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ARTIGO<br />
INTRODUÇÃO<br />
O desenvolvimento sustentável é um dos assuntos de<br />
maior relevância na atualidade, uma vez que está relacionado<br />
não só com a economia, mas também com o meio<br />
ambiente e com a sociedade (United Nations, 1987, p.64).<br />
A qualidade de vida de uma sociedade, por sua vez, está<br />
intimamente ligada ao seu consumo de energia. A melhoria<br />
nos padrões de vida, principalmente em países em desenvolvimento,<br />
geram aumento da demanda energética e, dessa<br />
forma, necessitam de um melhor planejamento energético<br />
que aborde a segurança no suprimento de energia e os<br />
custos ambientais para atender a este aumento de consumo<br />
de energia (Goldemberg, 2008).<br />
Alguns especialistas (Welch; Venkateswaran, 2009;<br />
Terciote, 2002) consideram que a energia eólica é uma fonte<br />
energética capaz de suprir as demandas de uma sociedade,<br />
sem prejudicar gerações futuras, e por isso, o uso deste tipo<br />
de energia renovável vem crescendo mundialmente.<br />
No início de 2000, os projetos contratados decorrentes<br />
das políticas de incentivo, e principalmente no final da década<br />
com a entrada da energia eólica no mercado regulado de<br />
energia, colocou o Brasil entre os países com maior crescimento<br />
na implantação de novos parques eólicos e gerou<br />
otimismo entre os agentes públicos e privados do setor<br />
elétrico (Simas, 2013).<br />
Decorrente destes fatores, o objetivo do presente estudo<br />
foi realizar uma revisão da literatura sobre energia eólica e<br />
a viabilidade do potencial dessa matriz energética no Brasil,<br />
levando em conta o meio ambiente e sua sustentabilidade.<br />
O estudo está organizado em tópicos, onde no primeiro<br />
apresenta-se os fundamentos teóricos necessários para o<br />
entendimento claro da pesquisa e em seguida, a metodologia<br />
utilizada para a elaboração da revisão bibliográfica.<br />
Posteriormente são apresentados os resultados juntamente<br />
com a discussão dos fatos, finalizando com a conclusão do<br />
estudo.<br />
FUNDAMENTOS TEÓRICOS<br />
Os primeiros indícios da utilização de energia eólica para<br />
a realização de trabalhos mecânicos datam cerca de dois<br />
mil anos atrás, sendo utilizada nas máquinas de Heron em<br />
Alexandria (Pinto, 2012).<br />
Segundo Duarte (2004), o surgimento da tecnologia<br />
do aproveitamento do vento foi uma consequência da<br />
crise energética de 1973. Diante do aumento do preço do<br />
petróleo e da necessidade de produzir eletricidade a preços<br />
inferiores e de forma limpa e renovável, foram desenvolvidos<br />
os atuais aerogeradores. Segundo os autores Terciote (2002),<br />
Welch e Venkateswaran (2009), nos últimos anos a energia<br />
eólica tornou-se uma peça fundamental na geração de<br />
energia, principalmente elétrica, devido à grande expansão<br />
em pesquisas e nas técnicas de desenvolvimento para transformar<br />
o movimento do vento em energia. Atualmente, esta<br />
fonte energética vem sendo descrita como uma das mais<br />
importantes e promissoras tecnologias na geração complementar<br />
de energia, por ser facilmente acessível e abundante<br />
na natureza (Terciote, 2002; Welch; Venkateswaran, 2009).<br />
Com o aprimoramento e aumento da potência das<br />
máquinas eólicas, os custos de geração de eletricidade a<br />
partir dos ventos vêm diminuindo, o que também reflete<br />
na proliferação de inúmeros parques eólicos ao redor do<br />
mundo (Welch; Venkateswaran, 2009).<br />
Energia eólica é a energia cinética contida na massa de<br />
ar em movimento (vento). Dessa forma, faz-se importante<br />
conhecer o comportamento e as características dos ventos<br />
para que seja possível compreender os aspectos necessários<br />
para uma adequada modelagem eólica em uma determinada<br />
região. A conversão da energia cinética de translação do<br />
vento em energia cinética de rotação, ocorre a partir do uso<br />
de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores,<br />
as quais são fundamentais para a geração de eletricidade. A<br />
captação da energia cinética do vento pode ser feita basicamente<br />
utilizando-se dois tipos de turbinas: turbinas de eixo<br />
vertical e as de eixo horizontal. No primeiro caso, engrenagem<br />
e gerador são colocados ao nível do solo e a turbina é<br />
movida por forças de arraste ou sustentação Estas turbinas<br />
apresentam baixa complexidade de fabricação e são bastante<br />
indicadas para características de vento similares ao sul da<br />
América Latina (Farret, 2014).<br />
Já as turbinas de eixo horizontal possuem as engrenagens,<br />
eixo e gerador alinhados com a direção do vento,<br />
sendo a opção mais utilizada mundialmente em parques de<br />
geração eólicos comerciais. Podem ainda ser encontradas<br />
algumas configurações em função do número de pás, sendo<br />
que as turbinas com três pás são as mais empregadas por<br />
apresentarem menor esforço mecânico, menor oscilação de<br />
A energia eólica é<br />
considerada uma das mais<br />
promissoras fontes naturais<br />
de energia, principalmente<br />
porque é renovável<br />
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