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Cesar<br />
Cielo<br />
Recordista da natação,<br />
o atleta segue rotina de<br />
treinos e faz a diferença<br />
também fora das piscinas<br />
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4 MARÇO <strong>2021</strong> Sumário<br />
#134/08<br />
MARÇO <strong>2021</strong><br />
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11<br />
Hora Campinas<br />
Viagem pelo Circuito das<br />
Águas, no interior<br />
paulista<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
PUBLISHER Pedro Barbastefano Júnior<br />
CONSELHO EDITORIAL Chantal Brissac, Clóvis<br />
Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike<br />
Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e<br />
Pedro Barbastefano Júnior<br />
REDAÇÃO Paula Calçade (editora de redação);<br />
Kike Martins da Costa (editor contribuinte);<br />
Rose Oseki (editora de arte)<br />
COLABORADORES André Hellmeister, Bruno<br />
Lemos, Chiara Gadaleta, Greg Estrada, Isadora<br />
Otoni, Júlia Storch, Juliana Simões, Karen Suemi<br />
Kohatsu, Keale Lemos, Luiz Toledo, Pro Coletivo,<br />
Rodrigo Grilo, Sueli Longo, Tecla Music Agency<br />
PUBLICIDADE<br />
COMERCIAL<br />
comercial@29horas.com.br<br />
EQUIPE: Rafael Bove (rafael.bove@29horas.<br />
com.br), Angela Saito (angela.saito@29horas.<br />
com.br)<br />
GERENTE REGIONAL Giovanna Barbastefano<br />
(giovanna.barbastefano@29horas.com.br)<br />
CAMPINAS – Marilia Perez (marilia@<br />
imediataonline.com.br), Mariana Perez<br />
(mariana@imediataonline.com.br)<br />
Foto da capa: Guto Gonçalves<br />
RIO DE JANEIRO – Rogerio Ponce de Leon<br />
(rogerio.leon@viccomunicacao.com.br)<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Paula Calçade<br />
29HORAS é uma publicação da MPC11<br />
Publicidade Ltda.<br />
A revista 29HORAS respeita a liberdade<br />
de expressão. As matérias, reportagens<br />
e artigos são de responsabilidade exclusiva<br />
de seus signatários.<br />
Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista,<br />
São Paulo — CEP: 01406-200 TEL.: 11.3086.0088<br />
FAX: 11.3086.0676<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
06<br />
Cesar<br />
Cielo<br />
Os trabalhos<br />
sociais e a<br />
rotina de<br />
treinos do<br />
recordista<br />
olímpico<br />
16<br />
Vozes da<br />
cidade<br />
Estilistas e<br />
marcas da<br />
região<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
17<br />
Agora<br />
é agro<br />
Boas<br />
expectativas<br />
para o setor<br />
sucroalcoleiro<br />
brasileiro<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
MISTO<br />
A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA<br />
EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO.
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6 CAPA<br />
A disciplina<br />
e o impacto de<br />
Cesar Cielo<br />
DETENTOR DE UM FEITO HISTÓRICO NOS<br />
JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM, EM 2008,<br />
O NADADOR SEGUE TREINANDO E DEIXA<br />
SEU LEGADO EM PROJETOS SOCIAIS<br />
POR RODRIGO GRILO<br />
CESAR AUGUSTO CIELO FILHO é um<br />
cidadão do mundo. De Santa<br />
Bárbara d’Oeste, no interior de<br />
São Paulo, onde nasceu, mudou-se<br />
para a capital paulista aos 16 anos para<br />
evoluir dentro do habitat que escolheu<br />
para vencer na vida: a piscina. Deu super<br />
certo. Ainda hoje, ele é o único da história<br />
da natação nacional a conquistar uma<br />
medalha de ouro olímpica, feito registrado<br />
nos Jogos de Pequim, em 2008. Na competição,<br />
o atleta venceu a prova dos 50m<br />
livres, a mais rápida da modalidade, ao<br />
atravessar a piscina depois de 34 braçadas<br />
sem respirar, em 20s30 – recorde olímpico<br />
até hoje. Antes dessa conquista, Cielo viveu<br />
em Auburn, no estado norte-americano do<br />
Alabama, onde passou a estudar e refinar<br />
a sua técnica nas raias.<br />
Hoje, aos 34 anos, Cesão, como é chamado<br />
por amigos principalmente do interior,<br />
trocou São Paulo por Itajaí. Na cidade<br />
catarinense, ele segue treinando – as competições<br />
estão suspensas por causa da<br />
pandemia – como atleta da equipe Nadar/<br />
Marcílio Dias. E ainda não decidiu se irá<br />
tentar o índice para representar o Brasil<br />
nos Jogos de Tóquio, neste ano. Dono de<br />
outras duas medalhas de bronze, uma em<br />
Pequim-2008 e outra Londres-2012, ele não<br />
abandonou o esporte de alto rendimento,<br />
mas seu foco, atualmente, é no terceiro<br />
setor e no desenvolvimento da natação<br />
brasileira.<br />
Há onze anos à frente do instituto que<br />
leva seu nome, ele estimula, por meio<br />
do projeto Novos Cielos, a natação entre<br />
crianças e adolescentes.<br />
Casado com a modelo Kelly Gisch e pai<br />
de Thomas, 5 anos, fala a seguir das suas<br />
apostas para a Olimpíada de Tóquio, assume<br />
não estar pronto para se aposentar do<br />
esporte e confessa não ter apego às medalhas<br />
conquistadas.
7<br />
FOTO GUTO GONÇALVES
8 CAPA<br />
FOTO GUTO GONÇALVES<br />
Sem competir desde 2019,<br />
o medalhista olímpico<br />
Cesar Cielo atualmente<br />
dedica a maior parte do seu<br />
tempo ao Projeto Novos<br />
Cielos, em Itajaí (SC)<br />
Não faz muito tempo que você, a sua<br />
esposa Kelly e o filho Thomas se mudaram<br />
para Santa Catarina. Como foi?<br />
Estamos vivendo em Itajaí há pouco<br />
mais de um ano. Vir para cá foi uma das<br />
melhores coisas que fiz. Vejo Itajaí como<br />
enxergava as cidades norte-americanas. É<br />
um lugar pequeno, mas tem tudo. Não há<br />
McDonald’s a cada esquina, mas tem uma<br />
franquia aqui, além de restaurantes mais<br />
sofisticados. E posso levar o meu filho a<br />
pé para o colégio, que fica a uma quadra<br />
de casa. Nada demora mais do que dez<br />
minutos. A gente ganhou tempo para curtir<br />
mais a vida. Estou a dez minutos de Balneário<br />
Camboriú e moro a cinco minutos da<br />
Praia Brava, em um apartamento de frente<br />
para o Porto. A geografia nos ajudou a vir<br />
para cá. O aeroporto daqui é bom. Estamos<br />
a cinquenta minutos de Joinville, que<br />
também possui aeroporto. E a um pouco<br />
mais de uma hora de Florianópolis, onde<br />
fica o aeroporto internacional. Enfim, o<br />
custo e a qualidade de vida são melhores.<br />
E, pô, eu já morei no Alabama, né?<br />
E como anda o seu trabalho em Itajaí?<br />
Eu sou padrinho do maior projeto social<br />
de natação do país, o Nadar, que possui<br />
três unidades em Itajaí e uma em Navegantes.<br />
Nelas, mais de 4 mil crianças<br />
de um ano até jovens adultos já na fase<br />
do alto rendimento são atendidos gratuitamente.<br />
O Novos Cielos, idealizado<br />
pelo Instituto Cesar Cielo, é responsável<br />
pelo lado competitivo do Nadar que, ano<br />
passado, chegou a 5.600 usuários. Trata-se<br />
de um dos maiores projetos aquáticos do<br />
mundo. Há, ainda, hidroginástica para a<br />
terceira idade e natação para bebês, duas<br />
vezes por semana.<br />
Paralelamente a isso, você tem treinado?<br />
Quado competiu pela última vez?<br />
Sim, treino uma vez por dia. Eu represento<br />
o clube do time oficial da cidade,<br />
que é o Marcílio Dias, mas com o nome<br />
Projeto Nadar. A última competição foi<br />
em novembro de 2019. De resto, somente<br />
treino, porque os campeonatos foram<br />
cancelados. Logicamente, há uma perda<br />
de ritmo de competição. Acabei de fazer 34<br />
anos, mas tenho a memória do que sempre<br />
fiz. O adiamento da Olimpíada de Tóquio,
9<br />
FOTO GUTO GONÇALVES<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
para a geração mais nova, foi muito bom,<br />
porque possibilitou mais um ano para ela<br />
amadurecer. Chegar com 20 anos e não<br />
com 19 anos nos Jogos Olímpicos faz<br />
muita diferença. A formação estrutural<br />
física é outra. Por outro lado, como não<br />
rolaram competições, não houve ganho<br />
de experiência. Já para os mais velhos,<br />
que não estão querendo treinar muito e<br />
tiveram de treinar mais um ano, é ruim.<br />
Mas, em um treino, eu consigo ter um<br />
feedback próximo do que eu alcançaria em<br />
uma competição. Vai ser interessante essa<br />
retomada das competições com a geração<br />
mais nova melhorando e a mais velha<br />
tentando se segurar com a experiência.<br />
Por que a natação se tornou um esporte<br />
elitizado? Como reverter esse quadro?<br />
A natação, hoje, virou um privilégio e não<br />
mais um direito. Nesse sentido, está cada<br />
vez mais próxima do tênis, no Brasil. Tudo<br />
é muito caro, difícil. O sistema clubístico<br />
restringe muito o acesso das pessoas à<br />
prática da natação no clube ao cobrar<br />
mensalidade dos sócios. Itajaí é vizinha<br />
de cidades ótimas e com poder aquisitivo,<br />
mas não há nenhuma equipe de natação.<br />
Se não houvesse o Projeto Nadar, que é<br />
social, gratuito, não teria onde treinar<br />
aqui na região. No Instituto, fiz questão<br />
de prever competições, porque é a partir<br />
delas que conseguimos bolsa em colégio e<br />
universidade para a garotada. Precisamos<br />
olhar para o esporte como uma ferramenta<br />
de ascensão social. E, antes de tudo, parar<br />
de falar que só o Brasil não tem estrutura.<br />
Temos piscinas em tudo quanto é canto,<br />
mas muitas estão abandonadas, com<br />
água verde, ociosas. Precisamos fazer<br />
uma gestão melhor ao invés de somente<br />
sair construindo piscinas. Lá nos Estados<br />
Unidos, cidadãos e entidades privadas se<br />
juntam para fazer acontecer. As pessoas<br />
pagam para nadar por hora sem precisar<br />
ser associadas a um clube e gastar com<br />
mensalidade, preso a uma estrutura. Para<br />
uma melhora rápida, seria o jeito mais<br />
dinâmico de se fazer.<br />
O que te faria ir a mais uma Olimpíada?<br />
Eu estou passando pelo momento mais<br />
difícil da minha carreira. E assim acontece<br />
porque é uma decisão minha. Em 2008<br />
ou em outros ciclos mundiais, pelo contrário,<br />
eu tinha de encarar tudo, competir,<br />
honrar o incentivo que recebia da família<br />
e o tamanho que eu era. Eu seria muito<br />
burro se perdesse aquela oportunidade.<br />
Hoje, olho e penso que, se eu não encarar<br />
a Olimpíada, nada de mal irá acontecer.<br />
Eu tenho de ir se quiser fazer isso tudo de<br />
novo. E é uma decisão difícil para caramba.<br />
Tenho um lado competitivo ainda pulsando<br />
forte. Fico todo arrepiado, no sofá, quando<br />
assisto a uma competição. E, por outro<br />
lado, quando vou para a piscina, penso:<br />
o que tenho de ganhar agora para me<br />
servir de motivação? Olho para a minha<br />
trajetória e vejo que é muito difícil chegar<br />
aonde cheguei e sou muito agradecido. A<br />
minha ideia era ser medalhista olímpico<br />
e recordista dos 50m livres nem que fosse<br />
por uma série apenas. Eu só queria ser o<br />
nadador mais rápido do mundo por uma<br />
prova que fosse. Difícil encontrar o que<br />
me motiva, então, quando a escolha é<br />
consciente, como hoje. Não há mais aquela<br />
coisa inconsequente da juventude. Hoje,<br />
eu sei exatamente o que tenho de fazer.<br />
E esse é o problema (risos).<br />
Quais são suas apostas na natação brasileira<br />
nos Jogos de Tóquio?<br />
Pensando em pódio, creio que no 4x100<br />
livre, no 4x200 livre masculinos e nos 50m<br />
livres o Bruno Fratus (carioca ouro nos<br />
Jogos Pan-Americanos de 2019) pode se<br />
destacar. Faz três campeonatos mundiais<br />
que o Bruno vem chegando entre os três<br />
primeiros. E, hoje, temos o melhor revezamento<br />
4x100 medley da história, porque
10 CAPA<br />
FOTO ARQUIVO PESSOAL<br />
mim e querer pagar esse preço do que o<br />
meu corpo aguentar o processo. A natação,<br />
hoje, é muito mais uma escolha minha do<br />
que o ambiente e o tempo dizendo que<br />
não dá mais para eu aguentar o tranco.<br />
Há atletas com 35, 36 anos, que estão<br />
voando na piscina. É a disciplina – e não<br />
o físico – que faz a diferença.<br />
Cesão com sua<br />
esposa Kelly Gisch<br />
e o filho Thomas<br />
contamos com o melhor nadador de 100m<br />
costas e o de 100m peito da história, além<br />
de um dos melhores do 100m borboleta.<br />
Acho que os três revezamentos irão fazer<br />
a final olímpica. E o 4x100 e o 4x200 têm<br />
possibilidade de morder um bronze e,<br />
talvez, em um dia iluminado, uma prata.<br />
Onde fica a sua medalha de ouro dos Jogos<br />
de Pequim, em 2008?<br />
Está exposta no meu escritório. É a 1ª<br />
vez que faço isso em anos. Ela estava<br />
empoeirada lá em casa, em Santa Bárbara<br />
d’Oeste. Não tenho muito apego à medalha.<br />
Gosto de saber que está segura, bonitinha.<br />
Prefiro rever os vídeos das provas que fiz.<br />
Quais suas recordações de Santa Bárbara?<br />
O Sol mora em Santa Bárbara! A gente<br />
sempre morou próximo dos canaviais e<br />
convivia com as queimadas, com a fuligem<br />
que encobria a cidade. Interior é aconchego,<br />
é reencontrar amigos, marcar café na<br />
casa dos outros, combinar um churrasco.<br />
Churrasco é bom, porque no interior tem<br />
muita casa com piscina. Eu estudava<br />
em Americana e treinava em Piracicaba,<br />
onde morei por um tempo. Vivia, então,<br />
pegando estrada, trafegando pela rodovia<br />
Luiz de Queiroz. Em Santa Bárbara, eu<br />
gostava da tranquilidade de poder pegar<br />
a bicicleta e ir para o treino. Tenho ali<br />
amigos até hoje, a maioria da natação.<br />
Temos um grupo no WhatsApp – nele eu<br />
sou o Cesão e não o Cielo. E a cada dois<br />
meses, estou em Campinas. Até porque<br />
o voo de Navegantes para Viracopos é<br />
muito fácil de fazer. E o aeroporto está<br />
a vinte minutos da casa dos meus pais.<br />
Minha avó e minha tia moram até hoje em<br />
Souzas, ali do lado de Campinas. Ainda<br />
sou muito ligado a essa região.<br />
Parece que você já perdeu o sotaque...<br />
Quando cheguei a São Paulo fui muito<br />
zoado e dei uma amenizada no “erre”<br />
puxado que usava para falar porta e<br />
porteira (risos). Mas ele segue aqui dentro<br />
de mim.<br />
O que o Cielo de <strong>2021</strong> não faz mais como<br />
o de 2008, ano do ouro, fazia?<br />
Hoje entendo o que é um dia cansado. Em<br />
2008, tinha dia que eu ia para a academia<br />
e não conseguia subir um peso. E ficava<br />
chateado, decepcionado comigo. Hoje, se<br />
vejo que o peso não sobe, não é porque<br />
não quero. Não uso mais aquela psicologia<br />
imbecil do “se você quer, você consegue”.<br />
Entendo que o corpo está cansado. Respeito<br />
muito mais a minha condição física, agora,<br />
do que antigamente, quando eu via isso<br />
como uma fraqueza. Entendo muito mais a<br />
equação estímulo somado a descanso gera<br />
rendimento. Tentar o índice para Tóquio<br />
está mais condicionado a eu olhar para<br />
Você chegou a ficar nove meses sem<br />
competir, em 2017. Parecia o fim, mas<br />
não foi. Por quê?<br />
Eu me senti pior longe da piscina. Sou um<br />
ser meio doido a ser estudado. A rotina<br />
solitária de treinos me fez falta. Eu entendi<br />
que as coisas na minha vida funcionam<br />
melhor quando estou dentro d’água. Em<br />
nove semanas de treinamento, depois<br />
da pausa, nadei os 50m livres em 21s07.<br />
A piscina faz bem para a minha cabeça,<br />
quando estou nadando a minha criatividade<br />
aflora, eu relaxo e penso melhor. Por<br />
exemplo, eu até encontro soluções para<br />
os problemas do meu instituto dando<br />
braçadas dentro d'água.<br />
Você se sente preparado para uma possível<br />
despedida do esporte como competidor?<br />
Não. Já pensei em despedida. Uma das<br />
coisas que mais me apavoram na carreira...<br />
parar de nadar 100%. Difícil colocar um<br />
ponto final em algo que se é bem sucedido<br />
na vida. Se dependesse da minha vontade,<br />
eu anunciaria a minha despedida escrevendo<br />
e assinando uma carta aqui de<br />
casa, sem evento nenhum. Mas também<br />
me pego pensando em algo maior nesse<br />
momento como forma de agradecer todo<br />
mundo que me ajudou nessa caminhada.<br />
Quero que os meus pais, pelo esforço<br />
que tiveram principalmente no começo,<br />
celebrem o que fizeram. O mesmo penso<br />
em relação a todos os meus treinadores,<br />
porque não é comum mencionarem os<br />
caras, a pessoa que me ensinou a nadar,<br />
no meu caso, o Reinaldo, de Piracicaba.<br />
Seria, então, um esforço coletivo para dar<br />
crédito às pessoas que me prepararam<br />
para essa super carreira. Por elas, porém,<br />
eu faria esse esforço.
CAMPINAS<br />
horaO MELHOR DA REGIÃO<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
Universidade<br />
do presente<br />
BARÃO GERALDO A Unicamp ocupa o terceiro lugar entre as universidades mais sustentáveis<br />
do Brasil, segundo o ranking UI GreenMetric World University Ranking,<br />
realizado anualmente pela Universidade da Indonésia. A avaliação mostrou que<br />
a Universidade de Campinas subiu uma posição em comparação a 2019. Entre<br />
as práticas em prol da sustentabilidade, estão as instalações de sistemas fotovoltaicos<br />
pelo campus, que resulta na economia de R$ 280 mil por ano na conta de<br />
energia da Unicamp, e a implementação de ônibus elétrico no sistema interno<br />
de transporte. Nas grades curriculares, há opções de disciplinas eletivas de<br />
graduação e pós-graduação em eficiência energética e gestwão de energia.<br />
UNICAMP: Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo, Campinas
12 HORA CAMPINAS<br />
VIAGEM<br />
Água de banhar,<br />
água de beber<br />
Do turismo de aventura à gastronomia, o Circuito das<br />
Águas paulista combina momentos de sossego com<br />
adrenalina em meio à Serra da Mantiqueira<br />
POR JÚLIA STORCH<br />
DO TUPI, “Mantiqueira” significa “serra que chora”, devido à grande<br />
quantidade de nascentes na região. Na Serra, que abrange o leste<br />
do estado de São Paulo e o sul de Minas Gerais, estão nove cidades<br />
do Circuito das Águas: Águas de Lindóia, Amparo, Holambra,<br />
Jaguariúna, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra<br />
e Socorro. Cada uma oferece diferentes tipos de ecoturismo aos<br />
visitantes, além de gastronomia caprichada e descanso em família.<br />
A 130 quilômetros de São Paulo e 110 de Campinas, a cidade<br />
de Socorro conta com passeios de aventura pelo céu e pelas águas<br />
do Rio do Peixe. O Hotel Fazenda Parque dos Sonhos possibilita,<br />
desde 2002, atividades aquáticas como rafting e bóia cross, e rapel<br />
e cavalgadas, em mais de 600 mil metros quadrados de natureza.<br />
O lugar disponibiliza também seis tirolesas, sendo que a mais<br />
longa conecta São Paulo a Minas Gerais. Com um quilômetro de<br />
extensão, a descida da Tirolesa do Pânico traz uma incrível visão<br />
panorâmica do vale, até chegar à cidade mineira de Bueno Brandão.<br />
O Parque dos Sonhos recebe em média 20 mil visitantes por ano<br />
nos 20 apartamentos e 10 chalés disponíveis. Na diária do hotel,<br />
estão inclusos café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.<br />
Socorro possui ainda um ponto de parada cafeeiro, a Fazenda<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
FOTO RICARDO BECCARI
13<br />
FOTO RICARDO BECCARI<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
Na outra página, plantação de café<br />
da Fazenda 7 Senhoras, em Socorro;<br />
passeio de trator e cavalgada no<br />
Hotel Fazenda Parque dos Sonhos. À<br />
esquerda, almoço do mesmo hotel<br />
7 Senhoras. Com mais de 100 anos de<br />
tradição, a fazenda renasceu em 2011,<br />
com o plantio de mais de 70 mil mudas<br />
de café. Desde então, são mais de 365<br />
hectares plantados com os tipos Catuaí<br />
Vermelho, Amarelo, Mundo Novo e<br />
Bourbon. De quinta à sábado, é possível<br />
visitar as plantações, a pós-colheita e a<br />
cafeteria do local, onde um dos baristas<br />
apresenta alguns métodos de preparo<br />
do café para degustação.<br />
Para finalizar o dia, um dos lugares<br />
mais disputados para apreciar o pôr-do-<br />
-sol na cidade é o Mirante da Pedra Bela<br />
Vista. Prepare-se para avistar Socorro<br />
e o entorno a mais de 1250 metros de<br />
altitude.<br />
Refúgio<br />
Outro ponto de parada no Circuito<br />
das Águas é a pacata Serra Negra, a<br />
80 quilômetros de Campinas e 150<br />
da capital. Com 30 mil habitantes, o<br />
lugar é conhecido pelo comércio de<br />
roupas de couro e de malhas, basta uma<br />
caminhada pela rua Coronel Penteado<br />
para encontrar diversas opções de vestuários<br />
e doces típicos. A rua se inicia<br />
na Praça Sesquicentenário, de onde<br />
saem os passeios de teleférico até o<br />
Cristo Redentor da cidade.<br />
Após as compras, uma opção de<br />
pausa para o almoço está no alto da<br />
serra, o restaurante Shangrilá. O local<br />
oferece um cardápio que conta com<br />
ceviches, massas, frutos do mar e<br />
carnes. Para o friozinho da montanha,<br />
as fondues da casa, de queijo artesanal,<br />
carne e chocolate são boas pedidas.<br />
Àqueles que procuram um tour<br />
etílico, a micro destilaria Hof possibilita<br />
não só a degustação e compra de<br />
licores, vodcas e gins premiados, como<br />
também a visitação pelo lugar para uma<br />
apresentação da produção e dos processos<br />
de fabricação dos rótulos. Martin<br />
Braunhloz, fundador da marca, iniciou a<br />
fabricação de destilados após o sucesso<br />
de um licor de leite de cabra. As bebidas,<br />
feitas a partir de uma fonte de água<br />
próxima à propriedade, garantem excelência<br />
dos produtos, que já ganharam<br />
nove medalhas em premiações, como<br />
Concours Mondial de Bruxelles 2018<br />
e New York International Spirits Competition<br />
2017.<br />
Harmonizando esses deliciosos<br />
drinques com a vista da Serra da Mantiqueira,<br />
o descanso é garantido e as<br />
energias são recarregadas para outras<br />
aventuras pela região.
14 HORA CAMPINAS<br />
Fazenda Quinta<br />
das Amoeiras e<br />
café da manhã<br />
do hotel<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
ESCAPADA<br />
Pedacinho<br />
de Paraty<br />
no interior<br />
paulista<br />
Quinta das Amoreiras é o local ideal<br />
para casais e famílias que buscam<br />
um lugar para curtir a paisagem rural,<br />
mas sem abrir mão do conforto e dos<br />
prazeres da boa gastronomia<br />
POR KIKE MARTINS DA COSTA<br />
NESSES DIAS DE PANDEMIA e distanciamento<br />
social, as melhores alternativas para quem<br />
busca uma fugidinha de fim de semana<br />
é encontrar um lugar sem aglomeração<br />
e com atividades ao ar livre. A charmosa<br />
Quinta das Amoreiras, em Porto Feliz,<br />
preenche gloriosamente esses requisitos.<br />
A propriedade, com 65 hectares, pertencia<br />
até 2017 a um engenheiro paulistano<br />
que era apaixonado por Paraty.<br />
Tão apaixonado que ergueu a réplica<br />
de uma das ruelas da cidade histórica<br />
do litoral fluminense, com casarões em<br />
estilo colonial, calçamento de pedras e<br />
iluminação provida por luminárias que<br />
emulam os lampiões do século XVIII.<br />
Com novos proprietários, a fazenda foi<br />
toda reformada por Marina Lo Schiavo e<br />
Raquel Macedo, que converteram parte<br />
da sede em uma exclusiva pousada com<br />
apenas 5 suítes e montaram um restaurante<br />
em uma área onde a vista da região<br />
é não só bonita como também relaxante<br />
e inspiradora. A inauguração foi em<br />
novembro de 2020.<br />
Nas mesas ao ar livre, é possível bebericar<br />
uma caipirinha de tangerina com<br />
gengibre ou um gim-tônica incrementado<br />
com um toque de jambolão – fruta local<br />
que possui uma deliciosa nota adstringente.<br />
Prefere um bom vinho? Então<br />
prepare-se, porque Marina pertence à<br />
família que há anos comanda a importadora<br />
Metapunto, responsável por trazer<br />
ao Brasil grandes rótulos de vinícolas<br />
chilenas, italianas, francesas, espanholas<br />
e portuguesas.<br />
Para petiscar, aposte nos carnudos<br />
torresminhos ou nas croquetas de jamón.<br />
Quer pratos mais substanciosos? Então<br />
peça um medalhão de filé mignon com<br />
molho de jabuticaba ou um risotto de<br />
beterraba com queijo de cabra. Para<br />
aqueles que buscam uma experiência<br />
mais personalizada, a dica é encomendar<br />
ostras frescas para serem servidas à beira<br />
da piscina.<br />
E, se a ideia é realizar uma imersão<br />
ainda mais completa no cotidiano rural<br />
da fazenda, a sugestão é agendar um<br />
passeio a cavalo na hora do pôr do sol<br />
ou uma visita ao espaço onde são criadas<br />
galinhas poedeiras da raça Araucana,<br />
originária do Chile.<br />
Esse agradável refúgio fica a pouco<br />
mais de 130 km da capital e a 75 km do<br />
aeroporto de Viracopos. Todas as cinco<br />
suítes, com piso de madeira e grandes<br />
janelões, contam com ar-condicionado,<br />
frigobar, camas queen e lençóis de 300<br />
fios com toque acetinado. O caprichado<br />
café da manhã tem sucos de frutas, ovos<br />
mexidos, tapiocas e queijo fresco feito no<br />
local. As diárias ficam na faixa dos R$ 750.<br />
As reservas são obrigatórias para os<br />
almoços, jantares e estadias e podem<br />
ser feitas pelo whatsapp 11 98121-3132.<br />
QUINTA DAS AMOREIRAS - Estrada Porto<br />
Feliz-Rafard, Bairro Tanquinho, Porto Feliz.
15<br />
HOSPEDAGEM<br />
Casa de<br />
campo<br />
dos novos<br />
tempos<br />
Hotel Toriba, na Serra da Mantiqueira,<br />
inova e oferece serviço completo<br />
de long stay<br />
O VELHO SONHO de morar junto à natureza<br />
ganhou força no último ano, com a<br />
pandemia. Em tempos de confinamento, a<br />
possibilidade de trabalhar remotamente,<br />
sem a constante necessidade de reuniões<br />
presenciais, levou muita gente a pensar em<br />
trocar os centros urbanos por locais mais<br />
charmosos e bucólicos, buscando maior<br />
qualidade de vida.<br />
Deixar a cidade grande, porém, não<br />
precisa ser uma decisão permanente.<br />
Ótima alternativa para quem quer viver a<br />
experiência de morar no campo, saindo da<br />
rotina e ganhando muito em bem-estar, é o<br />
long stay. Atento à essa demanda, o Hotel<br />
Toriba, em Campos do Jordão, passou a<br />
oferecer estadias de longa duração para<br />
famílias e casais, e para apenas uma pessoa.<br />
O hotel dispõe de infraestrutura às<br />
exigências do trabalho remoto. A potente<br />
cobertura Wi-Fi alcança toda a área do local,<br />
e chega até o mirante, permitindo que os<br />
hóspedes possam estar sempre conectados.<br />
O Toriba oferece também espaços para a<br />
realização de teleconferências e aulas online<br />
com privacidade e tranquilidade.<br />
As acomodações para hóspedes incluem<br />
confortáveis apartamentos externos e<br />
chalés. A gama de serviços inclui restaurantes,<br />
academia, personal trainer, piscina<br />
aquecida, spa, lavanderia, governança,<br />
programas de lazer, a possibilidade de<br />
personalização de cardápios e concierge<br />
24 horas por dia – tudo isso cercado por<br />
2 milhões de metros quadrados de Mata<br />
Atlântica preservada. O Hotel Toriba ainda<br />
disponiliza opções de programação para<br />
crianças e é pet-friendly.<br />
Acima, quarto do Hotel<br />
Toriba. Ao lado e abaixo,<br />
spa, chalé e restaurante<br />
do local<br />
FOTO RODRIGO COLOMBO FOTOS DIVULGAÇÃO
16 HORA CAMPINAS<br />
Vozes da cidade<br />
As dicas e os<br />
segredos de quem<br />
adora a região<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
POR KARINE RODRIGUES*<br />
Looks certos<br />
Quatro marcas e estilistas versáteis de Campinas<br />
Renata Tenca<br />
“Estilista da marca que leva o seu nome, Renata Tenca é proprietária<br />
da loja Excllusivo Cambuí. Seus produtos inspiram mulheres descomplicadas<br />
e modernas. Trazendo sempre novidades em pequenas<br />
coleções quinzenais, a marca carrega muita identidade e conceito<br />
único. Um estilo leve e alegre. São estampas, malharia e conjuntos<br />
que mostram as muitas formas de se usar peças do dia a dia.”<br />
Rua Antônio Lapa, 205 - Cambuí, Campinas<br />
Bléque<br />
“Uma marca conceitual de sapatos e acessórios com um propósito<br />
muito bacana, a sustentabilidade. A Bléque utiliza matérias<br />
primas com baixo impacto ambiental, como a fibra de banana.<br />
Com sapatos funcionais para qualquer ocasião, a marca também<br />
apresenta uma numeração diferenciada, atende um público de<br />
mulheres que possuem um pé menor, tamanho 33, por exemplo.”<br />
Rua Comendador Tórlogo Dauntre, 150 - Cambuí, Campinas<br />
Eloisa Fummero<br />
“Beachwear elegante, para mulheres autênticas que gostam<br />
de conhecer lugares novos e prezam pela qualidade. Com<br />
modelagens e estampas exclusivas, a marca possui coleções<br />
únicas e versáteis, em que as cores e as estampas conversam<br />
entre si. Eloisa Fummero ainda possui a linha not so basic,<br />
uma coleção de bodys confortáveis para o dia a dia.”<br />
Avenida 9 de Julho, 3575 - Anhangabaú, Jundiaí<br />
Veux Acessórios<br />
“Acessórios que atendem estilos diferentes. Um mix de semi joias<br />
e peças com designers exclusivos. A marca atende diferentes<br />
conceitos e ocasiões, pensando sempre na versatilidade e na<br />
funcionalidade, além de ter algumas peças masculinas.”<br />
Av. Monsenhor Jerônimo Baggio, 451 - Jardim Nossa Sra. Auxiliadora, Campinas<br />
*KARINE RODRIGUES é professora da ESAMC Campinas<br />
e proprietária da empresa Mais Estilo
kikecosta@uol.com.br COLUNA 17<br />
Agora é agro<br />
POR<br />
Kike<br />
Martins da<br />
Costa<br />
Boas energias que vêm do campo<br />
Em alta em algumas das mais populosas nações do planeta,<br />
a demanda pelo etanol projeta excelentes perspectivas não<br />
só para o setor sucroalcoleiro brasileiro, mas também para<br />
os produtores nacionais de grãos - principalmente o milho<br />
A mudança na política de biocombustíveis<br />
da China, da Índia e dos Estados<br />
Unidos é uma grande oportunidade para<br />
o agronegócio brasileiro. Nesses três<br />
países, a demanda por etanol deve<br />
disparar nos próximos anos. Sob o<br />
comando de Joe Biden, os EUA devem<br />
elevar a proporção de etanol na gasolina<br />
de 10% para 15%. Com isso, ou os nossos<br />
brothers terão de importar etanol daqui<br />
do Brasil ou terão de direcionar mais<br />
milho cultivado por lá para a produção<br />
de biocombustível – e isso pode elevar a<br />
cotação internacional do milho. De toda<br />
forma, vamos ser beneficiados. Ou ganha<br />
o pessoal da cana ou ganham os<br />
produtores brasileiros de grãos.<br />
Na China, onde também será<br />
aumentada a dose de etanol no combustível,<br />
o país precisa decidir se vai importar<br />
do Brasil ou produzir o etanol internamente,<br />
a partir do milho, como fazem os<br />
Estados Unidos. Se a opção for pela<br />
importação, o setor sucroalcoleiro do<br />
Brasil vai aumentar suas vendas para a<br />
superpotência asiática. Se os chineses<br />
usarem seus grãos para produzir etanol, o<br />
Brasil pode ser convocado para fornecer<br />
grãos para alimentar os enormes<br />
rebanhos suínos e bovinos de lá.<br />
Já a Índia pretende misturar 20% de<br />
etanol na mistura da gasolina vendida no<br />
país em 2<strong>03</strong>0, mas está antecipando cada<br />
vez mais essa meta. Com isso, se abre<br />
mais um mercado para o Brasil. A Índia é<br />
uma grande produtora de cana e uma das<br />
maiores exportadoras mundiais de açúcar<br />
– a um custo muito baixo. Se os indianos<br />
passarem a deslocar parte de sua cana<br />
para suprir a demanda local por etanol, a<br />
cotação internacional do açúcar vai subir<br />
e os produtores brasileiros vão se dar bem.<br />
Hoje o Brasil produz algo entre 32 e 33<br />
bilhões de litros de etanol de cana por<br />
ano. A meta é produzir, até 2<strong>03</strong>0, 50<br />
bilhões de litros. Ao que parece, não terá<br />
problemas para escoar todo esse volume.<br />
Comprador não vai faltar!<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
Prosa rápida<br />
Dá-lhe porco!<br />
Nas projeções do Departamento<br />
de Agricultura dos EUA (USDA),<br />
em <strong>2021</strong> a carne suína voltará a<br />
ser a carne mais produzida no<br />
mundo, superando a carne de<br />
frango que ocupou o topo do<br />
pódio em 2020. Do total de 258<br />
milhões de toneladas produzidas<br />
no ano passado, a de frango<br />
respondeu por cerca de 39% do<br />
total, enquanto a suína somou<br />
38% e a bovina representou<br />
23%. A retomada da carne de<br />
porco é reflexo da recuperação de<br />
produção na China, dizimada por<br />
uma devastadora peste suína.<br />
Mel para todos<br />
Em 2020, os apicultores do Brasil<br />
venderam para o exterior mais de<br />
45.600 toneladas, um aumento de<br />
50% em relação a 2019, quando<br />
o volume ficou na faixa das 30 mil<br />
toneladas. Segundo a Associação<br />
Brasileira dos Exportadores de Mel,<br />
os Estados Unidos são os maiores<br />
compradores do mel brasileiro,<br />
sendo responsáveis por cerca<br />
de 80% do mel exportado pelo<br />
país. O Paraná é o estado de onde<br />
vem a maior parte da produção.<br />
Água garantida<br />
Levantamento realizado pela<br />
Câmara Setorial de Equipamentos<br />
de Irrigação da Abimaq<br />
(Associação Brasileira da Indústria<br />
de Máquinas e Equipamentos)<br />
aponta que, ao final de 2020, a área<br />
irrigada no Brasil era de 6.481.812<br />
milhões de hectares. Em 2019,<br />
era de 6.232.587. O crescimento<br />
foi de 4%, mas tem muito mais a<br />
evoluir: a China irriga 70 milhões de<br />
hectares, e a Índia tem 76 milhões<br />
de hectares de plantações irrigadas.
A 29HORAS CONVIDA VOCÊ A GIRAR<br />
A REVISTA E VIAJAR PELAS NOVIDADES<br />
DE SÃO PAULO