ANUÁRIO BRASILEIRO DE LIVE MKT 2015
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HISTÓRIA DO <strong>MKT</strong> PROMOCIONAL NO BRASIL<br />
174<br />
Foi nesta década que a atividade recebeu o maior impulso<br />
desde que surgiu. Multiplicaram-se pelo País<br />
as agências e estruturas destinadas exclusivamente<br />
para realização, especialmente para a operacionalização<br />
de ações promocionais realizadas por pessoas<br />
físicas organizadas, ou pessoas jurídicas, que receberam<br />
o nome de ‘Coligadas’. Atualmente, as coligadas<br />
desenvolvem um importante trabalho para a amplificação<br />
de ações contratadas majoritariamente no<br />
centro do País, entretanto, este trabalho precisa ser<br />
desenvolvido em todas as regiões do Brasil.<br />
Em 2006, surgiu o Promoview, primeiro site especializado<br />
em atualizar notícias sobre os profissionais e<br />
agências do setor de marketing promocional em todo<br />
o Brasil. Idealizado por Júlio Feijó Neto, diretor de marketing<br />
promocional com atuação em todas as disciplinas<br />
da atividade, transformou-se em um ponto de<br />
convergência, e o setor ganhou seu primeiro espaço<br />
especializado na internet com atualizações diárias.<br />
Mesmo assim, o mercado ainda estava longe de um<br />
desenvolvimento pleno da atividade. A legislação em<br />
vigor era a responsável pelos maiores obstáculos<br />
para o desenvolvimento do marketing promocional no<br />
território brasileiro. O primeiro deles era a dificuldade<br />
imposta para realização de sorteios com distribuição<br />
de prêmios. A Lei nº 5.864, de 12 de dezembro de 1972,<br />
que dá nova redação ao artigo 4º da Lei nº 5.768, de<br />
20 de dezembro de 1971, regula a legislação sobre<br />
distribuição gratuita de prêmios, mediante sorteio,<br />
vale-brinde ou concurso, a título de propaganda; estabelece<br />
normas de proteção à poupança popular e dá<br />
outras providências. Com isso, inibe uma quantidade<br />
gigantesca de iniciativas neste sentido.<br />
Outra dificuldade reside na legalização para realizar<br />
ações de incentivo. Esta ferramenta é utilizada<br />
para estimular e/ou motivar equipes internas,<br />
distribuidores e revendedores a atingirem objetivos<br />
e metas estabelecidas, oferecendo premiação e<br />
reconhecimento para as melhores performances.<br />
O movimento surgiu pela demanda.<br />
Existe no mercado um universo de empresas que precisa<br />
estar permanentemente motivando, reconhecendo<br />
e também premiando os que fazem parte da sua<br />
cadeia produtiva. Contudo, pela legislação atual brasileira,<br />
e pelos pareceres obtidos, o incentivo é legal<br />
desde que seja uma eventualidade e faça parte de<br />
uma campanha para motivar.<br />
A primeira década deste século marcou também a<br />
primeira interação oficial entre dirigentes de propaganda<br />
e promoção. Em 2008, pela primeira vez,<br />
a indústria da comunicação brasileira abriu espaço<br />
e deu voz para o marketing promocional. A Ampro<br />
participou do IV Congresso Brasileiro de Publicidade,<br />
e a comissão de marketing promocional, presidida por<br />
João Carlos Zicard, obteve a aprovação unânime para<br />
as quatro recomendações que apresentou:<br />
1. Certificação por competência: A Ampro considera de<br />
fundamental importância oferecer ao mercado uma<br />
chancela aceita pelos anunciantes e as agências de<br />
marketing promocional sobre a competência na sua<br />
área de atuação, e que a sua legitimidade seja conseguida<br />
por intermédio da observância rigorosa aos padrões<br />
de ética e qualidade (criativa e execução). Essa<br />
certificação básica envolve promoção e merchandising,<br />
marketing de incentivo, marketing de relacionamento<br />
e fidelidade, evento e web promotions; 2. Padrão<br />
de remuneração: Um bom planejamento e uma<br />
ideia bem executada geram benefícios de venda e imagem<br />
ao cliente. A agência deve ser proporcionalmente<br />
bem remunerada pelo seu trabalho. A proposta é obter<br />
um padrão de remuneração que deve partir de 15% sobre<br />
o investimento do anunciante no projeto. Porém, o<br />
Success Fee deve ser instituído quando a agência for<br />
completamente envolvida nos processos, e será peça<br />
fundamental para o sucesso ou fracasso de uma ação;<br />
3. Concorrência: Concorrências devem ser estabelecidas<br />
para criar relacionamento duradouro entre agência<br />
e cliente. Isso representará dedicação e profundidade<br />
no planejamento. Para que esse processo seja legítimo<br />
e saudável para ambas as partes, serão estabelecidos<br />
alguns pontos como padrão de concorrência;<br />
4. Direito autoral: A ideia criada e planejada pela agência<br />
é sua por direito e deve ser reconhecida pelo mercado.<br />
Em todo processo de briefing, ao apresentar a<br />
proposta ao cliente, deve ser assinado por ambas<br />
as partes um documento denominado ‘Protocolo de<br />
Criação’, no qual consta a descrição do que foi apresentado<br />
e garante à agência a reserva de direitos autorais<br />
e intelectuais daquilo que foi apresentado.<br />
Justamente este último item chama a atenção para<br />
outro fato relevante na história do marketing promocional<br />
brasileiro.<br />
Nesta primeira década do Século 21, a qualidade da<br />
criação passou a ser valorizada pelos anunciantes<br />
e, com isso, as premiações começaram a ganhar<br />
importância na vida das agências promocionais.<br />
A visibilidade só foi obtida porque a indústria mundial<br />
passou a reconhecer a atividade promocional a partir<br />
de 2004 quando foi instituída a categoria ‘Promo<br />
& Activation’ no Festival de Cannes. O ano de 2008<br />
apresentou o maior feito já realizado por uma agência<br />
genuinamente promo e ainda não superado, até o fechamento<br />
deste anuário.<br />
Para atender a um briefing visando a realização de<br />
mais uma versão da velha fórmula promocional de<br />
verão, a do “Palito premiado” para seu cliente Kibon,<br />
a equipe da Bullet, de Fernando Figueiredo e Mentor<br />
Muniz Neto, encontrou uma forma de colocar iPod´s,<br />
os pequenos tocadores de música criados pela Apple,