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Revista Cocred mais ED 37_v6a-site-compressed

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PRA VOCÊ

com valores extrapolados. Mas, acredito que isso vai

se acomodar com o tempo, como sempre ocorre. A

gente sabe disso”, afirma.

É evidente – e até certo ponto mensurável – que a

pandemia está provocando uma mudança não apenas

comportamental, mas de valores, hábitos e formas

de consumo. Por outro lado, apesar de o consumidor

estar se tornando de certa forma “mais consciente”, a

compra por impulso nunca vai deixar de existir. Por

isso, a partir de agora os negócios precisam estar mais

atentos aos valores humanos.

Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp

Para o presidente do Sindicato do Comércio

Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), Paulo

César Garcia Lopes, o cenário econômico no póscoronavírus

passa pelo novo comportamento dos

consumidores e dos empresários, e ainda pela

transformação digital. A mudança vai ocorrer, mas

o crescimento é incerto, já que o prejuízo depois de

meses de isolamento chega à casa dos bilhões de

dólares nos mais diversos segmentos.

O setor automobilístico acumula saldo negativo estrondoso.

O fechamento do comércio afetou diretamente

todo o processo produtivo. Mesmo considerando

a alta do varejo eletrônico, de que adianta a

indústria funcionar em plena capacidade, se as lojas

físicas não podem receber os clientes? Mesmo os setores

que se mantiveram em pé na pandemia, como

supermercados e farmácias, sofreram os impactos do

novo coronavírus.

“Infelizmente, a falta de previsibilidade dessa

doença está impactando muito negativamente na

economia. Nesse momento, é muito difícil prever

qualquer coisa. Essa falta de previsibilidade de

começo, meio e fim da doença, das consequências

dela, está causando insegurança. Vários ativos estão

A lição é que o empresário tem que ouvir o

consumidor, tem que atender as necessidades

do consumidor, estar sempre antenado a isso.

Ao mesmo tempo, vão sair na frente aqueles que

estão trabalhando com diversos canais de venda.

As oportunidades acontecem em tempos de

crise. Empresários que estão antenados, que têm

uma visão antecipada e de previsibilidade, têm a

oportunidade de se beneficiar com a crise.

Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp

Egoísmo ou altruísmo?

Até aqui foi possível entender que os impactos

da pandemia, como causa e efeito, estão sendo

de ordem econômica e social. Fica claro também

que o momento atual é um divisor de águas e que

ultrapassá-lo não será tarefa fácil. Nem breve. Muito

menos indolor. Ainda não há respostas concretas,

mas a economista Rosalinda Chedian Pimentel

constrói três cenários possíveis para o mundo e o país

na pós-pandemia: um otimista (ou altruísta), outro

intermediário (de compartilhamento) e um terceiro,

pessimista (ou egoísta).

O primeiro cenário expressa um sonho, uma esperança

de total transformação do ser humano, que traria

como desdobramento a fraternidade entre as nações

e, internamente, aconteceria redução drástica das

desigualdades e ampliação da oferta de oportunidades

a todos aqueles que quiserem trabalhar e, assim,

serem ouvidos e terem representatividade no país, e

em consequência no mundo.

No cenário intermediário, os países devem proteger

suas economias, mas também, cooperar uns com os

outros, entendendo que esse processo é importante

para a recuperação de todos. Esse modelo causaria

22 Edição 37 – JULHO/2020

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