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ANO 17 • Nº <strong>201</strong> • MAIO 2020<br />
PORTO ALEGRE • (51) 9.9996.9478 • WWW. NOSSO<strong>BE</strong>MESTAR . COM<br />
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OUTONO<br />
Saiba como manter<br />
equilibrada a energia do<br />
corpo durante a estação<br />
O mundo<br />
nunca anda<br />
para trás<br />
<br />
TÃO PERTO<br />
Como manter a saúde<br />
das relações em tempos<br />
de pandemia<br />
<br />
SAUDADES<br />
Com o olhar do cientista, ecologista e<br />
Quem somos e para<br />
onde vamos quando<br />
ninguém nos vê?<br />
espiritualista, Padma Samten lança<br />
luzes sobre o momento presente.<br />
ELISE BOZZETTO/DIVULGAÇÃO/<strong>BE</strong>
transitiva & direta<br />
Nanda Barreto<br />
Nosso Bem Estar • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • 2<br />
Remexer gavetas, abraçar<br />
saudades e quebrar espelhos<br />
PORTO ALEGRE<br />
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a nós agora mesmo!<br />
Quem somos e para onde vamos quando ninguém nos vê?<br />
Visitar minhas coletâneas de<br />
bons momentos é uma estratégia<br />
que tenho adotado<br />
para amenizar as saudades<br />
neste período de isolamento. Maio<br />
chegou me trazendo dois meses em<br />
quarentena. Algumas semanas avançam<br />
mais bruscas, outras mais mansas,<br />
mas todas têm sido imprevisíveis. Estamos<br />
em suspenso e o futuro depende<br />
de um dia de cada vez.<br />
Somos muitos - senão todos - que<br />
estamos recorrendo ao poder das<br />
lembranças para enfrentar estes tempos<br />
tão duros. Vocês também devem<br />
ter notado: há uma enxurrada de brincadeiras<br />
circulando nas redes sociais.<br />
Perceberam que quase todas evocam<br />
memórias? "Como você me conheceu?",<br />
perguntam alguns. "Mesmo que<br />
a gente não conviva muito, diga uma<br />
recordação que você tem comigo",<br />
provocam outros.<br />
Essas são questões que andam circulando<br />
bastante na minha timeline e no<br />
meu coração. Toda esta onda de brincadeiras<br />
me fez refletir sobre o quanto<br />
o olhar do outro é uma bússola pra<br />
nós. No fundo, queremos acessar testemunhas<br />
da nossa própria história. É que<br />
a memória constitui nossa identidade.<br />
Aquilo que fomos, somos e seremos depende<br />
em grande parte deste patrimônio<br />
de memórias coletivas e individuais.<br />
Nesta temporada em que a não-<br />
-convivência tornou-se uma questão<br />
de sobrevivência, acredito que estas fotografias<br />
mentais alheias têm sido um<br />
alento para a falta que estamos sentindo<br />
não apenas uns dos outros - mas<br />
também de nós próprios, naqueles maravilhosos<br />
e cotidianos dias em que podíamos<br />
andar livremente por aí, construindo<br />
nossa trajetória sem implicar<br />
riscos à vida de ninguém.<br />
As saudades são uma constante<br />
aqui no meu peito e sei que este mês<br />
vai ser doloroso: além do convencional<br />
dia das mães, é aniversário da minha.<br />
Meus planos originais eram viajar<br />
de Brasília para celebrar, cheirar e dar<br />
abraços demorados na dona Marion,<br />
que mora no litoral Norte gaúcho. Sei<br />
que este momento de reencontro vai<br />
ao largo e, por enquanto, não há como<br />
prever quase nada.<br />
Muitas vezes me sinto frustrada<br />
por isso - e outras situações simi-<br />
Algumas vezes penso que<br />
adoraria estar no mato,<br />
plantando esperanças. Mas<br />
semeio e cultivo com o que<br />
tenho ao meu dispor. Tem dias<br />
que as tristezas se instalam<br />
na minha sala de ser e estar.<br />
Sempre que posso, ofereço<br />
um chá de lágrimas pra<br />
estas danadas.<br />
lares. Mas acolher meus sentimentos<br />
tem sido um aprendizado importante,<br />
intensivo e inadiável. Tento validar cada<br />
emoção e dar voz pra tudo que bate à<br />
minha porta de dentro pra fora. As dores<br />
no corpo me falam sobre a carência<br />
de ser vista e tocada. Afinal, quem sou<br />
eu quando ninguém me vê?<br />
Tenho saído quase nada de casa.<br />
Sinto falta da natureza, calor humano,<br />
conversas sem delay e cafuné. Algumas<br />
vezes penso que adoraria estar<br />
no mato, plantando esperanças. Mas semeio<br />
e cultivo com o que tenho ao meu<br />
dispor. Tem dias que as tristezas se instalam<br />
na minha sala de ser e estar. Sempre<br />
que posso, ofereço um chá de lágrimas<br />
pra estas danadas. Também realizo<br />
assembleias periódicas com os medos.<br />
Diariamente, cozinho com as incertezas<br />
matraqueando nos meus ouvidos.<br />
Para cada pergunta acerca do<br />
que virá, a resposta mais sincera é um<br />
estrondoso não sei. Enredada nas minhas<br />
memórias, nestes tempos de escuridão,<br />
busco manter uma vela acesa<br />
no meu peito e dançar com as sombras<br />
que esta pequena luz traz: é o baile da<br />
solitude - varrendo cacos, quebrando<br />
espelhos e me convidando a viver enraizada<br />
no aqui e agora.<br />
NANDA BARRETO é jornalista, instrutora de yoga,<br />
feminista y otras cositas más! Nas redes sociais, é<br />
@transitivaedireta. Na vida real, é poeta.<br />
/transitivaedireta<br />
@transitivaedireta<br />
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Editores<br />
Fábio Ferreira<br />
Arte Final<br />
Lucimara Quadros<br />
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CENTRAL <strong>BE</strong>M ESTAR<br />
INFORMAÇÕES DE QUALIDADE<br />
Max Bof<br />
Jornalista Responsável<br />
Diretor de Operações<br />
Érico Vieira<br />
Diretor de Relacionamento<br />
Jaqueline Bica<br />
(ARS DESIGN EDITORIAL)<br />
Diagramação<br />
Informes publicitários, textos e colunas<br />
assinadas não correspondem necessariamente<br />
à opinião do jornal e são de<br />
responsabilidade de seus autores.<br />
Que todos os méritos gerados por<br />
esse trabalho beneficiem e tragam<br />
felicidade para todos os seres.
Editorial<br />
Nosso Bem Estar • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • 4<br />
TUDO PASSA, TUDO MUDA<br />
“O planeta ficou doente porque está com a humanidade baixa”<br />
A<br />
“Olhamos para nossas crenças e apegos e<br />
percebemos que diante do “novo normal”<br />
que se avizinha, muitas delas perdem o<br />
sentido e exigem ressignificações”<br />
Ecologia e a Economia possuem<br />
a mesma raiz grega “oikos”, que<br />
significa “casa”. Em outra tradução,<br />
“oikos” pode significar família, não<br />
só a família consanguínea, mas a grande<br />
família de relações diretas com o “clã”<br />
do indivíduo.<br />
Em suas definições, essas duas ciências<br />
também se aproximam. A Ecologia<br />
pode ser compreendida como<br />
aquela que se dedica ao “estudo das<br />
recíprocas relações entre os seres vivos<br />
e sua casa”. A Economia é a arte<br />
de” bem administrar a casa”, no que<br />
diz respeito às inter-relações da produção<br />
e consumo dos bens materiais.<br />
Como diz Lama Padma Samten “a<br />
Economia está ligada exatamente à capacidade<br />
de produzir benefício e demandar<br />
menos. Com crise ou sem crise,<br />
andamos melhor se demandarmos<br />
menos e oferecermos o máximo”. Um<br />
pensamento válido para a administração<br />
financeira de nossa “oikos”, especialmente<br />
neste momento em que<br />
a forma conhecida de ganhar e gastar<br />
está em processo disruptivo. Vale especialmente<br />
para nosso relacionamento<br />
com a “oikos” Terra, sobre a qual vimos<br />
explorando os recursos naturais<br />
e oferecendo desequilíbrio e poluição<br />
em tal medida que já estamos experimentando<br />
as consequências de uma<br />
grave falência ambiental.<br />
Há tempos nossa Economia para<br />
com o Planeta está com saldo negativo.<br />
A postura negacionista de governantes<br />
e indivídos para com esta realidade<br />
ainda tenta se sustentar, mesmo<br />
com a mensagem clara que esta pandemia<br />
veio trazer.<br />
“Fique em casa”, decreta a pandemia.<br />
Nas entrelinhas lê-se: “e reflita sobre<br />
a condição humana”.<br />
Este período “em casa” possibilita<br />
olhar melhor para os custos de nossa<br />
economia doméstica e para os verdadeiros<br />
valores que nos cercam.<br />
Olhamos as crianças em sua integridade<br />
e na sua impressionante capacidade<br />
de espelhar, com seus gestos e brincadeiras,<br />
as nossas próprias dificuldades<br />
e imperfeições. Percebemos como é difícil<br />
ensinar e honramos os educadores.<br />
Olhamos para as atividades domésticas,<br />
ainda que chatas e repetitivas,<br />
e percebemos nelas a oportunidade<br />
de exercer o cuidado para consigo<br />
e para com os que amamos. Vemos o<br />
quanto o exercício destas atividades é<br />
pouco valorizado socialmente e honramos<br />
diaristas, varredores de rua, coletores<br />
e recicladores de resíduos.<br />
Olhamos para nossas crenças e<br />
apegos e percebemos que diante do<br />
“novo normal” que se avizinha, muitas<br />
delas perdem o sentido e exigem<br />
ressignificações. Constatamos a importância<br />
da experiência dos idosos e<br />
a necessidade de manter uma mente<br />
consciente e flexível para perceber os<br />
novos caminhos.<br />
Olhamos para nós mesmos e<br />
exercitamos uma volta para dentro<br />
nossa casa, para o lar do coração. Hora<br />
de remover a poeira, mudar coisas de<br />
lugar e deixar o sol entrar para exercitar<br />
a compaixão, essa nobre qualidade<br />
que “sustentou o mundo até hoje”,<br />
através do cuidado das mães pelos<br />
seus filhos, dos seres humanos entre<br />
si e com o Planeta.<br />
Voltemos para casa como um<br />
caracol que com sua concha representa<br />
a “aspiral dourada” (sequência<br />
de Fibonacci), presente em praticamente<br />
todos os seres vivos (olhe<br />
agora para sua impressão digital e<br />
confirme).<br />
O caracol carrega a matriz do universo<br />
nas costas. E nunca sai de casa.<br />
Vera Mari Damian é editora do N<strong>BE</strong> Caxias
5 • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • Nosso Bem Estar<br />
Dica de Saúde<br />
Harmonização para o outono<br />
Conheça dicas importantes para manter equilibrada a energia do corpo durante a estação<br />
Sergio Murilo de Souza<br />
TEKSOMOLIKA/FREEPIK/<strong>BE</strong><br />
Para os orientais tudo está interligado.<br />
As mudanças que<br />
vemos na natureza afetam os<br />
humanos também, e podemos observar<br />
este fenômeno com mais clareza<br />
nas mudanças das estações climáticas.<br />
Assim como a paisagem, a temperatura<br />
e os hábitos dos animais mudam, o<br />
nosso humor, corpo, saúde e energia<br />
são transformados para se adaptar ao<br />
novo ciclo.<br />
O outono se encontra no meio do<br />
caminho entre a estação mais yang (verão)<br />
e a estação mais ying (inverno).<br />
Isso significa que estamos saindo de um<br />
momento mais externo e agitado para<br />
um sentimento mais interno e tranquilo,<br />
característico do outono e posteriormente<br />
do inverno. Segundo a medicina<br />
tradicional chinesa nesse momento<br />
devemos resguardar a nossa energia<br />
entrando num estágio mais introspectivo,<br />
porém sem deixá-la estagnar.<br />
Com o outono chegando começamos<br />
a ter mais pessoas com problemas<br />
relacionados aos pulmões, como<br />
alergia, tosses, resfriados, gripes, além<br />
de problemas com a pele, que também<br />
podem aumentar nessa época do ano.<br />
Dentro da medicina chinesa essa<br />
estação do ano está relacionada ao<br />
elemento metal, que é responsável<br />
justamente pelos pulmões e pele; por<br />
isso, é aconselhado fazer práticas que<br />
acalmem a energia do metal e o pulmão,<br />
como exercícios de respiração,<br />
buscando controlá-la de forma profunda<br />
e lenta.<br />
Quanto a alimentação, é preciso<br />
começar a reforçar o organismo para<br />
a chegada do inverno, focando em alimentos<br />
quentes, arroz integral, alho,<br />
cebola, inhame, maçã, pêra, repolho,<br />
couve-flor, além de beber bastante<br />
água e evitar açúcares, laticínios, glúten<br />
e comidas gordurosas em geral.<br />
Podemos trabalhar nosso equilíbrio<br />
energético através das vias de<br />
energia que percorrem o nosso corpo,<br />
aquelas usadas na acupuntura.<br />
Neste caso vamos pressionar o ponto<br />
5 da via do Pulmão, responsável<br />
por dispersar o excesso de energia<br />
que se acumula de forma natural nessa<br />
via por causa do outono.<br />
O ponto fica localizado na linha<br />
de flexão do cotovelo. Vamos pressionar<br />
por cerca de 1 minuto em ambos<br />
os braços. O ideal é fazer esse<br />
exercício ao menos uma vez ao dia.<br />
Sergio Murilo é Mestre sexto grau da Liga<br />
Internacional de Pa-kua, escola de conhecimento<br />
oriental. Saiba mais em: www.pakua.com
Relações<br />
Nosso Bem Estar • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • 6<br />
Tão longe, tão perto<br />
Como manter a saúde das relações neste momento ampliação de tempo de convivência?<br />
A<br />
lém do problema de saúde imediato<br />
causado pela pandemia do covid-19,<br />
existem outros desdobramentos<br />
que também são desafiadores, e<br />
que devem ganhar atenção para que não<br />
dificultem ainda mais esse período de recolhimento.<br />
Apesar da convivência ser algo buscado<br />
quando se mora na mesma casa, quando<br />
ela acontece em momentos extremos,<br />
como o que estamos passando, pode gerar<br />
atritos, discussões e desgaste nas relações.<br />
E não estamos falando somente de casais,<br />
vale para pais e filhos, irmãos e outros laços<br />
afetivos, que podem sofrer com o “excesso<br />
de convívio”.<br />
Por isso adotar alguns hábitos sob o<br />
mesmo teto é tão importante para passarmos<br />
por esse momento de forma mais leve<br />
e harmoniosa. Preparamos algumas dicas<br />
que podem ajudar. Confira.<br />
Não caia na armadilha<br />
de romantizar<br />
A primeira dica diz respeito ao seu<br />
comportamento com você mesmo durante<br />
o período de isolamento social. As redes<br />
sociais podem ser aliadas, mas também funcionar<br />
como um gatilho para a ansiedade e<br />
a depressão. Ideias maravilhosas de como<br />
aproveitar o momento para passar mais<br />
tempo com o seu filho, ficar mais próximo<br />
do seu companheiro (a), cuidar de si com<br />
tratamentos estéticos, fazer exercícios, entre<br />
outras, muitas vezes, podem ser difíceis<br />
de se seguir e gerar frustração.<br />
“Romantizar” esse período pode ser<br />
uma porta de entrada para sentimentos<br />
negativos adicionais ao estresse e ansiedade<br />
que, naturalmente, se fazem presentes<br />
na rotina de cenário de pandemia. Não se<br />
engane: convivência está longe de ser fácil,<br />
requer paciência, diálogo, concessões - e<br />
tudo bem se você não conseguir ter sucesso<br />
o tempo todo.<br />
Estabeleça uma<br />
rotina de trabalho<br />
A organização de vida muda drasticamente<br />
durante uma pandemia, e quem sente<br />
mais são aqueles que têm uma rotina<br />
fora de casa. Mesmo assim, é importante<br />
tentar, dentro do possível, seguir alguns hábitos<br />
e atividades que vão ajudar a passar os<br />
dias de forma mais organizada.<br />
Se você está em home office, prepare<br />
um ambiente para ser seu escritório. Para<br />
casais que estejam ambos trabalhando de<br />
FOTOS: FREEPIK/<strong>BE</strong><br />
OS ANÚNCIOS NO<br />
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7 • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • Nosso Bem Estar<br />
DICA EXTRA: COMO SE<br />
PORTAR DIANTE DA<br />
CONVIVÊNCIA VIRTUAL?<br />
período de quarentena trouxe,<br />
O pela primeira vez para muitas<br />
pessoas, o home office. Assim como<br />
com qualquer outra mudança de rotina,<br />
você também precisa de um período de<br />
adaptação, e ficar atento a alguns comportamentos<br />
é importante para manter<br />
a qualidade da sua produção e das relações<br />
de trabalho à distância.<br />
Procure obedecer ao horário<br />
comercial definido pela empresa, e,<br />
na medida do possível, manter a mesma<br />
rotina de trabalho de quando está<br />
no escritório. Cuide com as redes sociais:<br />
mensagens no Whatsapp que<br />
não são relacionadas ao trabalho podem<br />
esperar, assim como postagens e<br />
outras distrações. Lembre-se: você está<br />
em casa, mas está trabalhando.<br />
Além disso, seja responsável<br />
com as informações que compartilha.<br />
As fake news sobre o covid-19 estão<br />
por toda a parte, e é preciso ter cuidado<br />
para que a convivência virtual, ainda<br />
mais frequente nos dias de hoje, não<br />
seja uma ferramenta de propagação.<br />
Analise as informações, desconfie<br />
de discursos radicais, cheque a veracidade<br />
e não cause pânico entre seus amigos<br />
e familiares. As informações falsas<br />
são um desserviço para a saúde e bem-<br />
-estar físico e psicológico das pessoas.<br />
Algum dia da semana é reservado<br />
para sair com os amigos, bater<br />
papo? Combine um horário,<br />
vá para um cômodo da casa<br />
com privacidade e faça<br />
uma vídeo-chamada.<br />
casa, é válido organizar duas estações de<br />
trabalho separadas.<br />
Preserve a individualidade<br />
Não é porque vocês estão o dia todo<br />
dentro de casa que precisam fazer absolutamente<br />
tudo juntos. Independentemente<br />
de com quem você more, busque ter momentos<br />
só seus. Por exemplo, você costuma<br />
treinar de manhã? Continue com esse hábito,<br />
e adapte os exercícios para fazer em casa.<br />
Algum dia da semana é reservado para<br />
sair com os amigos, bater papo? A tecnologia<br />
pode ajudar a não deixar de lado esse<br />
momento de lazer. Combine um horário,<br />
vá para um cômodo da casa com privacidade<br />
e faça uma vídeo-chamada.<br />
As crianças estão sem escola, mas você<br />
pode dividir o tempo com seu companheiro<br />
(a)? Faça isso, leia um livro, assista algo<br />
enquanto você está no seu momento livre.<br />
Pratique o diálogo<br />
Casamentos, filhos adolescentes, pais:<br />
todas as relações tendem a sofrer impacto<br />
com um período de convivência forçada.<br />
Diferenças na rotina, na forma de lidar<br />
com situações do dia a dia, hábitos que não<br />
se conversam - tudo, até mesmo coisas mínimas<br />
podem desencadear reações desproporcionais<br />
devido à carga de estresse.<br />
Por isso, praticar o diálogo é sempre<br />
o melhor caminho – não só para reparar<br />
situações de embate, mas, principalmente,<br />
para evitá-las. Faça acordos, divida tarefas<br />
domésticas, combine como será a rotina<br />
durante os dias de isolamento social.<br />
Converse!
Matéria de Capa<br />
O mundo<br />
nunca anda<br />
para trás<br />
Com o olhar do cientista, ecologista e espiritualista,<br />
Padma Samten lança luzes sobre o momento presente.<br />
TIM MOSSHOLDER/UNSPLASH/<strong>BE</strong>
Matéria de Capa<br />
Vera Mari Damian<br />
Alfredo Aveline é mestre<br />
em Física pela Universidade<br />
Federal do Rio Grande<br />
do Sul (UFRGS), onde foi<br />
professor por 25 anos, período em que<br />
também se envolveu com as lutas ecológicas<br />
locais e mundiais.<br />
Em seus estudos da Física Quântica,<br />
encontrou nesta ciência afinidades<br />
com o pensamento budista, que<br />
ele aprofundou nos anos 80, sendo ordenado<br />
em 1996 como lama (professor)<br />
Padma Samten, pelo mestre tibetano<br />
Chagdud Tulku Rinpoche, o fundador<br />
do Chagdud Gonpa (Templo de<br />
Três Coroas).<br />
Atualmente dirige o Centro de Estudos<br />
Budistas Bodisatva (CEBB), com<br />
sede em Viamão (RS), e coordena outros<br />
50 Centros em diferentes estados<br />
do Brasil, apoia duas escolas infantis e<br />
fundamentais e oito aldeias com propostas<br />
de prática budista, práticas cooperativas<br />
e sustentáveis.<br />
Como Lama, Padma Samten tem<br />
auxiliado inúmeras pessoas em suas vidas<br />
e relações cotidianas, com ensinamentos<br />
que dialogam com as mais diversas<br />
áreas do conhecimento a partir<br />
de uma interface com a espiritualidade.<br />
Orienta seus alunos em estudos, retiros<br />
e meditação através da compreensão<br />
da espiritualidade e da cultura de paz<br />
enquanto caminhos para desenvolver<br />
boas relações no ambiente onde vivem.<br />
Frequentemente é convidado como palestrante<br />
e/ou consultor por empresas,<br />
órgãos públicos, universidades e outros<br />
segmentos, traduzindo para as organizações<br />
a aplicação prática dos conhecimentos<br />
budistas de vinte e seis séculos<br />
frente às dificuldades atuais.<br />
A abordagem do Lama Samten traz<br />
o precioso e profundo olhar sobre a<br />
realidade e a existência tão necessários<br />
nas circunstâncias desafiadoras do presente.<br />
O Nosso Bem Estar dedica este<br />
olhar aos seus leitores e parceiros nesta<br />
entrevista exclusiva.<br />
Nosso Bem Estar - Como entender<br />
este momento histórico sob a ótica<br />
da Ciência, da Ecologia e da Religiosidade?<br />
Lama Samten - O Buda fala essencialmente<br />
nas Quatro Nobres Verdades<br />
e então entendemos a existência<br />
do sofrimento. Não temos controle<br />
sobre as coisas, elas se desenvolvem<br />
para além das nossas aspirações e das<br />
nossas vontades. A existência do sofri-<br />
mento é o fato de que isto não acontece<br />
uma ou outra vez, mas este é o<br />
ambiente onde a vida surge e se manifesta.<br />
Então não temos como controlar<br />
isso e todos os seres estão imersos<br />
nesse tipo de situação. Por outro lado,<br />
o Buda mostra como esta situação é<br />
construída por visões que nós desenvolvemos<br />
e por bolhas de realidade<br />
que constroem estas visões. Dentro<br />
dessas bolhas nós temos as-<br />
a<br />
Alfredo Aveline<br />
foi ordenado Lama<br />
(professor) pelo mestre<br />
tibetano Chagdud<br />
Tulku Rinpoche (esq.),<br />
o fundador do Chagdud<br />
Gonpa (Templo de<br />
Três Coroas).<br />
ELISE BOZZETTO/ DIVULGAÇÃO/<strong>BE</strong><br />
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/<strong>BE</strong>
Nosso Bem Estar • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • 10<br />
"Há uma interdependência muito, muito próxima entre todos<br />
os seres. Esses outros seres – neste caso os vírus – terminam<br />
se manifestando e impactando a vida no planeta como um<br />
todo. (...) O surgimento de um vírus que até recentemente<br />
não existia acabou produzindo esta enorme alteração que<br />
afeta até mesmo o rumo político das várias nações."<br />
pirações, referenciais e limites que nós<br />
mesmos estabelecemos e estas condições<br />
fazem surgir o que nós chamamos<br />
de sofrimento. Mas o Buda explica também<br />
que nós não somos isso que surge.<br />
Nós somos aquilo que cria o que surge.<br />
Esta é uma postura muito profunda<br />
e nos ajuda a compreender que este aspecto<br />
que cria não cessa.<br />
Quando nós dormimos à noite, por<br />
exemplo, este aspecto que cria segue<br />
criando. Produz os nossos sonhos, produz<br />
a aparência dos sonhos. No budismo<br />
se diz que a própria vida é uma ma-<br />
nifestação de sonho também. Então nós<br />
percebemos que aquilo que chamamos<br />
de vida - o nosso ambiente ao redor -<br />
criamos constantemente com os nossos<br />
olhares. Com a clara luz da mente<br />
produzimos as aparências e damos significado<br />
e transformamos estas aparências<br />
o tempo todo.<br />
O Buda diz que nós efetivamente<br />
estamos além do sofrimento. Temos<br />
a possibilidade de entender que a nossa<br />
vida se dá além das construções, e é<br />
independente das construções. Esta vida<br />
mais profunda está isenta do sofrimento.<br />
Sob o ponto de vista da Ecologia<br />
entendemos que, de fato, há uma interdependência<br />
muito, muito próxima entre<br />
todos os seres. Esses outros seres –<br />
neste caso os vírus – terminam se manifestando<br />
e impactando a vida no planeta<br />
como um todo. Na medida em que<br />
impactou os humanos, houve uma mudança<br />
muito grande: a atmosfera melhorou,<br />
os mares melhoraram... tudo<br />
foi melhorando e houve uma transformação<br />
incrível. O surgimento de um vírus<br />
que até recentemente não existia<br />
acabou produzindo esta enorme alteração<br />
que afeta mesmo o rumo político<br />
das várias nações.<br />
Isso nos ajuda a compreender<br />
como a vida toda é profundamente inter-relacionada.<br />
Não apenas os animais<br />
grandes, as plantas grandes, os ecossistemas<br />
complexos, mas também este aspecto<br />
de que temos mundos macroscópicos<br />
ou microscópicos inter-relacionados<br />
não apenas entre si. Ou seja, também<br />
seres microscópicos podem produzir<br />
grandes alterações no macro. Isto<br />
é muito notável. Muito extraordinário.<br />
Eu lembro do (ecologista) José Lutzemberger<br />
dizendo que nós podemos<br />
cortar uma teia de aranha em vários<br />
pontos, mas, de repente, quando nós<br />
cortarmos um determinado ponto a<br />
teia entra em colapso. É muito especial<br />
a gente entender que nós seres humanos<br />
estamos mais e mais frágeis, dependendo<br />
de algumas poucas ligações. Na<br />
medida em que estas ligações são afetadas,<br />
a sociedade como um todo pode<br />
repentinamente se tornar inviável.<br />
Neste momento também nos tornamos<br />
mais conscientes da importância<br />
da Ciência. Há pouco tempo algumas<br />
pessoas estavam falando muito mal<br />
da Ciência, produzindo imagens retrógradas,<br />
e agora todos nós nos voltamos<br />
e olhamos melhor para a Ciência para<br />
entender sobre o que está acontecendo.<br />
Eu vejo que a espiritualidade no budismo<br />
dialoga perfeitamente com a Ciência<br />
. O budismo tem uma abordagem<br />
investigativa prática de como a gente<br />
pode ver as realidades como elas são.<br />
DANIELE LEVIS PELUSI/UNSPLASH/<strong>BE</strong>
11 • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • Nosso Bem Estar<br />
N<strong>BE</strong> - O senhor acredita que estaremos<br />
dando algum tipo de salto de<br />
civilização ou tudo tenderá a se acomodar<br />
como era antes?<br />
Lama Samten - O mundo nunca<br />
anda para trás. Na visão budista nós fazemos<br />
as construções a cada dia e estas<br />
construções acontecem a partir da<br />
experiência condicionada que tivemos<br />
um pouco antes. Então, com esta experiência<br />
condicionada da própria pandemia,<br />
é inevitável que a realidade adiante<br />
seja construída tendo por base também<br />
esta experiência.<br />
Entre os aspectos que me parecem<br />
mais notáveis está o fato de sentir que<br />
a gente consegue parar o mundo por<br />
um tempo. E percebe que parando<br />
a atividade humana no nível<br />
a<br />
"Se pensarmos em uma<br />
sociedade mais ecológica<br />
e mais equilibrada, esta<br />
Economia da Exclusão – em<br />
que poucos têm acesso às<br />
riquezas e outros apenas<br />
um acesso marginal –<br />
não terá como dar conta<br />
dos seres humanos. Com<br />
certeza nós vamos ter<br />
transformações sociais<br />
super importantes."<br />
O Budismo<br />
em números<br />
Quatro Qualidades<br />
Incomensuráveis<br />
Compaixão, Amor, Alegria,<br />
Equanimidade<br />
As Quatro Nobres<br />
Verdades<br />
O Sofrimento existe<br />
O sofrimento tem causas<br />
É possível se livrar do<br />
sofrimento<br />
Há um caminho para isto<br />
As Cinco Sabedorias<br />
Sabedoria do Espelho,<br />
Sabedoria da Igualdade,<br />
Sabedoria Discriminativa,<br />
Sabedoria da Causalidade,<br />
Sabedoria de Darmata<br />
As Seis Perfeições<br />
Generosidade, Moralidade,<br />
Paz, Energia Constante,<br />
Concentração e Sabedoria<br />
Fonte: CEBB - Centro de Estudos Budistas<br />
Bodisatva | Lama Padma Samten www.<br />
cebb.org.br, www.acaoparamita.com.br<br />
LIFEFORSTOCK/FREEPIK/<strong>BE</strong><br />
VERA DAMIAN/<strong>BE</strong>
Matéria de Capa<br />
Nosso Bem Estar • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • 12<br />
que ela vinha acontecendo, a natureza<br />
toda agradece. O ar melhorou, a água<br />
melhorou, os animais melhoraram.<br />
Tudo melhorou na natureza na medida<br />
em que os seres humanos reduziram<br />
seus impactos simplesmente ficando<br />
mais em casa. É muito extraordinário<br />
reconhecer isto.<br />
Esta experiência nos permite entender<br />
que o mundo pode ser parado<br />
e profundamente transformado. Trata-<br />
-se de uma experiência coletiva planetária<br />
de transformação dos nossos cotidianos,<br />
das nossas vidas. É um experimento<br />
maravilhoso que nos impacta<br />
no sentido de pensarmos que hoje nós<br />
paramos pelo coronavírus, mas amanhã<br />
podemos fazer grandes movimentos<br />
coletivos, planetários, cujo objetivo<br />
seja justamente reduzir nosso impacto,<br />
viver de outro modo. E nos permite<br />
ainda lidar com a crise que já estávamos<br />
vivendo: a crise ecológica. A crise<br />
de destruição do planeta.<br />
Vejo que neste momento nos empoderamos<br />
para poder fazer estas<br />
transformações. Mas quando a gente<br />
pensa em construir outras realidades,<br />
imediatamente nos damos conta<br />
de que a estrutura econômica do mundo,<br />
da forma como hoje está estabelecida,<br />
não dá conta disto. Porque há<br />
um número muito grande de pessoas<br />
"Me chama muito a atenção que os atores econômicos que<br />
sempre foram constantemente protegidos pelo governo<br />
neste momento se retiram e não revelam força. Revelam<br />
fraqueza. Curiosamente, aqueles que revelam força não a<br />
geram por alguma compreensão do paradigma econômico,<br />
mas pelo poder proveniente da compaixão."<br />
que estão alijadas do processo de receber<br />
as bênçãos naturais. Não têm acesso<br />
à riqueza natural que se espalha pelo<br />
sol, pela água pela terra. Eles vivem dos<br />
fragmentos liberados pelas pessoas que<br />
já têm este acesso. Então não acho que<br />
seja possível continuarmos com esta limitação<br />
de um número restrito de pessoas<br />
e/ou grandes empresas acessarem<br />
todas as bênçãos que vêm da água, sol,<br />
calor, terras férteis, rios e dos mares,<br />
enquanto um número muito grande de<br />
pessoas não têm este acesso.<br />
Se pensarmos em uma sociedade<br />
mais ecológica e mais equilibrada, esta<br />
Economia da Exclusão – em que poucos<br />
têm acesso às riquezas e outros<br />
apenas um acesso marginal – não terá<br />
como dar conta dos seres humanos.<br />
Com certeza nós vamos ter transformações<br />
sociais super importantes. Então<br />
vamos aprender que a redução da<br />
atividade humana vai exigir uma reorganização<br />
política, social e econômica.<br />
Vai exigir uma nova estruturação<br />
da sociedade baseada na Ecologia e no<br />
benefício aos seres humanos e não no<br />
modelo desenfreado da Economia Financeira.<br />
N<strong>BE</strong> - Quais as melhores lições<br />
que podemos e/ou devemos tirar<br />
deste momento?<br />
Lama Samten - Parte dessa questão<br />
está respondida nas perguntas anteriores,<br />
mas há alguns elementos que<br />
eu gostaria de somar aqui. Um dos fatos<br />
que me chama muito a atenção neste<br />
momento é como as pessoas pobres<br />
conseguem socorrer as pessoas pobres.<br />
A maior riqueza neste tempo de<br />
aflição é justamente a compaixão.<br />
Me chama muito a atenção que<br />
os atores econômicos que sempre foram<br />
constantemente protegidos pelo<br />
governo neste momento se retiram<br />
e não revelam força. Revelam fraqueza.<br />
Curiosamente, aqueles que revelam<br />
força não a geram por alguma compreensão<br />
do paradigma econômico, mas<br />
pelo poder proveniente da compaixão.<br />
Algumas grandes empresas disponibilizaram<br />
recursos e capacidade de<br />
organização. Isso é muito extraordiná-<br />
J W/UNSPLASH/<strong>BE</strong><br />
COMUNIQUE-SE COM AUTONOMIA<br />
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13 • Nº <strong>201</strong> • Maio 2020 • Nosso Bem Estar Matéria de Capa<br />
rio. Mas também muito extraordinário<br />
é que em regiões muito pobres as pessoas<br />
pobres se ajudam, chegam a compartilhar<br />
garrafas de água para que outros<br />
possam beber ou se higienizar um<br />
pouco. No limite de sua própria carência,<br />
seguem se protegendo e se ajudando<br />
uns aos outros.<br />
Este potencial me leva a ver nisso<br />
o exemplo da fala do Dalai Lama quando<br />
diz que “o mundo não é sustentado<br />
pela Economia, mas sim pela Compaixão”.<br />
E a gente está podendo ver de<br />
forma clara este tipo de exemplo.<br />
N<strong>BE</strong> - Em sua história, a humanidade<br />
já passou por grandes crises.<br />
Qual seria o olhar diferencial necessário<br />
para entendermos a pandemia<br />
como uma oportunidade de evolução<br />
para um estágio mais elevado?<br />
Lama Samten - A evolução da humanidade<br />
sempre se dará através de<br />
mudanças para referenciais mais elevados.<br />
Se neste momento pudermos entender<br />
que surgem referenciais mais elevados<br />
– como a compaixão – no meio<br />
de uma crise, isto seria maravilhoso. De<br />
uma forma mais elaborada, se fizermos<br />
surgir compaixão, amor, alegria, equanimidade,<br />
generosidade, moralidade, paz,<br />
energia constante, concentração e sabedoria<br />
(as Quatro Qualidades Incomensuráveis<br />
e as Seis Perfeições) construiremos<br />
um mundo muito melhor.<br />
Se usarmos um software melhor, ou<br />
seja, se usarmos a nossa capacidade de<br />
entender melhor os outros seres, não<br />
apenas os seres humanos mas todos seres,<br />
se nos alegrarmos não só com os<br />
seres humanos mas com todos os outros<br />
seres da natureza, se formos capazes<br />
de entender as limitações e as realidades<br />
das nossas vidas, se formos capazes<br />
de fazer ações melhores e evitar<br />
ações piores e entendermos que aquilo<br />
que não nasce, não morre, estaremos<br />
entendendo as Cinco Sabedorias. Quando<br />
entendemos as Cinco Sabedorias naturalmente<br />
brota em nós um nível de lucidez,<br />
de compaixão e de amor por todos<br />
os seres. Isto constrói mundos melhores.<br />
Podemos entrar em crises e no<br />
meio das crises podemos construir mundos<br />
piores se nos tornarmos mais autocentrados,<br />
raivosos, apegados e avarentos<br />
e a partir disto manifestarmos orgulho,<br />
agressão, apego, indiferença, carência,<br />
raiva, rancor, ódio e medo – qualidades<br />
que produzem muito sofrimento.<br />
Assim, mundos melhores a gente<br />
constrói com software melhor. E ciclicamente,<br />
quando esquecemos disso<br />
e entramos num mundo autocentrado,<br />
tudo piora. A humanidade já passou<br />
por grandes crises, já passou por períodos<br />
melhores e agora seria um tempo<br />
"A humanidade já passou por grandes crises, já passou por<br />
períodos melhores e agora seria um tempo em que tudo<br />
o que a gente entendeu poderia nos impulsionar na direção<br />
de um software melhor, uma forma melhor de<br />
produzir as nossas realidades."<br />
em que tudo o que a gente entendeu<br />
poderia nos impulsionar na direção de<br />
um software melhor, uma forma melhor<br />
de produzir as nossas realidades.<br />
Vera Mari Damian é jornalista e ambientalista.<br />
LEIA MAIS.<br />
A entrevista completa<br />
com Lama Padma Samten<br />
você encontra no portal<br />
Nossobemestar.com<br />
ELISE BOZZETTO/DIVULGAÇÃO/<strong>BE</strong>