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Editorial Nosso Bem Estar • Nº 201 • Maio 2020 • 4 TUDO PASSA, TUDO MUDA “O planeta ficou doente porque está com a humanidade baixa” A “Olhamos para nossas crenças e apegos e percebemos que diante do “novo normal” que se avizinha, muitas delas perdem o sentido e exigem ressignificações” Ecologia e a Economia possuem a mesma raiz grega “oikos”, que significa “casa”. Em outra tradução, “oikos” pode significar família, não só a família consanguínea, mas a grande família de relações diretas com o “clã” do indivíduo. Em suas definições, essas duas ciências também se aproximam. A Ecologia pode ser compreendida como aquela que se dedica ao “estudo das recíprocas relações entre os seres vivos e sua casa”. A Economia é a arte de” bem administrar a casa”, no que diz respeito às inter-relações da produção e consumo dos bens materiais. Como diz Lama Padma Samten “a Economia está ligada exatamente à capacidade de produzir benefício e demandar menos. Com crise ou sem crise, andamos melhor se demandarmos menos e oferecermos o máximo”. Um pensamento válido para a administração financeira de nossa “oikos”, especialmente neste momento em que a forma conhecida de ganhar e gastar está em processo disruptivo. Vale especialmente para nosso relacionamento com a “oikos” Terra, sobre a qual vimos explorando os recursos naturais e oferecendo desequilíbrio e poluição em tal medida que já estamos experimentando as consequências de uma grave falência ambiental. Há tempos nossa Economia para com o Planeta está com saldo negativo. A postura negacionista de governantes e indivídos para com esta realidade ainda tenta se sustentar, mesmo com a mensagem clara que esta pandemia veio trazer. “Fique em casa”, decreta a pandemia. Nas entrelinhas lê-se: “e reflita sobre a condição humana”. Este período “em casa” possibilita olhar melhor para os custos de nossa economia doméstica e para os verdadeiros valores que nos cercam. Olhamos as crianças em sua integridade e na sua impressionante capacidade de espelhar, com seus gestos e brincadeiras, as nossas próprias dificuldades e imperfeições. Percebemos como é difícil ensinar e honramos os educadores. Olhamos para as atividades domésticas, ainda que chatas e repetitivas, e percebemos nelas a oportunidade de exercer o cuidado para consigo e para com os que amamos. Vemos o quanto o exercício destas atividades é pouco valorizado socialmente e honramos diaristas, varredores de rua, coletores e recicladores de resíduos. Olhamos para nossas crenças e apegos e percebemos que diante do “novo normal” que se avizinha, muitas delas perdem o sentido e exigem ressignificações. Constatamos a importância da experiência dos idosos e a necessidade de manter uma mente consciente e flexível para perceber os novos caminhos. Olhamos para nós mesmos e exercitamos uma volta para dentro nossa casa, para o lar do coração. Hora de remover a poeira, mudar coisas de lugar e deixar o sol entrar para exercitar a compaixão, essa nobre qualidade que “sustentou o mundo até hoje”, através do cuidado das mães pelos seus filhos, dos seres humanos entre si e com o Planeta. Voltemos para casa como um caracol que com sua concha representa a “aspiral dourada” (sequência de Fibonacci), presente em praticamente todos os seres vivos (olhe agora para sua impressão digital e confirme). O caracol carrega a matriz do universo nas costas. E nunca sai de casa. Vera Mari Damian é editora do NBE Caxias
5 • Nº 201 • Maio 2020 • Nosso Bem Estar Dica de Saúde Harmonização para o outono Conheça dicas importantes para manter equilibrada a energia do corpo durante a estação Sergio Murilo de Souza TEKSOMOLIKA/FREEPIK/BE Para os orientais tudo está interligado. As mudanças que vemos na natureza afetam os humanos também, e podemos observar este fenômeno com mais clareza nas mudanças das estações climáticas. Assim como a paisagem, a temperatura e os hábitos dos animais mudam, o nosso humor, corpo, saúde e energia são transformados para se adaptar ao novo ciclo. O outono se encontra no meio do caminho entre a estação mais yang (verão) e a estação mais ying (inverno). Isso significa que estamos saindo de um momento mais externo e agitado para um sentimento mais interno e tranquilo, característico do outono e posteriormente do inverno. Segundo a medicina tradicional chinesa nesse momento devemos resguardar a nossa energia entrando num estágio mais introspectivo, porém sem deixá-la estagnar. Com o outono chegando começamos a ter mais pessoas com problemas relacionados aos pulmões, como alergia, tosses, resfriados, gripes, além de problemas com a pele, que também podem aumentar nessa época do ano. Dentro da medicina chinesa essa estação do ano está relacionada ao elemento metal, que é responsável justamente pelos pulmões e pele; por isso, é aconselhado fazer práticas que acalmem a energia do metal e o pulmão, como exercícios de respiração, buscando controlá-la de forma profunda e lenta. Quanto a alimentação, é preciso começar a reforçar o organismo para a chegada do inverno, focando em alimentos quentes, arroz integral, alho, cebola, inhame, maçã, pêra, repolho, couve-flor, além de beber bastante água e evitar açúcares, laticínios, glúten e comidas gordurosas em geral. Podemos trabalhar nosso equilíbrio energético através das vias de energia que percorrem o nosso corpo, aquelas usadas na acupuntura. Neste caso vamos pressionar o ponto 5 da via do Pulmão, responsável por dispersar o excesso de energia que se acumula de forma natural nessa via por causa do outono. O ponto fica localizado na linha de flexão do cotovelo. Vamos pressionar por cerca de 1 minuto em ambos os braços. O ideal é fazer esse exercício ao menos uma vez ao dia. Sergio Murilo é Mestre sexto grau da Liga Internacional de Pa-kua, escola de conhecimento oriental. Saiba mais em: www.pakua.com
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