DEFINIDO UMA NOVA ECONOMIA
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Modelagem de Financiamento
• Em termos de modelagem, os bancos não oferecem produtos voltados à sustentabilidade: seu foco
é no curto prazo e no retorno, quando finanças sustentáveis são para o longo prazo. Falta mão de
obra capaz de fazer essa análise integrada em vários níveis: hoje sustentabilidade se integra ao
projetct finance apenas em grandes obras.
• A indústria de Venture Capital no Brasil ainda é nova e carece de pipeline adequado para cumprir seu
potencial de alavancador da economia verde. Incubadoras e business schools precisam incentivar
mais o empreendedorismo que fomenta esse pipeline. Políticas governamentais de educação,
empreendedorismo e inovação também podem contribuir para diminuir o gargalo. O mesmo se
aplica às linhas de financiamento do BNDES, reembolsáveis ou não: elas existem, mas faltam bons
projetos.
• Sugere-se a criação de um mecanismo, como um banco da sustentabilidade, para desenvolver
pequenos e médios empreendimentos que hoje não são foco das instituições financeiras.
• Recomenda-se ainda investir em modelos e práticas de transparência para análise financeira dos
riscos.
Instrumentos financeiros
• Os recursos disponíveis pelas linhas existentes são insuficientes para os grandes desafios da economia
verde. Recursos adicionais podem ser externos, ou ainda vir de modelagens que combinem fluxos
públicos e privados. Podem ser criados fundos que usam recursos privados a partir de diretrizes e
linhas de atuação públicas, como o programa nacional de restauração de biomas, por exemplo.
• A Taxa Tobin poderia apoiar a criação de um fundo global, com a aplicação de 0,07% do PIB da OCDE
em desenvolvimento sustentável.
• A abordagem setorial, por sua vez, pode ser mais efetiva, especialmente se concentrada em
atividades que permeiam todas as cadeias de valor da economia, como energia que, por isso, tem
alto potencial indutor de mudanças. Da mesma forma, o agronegócio poderia também ser um dos
focos prioritários, porque pode seguir um rumo equivocado se não for pressionado por eficiência,
gestão de terras e accountability.
• Uma alternativa a ser avaliada é a inclusão de demandas por adicionalidades socioambientais em
debêntures usadas em projetos de infraestrutura.
• O BNDES deve ser o “banco do desenvolvimento sustentável”, estabelecendo padrões operacionais
e criando instrumentos para uma nova economia. Mas o financiamento para uma economia
verde deve contar com outros atores, além do BNDES, tais como fundos de pensão e gestores de
recursos com carteiras expressivas, os quais precisam ser informados sobre a sustentabilidade dos
empreendimentos que financiam. Para tanto, urge aproximar o mercado financeiro dos objetivos
ambientais, reorganizar o fluxo financeiro e redefinir o que é um bom investimento, com a inclusão de
outros indicadores de sucesso, além do financeiro, tais como água, inclusão social etc., traduzindoos
para sua linguagem específica.
• Um banco verde assumiria riscos maiores, porém com custos mais baixos. Uma boa ideia nesse
sentido é o Fundo Clima, que permite a captação de recursos do Ministério do Meio Ambiente e
empresas.
• Criar sistemas de monitoramento e informação que ampliem a transparência, por meio de
informações padronizadas em melhores sistemas (pelo IBAMA, secretarias etc.): o sistema de
informação socioambiental deveria ser tão fundamental para qualquer operação financeira como
o cadastro de crédito. Recomenda-se criar um think tank ou força tarefa de alto nível para ter
propostas e metodologias na mesa – o Ethos poderia fazer a ponte para que atores apropriados
trabalhem este assunto com propriedade, criando um ‘cardápio’ do que é possível e não é mero
piloto.
CAPÍTULOS TEMÁTICOS
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