Parelheiros<br />

é um polo de produção de alimentos<br />

orgânicos –, uma característica<br />

muito valorizada no mercado.<br />

SEM ‘ACHISMO’<br />

Dono de duas unidades do empório<br />

Trem Mineiro, Emerson Domingues<br />

de Oliveira começou a participar<br />

do projeto com planos de abrir<br />

a terceira unidade do empório, mas,<br />

após a primeira fase do programa,<br />

entendeu que a melhor estratégia<br />

talvez seja justamente o movimento<br />

oposto: o de fechar uma das duas<br />

unidades e centrar esforços em apenas<br />

uma. “O ‘achômetro’ é a pior das<br />

ferramentas de gestão que existem.<br />

Com ferramentas como a DRE, por<br />

exemplo, conseguimos enxergar de<br />

forma muito diferente as contas”,<br />

diz Oliveira, que administra o negócio<br />

junto com uma sócia, Marlete<br />

Gonçalves Fermiano.<br />

Da mesma forma que o Restaurante<br />

da Marlene, Oliveira e Marlete<br />

também passaram a posicionar<br />

melhor o diferencial do empório, o<br />

café mineiro com grãos selecionados.<br />

A lição de casa incluiu ainda<br />

organizar melhor a contabilidade<br />

da empresa e assumir a missão de<br />

reduzir custos e aumentar receitas.<br />

Os próximos passos incluem investimento<br />

em marketing digital e o<br />

lançamento de um programa de assinaturas<br />

dos produtos do empório.<br />

“O programa traz para a realidade,<br />

faz repensar os conceitos e trabalhar<br />

de maneira mais profissional”,<br />

afirma o empreendedor.<br />

Apesar de atuar em segmento<br />

bem diferente, a cabeleireira Dulce<br />

da Silva Cavalcante Gonçalves tem<br />

questões muito semelhantes às dos<br />

colegas do projeto. Com duas unidades,<br />

sendo uma delas com um<br />

alto custo de aluguel, Dulce também<br />

não tinha noção exata do movimento<br />

do salão.<br />

PROJETO MULTISSETORIAL<br />

17 empresas<br />

participantes<br />

meses<br />

11 duração total<br />

OBJETIVOS<br />

• Despertar<br />

valorização<br />

regional<br />

• Geração de<br />

emprego<br />

e renda<br />

• Atração de<br />

investimentos<br />

ETAPAS<br />

Capacitações<br />

Acesso a mercado<br />

Ferramentas de gestão<br />

Inovação<br />

Consultoria in loco<br />

Emerson Domingues de Oliveira,<br />

do empório Trem Mineiro: sem<br />

mais “achômetro” na gestão<br />

Em se tratando de um salão de<br />

beleza, a organização começou na<br />

comunicação visual do estabelecimento,<br />

com mudança na fachada,<br />

melhorias internas e a definição de<br />

um uniforme. Dulce também readequou<br />

seus preços para o público-alvo,<br />

redefinido após estabelecer um<br />

novo perfil de seu estabelecimento.<br />

As próximas ações também terão<br />

como foco as ações de marketing<br />

do negócio.<br />

Na avaliação de Felipe, o projeto<br />

faz com que os empreendedores entendam<br />

que eles são os protagonistas<br />

de seus negócios. “O empresário<br />

entendeu que a responsabilidade é<br />

dele e ele precisa se mexer para fazer<br />

as coisas acontecerem”, conta.<br />

O consultor diz ainda que a maior<br />

mudança do grupo foi comportamental.<br />

“Todos tiveram melhoras<br />

significativas. Entendem melhor o<br />

próprio negócio e começam a enxergar<br />

oportunidades onde até então<br />

viam apenas fraquezas e barreiras”,<br />

conclui.<br />

Parelheiros<br />

INDICADORES<br />

• Mais<br />

competitividade<br />

• Aumento do<br />

faturamento<br />

das empresas<br />

• Redução de<br />

custos<br />

• Inovações


10 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Bons contatos e negócios<br />

Manter uma rede de relacionamentos é fundamental para o sucesso do empreendimento<br />

Patricia Gonzalez<br />

Ter uma boa rede de contatos,<br />

com pessoas que troquem<br />

conhecimento, possibilitem<br />

parcerias, e novos negócios e auxiliem<br />

no seu trabalho. Assim é o networking,<br />

prática que pode contribuir<br />

muito para o sucesso de uma empresa<br />

de qualquer setor.<br />

O networking se faz investindo<br />

em relacionamentos, mostrando<br />

interesse pelas pessoas e suas realizações,<br />

oferecendo colaboração,<br />

marcando presença em eventos do<br />

setor, falando de seu empreendimento,<br />

entre outras ações (veja ao lado).<br />

“Hoje, os clientes têm muitas opções<br />

para comprar um produto ou<br />

serviço e fazer uma boa escolha em<br />

meio a tanta oferta é tarefa complicada.<br />

Aí está a importância de um<br />

bom networking”, explica Esmeralda<br />

Queiroz, consultora de negócios<br />

do Sebrae-SP. “A maioria das pessoas<br />

consulta seus amigos e conhecidos<br />

em busca de indicações para<br />

ajudar suas escolhas. Um empresário<br />

que trabalhe bem seu relacionamento<br />

com parceiros e clientes<br />

terá mais chances de ampliar seus<br />

negócios, pois será sempre lembrado<br />

como uma boa referência.”<br />

Hoje em dia, a rede de contatos ultrapassou<br />

os limites do ambiente físico<br />

– como encontros e eventos corporativos<br />

– e abrange também o universo<br />

digital. As redes sociais imprimiram<br />

ainda mais rapidez na circulação da<br />

informação, influenciando diretamente<br />

a maneira como as pessoas<br />

se comunicam, se relacionam e fazem<br />

negócios. Saber o que os outros<br />

falam a respeito do seu empreendimento<br />

e ter boas avaliações em sites<br />

voltados ao seu mercado pode ajudar<br />

a obter resultados significativos.<br />

GRUPO DE CONTADORES<br />

Atenta a essa realidade, a empreendedora<br />

Lucia Regiane Rodrigues<br />

participou do grupo de segmento<br />

setorial do Sebrae-SP em<br />

2016 voltado a contadores, seu ramo.<br />

Após o programa, os 28 participantes<br />

formaram um grupo em uma<br />

rede social e mantêm contato para<br />

trocas de conteúdos e trabalhos.<br />

“Criamos o grupo Contabilizando<br />

Sucesso. A ideia é que um possa indicar<br />

o outro para trabalhos, pois<br />

cada profissional tem a sua especialização”,<br />

explica.<br />

Além disso, os participantes<br />

também trocam conteúdos técnicos<br />

e organizam happy hours para relacionamento<br />

e apoio mútuo. Dentro do<br />

grupo também já houve parcerias para<br />

trabalhos e até fusão de empresas.<br />

Ainda durante o curso, Lucia<br />

também criou – com mais duas participantes<br />

– um canal no YouTube<br />

chamado Clube das Contadoras.<br />

Atualmente, elas têm cerca de 3 mil<br />

seguidores, a maioria contadores.<br />

“Descobrimos que nossos colegas<br />

de profissão não têm tanta habilidade<br />

para falar sobre gestão e nós<br />

nos juntamos para atender a essa<br />

necessidade”, explica.<br />

Além do networking, a empreendedora<br />

destaca a importância do<br />

programa de segmento setorial do<br />

Sebrae-SP para abrir os horizontes.<br />

“Esse programa foi a grande virada<br />

em minha vida. Mudei completamente<br />

a minha forma de atuação.”<br />

Para participar do programa Soluções<br />

Setoriais, basta procurar o<br />

escritório do Sebrae-SP mais próximo<br />

ou entrar em contato pelo telefone<br />

0800 570 0800.<br />

MUITO ALÉM DE UMA SIMPLES LISTA DE NOMES<br />

Quando se fala em networking, muita<br />

gente pensa em uma lista de cadastro onde<br />

temos os nomes de pessoas com quem nos<br />

relacionamos profissionalmente, com o<br />

telefone, o e-mail e data de aniversário<br />

para que não nos esqueçamos de cumprimentá-las<br />

e entrar em contato quando<br />

precisamos de uma informação ou favor.<br />

Porém, o verdadeiro networking vai muito<br />

além de uma lista de contatos. Para ser<br />

efetivo é necessário investir em relacionamentos,<br />

que vão além de redes sociais e<br />

troca de cumprimentos em datas festivas.<br />

Algumas dicas importantes<br />

Participe de eventos que estejam alinhados com os interesses de<br />

seus negócios e de sua rede de contatos, prestigie seus amigos.<br />

Tenha interesse real pelas pessoas, entenda o que elas fazem,<br />

faça perguntas, a maioria das pessoas gosta de falar sobre<br />

suas realizações.<br />

Esteja presente com frequência para sua rede, comentando e<br />

apoiando conforme necessário. É muito ruim aparecer somente<br />

quando precisa de alguma ajuda.<br />

Seja útil. Ofereça seu conhecimento e seus contatos para sua rede<br />

quando necessário.<br />

Fale sobre seus negócios, seus projetos, seus objetivos, para que<br />

as pessoas saibam o que você faz e possam colaborar.<br />

Mantenha-se atualizado, tendo condições de emitir opiniões<br />

interessantes e relevantes para sua rede.


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 11<br />

Habilidades<br />

extras<br />

A gestão de pessoas está situada<br />

entre as quatro funções-chaves nas<br />

organizações: gestão financeira; produção;<br />

comercial (vendas) e gestão de<br />

pessoas. Para que a empresa tenha um<br />

desenvolvimento contínuo, é necessário<br />

que essas áreas estejam funcionando<br />

de forma equilibrada. A função<br />

de recursos humanos envolve todas as<br />

ações que têm como objetivo a integração<br />

do funcionário na organização e o<br />

aumento de sua produtividade. Essa<br />

função trata dos temas:<br />

• Recrutamento;<br />

• Seleção;<br />

• Treinamento;<br />

• Desenvolvimento;<br />

• Manter a mão de obra;<br />

• Controlar a mão de obra ;<br />

• Avaliar o desempenho das pessoas.<br />

Para que esses processos sejam desenvolvidos<br />

de maneira eficaz e possam<br />

contribuir para o sucesso da empresa,<br />

é fundamental o papel das lideranças.<br />

Esse é um ponto crítico nas MPEs.<br />

Raramente nos deparamos com uma<br />

liderança efetiva à frente de uma pequena<br />

empresa. Geralmente, podemos detectar<br />

competência técnica para tocar<br />

CRENILDO FREIRE ARAUJO<br />

Consultor do Sebrae-SP<br />

Como trabalhar a liderança<br />

o negócio, mas há uma lacuna com relação<br />

ao tema liderança.<br />

Se liderar significa influenciar pessoas para<br />

atingir resultados, há muito o que se progredir<br />

nas MPEs, visto que o papel dominante<br />

ainda é o de “tocador de negócio”.<br />

O que fazer para começar a mudar este<br />

quadro? Ter uma postura humilde, e assumir<br />

que no seu negócio falta liderança.<br />

Ações sugeridas:<br />

• Aprender sobre liderança e desenvolvimento<br />

do comportamento empreendedor,<br />

por exemplo, com o curso<br />

Empretec, no Sebrae;<br />

• Ler sobre o tema;<br />

• Contratar pessoas qualificadas;<br />

• Delegar atividades;<br />

• Estabelecer metas e cobrar resultados;<br />

• Avaliar o desempenho da equipe;<br />

• Definir a estrutura de cargos e funções<br />

da empresa;<br />

• Estabelecer o organograma da empresa;<br />

• Definir, divulgar, praticar e cobrar as<br />

regras internas da empresa.<br />

A situação não vai mudar da noite para<br />

o dia, mas agindo, de forma planejada,<br />

com a participação de todos, os resultados<br />

logo surgirão.<br />

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de<br />

empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões<br />

relacionadas à gestão de empresas já em atividade.<br />

Divulgação<br />

WILSON POIT,<br />

diretor-superintendente<br />

do Sebrae-SP<br />

Com os avanços da tecnologia, a<br />

presença humana tem sido substituída<br />

pela automatização em tarefas repetitivas<br />

e nas que exigem menos habilidades.<br />

Gradativamente, a inteligência<br />

artificial vai ocupando cada vez mais<br />

espaço no mundo corporativo.<br />

A automação ainda não chegou a<br />

atividades intelectuais e criativas, no<br />

entanto, as transformações em curso<br />

acabam também por requerer maior<br />

qualificação da mão de obra, um dos<br />

gargalos crônicos do Brasil. No ano que<br />

vem, o país sofrerá com um déficit de<br />

1,8 milhão de pessoas para vagas que<br />

demandam especialização, de acordo<br />

com pesquisa da empresa de recursos<br />

humanos Korn Ferry, realizada com<br />

executivos daqui.<br />

Apesar de o mercado continuar<br />

atrás de gente preparada tecnicamente<br />

(e é imperativo estudar e se manter<br />

sempre atualizado), o crescente<br />

uso de robôs obrigará os profissionais<br />

a desenvolverem outras habilidades,<br />

conforme mostra estudo divulgado<br />

recentemente pela International Business<br />

Machine (IBM).<br />

A análise indica que 120 milhões de<br />

trabalhadores nas dez maiores economias<br />

do mundo terão de se aperfeiçoar<br />

nos próximos três anos por conta da<br />

tecnologia. Porém, o mercado vai valorizar<br />

as chamadas soft skills – características<br />

relativas a comportamento e<br />

personalidade. Ou seja, conhecimento<br />

técnico não será suficiente, será preciso<br />

aprimorar competências mentais,<br />

emocionais e sociais.<br />

A capacidade interpessoal permite<br />

se adaptar e se comunicar melhor, lidar<br />

com a pressão, ser colaborativo, maleável<br />

e liderar. Tem total aplicação no<br />

dia a dia do dono de uma micro ou pequena<br />

empresa, que se relaciona com<br />

clientes, fornecedores, empregados,<br />

sócios, parceiros comerciais e experimenta<br />

um leque enorme de situações.<br />

O empreendedor tem de se refinar<br />

nesse sentido, assim como deve<br />

procurar qualificar seus funcionários<br />

nesse campo para manter a competitividade<br />

da empresa.<br />

As máquinas e softwares podem tomar<br />

o lugar das pessoas em diversos<br />

casos, mas a inteligência emocional<br />

tem sua cadeira cativa no mundo dos<br />

negócios. Cabe ao empresário estar<br />

atento à questão e construir um empreendimento<br />

sintonizado com os novos<br />

tempos.<br />

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12 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

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*Programa ALI requer<br />

conhecimento avançado<br />

em gestão.


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 13<br />

AGENDA<br />

FEIRAS DE<br />

NEGÓCIOS<br />

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME.<br />

Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800<br />

ouvidoria@sebraesp.com.br<br />

EVENTOS<br />

DO SEBRAE-SP<br />

COUROMODA<br />

Quando: 12 a 15/1<br />

Onde: Expo Center Norte<br />

Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP<br />

Informações: www.couromoda.com<br />

SÃO PAULO PRÊT-À-PORTER – FEIRA INTERNACIONAL<br />

DE NEGÓCIOS PARA INDÚSTRIA DA MODA<br />

Quando: 13 a 15/1<br />

Onde: Expo Center Norte<br />

Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP<br />

Informações: www.saopaulopretaporter.com<br />

FIOSP/CIOSP – CONGRESSO INTERNACIONAL DE<br />

ODONTOLOGIA DE SÃO PAULO/FEIRA INTERNACIONAL<br />

DE ODONTOLOGIA<br />

Quando: 29/1 a 1/2<br />

Onde: Expo Center Norte<br />

Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP<br />

Informações: www.ciosp.com.br<br />

NOVA SERRANA- FEIRA E MODA SÃO PAULO <strong>2020</strong><br />

Quando: 12 a 14/01<br />

Onde: Palácio de Convenções do Anhembi<br />

Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana, São Paulo – SP<br />

Informações: http://nsfm.sindinova.com.br<br />

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS<br />

PALESTRA DE APRESENTAÇÃO EMPRETEC<br />

Quando: 21/1<br />

Onde: Escritório Regional São José dos Campos<br />

Rua Humaitá, 227, Centro<br />

Valor: Gratuito<br />

VALE DO RIBEIRA<br />

NA MEDIDA PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO<br />

Quando: 20 a 23/1<br />

Onde: Escritório Regional Vale do Ribeira<br />

Rua José Antônio de Campos, 297 – Centro – Registro<br />

Valor: R$ 240<br />

RIBEIRÃO PRETO<br />

NA MEDIDA GESTÃO DE PESSOAS<br />

Quando: 21, 22, 23, 28, 29 e 30/1<br />

Onde: Escritório Regional Ribeirão Preto<br />

Rua Inácio Luiz Pinto, 280<br />

Valor: R$ 280<br />

CAPITAL SUL<br />

LANÇAMENTO DO PROGRAMA INTEGRA AGRO PARELHEIROS<br />

Quando: 21/1<br />

Onde: Associação Campestre – Estrada da Barragem, 6.500 –<br />

Parelheiros, São Paulo<br />

Valor: Gratuito<br />

FERTILIZER LATINO AMERICANO<br />

Quando: 20 a 22/1<br />

Onde: Hotel Renaissance<br />

Alameda Santos, 2223 – Jardim Paulista, São Paulo<br />

Informações: www.argusmedia.com<br />

CAPITAL NORTE<br />

EMPREENDA<br />

Quando: 10 a 14/1<br />

Onde: Rua Duarte de Azevedo, 280 – Santana, São Paulo<br />

Valor: R$ 840<br />

EXPEDIENTE<br />

Publicação mensal do Sebrae-SP<br />

Edição impressa<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Presidente: Tirso Meirelles<br />

ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação<br />

ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento<br />

Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência<br />

Estadual da Caixa Econômica Federal.<br />

DIRETORIA EXECUTIVA<br />

Diretor-superintendente: Wilson Poit<br />

Diretor técnico: Ivan Hussni<br />

Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos<br />

JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Unidade Marketing e Comunicação<br />

Gerente interina: Marcelle Carvalho<br />

Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e<br />

Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa:<br />

Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários:<br />

Anderson Freitas e Julia Sansoni. Imagens: gettyimages.com.<br />

Diagramação: Bruna Santos, Daniel Augusto de Resende Neves,<br />

Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos:<br />

Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o<br />

Sebrae-SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177-4784<br />

SEBRAE-SP<br />

Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso<br />

São Paulo-SP. CEP: 01504-001<br />

PARA ANUNCIAR<br />

(11) 3177-4784


14 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

LIVROS<br />

O poder do não positivo –<br />

como dizer não e ainda<br />

chegar ao sim (Campus)<br />

TEC &<br />

A complexidade das<br />

relações humanas fez surgir<br />

especialidades até então<br />

impensáveis. A negociação<br />

e a gestão de conflitos são<br />

um exemplo desta realidade.<br />

O autor do livro, William Ury,<br />

ficou internacionalmente<br />

reconhecido justamente por<br />

administrar conflitos e negociações entre empresas,<br />

clientes e fornecedores. Mas os ensinamentos de Ury bem<br />

podem se encaixar na vida pessoal, já que o que busca<br />

essencialmente identificar são as formas de dizer “não”<br />

e fatalmente chegar ao “sim” para aquilo que importa.<br />

Negociação e administração<br />

de conflitos (FGV)<br />

A negociação está presente<br />

de forma intensa na vida<br />

contemporânea. Ao negociar,<br />

nós nos envolvemos em trocas,<br />

concessões e barganhas, nas<br />

quais as questões em jogo<br />

colocam em risco as relações<br />

e criam oportunidades para<br />

os relacionamentos. Competir<br />

ou colaborar está entre os<br />

principais dilemas presentes nas negociações. As ideias<br />

propostas no livro indicam como se pode abordar<br />

processos de negociação, visando acordos que satisfaçam<br />

todas as partes envolvidas.<br />

Saúde, cuidado e uma dose<br />

de ousadia (Senac)<br />

O autor João Paulo Nogueira<br />

Ribeiro é reconhecido<br />

como um médico com veia<br />

empreendedora. O livro aborda<br />

sua carreira e conta desde da<br />

sua infância na pequena cidade<br />

de Campos Gerais, localizado<br />

no Estado de Minas Gerais,<br />

onde passou a maior parte da sua vida, até a formação e<br />

atuação em medicina. Ele é dono de uma visão inovadora<br />

sobre o que é saúde, e é idealizador do Instituto Horas da<br />

Vida, que é uma rede de médicos voluntários que oferece<br />

consultas gratuitas para as pessoas em situação de<br />

virurabilidade social.<br />

GOVERNO DIGITALIZA SERVIÇOS DE LICENÇAS<br />

E ALVARÁS<br />

O governo digitalizou quase<br />

500 serviços em 2019 e passou<br />

a permitir que sejam feitos<br />

totalmente pela internet ou em<br />

aplicativos de celular operações<br />

como pedidos de aposentadoria,<br />

de licença maternidade, carteira<br />

de trabalho digital e carteira<br />

de vacinação internacional. Na<br />

lista de serviços digitalizados<br />

estão também licenças e alvarás<br />

destinados a empresas. É possível, por exemplo, pedir pela internet autorização de<br />

importação de produtos de origem animal, para revenda varejista de combustíveis<br />

e até obter licenciamento mineral.<br />

EMPRESA TRANSFORMA LIXO EM ENERGIA<br />

LIMPA EM 70 HORAS<br />

Lidar com lixo de forma inteligente e<br />

ainda produzir energia e contribuir<br />

no combate ao aquecimento<br />

global. Com essa proposta, a RSU<br />

Brasil desenvolveu uma tecnologia<br />

adequada ao perfil do lixo brasileiro,<br />

caracterizado pelo alto teor de<br />

umidade e de carga de orgânicos.<br />

Criada em 2010 e com sede em<br />

Barueri (SP), a empresa converte<br />

rejeitos de reciclagem e orgânicos em<br />

biomassa com alto poder calorífico,<br />

ou seja, com grande potencial de<br />

reaproveitamento como matéria-prima energética. O processo demora cerca<br />

de 50 a 70 horas para ser finalizado, dependendo da umidade inicial. A biomassa<br />

produzida é isenta de contaminantes.


EDIÇÃO 309 | JANEIRO DE <strong>2020</strong> | 15<br />

IDEIAS<br />

COWORKING FORA DAS CAPITAIS<br />

MOVIMENTARÁ MAIS DE R$ 20 BI ATÉ 2029<br />

Pesquisa do Internacional Workplace<br />

Group (IWG), dona das marcas Regus e<br />

Spaces no Brasil, aponta que os escritórios<br />

compartilhados fora das capitais movimentarão<br />

mais de R$ 20 bilhões até<br />

2029 no País, podendo gerar cerca de<br />

71 mil empregos. Segundo a pesquisa,<br />

mais de 157 mil pessoas trabalharão em<br />

espaços de coworking em regiões fora<br />

dos grandes centros urbanos brasileiros<br />

nos próximos dez anos.<br />

BETTER CALL SAUL (2015)<br />

Derivada da bem-sucedida Breaking Bad,<br />

a série “Better Call Saul” traz algumas<br />

lições sobre marketing e vendas em suas<br />

quatro temporadas. A atração tem como<br />

personagem principal o advogado Jimmy<br />

McGill, que usa diversas estratégias para<br />

chegar a seu público-alvo, e que podem<br />

servir de inspiração para a prospecção<br />

eficiente de clientes.<br />

VÍDEO: CONHEÇA A FAMOSA<br />

LINGUIÇA DE BRAGANÇA<br />

Com qualidade, uma estratégia de<br />

marketing bem planejada e a ajuda do<br />

Sebrae-SP, o produto ganhou destaque<br />

no mercado.<br />

Veja a história da Famosa:<br />

https://youtu.be/dovENKUzMu4<br />

Divulgação<br />

PERGUNTE A QUEM ENTENDE<br />

Quais estratégias tecnológicas o empreendedor<br />

pode aplicar no seu e-commerce?<br />

Por Marcelo Bernardino, head de Indústria e Consumo da<br />

Minsait no Brasil<br />

O uso de tecnologia<br />

é sempre bem-vindo<br />

para empreendedores.<br />

O consumidor brasileiro<br />

está cada vez mais<br />

adaptado a comprar pela<br />

internet, o que abre uma<br />

oportunidade excelente<br />

para quem deseja<br />

ingressar nesse mercado.<br />

Para se ter uma ideia, um<br />

estudo conduzido pelo<br />

PayPal mostrou que, entre maio de 2017 e o mesmo mês<br />

de 2018, o número de e-commerces brasileiros aumentou<br />

12,5%, atingindo a marca de 675 mil lojas virtuais.<br />

Nesse cenário, como se destacar? Algumas estratégias<br />

simples podem ajudar quem está começando a garantir<br />

melhores resultados. É possível citar quatro delas: sites<br />

responsivos, cross-selling, certificados SSL e chatbots.<br />

Adotar sites responsivos é uma estratégia básica para<br />

qualquer pessoa que pretende ir para o e-commerce.<br />

Hoje, cada vez mais consumidores acessam sites de<br />

compra pelo smartphone e ter um site de fácil navegação<br />

é essencial para melhorar o índice de compras.<br />

Com o cross-selling é possível usar a tecnologia para<br />

direcionar clientes a comprar produtos similares às<br />

buscas que têm feito dentro do site, fazendo novas<br />

vendas para atuais clientes. Com estratégias simples,<br />

é possível tornar isso possível e aumentar a receita de<br />

diferentes sites.<br />

Certificados SSL (Secure Socket Layer) são mecanismos<br />

usados para codificar informações por meio da<br />

criptografia. Basicamente, são essenciais para gerar<br />

confiança aos olhos do consumidor e estimulá-lo a<br />

consumir cada vez mais, gerando uma oferta diferenciada.<br />

Por fim, chatbots são ferramentas de tecnologia que<br />

podem ser úteis para e-commerces de todos os tipos.<br />

Além de melhorar a experiência do usuário com a<br />

redução do tempo de espera, garantem mais chances<br />

de atendimento personalizado – e, portanto, passam a<br />

sensação de agilidade relacionada à marca.<br />

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o<br />

seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail<br />

para imprensa@sebraesp.com.br.


16 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Aquele cuidado extra<br />

A veterinária Alessandra Corrêa montou uma clínica especializada em dermatologia animal<br />

Alessandra Corrêa:<br />

qualificação constante<br />

para lidar com gestão<br />

Anderson Freitas e Julia Sansoni*<br />

“Em 1997, eu era sócia de<br />

uma clínica veterinária em<br />

Ribeirão Preto. Essa clínica<br />

acabou não dando certo e montei<br />

meu consultório dentro de uma pet<br />

shop pertencente a outra pessoa,<br />

que resolveu me vender a empresa.<br />

Eu, então, tosava, lavava, limpava,<br />

dava o troco, buscava cachorro,<br />

fazia consulta e atendia cliente.<br />

As coisas foram acontecendo e a<br />

Mr. Dog & Cia foi crescendo. Como<br />

eu dava banho nos cachorros, percebi<br />

que a incidência de problemas de<br />

ouvido e de pele nos animais era muito<br />

alta. Entendi que havia demanda<br />

para esse mercado. Vi que precisava<br />

me especializar e decidi aumentar<br />

meus conhecimentos na área de dermatologia.<br />

Fiz estágio na Carolina do<br />

Norte, nos Estados Unidos, durante<br />

dois anos. Fui à universidade da Carolina<br />

do Norte e também à universidade<br />

de Minnesota.<br />

Eu estava bem antenada desde o<br />

primeiro dia que abri a porta da minha<br />

própria empresa e sabia que era<br />

importante cuidar do fluxo de caixa,<br />

orientar o colaborador e lidar com a<br />

parte burocrática. Fiz quase todos os<br />

cursos do Sebrae-SP: Empretec, ALI,<br />

fluxo de caixa, entre outros. No começo,<br />

já havia decidido que tinha de<br />

estudar, precisava me aperfeiçoar e o<br />

Sebrae-SP foi realmente o caminho<br />

que me deu bons frutos.<br />

Acredito que o diferencial do meu<br />

negócio é o atendimento. Como tenho<br />

a empresa desde 1998, conheço<br />

os clientes e sei o nome de todos os<br />

animaizinhos. Além disso, acho importante<br />

a parte de dermatologia,<br />

especialidade que diferencia a minha<br />

empresa das outras.<br />

Acredito que temos de buscar ferramentas<br />

para superar as dificuldades<br />

e, para mim, as ferramentas foram<br />

os treinamentos oferecidos pelo<br />

Sebrae-SP. Temos de nos qualificar<br />

cada vez mais.<br />

Você consegue ser mais feliz<br />

quando gosta muito daquilo que faz.<br />

A questão empreendedora é nata.<br />

Desde criança, eu já tinha um perfil<br />

empreendedor, gostava de vender,<br />

gostava de prestar serviço. Acho que<br />

até pode ter vindo da minha mãe:<br />

lembro que ela fazia queijo na fazenda<br />

onde morava e eu vendia na cidade<br />

para arrecadar fundos e poder comprar<br />

alguma coisa que eu quisesse.”<br />

*Estagiários sob supervisão dos editores

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