ANUÁRIO BRASILEIRO DE LIVE MKT 2015
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HISTÓRIA DO <strong>MKT</strong> PROMOCIONAL NO BRASIL<br />
170<br />
Incrementa-se o colecionmo de figurinhas que teria<br />
seu ápice a partir de 1934 com as figurinhas Eucalol<br />
encartadas nos sabonetes da marca, e, certamente, a<br />
alma da comunicação da companhia. A propaganda era<br />
apenas coadjuvante, estimulava a compra do produto<br />
para ganhar o brinde com as mais de 250 séries de<br />
estampas. Os brasileiros têm compulsão por colecionar<br />
estampas e dispõem de Eucalol, figurinhas das Balas<br />
Ruth, Biscoitos Novo Mundo, Balas Holandesas, Cafés<br />
Fino, Balas Fruna, Lacta, e, mais tarde, da Nestlé...<br />
Os estádios de futebol, jóqueis clubes e raias de remo<br />
são cenários apropriados para o marketing promocional.<br />
Navios fretados com bandas festivas a bordo<br />
acompanhavam a elegante torcida que fabricantes<br />
de bebidas e outros produtos promoviam em torno do<br />
remo que era esporte de elite. O futebol permitia a distribuição<br />
de brindes, e fabricantes de cigarros encartavam<br />
figurinhas coloridas dos craques nos maços.<br />
No jóquei a Ford e a GM disputam o consumidor.<br />
Nesta década, a área de marketing surgiu, assim<br />
como nos Estados Unidos, fazendo parte do campo<br />
administrativo. No Brasil, essa função foi divulgada<br />
por Álvaro Porto Moitinho, que escreveu o livro<br />
Ciência da Administração, publicado em 1947, onde<br />
afirma ser, a mercadologia, o estudo do mercado.<br />
Na mesma época , surgiu a definição do Marketing<br />
Mix, conceituado como a combinação de elementos<br />
variáveis que compõe as atividades de marketing. O<br />
conceito surgiu dos estudos de Neil Borden que usou<br />
este termo pela primeira vez em 1949. Borden afirma<br />
em sua obra que o termo lhe veio à cabeça ao ler os<br />
estudos de outro autor de sua época (James Culliton),<br />
que chamava os executivos de liquidificadores (mixers),<br />
já que a sua função era a de materializarem receitas,<br />
seja misturando os ingredientes, mudando suas<br />
quantidades ou inventando novos elementos.<br />
A partir de então, a expressão Marketing Mix (mistura<br />
de Marketing) ou Composto de Marketing, como<br />
é conhecida no Brasil, passou a ser a teoria mais<br />
aceita para efetivar atividades de marketing.<br />
Jerome McCarthy, professor da Universidade de Michigan,<br />
aprimorou a Teoria de Borden e definiu os quatro<br />
grandes grupos de atividades que re resentariam os ingredientes<br />
do composto e o separou em Product, Price,<br />
Promotion and Place.<br />
DÉCADA <strong>DE</strong> 50 - BRASIL CAMPEÃO,<br />
CONCURSOS <strong>DE</strong> BELEZA E PASSARELAS<br />
DA MODA<br />
Apesar da existência de centenas de ações promocionais,<br />
o País não apresentava um cenário favorável<br />
ao seu desenvolvimento - o mercado consumidor era<br />
restrito e pouco desenvolvido, a oferta de mercadorias<br />
era baixa e as empresas não possuíam estratégias<br />
bem definidas para se adaptar ao mercado.<br />
Até a eleição de Juscelino Kubitschek como presidente<br />
do Brasil em 1956, o contexto permaneceu inalterado.<br />
Com o mote “Cinquenta anos em cinco”, o governo brasileiro<br />
passou a investir sistematicamente no desenvolvimento<br />
da indústria e do mercado consumidor interno.<br />
Tal fato gerou interesse de investidores estrangeiros<br />
e acabou por criar um ambiente favorável ao desenvolvimento<br />
de produtos e serviços por aqui. Entretanto,<br />
o marketing integrado não era uma realidade no País, e<br />
as atividades eram focadas nas vendas.<br />
Mesmo assim, os fenômenos na área de promoção<br />
começavam a surgir.<br />
Para aumentar as vendas dos produtos do toalete<br />
feminino, entraram na moda os concursos de beleza<br />
e de moda despontando como ações de maior impacto<br />
justamente pelo apoio de revistas e outros veículos<br />
de comunicação como a televisão, que acabava<br />
de nascer. Helena Rubinstein e Maxfactor promovem<br />
eleições de Miss Brasil, no auge dos concursos, com<br />
cobertura televisionada e estádios cheios com 50.000<br />
fãs presenciais. Os desfiles de moda ganham o Brasil<br />
a partir das ações de Lívio Rangam para a Rhodia.<br />
As revistas semanais acompanham as modelos nas<br />
suas performances pelas grandes Capitais, desfilando<br />
em passarelas e ensaios fotográficos em cenários<br />
naturais. O glamour está também na Fenit criada por<br />
Caio de Alcântara Machado em 1958, doravante um<br />
filão promocional.<br />
O marketing promocional intuitivo, agora é profissional,<br />
com Alcântara Machado persistindo nas grandes<br />
feiras; Abraham Medina promovendo grandes shows<br />
com Nat King Cole, Sammy Davis Jr, Paul Anka, Connie<br />
Francis; João Dórea introduzindo no País as datas<br />
promocionais de Dia das Mães e Namorados; e Sylvio<br />
Bhering, a data do Dia dos Pais, promoção do Café<br />
do Brasil no Exterior a reboque de grandes artistas e<br />
torneios esportivos; a Nestlé fidelizando o consumidor<br />
com distribuição de brindes e concursos com prêmios<br />
mediante sorteios; a Johnson & Johnson explorando<br />
a vaidade e amor incondicional de mãe, com o<br />
concurso do Bebê Johnson’s; a Coca Cola distribuindo<br />
milhares de brindes mediante a troca de tampinhas<br />
premiadas do produto; a Fiat Lux distribuindo fósforos<br />
promocionais em grandes eventos; a Pirelli seduzindo<br />
consumidores com seus magníficos calendários, de<br />
Di Cavalcanti a outros artistas, até o nu sugestivo de<br />
grandes modelos...