Revista Assunto de Mulher
Nesta primeira edição de 2020 saudamos o mês de março por ser um mês de luta e reflexão para todas as mulheres. A revista vem com grandes novidades na categoria artesanato, culinária, educação,politica, artigos e a entrevista com a primeira dama da cidade de Praia Grande.
Nesta primeira edição de 2020 saudamos o mês de março por ser um mês de luta e reflexão para todas as mulheres. A revista vem com grandes novidades na categoria artesanato, culinária, educação,politica, artigos e a entrevista com a primeira dama da cidade de Praia Grande.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Como chegamos até aqui
As mulheres formam a base dos educadores brasileiros há muitas décadas. Mas houve um tempo,
no início de nossa história colonial, em que elas eram sequer autorizadas a frequentar as escolas como
estudantes. A partir do século 18, as meninas foram ganhando permissão para frequentar as escolas
régias – específicas para o público feminino –, que já contavam com docentes mulheres. Abriu-se,
assim, um mercado de trabalho feminino: o magistério público. Mas a presença masculina na docência
ainda era grande.
Com o tempo e a abertura de novos cursos de formação superior exclusivos para homens, que
ofereciam remuneração mais elevada, as mulheres foram se tornando maioria na área. A docência se
instituiu como uma “porta de entrada” natural para aquelas que queriam seguir uma carreira. “Durante
o Império, a oportunidade para as mulheres de continuarem a estudar se dava pela Escola Normal”, diz
Ana. Eram os tempos em que “ser professora era bonito”, mas em que também se ouvia muito que
“lugar de mulher direita era em casa”.
Dá para mudar? Dá. Ana Claudia acredita que essa mudança começa ao agregar a comunidade
escolar, formando um movimento que tenha força institucional e venha de dentro das secretarias para
que as mulheres tenham as mesmas oportunidades em todas as instâncias. “A gente está subindo a
escada, mas subimos dois degraus e descemos um”, diz. “O que a gente precisa mesmo é avançar. A
pressão externa ajuda na cobrança dos direitos humanos, mas tem que partir daqui”. Não pode ser um
movimento isolado: “Tem muitas pessoas se juntando em coletivos, os coletivos das mulheres, das
mulheres negras, mães de filhos com deficiência. São pequenas ondas. A gente tem que formar uma
onda grande, o ‘vamos e vamos todas juntas’. É essa ideia de que sozinho a gente não tem muita força,
mas juntas nós vamos longe”.