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CERTIFICAÇÃO<br />
Empresa se torna primeira a certificar sua ‘carbono neutralidade’ no mundo<br />
9 772359 465021 0 0 2 2 6<br />
OPERAÇÃO MODERNIZADA<br />
TECNOLOGIA PERMITE TRABALHO<br />
REMOTO EM MÁQUINAS FLORESTAIS<br />
MODERNIZED OPERATION<br />
TECHNOLOGY ALLOWS REMOTE<br />
WORK ON FOREST MACHINES
SUMÁRIO<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
32<br />
O FUTURO<br />
CHEGOU<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Ivan Tomaselli<br />
14 Notas<br />
24 Coluna Cipem<br />
26 Frases<br />
28 Entrevista<br />
32 Principal<br />
38 Expedição<br />
42 Produtividade<br />
44 Mercado<br />
48 Setor <strong>Florestal</strong><br />
54 Investimento<br />
58 Pesquisa<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
38<br />
48<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
31 ABC Agropecuária<br />
07 Bayer<br />
09 BKT<br />
21 Carrocerias Bachiega<br />
65 D’Antonio Equipamentos<br />
68 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
41 DRV Ferramentas<br />
27 Engeforest<br />
67 Envimat<br />
25 Francio Soluções Florestais<br />
57 Hansa Flex<br />
53 J de Souza<br />
05 Komatsu Forest<br />
15 Liebherr<br />
11 Log Max<br />
61 Mill Indústrias<br />
63 Mill Indústrias<br />
13 Rotary-Ax<br />
23 Rotor Equipamentos<br />
17 Sergomel<br />
47 Show <strong>Florestal</strong><br />
65 TPH Forest<br />
19 Unibrás<br />
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A Komatsu Forest Brasil tem o orgulho de lançar o PC 350F Feller Buncher, uma<br />
máquina 100% nacional, com uma tecnologia imbatível e chegando em 1º lugar<br />
no mercado florestal de processo Full Tree.<br />
Suas principais vantagens:<br />
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Baixo custo<br />
de manutenção<br />
A nova Feller Buncher possui uma tecnologia diferenciada e preparada para a ICT - Tecnologia da<br />
Informação e Comunicação, além de contar com o Sistema por telemetria via satélite, o KOMTRAX®<br />
da Komatsu Forest.<br />
A KOMATSU FOREST BUSCA SE SUPERAR CADA VEZ MAIS PARA GARANTIR MAIS<br />
RESULTADOS E PRODUTIVIDADE A SEUS CLIENTES E PARCEIROS.<br />
Nos acompanhe nas redes sociais:<br />
siga @komatsuforest e fique por<br />
dentro de todas as novidades.<br />
Entre em contato: +55 (41) 98845 - 3211<br />
www.komatsuforest.com.br
®<br />
EDITORIAL<br />
Seja bem<br />
vindo, <strong>2021</strong>!<br />
A promessa de um novo ano anima o setor florestal brasileiro.<br />
Mesmo com a pandemia em 2020, o segmento mostrou<br />
sua força e apresentou excelentes resultados, que comprovaram<br />
a estabilidade das empresas florestais. Agora, em <strong>2021</strong>,<br />
o desafio é continuar nesta toada e conquistar ainda mais os<br />
consumidores. Na primeira edição do ano, a REFERÊNCIA FLO-<br />
RESTAL traz uma entrevista com o vice-presidente da República,<br />
Hamilton Mourão, sobre a importância da Amazônia para o<br />
país. Você também poderá conferir uma coluna exclusiva do Cipem<br />
e uma reportagem sobre uma expedição florestal que traz<br />
a prática a estudantes de todo o país. Além disso, você poderá<br />
conferir reportagens nas editorias de Mercado, Setor <strong>Florestal</strong><br />
e Pesquisa, assim como novidades do setor. Ótima leitura!<br />
DENIS CIMAF<br />
Confiabilidade e Produtividade com<br />
Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />
Foto: DAH-150E e Hyundai R210LC7<br />
Fone: 19 3802.2742<br />
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DENISCIMAF.COM<br />
A capa desta edição traz<br />
reportagem sobre a operação<br />
remota dos equipamentos do<br />
Grupo AIZ<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXIII • N°<strong>226</strong> • Fevereiro <strong>2021</strong><br />
CERTIFICAÇÃO<br />
Empresa se torna primeira a certificar sua ‘carbono neutralidade’ no mundo<br />
OPERAÇÃO MODERNIZADA<br />
TECNOLOGIA PERMITE TRABALHO<br />
REMOTO EM MÁQUINAS FLORESTAIS<br />
MODERNIZED OPERATION<br />
TECHNOLOGY ALLOWS REMOTE<br />
WORK ON FOREST MACHINES<br />
9 772359 465021 0 0 2 2 6<br />
WELCOME TO <strong>2021</strong>!<br />
The promise of a new year animates the Brazilian Forestry<br />
Sector. Even during the crisis caused by the pandemic, in 2020,<br />
the segment demonstrated its strength and showed excellent<br />
results, which proved the stability of forestry companies.<br />
Now, in <strong>2021</strong>, the challenge is to continue along this line and<br />
win even more consumers. In the first issue of the new year,<br />
REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong> has an interview with Hamilton Mourão,<br />
Vice President of the Republic, about the importance of the<br />
Amazon for the Country. You can also check out an exclusive<br />
Cipem column and a story on a forest expedition that brings the<br />
practice to students from all over the Country. Also, you will be<br />
able to check out articles in the Market, Forestry, and Research<br />
Sections, as well as Sector News. Pleasant reading!<br />
Entrevista com<br />
Antônio Hamilton<br />
Martins Mourão<br />
Ciência e produtividade<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIII - EDIÇÃO <strong>226</strong> - FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriel Faria<br />
Mateus Paludo<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Redes Sociais/Social Media<br />
Larissa Araujo<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial<br />
Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />
Knop<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Cristiane Baduy<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br
®<br />
0 0 2 2<br />
CARTAS<br />
CONQUISTA Conheça as 10 empresas contempladas da edição do Prêmio REFERÊNCIA 2020<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
Capa da Edição 225 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
DENIS CIMAF<br />
Confiabilidade e Produtividade com<br />
Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />
Foto: DAH-150E e Hyundai R210LC7<br />
mês de dezembro de 2020<br />
Fone: 19 3802.2742<br />
comercial@deniscimaf.com<br />
DENISCIMAF.COM<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXII • N°225 • Dezembro 2020<br />
FLORESTA PRODUTIVA<br />
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MANEJO EFICIENTE<br />
A PRODUCTIVE FOREST<br />
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EFFICIENT FOREST MANAGEMENT<br />
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MERCADO<br />
Por Manoel Toledo – empresário – Indaiatuba (SP)<br />
Não é novidade para ninguém que o segmento de madeira brasileiro é um<br />
dos mais promissores da nossa indústria. A previsão de expansão do setor até<br />
2023, com investimentos de R$ 35 bilhões, só comprova este fato.<br />
ENTREVISTA<br />
Por Rodrigo Santos – administrador – Curitiba (PR)<br />
Excelente entrevista com o presidente do CIPEM (Centro das Indústrias<br />
Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso),<br />
Rafael Mason. O setor se fortalece com instituições fortes como o CIPEM.<br />
Foto: divulgação<br />
PRAGAS<br />
Por Beatriz Hassan – engenheira florestal – Caçador (SC)<br />
Parabéns pela reportagem sobre o controle químico para infestação de insetos<br />
Sciaridae em pátio de toras. Este é um problema que é constante no nosso meio.<br />
Foto: divulgacão<br />
ACOMPANHE AS PUBLICAÇÕES DA REVISTA TAMBÉM EM NOSSA REDES SOCIAIS<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
A LONG WAY<br />
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BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
EVENTO<br />
Em visita à sede do Grupo AIZ, o<br />
diretor comercial da Jota Editora, Fabio<br />
Machado, ao lado do diretor Ivan<br />
Zakidalski, e do gerente, Marco Antônio<br />
CAFÉ DA MANHÃ<br />
Esse é o café da manhã<br />
na JOTA EDITORA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
FLORESTAS MINEIRAS<br />
A retomada econômica mundial já mostra grandes resultados<br />
e a indústria florestal brasileira tem se beneficiado<br />
do novo momento, passada a pior fase da pandemia<br />
em vários países do mundo. Além disso, a recuperação<br />
da China e a demanda aquecida do mercado interno<br />
trouxeram bons resultados para o segmento de florestas<br />
mineiro no último trimestre de 2020 e a promessa para<br />
este ano é ainda mais positiva. A presidente executiva da<br />
AMIF (Associação Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>), Adriana<br />
Maugeri, explica que apesar da pandemia de Covid-19,<br />
a demanda pelos produtos do setor está em alta, o que<br />
vem favorecendo o desempenho das empresas. Dentre os<br />
produtos demandados, se destacam o carvão vegetal, o<br />
aço, o ferro gusa, algumas ligas metálicas especiais, a celulose<br />
e o papel. “Nossa estimativa é superar o desempenho<br />
de 2019, já que a demanda está bem maior”, projeta.<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
AUMENTO DO ICMS<br />
Após o aumento da alíquota do ICMS, promulgado pelo<br />
governo do Estado de São Paulo, a ABIMÓVEL (Associação<br />
Brasileira das Indústrias do Mobiliário) divulgou uma<br />
nota de repúdio em que questiona a decisão de João Doria.<br />
“Em que pese os ajustes fiscais serem um dos componentes<br />
para efetiva reforma administrativa tão necessária<br />
e fundamental para o equilíbrio econômico, aumentar os<br />
impostos é o caminho mais rápido para aniquilar a sobrevivência<br />
das empresas, que estão com dificuldades para<br />
gerar e manter os empregos, os parques industriais, o<br />
desenvolvimento econômico e a sua sobrevivência. Esse<br />
é o momento em que empresários e governos devem<br />
estreitar relações pensando na construção de um novo<br />
cenário econômico”, defende o pronunciamento.<br />
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COLUNA<br />
O impacto global<br />
da covid-19 no<br />
setor florestal<br />
As operações de manejo florestal não foram<br />
interrompidas, mas em alguns países o<br />
suprimento de matéria-prima foi afetado<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
No Brasil, o<br />
setor florestal,<br />
foi afetado<br />
nos primeiros<br />
meses da<br />
pandemia,<br />
especialmente<br />
a indústria de<br />
produtos de<br />
madeira sólida<br />
Acrise resultante da pandemia da<br />
covid-19 está afetando todos os<br />
países. São mais de 100 milhões<br />
de pessoas contaminadas, e um<br />
enorme impacto econômico e social.<br />
Esta pandemia tem sido considerada como<br />
a pior crise da humanidade desde a segunda<br />
guerra mundial.<br />
O UNFF (United Nations Forum on Forests)<br />
decidiu estudar, o impacto da covid-19 no setor<br />
florestal global. A STCP foi contratada para<br />
apoiar, avaliando o impacto na América Latina e<br />
Caribe. Os resultados dos estudos foram apresentados<br />
em uma reunião virtual do UNFF, realizada<br />
de 19 a 21 de janeiro passado e indicaram<br />
que na maioria dos países o setor florestal foi<br />
considerado como atividade essencial. Limitações<br />
nas operações ocorreram na fase inicial,<br />
mas a adoção de ajustes permitiu a retomada no<br />
segundo semestre de 2020.<br />
As operações de manejo florestal não foram<br />
interrompidas, mas em alguns países o suprimento<br />
de matéria-prima foi afetado. O distanciamento<br />
social e outros cuidados geraram custos<br />
adicionais, e houve limitações de logística, devido<br />
a restrições de movimentação de pessoas,<br />
adotadas particularmente por governos locais.<br />
Em alguns países as agências reguladoras deixaram<br />
de emitir as licenças de operações, o que<br />
levou a um aumento de ilegalidades.<br />
No início da pandemia ocorreram reduções<br />
na demanda global de produtos florestais. Isto<br />
teve impactos financeiros no setor florestal, afetando<br />
especialmente as pequenas e médias empresas.<br />
Na maioria dos países a indústria reduziu<br />
a produção no primeiro semestre de 2020, mas<br />
o nível de empregos foi mantido o que mitigou<br />
o impacto social. As dificuldades de logística<br />
levou também a limitações ao acesso a peças de<br />
reposição, ferramentas e materiais, contribuindo<br />
para a redução da produção e de receitas.<br />
A pandemia não somente afetou a indústria<br />
florestal. As limitações de acesso à informação,<br />
aos serviços de saúde e à circulação de pessoas<br />
afetaram comunidades indígenas e outros grupos<br />
que vivem em áreas rurais. O ecoturismo,<br />
importante gerador de rendas para comunidades<br />
locais, foi extremamente afetado.<br />
Diversos países criaram programas para mitigar<br />
o impacto econômico e social, envolvendo<br />
linhas de crédito, postergação de pagamento<br />
de impostos, subsídios para manutenção de<br />
empregos e renda. Os programas tiveram um<br />
efeito positivo, mas não foram suficientes para<br />
compensar as perdas impostas pela pandemia.<br />
Na maioria dos casos ocorreu uma postergação<br />
dos investimentos.<br />
No Brasil, o setor florestal, considerado<br />
como essencial, foi afetado nos primeiros meses<br />
da pandemia, especialmente a indústria de<br />
produtos de madeira sólida. Algumas empresas,<br />
em função da queda na demanda interna e postergação<br />
de exportações, interromperam a produção.<br />
No segundo semestre, tanto as exportações<br />
como o mercado local, cresceram e alguns<br />
segmentos, por exemplo, painéis de madeira e<br />
embalagens, tiveram dificuldades de atender a<br />
demanda.<br />
Os mecanismos de mitigação dos impactos<br />
criados pelo governo brasileiro, e implementados<br />
em 2020, foram fundamentais para a recuperação<br />
econômica e mitigação dos impactos<br />
sociais, no entanto a pandemia ainda continua a<br />
impactar. A expectativa é de que o programa de<br />
vacinação corrobore para assegurar uma recuperação<br />
ao longo de <strong>2021</strong>.<br />
12 www.referenciaflorestal.com.br
QUANDO O ASSUNTO É MATERIAL<br />
DE CORTE A ROTARY-AX<br />
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NOTAS<br />
Publicação<br />
especializada<br />
A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) e o Programa Setorial da Qualidade de<br />
Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) acabam de lançar a<br />
quarta edição da Revista Portas de Madeira, publicação especializada<br />
voltada para o mercado da construção civil, Arquitetura e Engenharia.<br />
Além de estar disponível para download no site do Programa,<br />
uma tiragem de 10 mil exemplares foi produzida para ser<br />
distribuída para os principais players do setor. A revista oferece ao<br />
leitor conteúdo especializado e atualizado sobre questões técnicas<br />
e comerciais, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento<br />
de novos negócios e ampliar o diálogo entre fabricantes, fornecedores da cadeia produtiva e clientes. A identidade visual<br />
e linha editorial foram reformuladas e, além de reportagens sobre a certificação de portas de madeira, o trabalho que<br />
vem sendo feito pelas indústrias brasileiras em desenvolvimento de produtos e o que mudou na relação entre fabricantes<br />
de portas e construtoras, a nova edição traz temas como indústria 4.0, as soluções apresentadas por startups do setor da<br />
construção civil e as macrotendências dos espaços para trabalho e convívio social. A entrevista especial desta edição trata<br />
sobre o panorama do setor e os novos desejos imobiliários dos brasileiros.<br />
Foto: divulgação<br />
Conectividade<br />
no campo<br />
Foto: divulgação<br />
A Claro e a John Deere anunciam colaboração para<br />
levar efetivamente a agricultura 5.0 ao campo brasileiro,<br />
a partir de modelo inédito no qual o produtor não<br />
precisa fazer investimentos próprios em infraestrutura<br />
de telecomunicações. Estes investimentos serão feitos<br />
pela Claro, por meio da instalação de novas antenas<br />
em áreas rurais brasileiras. Esta solução, chamada<br />
Campo Conectado, permite a geração, o cruzamento e<br />
o tratamento de dados por meio de análise em tempo<br />
real (analytics), auto aprendizado das máquinas (machine<br />
learning) e da inteligência artificial para a tomada<br />
de decisões em tempo real. Com a cobertura no campo, as operações ficam mais inteligentes, aumentando a eficiência,<br />
melhorando a competitividade e a sustentabilidade da produção, além de abrir portas para outros usos, como telemedicina<br />
e educação à distância. “Para a agricultura brasileira, isso é um divisor de águas. Em tempos complexos como o que<br />
vivemos hoje, destravar o progresso no campo por meio da tecnologia é fundamental para promover a reativação econômica<br />
de que o país precisa”, garante Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil. “A conectividade é um dos principais<br />
desafios no interior do Brasil e nós estamos assumindo o compromisso de impulsionar a cobertura do sinal no campo,<br />
o que significa um aumento de alcance para mais 15 milhões de hectares produtivos em áreas rurais”, compara José Felix,<br />
presidente da Claro. Hoje em dia, a operadora já tem mais de 85 milhões de hectares cobertos no território nacional.<br />
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NOTAS<br />
Extração sustentável<br />
Foto: divulgação<br />
A tão aguardada exploração sustentável<br />
da floresta agora é realidade na<br />
Reserva Extrativista Mapuá, localizada no<br />
município de Breves, na região do Marajó,<br />
no Pará. Com o apoio do IFT (Instituto Floresta<br />
Tropical), os manejadores iniciaram<br />
no último mês de dezembro a primeira<br />
extração sustentável de madeira na localidade.<br />
“O manejo madeireiro comunitário<br />
era um sonho antigo dos moradores<br />
daqui. Há muitos anos a gente aguardava<br />
por esse momento, pois sabemos que ele<br />
pode significar um divisor de águas no<br />
desenvolvimento da nossa comunidade”,<br />
comemora o agroextrativista João Batista<br />
Brandão, uma das principais lideranças da<br />
Resex. A execução do manejo florestal na<br />
localidade atende as recomendações do<br />
ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão responsável pela aprovação do PMFS (Plano de<br />
Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) da Resex, em setembro de 2019. O Plano contempla uma área de aproximadamente 6.300<br />
hectares, dividida em dois polos comunitários: “Boa Esperança” e “Santíssima Trindade”.<br />
Carbono<br />
eficiente<br />
A Suzano, referência global<br />
na fabricação de bioprodutos<br />
desenvolvidos a partir do cultivo<br />
de eucalipto, foi selecionada<br />
para compor o ICO2 B3 (Índice<br />
Carbono Eficiente da B3). A lista<br />
de empresas da carteira tem<br />
vigência até 30 de abril de <strong>2021</strong><br />
e reúne 62 ações de 58 companhias listadas na Bolsa brasileira. Todas elas pertencem ao IBrX 100, indicador composto pelos<br />
100 ativos mais negociados do mercado de capitais nacional. Criado pela B3 em 2010, o Índice Carbono Eficiente contribui<br />
para fomentar o desenvolvimento sustentável das empresas na busca por uma sociedade mais consciente e com menos emissão<br />
de GEE (Gases do Efeito Estufa). Isso porque as emissões de GEEs são uma das variáveis analisadas para a composição do<br />
ICO2 B3, que é rebalanceado a cada quatro meses. O ingresso da Suzano no ICO2 B3 reitera o comprometimento da companhia<br />
com as metas de longo prazo que preveem, entre outras ações, a captura de 40 milhões de t (toneladas) adicionais de<br />
carbono da atmosfera até 2030.<br />
Foto: divulgação<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Nova espécie<br />
O projeto de monitoramento integrado de<br />
biodiversidade da Suzano, referência global na<br />
fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir<br />
do cultivo de eucalipto, em parceria com a Veracel<br />
Celulose, identificou uma espécie de árvore<br />
até então desconhecida da ciência na região do<br />
sul da Bahia. A Tocoyena atlantica, que ainda<br />
não possui nome popular, é da mesma família<br />
do jenipapo e do café e teve sua descoberta publicada<br />
em dezembro em um artigo científico na<br />
revista especializada Phytotaxa. A espécie, até então desconhecida, foi localizada na AAVC (Área de Alto Valor de Conservação)<br />
Bloco 34, uma das 69 AAVCs conservadas e protegidas pela Suzano, que totaliza 58 mil ha (hectares). A Tocoyena atlantica pode<br />
medir entre 5m e 8m (metros) de altura, possui flores com um amarelo vívido e tem sua floração entre outubro e dezembro. Ela<br />
foi encontrada na campanha de monitoramento de 2019 e desde então passou por pesquisas para confirmar sua identificação.<br />
Certificado de que se tratava de uma nova espécie para a ciência, tornou-se tema do artigo: A new species of Tocoyena (Rubiaceae,<br />
Gardenieae) from the Brazilian Atlantic Forest.<br />
Foto: ilustrativa<br />
Auxílio na<br />
pandemia<br />
O Boletim Cenários IBÁ, produzido<br />
pela IBÁ (Indústria Brasileira de<br />
Árvores), apontou que a produção<br />
de produtos essenciais demonstrou<br />
alta entre janeiro e setembro de<br />
2020, quando comparado com o ano<br />
anterior. A celulose avançou 5,9%;<br />
embalagens de papel demonstraram<br />
alta de 1,3%; enquanto papel cartão<br />
subiu 5,9%; e papéis para fins sanitários<br />
apresentaram avanço de 3,4%.<br />
As vendas domésticas de painéis de<br />
madeira, por sua vez, cresceram 0,8% no mesmo período. “Este é um setor que vem mostrando sua essencialidade desde<br />
o início da pandemia. Os números do setor de árvores cultivadas entre janeiro e setembro corroboram com isso e revelam<br />
que todo o rígido protocolo adotado pelas companhias para cuidar dos colaboradores e manter a operação rodando está<br />
dando certo. Houve aumento de produção matéria-prima e itens que são fundamentais para proteção e prevenção de todos<br />
neste momento de pandemia, como celulose, que dá origem a EPIs tal qual máscaras cirúrgicas, toucas e aventais hospitalares;<br />
embalagens de papel e papel cartão, fundamentais para logística de e-commerce e delivery; e papéis para higiene,<br />
como lenços, papel higiênico, entre outros. Os painéis de madeira também demonstraram avanço nas vendas domésticas,<br />
uma vez que o home office tem estimulado e as pessoas passaram a remodelar suas casas. Vale lembrar que todos estes<br />
produtos têm origem renovável, a partir de árvores cultivadas. Ou seja, este é um setor que cuida do meio ambiente e das<br />
pessoas, seja colaboradores, comunidades vizinhas ou consumidores”, afirmou Paulo Hartung, presidente da IBÁ.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Compensados de pinus<br />
O volume exportado de compensados de pinus em<br />
2020 foi de 2.465.504 m3 (metros cúbicos), segundo a<br />
ABIMCI. O aumento representa um crescimento de 20<br />
% (aproximadamente 402 mil m3) em relação ao volume<br />
embarcado em 2019. O quadro mostra estabilidade do<br />
mercado, principalmente no segundo semestre do ano, e<br />
a consolidação da demanda nos principais destinos, em<br />
especial o mercado americano. O volume total embarcado<br />
ratifica o movimento anual que vem ocorrendo nos<br />
últimos anos, de crescimento da participação do Brasil no<br />
mercado internacional, que em 2014 era de 1.2 milhão de<br />
m³, em 2020 se aproximou do patamar de 2,5 milhões de<br />
m³. Os cinco principais destinos do produto são os EUA<br />
(Estados Unidos da América), o Reino Unido, o México,<br />
a Alemanha e a Bélgica, que representaram 73,64 % do<br />
total embarcado, repetindo em 2020 forte concentração<br />
nesses mercados. Em relação ao destino por continentes,<br />
América do Norte, com 48,78%, e Europa, com 35,34%,<br />
representaram 84% de todas as negociações com países<br />
estrangeiros.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Boas perspectivas<br />
Foto: divulgação<br />
Mesmo após um ano de desafios, impostos pela<br />
pandemia do novo coronavírus, o setor florestal gaúcho<br />
está otimista com a chegada de <strong>2021</strong>. É o que<br />
afirma o presidente da AGEFLOR (Associação Gaúcha<br />
de Empresas Florestais), Paulo César Nunes Azevedo.<br />
Em entrevista ao Correio do Povo, o empresário disse<br />
que o estado aposta fortemente na exportação, assim<br />
como aconteceu em 2020. “A expectativa é boa porque<br />
há uma tendência de que os mercados voltem à<br />
normalidade. Essa evolução no segundo semestre (do<br />
ano passado) potencializa bastante, <strong>2021</strong> vai ser um<br />
ano melhor que 2020. Viemos com algumas dificuldades<br />
de perda de poder aquisitivo (no mercado interno)<br />
e o mercado da exportação foi o que andou melhor,<br />
provavelmente vai iniciar <strong>2021</strong> com um desempenho<br />
bom”, projeta. O Rio Grande do Sul tem como principal<br />
produto a madeira de eucalipto (responsável<br />
por cerca de 50% da área plantada do estado), mas<br />
também possui plantações de pinus e acácia negra na<br />
região.<br />
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NOTAS<br />
Florestas<br />
plantadas<br />
Foto: divulgação<br />
Em 2019, 3.523 municípios brasileiros registraram 10 milhões<br />
de ha (hectares) de áreas de florestas plantadas, sendo<br />
7,6 milhões de ha de eucaliptos, ou o equivalente a 76,3%<br />
do total; 2 milhões de ha de pinus (19,8%); e 387 mil ha de<br />
outras espécies (3,9%). Os dados são da pesquisa PEVS 2019<br />
(Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura), divulgada<br />
recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e<br />
Estatística). No total, 4.867 municípios tiveram produção florestal,<br />
cujo valor atingiu R$ 20 bilhões, com queda de 2,7% em<br />
comparação ao ano anterior, após três anos consecutivos de<br />
crescimento. A silvicultura participou com R$ 15,5 bilhões, retração<br />
de 5% em relação a 2018, enquanto a extração vegetal<br />
(coleta de produtos em matas e florestas nativas) ficou com R$<br />
4,4 bilhões, mostrando elevação de 6,4% em relação ao ano<br />
anterior. Os produtos madeireiros continuam preponderantes<br />
no setor, respondendo por 97,3% do valor de produção da silvicultura,<br />
apesar da retração de 5,3% frente ao ano anterior.<br />
Fretes pelo Brasil<br />
Segundo o IFPR (Índice de Frete e Pedágio Repom),<br />
a demanda por frete rodoviário no Brasil cresceu<br />
7,8% em 2020, na comparação com o ano anterior. A<br />
movimentação no transporte de cargas apresentou<br />
crescimento também quando os dados são analisados<br />
por setores. No agronegócio, houve um acréscimo de<br />
3,7% em relação a 2019. Os números são um reflexo<br />
da retomada das atividades econômicas no País. “Dezembro<br />
manteve o forte ritmo que havia sido verificado<br />
nos meses anteriores. Apesar de ser um período<br />
onde se espera uma redução no volume, tivemos um<br />
aumento significativo quando comparado ao mesmo<br />
de 2019”, pontua Thomas Gautier, Head de Mercado<br />
Rodoviário da Edenred Brasil. Tendo em vista as<br />
atividades das principais cidades portuárias do Brasil,<br />
a demanda por fretes se manteve num patamar alto.<br />
No acumulado do ano, foram 13% mais viagens que no<br />
ano anterior, com destaques positivos para os portos<br />
de Miritituba (19%), em Itaituba, no Pará, e Paranaguá<br />
(31%), no Paraná.<br />
Foto: divulgação<br />
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COLUNA<br />
O Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Sustentável do Ipê<br />
no Brasil<br />
O que é fato e o que é mito sobre<br />
o manejo e a exploração florestal<br />
do Ipê no Brasil, bem como, sobre<br />
outras espécies florestais<br />
O Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Sustentável<br />
é uma atividade<br />
econômica prevista<br />
em um arcabouço<br />
legal, tanto em nível<br />
federal, quanto<br />
estadual<br />
E<br />
ste é o primeiro artigo do Plano de Contingência<br />
de Comunicação Estratégica para<br />
o Setor de Base <strong>Florestal</strong> Mato-grossense<br />
para <strong>2021</strong>, e contém os principais pontos<br />
que estão em debate na atualidade envolvendo<br />
o Ipê, checando e elucidando o que é fato e o<br />
que é mito, para combater a desinformação.<br />
O CIPEM defende o MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável),<br />
que é uma atividade econômica prevista em um<br />
arcabouço legal, tanto em nível federal quanto estadual,<br />
que traz consigo todos os parâmetros, indicadores<br />
e procedimentos para que a atividade seja licenciada<br />
e autorizada pelos órgãos ambientais competentes,<br />
e sobre como a área manejada deve ser monitorada no<br />
período pós exploratório, que pode durar de 25 a 35<br />
anos.<br />
Dentre os parâmetros técnicos trazidos pelo PMFS<br />
(Plano de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável), e que norteiam<br />
a execução do MFS, qualquer espécie florestal,<br />
seja de Ipê ou outra espécie, só pode ser colhida pela<br />
comprovação de que seu estoque será recomposto<br />
pela regeneração natural.<br />
O senso crítico e o acesso à informação de qualidade<br />
são uma ferramenta essencial para o combate às<br />
fake news. No artigo elaborado pelo CIPEM é possível<br />
analisar e compreender o que está sendo veiculado<br />
atualmente sobre a comercialização do Ipê e subsidiar<br />
o leitor com o conhecimento necessário para uma formação<br />
de opinião livre de desinformações.<br />
Para conferir o artigo na íntegra, acesse:<br />
www.cipem.org.br<br />
https://cipem.org.br<br />
24 www.referenciaflorestal.com.br
FRASES<br />
Foto: divulgação<br />
No Brasil, temos<br />
aproximadamente nove milhões<br />
de hectares de florestas<br />
plantadas, conforme dado<br />
divulgado pela IBÁ (Indústria<br />
Brasileira de Árvores).<br />
Reconhecer que mais de um<br />
milhão está aqui mostra a<br />
expressividade do Paraná<br />
Álvaro Scheffer Junior, presidente da APRE<br />
(Associação Paranaense de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>)<br />
O setor está otimista e acreditamos<br />
no crescimento. Fatores como<br />
a estimativa de uma maior<br />
nacionalização dos setores<br />
– depois que percebemos a<br />
grande dependência da China -,<br />
a retomada da construção civil<br />
e da construção pesada (com<br />
projetos de obras de infraestrutura<br />
pelo Brasil) nossa expectativa é<br />
que em <strong>2021</strong> haverá um cenário<br />
sustentável para a retomada dos<br />
investimentos”<br />
Adriana Maugeri, presidente da AMIF (Associação<br />
Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>), sobre as<br />
aspirações do setor em <strong>2021</strong><br />
Tenho consciência do longo<br />
trabalho que temos em<br />
busca do reconhecimento da<br />
classe e da descriminalização<br />
de nossa atividade. Nosso<br />
objetivo é mostrar a todos a<br />
grandeza de nosso trabalho,<br />
nossa importância na geração<br />
de emprego e renda no mais<br />
profundo interior do nosso<br />
país e, acima de tudo, nossa<br />
contribuição para conservação<br />
da floresta”<br />
Frank Rogieri Souza de Almeida, Presidente do<br />
Fórum Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong><br />
26 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
“CONVIDAMOS O<br />
MUNDO A CONHECER A<br />
AMAZÔNIA”<br />
“We invite the world to get<br />
to know the Amazon”<br />
E<br />
x-comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva<br />
e vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão,<br />
conhece como poucos a realidade e os desafios da<br />
Amazônia. Não só de uma Amazônia vegetal, reserva<br />
importante da biodiversidade do planeta, mas também<br />
de uma Amazônia humana. Esta, segundo ele, tem necessidades<br />
mais urgentes de desenvolvimento, que deem conta da inclusão<br />
social e da produtividade sustentável de comunidades,<br />
que vêm ficando à margem do progresso econômico. Para o<br />
general da reserva, “o que precisamos agora é de ação.”<br />
H<br />
amilton Mourão, Vice President of Brazil and<br />
former commander of the 2nd Jungle Infantry<br />
Brigade, knows, as few, the reality and challenges<br />
of the Amazon, not only of the vegetation,<br />
an essential reserve of the planet’s biodiversity, but also of the<br />
human residents. According to him, the latter has more urgent<br />
development needs, leading to social inclusion and sustainable<br />
productivity of communities that have been on the sidelines of<br />
economic progress. For the General in Reserve, “what we need<br />
now is action.”<br />
Foto: divulgação/EBC<br />
ENTREVISTA<br />
Antônio Hamilton<br />
Martins Mourão<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Vice-presidente do Brasil e presidente do<br />
Conselho Nacional da Amazônia Legal<br />
Vice-President of Brazil and President of the National<br />
Council of the Legal Amazon<br />
28 www.referenciaflorestal.com.br
Fevereiro <strong>2021</strong> 29
30 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL<br />
32 www.referenciaflorestal.com.br
O FUTURO<br />
CHEGOU<br />
Tecnologia de operação modernizada promete<br />
revolucionar setor florestal brasileiro<br />
Fotos: Marcos Mancinni<br />
R<br />
ealidade em vários países, o trabalho remoto em<br />
máquinas florestais ainda engatinha no Brasil.<br />
Seja por resistência do mercado ou pela falta de<br />
tecnologia, empresas ainda têm pré-conceitos em<br />
investir em soluções que prometem revolucionar<br />
o setor. Esse não é o caso do Grupo AIZ, empresa paranaense<br />
que tem realizado grandes esforços e investimentos nos últimos<br />
anos para trazer ao mercado um moderno sistema que controla<br />
remotamente máquinas que podem atuar nos setores de mineração,<br />
agrícola e florestal. A ferramenta utiliza a internet e o rádio<br />
controle para realizar suas tarefas à distância deixando o operador<br />
em um shelter, van, no escritório ou mesmo home office.<br />
Para disseminar as informações de sua nova solução, o Grupo<br />
AIZ, com sede na cidade de São José dos Pinhais (PR), realizou<br />
entre os dias 26 e 27 de janeiro um evento de lançamento da:<br />
Operação Modernizada; que contou com um cronograma completo<br />
de atividades presenciais e por meio de lives no youtube.<br />
Com cerca de 750 colaboradores, o Grupo AIZ desenvolve, há<br />
quatro anos, equipamentos que vão desde manipuladores, guindastes,<br />
implementos rodoviários e agrícolas, peças, customização<br />
de máquinas, além de fornecer rental para diversos segmento.<br />
Agora, a empresa também tem se destacado por trazer a operação<br />
remota não tripulada, novidade no mercado brasileiro.<br />
The Future has arrived<br />
“Modernized operation” technology promises<br />
to revolutionize the Brazilian Forestry Sector<br />
A<br />
lready a reality in several countries, the idea of<br />
remote-control work on forest machines is still in<br />
its early stages in Brazil. Whether due to market<br />
resistance or lack of technology, companies still<br />
have pre-concepts in investing in solutions that<br />
promise to revolutionize the industry. This is not the case with the<br />
AIZ Group, a company from the State of Paraná, that has made<br />
monumental efforts and investments over recent years to bring<br />
to the market a modern system that remotely controls machines<br />
that can operate both in the Mining, Agricultural, and Forestry<br />
Sectors. The tool uses the Internet and radio-control to remotely<br />
perform its tasks, leaving the operator in a shelter, van, office, or,<br />
even, home office.<br />
Between January 26 and 27, to disseminate the information<br />
of its new solution, the AIZ Group, based in São José dos Pinhais<br />
(PR), held an event to launch “Modernized Operation” with a full<br />
schedule of face-to-face activities and lives on Youtube.<br />
For four years, with about 750 employees, the AIZ Group has<br />
been developing equipment and services ranging from handlers to<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
33
PRINCIPAL<br />
“Começamos nosso sistema de máquinas remotamente<br />
controladas no setor de mineração, em Minas Gerais e tivemos<br />
ótimos resultados. Então decidimos ampliar as operações para<br />
outros setores, como o florestal, que conta com máquinas da<br />
AIZ, como a PMH-20 e o Skidder (veículo pesado usado em uma<br />
operação de extração de madeira para retirar árvores cortadas de<br />
uma floresta em um processo chamado derrapagem)”, explica o<br />
gerente de fabricação da AIZ, Hilário Matzenbacher.<br />
De acordo com ele, o sistema proporciona que o operador<br />
possa trabalhar à distância na máquina ou até mesmo de qualquer<br />
lugar do mundo, desde que sua internet possa dar o suporte<br />
necessário às suas atividades. “Além da transmissão por rádio<br />
local (que atinge 1200 metros sem retransmissores), temos a<br />
possibilidade do trabalho via internet. Qualquer um que possua<br />
uma conexão de 15MB, ou superior, pode manusear à distância<br />
essas máquinas, esteja ele em qualquer lugar do mundo”, salienta<br />
Hilário. O mais importante é a fidelidade dos controles à operação<br />
real e a capacidade de trabalhar sem delay, ou seja, a resposta do<br />
equipamento é a mesma, como se o operador estivesse dentro<br />
da cabine. Como vantagem, tem-se inúmeras câmaras/imagens<br />
que aumentam a visão do operador para ângulos que antes não<br />
eram cobertos.<br />
E, além de tecnológico, o programa também reduz custos<br />
para as empresas florestais. “Por se tratar de uma operação mais<br />
segura e eficiente, a empresa reduz custos com deslocamento,<br />
alimentação, dormitório, refeitório e energia. Isso sem contar<br />
cranes, road and agricultural implements, parts, machine customization,<br />
and equipment and tool rental for various segments. The<br />
Company has begun to stand out for bringing remote operation<br />
to the Brazilian market.<br />
“We began with our system of remotely controlled machines in<br />
the Mining Sector in the State of Minas Gerais and had impressive<br />
results. So, we decided to expand operations to other sectors,<br />
such as Forestry, which already used AIZ machines, such as the<br />
PMH-20 and Skidder (a heavy vehicle used in a logging operation<br />
to remove cut trees from a forest in a process called ‘dragging’),”<br />
explains Hilário Matzenbacher, Manager of Manufacturing for AIZ.<br />
According to him, the system allows the operator to remotely<br />
operate a machine from anywhere globally, as long as his<br />
Internet connection can provide the necessary support for the<br />
activities. “In addition to local radio transmission (which reaches<br />
1,200 meters without relays), we have the possibility of working<br />
via the Internet. Anyone with an Internet connection of 15 MB,<br />
or higher, can handle these machines at a distance, anywhere in<br />
the world,” stresses Matzenbacher. The reliance in controlling<br />
the actual operation and the ability to work without any delays<br />
are essential factors, i.e., the equipment response is the same as<br />
if the operator were inside the cab. As an advantage, numerous<br />
cameras increase the operator’s view at angles that were not<br />
previously covered.<br />
And, in addition to technology, the program also reduces costs<br />
for forestry companies. “Because it leads to a safer and more<br />
34 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL<br />
36 www.referenciaflorestal.com.br
Fevereiro <strong>2021</strong> 37
EXPEDIÇÃO<br />
38 www.referenciaflorestal.com.br
Expedição do<br />
CONHECIMENTO<br />
Fotos: divulgação<br />
Projeto de extensão da<br />
Universidade Federal do<br />
Paraná busca mapear<br />
e explorar os diversos<br />
biomas brasileiros<br />
D<br />
esde 2008, o professor e doutor em engenharia<br />
florestal, Renato Robert, promove<br />
viagens por todo o território brasileiro para<br />
apresentar aos universitários distintas realidades<br />
sociais, econômicas e ambientais<br />
de várias regiões do país. As expedições se constituem em<br />
ferramentas para a transformação pessoal, acadêmica e<br />
profissional dos futuros engenheiros florestais brasileiros.<br />
Com a participação de estudantes de inúmeras universidades<br />
(particulares e públicas) a Expedição Brasil<br />
Norte-Sul surgiu em 2008 e já está em sua 11ª edição. Ao<br />
todo, o evento já contou com mais de 400 participantes e<br />
acumulou mais de 300 dias viajados desde a concepção do<br />
projeto. Este ano, infelizmente, a edição 2020 precisou ser<br />
cancelada, devido ao surto do novo coronavírus.<br />
“Nossa ideia é tirar o aluno da sala de aula e inseri-lo<br />
na realidade do trabalho de campo”, explica Robert. “Os<br />
laboratórios de testes e ensaios também são importantes,<br />
mas aqueles em que realmente se aproxima mais da realidade<br />
da floresta trazem para os estudantes um crescimento,<br />
não só profissional, mas pessoal muito forte”, explica o<br />
professor.<br />
Em sua última edição, em 2019, o grupo de 43 estudantes<br />
percorreu cerca de 4 voltas inteiras no planeta, de<br />
acordo com os registros de viagem do professor-orientador.<br />
130 mil km (quilômetros) acumulados em uma viagem<br />
que iniciou no interior de Santa Catarina, e que teve sua<br />
ponto final na cidade de Cusco, no Peru.<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
39
40 www.referenciaflorestal.com.br
A história da DRV Serras e Facas Industriais completa 10 anos de muito<br />
sucesso. Uma data marcante, que expressa a experiência e qualidade dos<br />
profissionais que transformaram um sonho em realidade. O mercado de<br />
facas e serras se transformou após o nascimento da DRV.<br />
Aguardem muitas novidades durante esse ano de <strong>2021</strong>.
PRODUTIVIDADE<br />
Enraizamento de<br />
mini-estacas GPC23<br />
Laminas de 1° desbaste de florestamento<br />
do Clone de Eucalyptus grandis Planflora<br />
Ciência e<br />
Matriz Clone Eucalyptus<br />
grandis Planflora GPC23<br />
PRODUTIVIDADE<br />
Empresa catarinense, referência no<br />
melhoramento genético de mudas florestais, tem<br />
revolucionado o mercado madeireiro no Brasil<br />
Fotos: Planflora<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br
D<br />
ono das florestas mais produtivas do mundo, o<br />
Brasil tem aproveitado a tecnologia para continuar<br />
sendo uma potência no ramo madeireiro.<br />
Entre elas, as técnicas biotecnológicas têm auxiliado<br />
o segmento no melhoramento genético<br />
convencional, o que permite a obtenção de genótipos com<br />
maior produtividade e qualidade nas florestas.<br />
Exemplo deste avanço, a Planflora - Mudas Florestais tem<br />
aplicado seus recursos em pesquisas para seleção de clones<br />
para usos específicos e ampliação de novas cultivares, com o<br />
projeto Planflora de Hibridação. Com sede na cidade de Concórdia<br />
(SC), a empresa atende florestadores das áreas madeireira,<br />
moveleira, laminadora, fábricas de portas e molduras,<br />
usinas de preservação de madeira e biomassa de Estados-chave<br />
no ramo, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São<br />
Paulo, Rio de Janeiro, sul do Mato Grosso e no sul de Minas<br />
Gerais.<br />
Diretor da Planflora, Laurindo Salante, explica que a companhia<br />
surgiu com o intuito de oferecer genética diferenciada<br />
para um mercado que estava carente neste setor. “Nosso foco<br />
é na genética florestal para industrialização de madeira sólida<br />
para serrarias, laminadoras e demais setores moveleiros. Por<br />
exemplo, temos o clone de Eucalyptus grandis Planflora GPC23,<br />
já avaliado de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira<br />
de Normas Técnicas), que tem muita saída para a indústria<br />
moveleira”, afirma o empresário.<br />
Toras de desbaste do Clone GPC23<br />
com 6 anos e 6 meses de idade<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
43
MERCADO<br />
Certificação de<br />
CARBONO<br />
Fotos: divulgação<br />
Empresa referência no setor madeireiro se<br />
transforma em primeira companhia florestal do<br />
mundo a certificar sua ‘carbono neutralidade’<br />
44 www.referenciaflorestal.com.br
Após um longo percurso, a Arauco, companhia<br />
florestal há 45 anos no mercado, anunciou que<br />
é a primeira companhia florestal a certificar sua<br />
‘carbono neutralidade’ em todo o mundo. A<br />
empresa se posiciona como um ator mundial relevante<br />
em matéria de contribuição à mudança climática com<br />
miras à COP 26. Fundada no sul do Chile, a Arauco produz e<br />
gerencia recursos florestais renováveis, e está presente no<br />
negócio de madeira, painéis, celulose e energia limpa e renovável,<br />
usando de forma integral os recursos florestais.<br />
Além disso, como parte do seu Plano de Ação Climática,<br />
durante 2020 a empresa passou a integrar duas iniciativas<br />
mundiais que buscam diminuir significativamente as emissões<br />
de gases de efeito estufa. “Estamos concretizando um compromisso<br />
climático com o Chile e o mundo, um trabalho de<br />
longo prazo com objetivos claros e significativos que marcam<br />
nossa visão do futuro.” Com estas palavras, Charles Kimber,<br />
gerente corporativo de Pessoas e Sustentabilidade da Arauco,<br />
anunciou que neste ano a empresa florestal concretizou a<br />
meta de ser certificada como carbono neutro.<br />
A consecução desta meta está sustentada em dois caminhos<br />
complementares: eficiências de caráter operacional que<br />
permitiram reduzir as emissões de gases de efeito estufa e,<br />
ao mesmo tempo, o aumento das capturas de CO2 através das<br />
florestas nativas, das plantações e do carbono que permanece<br />
retido nos produtos florestais. “Nos anos 90 a companhia<br />
começou de forma pioneira um caminho muito importante<br />
em matéria de redução de emissões: incorporar energia limpa<br />
e renovável nos processos produtivos a partir de biomassa”,<br />
analisa Flavio Verardi, diretor comercial.<br />
A metodologia utilizada pela Arauco para demonstrar sua<br />
neutralidade de carbono foi realizada de acordo com as diretrizes<br />
do Protocolo de Neutralidade elaborado pela Deloitte e<br />
foi aplicada para todos os negócios da companhia como base<br />
em 2018. Nesse contexto, a Arauco atingiu a neutralidade<br />
gerando um excedente líquido de 2.599.753 ton CO2e. “Certificar<br />
o carbono neutralidade significa que o dióxido de carbono<br />
capturado supera suas emissões globais, o que reforça o<br />
compromisso com a nossa missão e se mostra como um passo<br />
concreto para enfrentar a crise climática, nos posicionando<br />
como a primeira empresa florestal do mundo a conquistar<br />
este importante objetivo”, comemora Carlos Altimiras, presidente<br />
Arauco Brasil.<br />
Cabe destacar que, além deste importante compromisso,<br />
há um ano – no marco da Cúpula das Nações Unidas pelo<br />
Clima, realizada em Nova York – a companhia anunciou que<br />
ia aderir os Science Based Targets, iniciativa global que busca<br />
que as empresas adotem uma trajetória de diminuição das<br />
suas emissões com base científica, com o objetivo de limitar o<br />
aumento da temperatura do planeta, alinhada com o Acordo<br />
de Paris.<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
45
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Conhecer características individuais dos futuros<br />
operadores de máquinas anteriormente ao processo<br />
de capacitação é de fundamental importância para a<br />
obtenção de um profissional de sucesso<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
Fevereiro <strong>2021</strong> 49
SETOR FLORESTAL<br />
Acolheita da madeira tem evoluído de forma<br />
significativa no Brasil, principalmente em<br />
função dos avanços em termos de inovação<br />
tecnológica apresentados pelas indústrias de<br />
máquinas, que tem disponibilizado ao mercado<br />
florestal produtos cada vez mais modernos e de elevada<br />
capacidade produtiva. Tal fato tem possibilitado às empresas<br />
a obtenção de ganhos significativos de produtividade, maior<br />
ergonomia e segurança das operações, melhores resultados<br />
ambientais e redução dos custos de produção.<br />
Entretanto, o uso de máquinas modernas de elevada<br />
capacidade produtiva aliada aos avanços nos modelos de<br />
planejamento e manutenção não garantem o sucesso pleno<br />
da colheita de madeira, sendo fundamental ser considerado<br />
também o fator humano, que pode responder por diferenças<br />
de até 60% no desempenho entre os operadores de máquinas<br />
florestais. Por isso, a capacitação eficiente dos operadores<br />
de máquinas florestais é a base de uma operação de<br />
sucesso. Porém, mesmo recebendo o mesmo treinamento,<br />
os operadores poderão apresentar variações de desempenho<br />
em termos de produtividade, qualidade e cuidados com<br />
a máquina, sendo, portanto, necessário considerar o perfil<br />
no processo de seleção.<br />
A seleção eficiente dos futuros operadores de máquinas<br />
com perfil adequado ao cargo reduz tais variações de<br />
desempenho, pois as pessoas possuem diferentes características,<br />
comportamentos e habilidades pessoais que afetam<br />
a execução do trabalho. “Se as pessoas fossem iguais e<br />
respondessem da mesma forma durante o período de formação<br />
e na execução do trabalho, seriam dispensados os<br />
processos de seleção.”<br />
Portanto, conhecer as características e talentos individuais<br />
dos futuros operadores de máquinas anteriormente<br />
ao processo de capacitação é de fundamental importância<br />
para a obtenção de um profissional de sucesso. Neste sentido,<br />
também surgem os seguintes questionamentos: Se as<br />
pessoas ainda não foram treinadas, como poderemos saber<br />
qual será o seu desempenho futuro em determinada tarefa?<br />
Como determinar quando as características de um indivíduo<br />
serão compatíveis com a função a ser desempenhada? A<br />
que se dá a facilidade no aprendizado ou no desempenho<br />
eficaz de operadores em longos períodos de tempo? E para<br />
responder tais questionamentos, pesquisadores americanos<br />
afirmaram que um indivíduo poderá aprender qualquer tarefa<br />
e desempenhá-la, porém a indagação está na repetição.<br />
A falta de motivação e habilidades naturais geram dificuldades<br />
em manter a concentração, assim como, manter-se<br />
produtivo por longos períodos. Portanto, para a obtenção<br />
de um elevado desempenho, o indivíduo precisa apresentar<br />
fontes motivadoras e características individuais compatíveis<br />
com as exigências do cargo. Importante mencionar<br />
que, a seleção de operadores de máquinas florestais tem<br />
sido realizada por meio de processos abrangentes, muitas<br />
vezes, não levando em consideração as especificidades das<br />
operações florestais, além de serem realizadas por meio de<br />
comparações, decisões e escolhas, sem um embasamento<br />
técnico-científico.<br />
E neste aspecto, elevados recursos financeiros têm sido<br />
aplicados pelas empresas florestais na seleção e na capacitação<br />
dos operadores de máquinas, que muitas vezes,<br />
por não possuírem o perfil adequado ao cargo, acabam<br />
abandonando a função em pouco tempo, trazendo grandes<br />
transtornos às empresas. Além disso, a permanência destes<br />
operadores produzindo abaixo da capacidade produtiva da<br />
máquina e da meta estabelecida pela empresa compromete<br />
todo o planejamento, perdas de produção e elevados custos.<br />
Estudos recentes realizados no exterior afirmam que<br />
muitas empresas florestais atuam com apenas 20% de sua<br />
potencialidade pelo fato dos indivíduos não ocuparem a<br />
função adequada ao seu perfil na qual possam empregar os<br />
seus mais fortes talentos. Portanto, o conhecimento das capacidades<br />
ou talentos individuais dos futuros operadores de<br />
máquinas florestais, por meio das características cognitivas,<br />
memória, habilidades motoras, comportamentais e atenção<br />
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Fevereiro <strong>2021</strong> 51
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53
INVESTIMENTO<br />
A madeira como<br />
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CRESCIMENTO<br />
Fotos: divulgação<br />
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Grandes consumidores do setor madeireiro<br />
preveem um <strong>2021</strong> com investimentos em<br />
infraestrutura e recorde de exportações<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
55
INVESTIMENTO<br />
Assim como em qualquer crise, situações difíceis<br />
trazem desafios e oportunidades para<br />
os setores produtivos no Brasil. Durante a<br />
pandemia do novo coronavírus não foi diferente.<br />
Após meses de retração da economia<br />
e do consumo, <strong>2021</strong> promete bons resultados em segmentos<br />
de infraestrutura e serviços no país. Muitos deles,<br />
inclusive, consumidores do mercado de madeira tratada,<br />
um dos mais crescentes ramos produtivos florestais.<br />
No caso do transporte ferroviário, o novo ano trará<br />
investimentos na distribuição de insumos e mercadorias<br />
dentro do modelo logístico nacional. Segundo Marcello<br />
Costa, secretário de Transportes Terrestres do Ministério<br />
da Infraestrutura, haverá nos próximos anos uma ampliação<br />
e renovação da malha ferroviária brasileira, que utiliza,<br />
em sua grande maioria, dormentes de madeira tratada<br />
para as vias férreas.<br />
Costa também ressaltou que o governo pretende<br />
criar estratégias de financiamento e impulsionamento<br />
da economia por meio de melhorias logísticas no setor<br />
ferroviário. “Esse tipo de transporte é perfeito para vencer<br />
grandes distâncias – característica marcante do nosso<br />
país. Pelo tipo de carga, pelo tipo de distância, podemos<br />
considerar as ferrovias o futuro da logística no nosso<br />
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PESQUISA<br />
Dinâmica espaço-temporal da<br />
extração seletiva de madeiras no Estado de<br />
MATO GROSSO<br />
ENTRE 1992 E 2016<br />
Fotos: divulgação<br />
EDER PEREIRA MIGUEL<br />
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA<br />
OLÍVIA BUENO DA COSTA<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL<br />
MARCOS ANTONIO PEDLOWSKI<br />
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO<br />
NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO<br />
MARIANA SOARES MORETTI<br />
ANALISTA DE MEIO AMBIENTE DA SECRETARIA DE<br />
ESTADO DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE MATO GROSSO<br />
NILSON CLEMENTINO FERREIRA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS<br />
ERALDO APARECIDO TRONDOLI MATRICARDI<br />
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA<br />
58 www.referenciaflorestal.com.br
ARESUMO<br />
extração seletiva de madeiras é uma atividade<br />
florestal que inclui a exploração de um grupo de<br />
espécies florestais em florestas nativas, normalmente<br />
as de maior valor ou interesse comercial.<br />
A extração seletiva de madeiras pode ser executada<br />
legalmente, em áreas de manejo e de exploração florestal<br />
para desmatamentos autorizados ou, ilegalmente, em<br />
situações não autorizadas, que ocorrem de forma predatória.<br />
No presente estudo, a dinâmica espaço-temporal da<br />
extração seletiva de madeiras no estado de Mato Grosso foi<br />
avaliada a partir de uma série temporal (de 1992 a 2016)<br />
de dados de florestas exploradas seletivamente detectadas,<br />
usando dados de sensoriamento remoto. A interpretação visual<br />
e a classificação semiautomática de imagens Landsat foram<br />
utilizadas para detectar as florestas alteradas por atividades<br />
de extração seletiva de madeiras na área de estudo. Com<br />
base nos presentes resultados, estimou-se que 41.926 km 2 de<br />
florestas nativas foram exploradas ao menos uma vez entre<br />
1992 e 2016 em Mato Grosso, com área média anual de 1.747<br />
km 2 . As florestas exploradas seletivamente e detectadas com<br />
distúrbios persistentes ou recorrentes foram mais frequentes<br />
nos anos mais recentes desta análise.<br />
A maioria das florestas exploradas seletivamente na área<br />
e no período de estudo não foram desmatadas até 2016. Esse<br />
fato indica que a extração seletiva de madeiras consiste em<br />
um fenômeno desagregado do desmatamento no estado de<br />
Mato Grosso. Observou-se que uma média de 18 km 2 .ano -1 e<br />
268,18 km 2 .ano -1 de florestas foram exploradas seletivamente<br />
dentro de Unidades de Conservação e Terras Indígenas,<br />
respectivamente, entre 1992 e 2016. As atividades de extração<br />
seletiva não apresentaram tendências significativas de<br />
aumento ou redução dentro de áreas protegidas no período<br />
analisado. As áreas de exploração seletiva de madeira foram<br />
persistentemente detectadas nos antigos polos madeireiros<br />
localizados na região centro-norte do Estado com, possivelmente,<br />
novos ciclos de corte nas áreas manejadas. Mais recentemente,<br />
a extração seletiva se expandiu à última fronteira<br />
florestal nativa no noroeste do estado de Mato Grosso.<br />
Finalmente, concluiu-se que a exploração madeireira<br />
impacta grande extensão de florestas nativas anualmente no<br />
estado de Mato Grosso e, por isso, precisa ser devidamente<br />
considerada e monitorada pelos órgãos ambientais devido<br />
aos seus potenciais impactos nas florestas e para apoiar a<br />
definição de políticas públicas para garantir a sustentabilidade<br />
da produção florestal futura naquele Estado.<br />
INTRODUÇÃO<br />
As atividades de extração seletiva de madeiras em florestas<br />
tropicais são caracterizadas essencialmente pela extração<br />
de uma ou mais espécies florestais de maior valor comercial<br />
(Uhl et al., 1997; Ding et al., 2017). Essas atividades incluem<br />
a construção de estradas de acesso nas florestas, pátios para<br />
estocagem de toras, trilhas ou ramais de arrastes e a abertura<br />
de clareiras como consequência do corte e queda das árvores<br />
no interior da floresta (Pinheiro et al., 2016; Ding et al., 2017).<br />
De forma geral, a extração seletiva de madeiras resulta na<br />
abertura do dossel e danos às árvores e arbustos no interior<br />
da floresta, aumentando com isso a entrada de luz solar, a<br />
temperatura no interior da floresta e o risco de ocorrência<br />
de incêndios florestais (Uhl; Buschbacher, 1985; Uhl; Vieira,<br />
1989; Monteiro et al., 2004; Matricardi et al., 2013).<br />
A extração de árvores de forma seletiva pode resultar em<br />
Fevereiro <strong>2021</strong><br />
59
60 www.referenciaflorestal.com.br
Fevereiro <strong>2021</strong> 61
62 www.referenciaflorestal.com.br
Fevereiro <strong>2021</strong> 63
AGENDA<br />
AGENDA<strong>2021</strong><br />
XVII Ebramem<br />
8 a 10<br />
Florianópolis (SC)<br />
www.ebramem2020.com.br<br />
MARÇO<br />
<strong>2021</strong><br />
ABRIL<br />
<strong>2021</strong><br />
MAR<br />
<strong>2021</strong><br />
XVII EBRAMEM (ENCONTRO<br />
BRASILEIRO EM MADEIRAS E<br />
EM ESTRUTURAS DE MADEIRA)<br />
Voltado para a comunidade de pesquisadores, estudantes,<br />
profissionais e empresários, o objetivo é discutir as<br />
principais necessidades do setor e os avanços da área<br />
da madeira no Brasil e no mundo. Além disso, espera-se<br />
que o intercâmbio de conhecimentos frutifique, trazendo<br />
novas parcerias entre grupos de pesquisas, profissionais e<br />
empresários.<br />
Imagem: reprodução<br />
Maderexpo<br />
21 a 24<br />
Lima (Peru)<br />
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I Congresso Mundial sobre Sistemas<br />
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Floresta<br />
03 a 06<br />
Campo Grande (MS)<br />
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MAIO<br />
<strong>2021</strong><br />
SET<br />
<strong>2021</strong><br />
LIGNA HANNOVER <strong>2021</strong><br />
A cidade de Hannover, na Alemanha, se transforma<br />
no foco de atenção para o mundo da madeira e a<br />
indústria madeireira. Considerada a maior ou a mais<br />
importante feira do mundo no setor, a Ligna expõe<br />
toda a cadeia de produção madeireira: desde a captação<br />
e o processamento da madeira, até a produção<br />
industrial de produtos da madeira e tecnologias inovadoras<br />
de tratamento da madeira, entre outros.<br />
Imagem: reprodução<br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
J<br />
á passamos daquela fase em que as organizações solicitaram o<br />
retorno dos seus colaboradores ao local de trabalho. A saída do<br />
isolamento social e regresso às atividades presenciais foi feito de<br />
forma gradual em muitas indústrias e agora estamos presenciando<br />
um número cada vez maior de funcionários regressando aos postos<br />
de trabalho. E à medida que mais trabalhadores retornam, maior é a procura<br />
das empresas do setor por tecnologias que possam apoiá-las na construção de<br />
protocolos seguros de retorno ao ambiente de trabalho para garantir a saúde e<br />
segurança de seus funcionários. A indústria de manufatura já está familiarizada<br />
com as inúmeras crises de mercado e com uma série de regulamentações. Por<br />
isso, protocolos rígidos de segurança não chegam a ser uma novidade para<br />
esse segmento. O que podemos considerar novo agora é a corrida para uma<br />
regulamentação baseada em tecnologia de ponta, que oferece o rastreamento<br />
das melhores práticas do setor e a implementação dessas na rotina das companhias.<br />
São ferramentas que podem abrigar novas funcionalidades para aumentar<br />
a segurança de funcionários, parceiros e até mesmo de consumidores.<br />
Foto: divulgação<br />
Inovação a favor de<br />
um ambiente seguro<br />
na indústria de<br />
MANUFATURA<br />
Por Waldir Bertolino,<br />
Country Manager da<br />
Infor no Brasil<br />
À medida que mais<br />
trabalhadores retornam,<br />
maior é a procura das<br />
empresas do setor de<br />
manufatura por tecnologias<br />
de protocolos seguros<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br<br />
CRIANDO UMA CULTURA SEM CONTATO<br />
Há pouco ou nenhum espaço para erro enquanto os fabricantes trabalham<br />
para sair da crise. As organizações devem começar com o básico, ou seja, distribuir<br />
os funcionários e reconfigurar os locais de trabalho respeitando um distanciamento<br />
adequado. Entradas e saídas de edifícios podem ser posicionadas<br />
em locais separados. As temperaturas dos funcionários podem ser medidas ao<br />
entrar nas instalações. Tudo isso é importante, no entanto, é apenas o começo.<br />
A criação de um local seguro e confiável para exercer suas atividades precisa<br />
passar por uma transformação que vai muito além.<br />
As indústrias que enfrentarão o maior desafio serão aquelas com dependência<br />
de práticas tradicionais de distribuição e produção e com alto índice de<br />
contato entre colaboradores. Quer um exemplo? A indústria de alimentos e<br />
bebidas. Para eliminar os riscos de contaminação no chão da fábrica, o segmento<br />
tem experimentado, com sucesso, o uso de protocolos de manutenção de<br />
equipamentos digitalizados. Com base nisso, o rastreamento em tempo real dos<br />
pontos de contato da equipe pode fornecer identificação imediata de possível<br />
não conformidade. Embora as decisões sobre padrões mais rígidos possam<br />
começar pelas lideranças, esta não é apenas uma questão de gerenciamento.<br />
Garantir um ambiente limpo e confiável é uma responsabilidade compartilhada<br />
por todos os colaboradores. Isso significa que as soluções devem ser intuitivas,<br />
fáceis de usar e para todos, do diretor, passando pelo analista de negócio, e até<br />
os trabalhadores da linha de produção.<br />
DADOS É A CHAVE MESTRA<br />
A digitalização dos principais dados operacionais permite ter uma visão global<br />
e em tempo real dos dados críticos da empresa, bem como, facilita a criação<br />
de estratégias de saúde e segurança para os funcionários no longo prazo. Listo<br />
abaixo o que podemos extrair desses dados:<br />
• Registros atualizados sobre as certificações individuais para os membros<br />
da equipe que trabalham com equipamentos específicos;<br />
• Listas de verificação de manutenção automatizada e fluxos de trabalho<br />
que fornecem visibilidade sobre quem está realizando a manutenção do equipamento<br />
e com que frequência eles estão fazendo o reparo;<br />
• Relatórios de manutenção em tempo real;<br />
• Cronogramas de treinamentos;<br />
• Organização de tarefas de inspeção, manutenção e reparo específicos<br />
para procedimentos de limpeza dos locais de trabalho.
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