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44ª Edição_Revista ATRAÇÃO

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Por Silvan Aragão

Aracaju

SERGIPE

BRASIL

POLITEÍSMO

EM JUDEUS E EM

CRISTÃOS

Bacharel em Administração, aposentado do Banco do Brasil, membro do NEPE

(Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho) Bittencourt Sampaio.

O homem primitivo observava os astros e os

fenômenos naturais (furacões, terremotos, trovões

etc.) e, não os entendendo, deduzia serem provocados

por alguém muito maior e mais forte do que ele,

por uma potência sobrenatural. Daí um deus para

cada fenômeno e à sua imagem e semelhança em

termos de personalidade.

Cercados por povos politeístas (egípcios, sumérios,

assírios, babilônios, gregos, romanos e cananeus),

os judeus são os primeiros a propalarem a

crença em um único Deus. Mas, sobretudo, um Deus

transcendente e imanente, criador de todas as coisas,

inclusive dos deuses de seus vizinhos (estátuas, sol,

animais, trovão etc.).

Jesus, no seio dos judeus, aprimora o entendimento

do Criador, revelando um Pai – a sociedade era

patriarcal (Mt.6:9), justo (Mt 5:45), misericordioso (Lc

6:36), perfeito (Mt 5:48), bom (Mt 7:11), Espírito (Jo

4:23). Logo, todo cristão é monoteísta. Será?

Em Pensamento e Vida (Emmanuel/Chico Xavier,

cap. 1), vemos que é a emotividade (sentimento)

que inspira o pensamento e esse define a fala (Mt

15:11 - o que sai pela boca) e a atitude. Dessa forma,

o sentimento pauta o nosso comportamento.

Acontece que vemos judeus e cristãos (católicos,

protestantes ou espíritas) colocarem todo o seu

coração (= sentimento) em: ídolos (políticos, popstars,

musas etc.); sexo (a vida em função de); time

de futebol (disposição para matar e morrer); gurus

(a exemplo do Jin Jones); dinheiro/bens materiais;

nada obstante a advertência de Jesus: “Pois, onde

está o teu tesouro, ali estará também o teu coração”

(Mt 6:21). Os tesouros materiais corroem ou são roubados

(Mt 6:19). Já os tesouros espirituais (virtudes)

são imperecíveis (Mt 6:20). Por isso, importa-nos

mais SER do que TER.

Aqui se aplica, também, outro grande ensinamento

do Mestre: ninguém pode servir/amar a dois

senhores (Mt 6:24). O livro Deuteronômio, do Velho

Testamento, segundo a Bíblia de Jerusalém foi escrito

por volta de 620 a.C. e dele constam Leis atribuídas

a Moisés sob inspiração divina, e em seu capítulo 6,

versículo 5, consta: “Portanto, amarás a Iahweh teu

Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e

com toda a tua força”. Perguntemo-nos: onde estamos

colocando nosso coração? Quando direcionamos

toda a nossa energia em um projeto de aquisição

de uma casa de praia, na viagem dos sonhos, num

cargo profissional etc., muitas vezes não damos a

devida atenção à religiosidade, à família, às artes, ao

por do sol...

E a literatura espírita é farta quando revela a

enorme dificuldade que materialistas passam quando

desencarnam e quando na erraticidade, apegados

aos bens materiais (inclusive o próprio corpo de

carne) e sofrendo com o desfazimento por traça, corrosão,

furto ou dilapidação deles. Tais bens têm no

tempo um grande inimigo, enquanto as virtudes um

valioso aliado, uma vez que, à medida que ele passa

elas se aprimoram. Elas, sim, que de fato são incorporadas

ao nosso Espírito e jamais o deixam porque

ele não retrograda (¹).

Por fim, instiga-nos Jesus: “Porquanto, que benefício

terá o homem se ganhar o mundo inteiro, e

sua alma sofrer perda?” (Mt 16:26).

(¹) O Livro dos Espíritos, KARDEC, Alan; questão 118.

12 Atração_ agosto de 2021

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