Revista Penha | março 2020
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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‘Eu sou o Chakall, gosto
de ir pelo meu caminho’
Chakall, cozinheiro - e não chef,
que não gosta - é o argentino mais
português de Portugal. Um país que
já conhece de lés a lés, tal como a sua
gastronomia. Tem sete restaurantes,
entre outros compromissos, uma
vida frenética a que alia mais de
150 viagens por ano, e escolheu o
nosso país como base, porque adora
o carácter das pessoas. Para criar
receitas, basta que lhe deem um tema
e elas aparecem-lhe na cabeça. O
resultado? “Podem correr melhor ou
pior, mas para standards normais
não fica mau”. Conheça melhor este
nosso vizinho.
Quando se fala do Chakall as pessoas falam
do turbante. De onde vem?
Vem de África, estive dois anos em África
e comecei a usá-lo. Depois andava com o
turbante na rua e é confortável e higiénico
para cozinhar. Detesto aqueles chapéus de
cozinheiro, são horríveis, desconfortáveis,
não me identifico. E também é onde guardo
o ratinho da inspiração: ponho o turbante e
inspiro-me. É como o Ratatouille do filme (risos).
Tem uma mística que o coloca na função
cozinheiro?
Exatamente, porque não sou só cozinheiro,
digo sempre ‘eu também cozinho’. E não é
chef! Sou cozinheiro como a minha mãe era
cozinheira, os meus avós eram cozinheiros,
tinham um restaurante, os meus bisavós. Sou
a quarta geração de cozinheiros. O facto de
ter crescido numa cozinha e numa família de
cozinheiros faz com que tenha uma barreira a
essa mania que há de chefs: cozinhar e comer
são as coisas mais naturais do mundo.
Tem cozinha por todo o lado?
(Risos) Por todo o lado! Os meus avós vieram
da Galiza, da Suíça e há mais italianos e
franceses, boa comida de todo o lado.
Alguma vez pensou que viria a viver
em Portugal e a ser conhecido como o
cozinheiro do turbante?
Nunca me passou pela cabeça nada do que me
acontece na vida. Ainda hoje me acontecem
muitas coisas que eu não penso, não idealizo,
não espero. Obviamente que trabalho para
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