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DEFINIDO UMA NOVA ECONOMIA

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Redução da jornada de trabalho

Faz-se necessário encarar a variável tempo de forma mais sistemática dentro dos debates para geração

de empregos verdes e padrões de consumo mais sustentáveis. Estudo do Centro de Investigação

Econômica e Política em Washington concluiu que se os americanos reduzissem suas horas de trabalho

às normas européias, reduziriam sua pegada de carbono entre 20% e 30%. Nesse contexto, a redução

da jornada de trabalho não só teria um impacto ambiental positivo, como seria também uma maneira

de reverter a atual crise de emprego, notadamente nas economias desenvolvidas, repartindo o trabalho

e aumentando a população assalariada. Seria, ainda, uma solução que nos ajudaria a coletivamente

mover-nos para um consumo mais sustentável, o qual requer ajustes em horários e prazos para que o

trabalhador não fique refém do fast food ou possa utilizar transportes públicos ou até mesmo locomoverse

a pé ou de bicicleta para o trabalho.

O cargo de delegado para questões ambientais dentro das empresas

A participação dos sindicatos e trabalhadores já havia sido apontada como relevante na Agenda 21,

que recomendava: promoção da participação de trabalhadores nas auditorias nos locais de trabalho

e na avaliação de impacto ambiental; participação em atividade relacionada ao meio ambiente e

desenvolvimento nas comunidades locais, e de ações conjuntas para problemas que sejam coletivos;

e por fim ter um papel ativo nas atividades de desenvolvimento sustentável, nacional e regional e

particularmente no sistema das Nações Unidas.

Duas décadas depois da redação dessas propostas, constata-se que a atuação das organizações sindicais

na temática socioambiental está muito mais avançada. Programas de melhoria do local de trabalho,

mobilidade urbana, eficiência energética, atuação nas convenções internacionais e no contexto

nacional relacionado a clima, desertificação e biodiversidade já é parte da realidade de centenas de

centros nacionais de organizações sindicais. Porém os sindicatos precisam de novos direitos, como um

delegado para questões de meio ambiente nas empresas, um cargo que já está sendo implementado

em alguns países.

CAPÍTULOS TEMÁTICOS

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Regulação do mercado

A mudança que desejamos não se dará sem regulação do mercado. A autorregulação não foi eficiente,

portanto é preciso contemplar a criação de marcos regulatórios ou utilizar a reforma tributária com esse

fim.

Informação e educação

Há falta de acesso à informação e falta de educação sobre o tema, o que dificulta a atuação do

trabalhador e do consumidor de forma consciente e ativa. Deve ser obrigação do setor empresarial

aplicar critérios socioambientais às suas atividades e disponibilizar as informações para orientação de

governos e agentes financiadores para orientar cessão de créditos, e para o consumidor, para orientar

decisões de consumo. O consumidor precisa conhecer e entender a cadeia produtiva pois o papel do

controle social é fundamental neste processo de transição. É preciso promover o consumo consciente

e de qualidade com controle social também em diálogo com o trabalho para levar a uma nova cultura

sobre consumo.

Alianças

É preciso reforçar alianças entre organizações que trabalham os pilares do tripé do desenvolvimento

sustentável.

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